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Tente medir um círculo.
O diâmetro e o raio são fáceis,
são apenas linhas retas
que você pode medir com uma régua.
Mas para medir a circunferência,
você precisaria de uma fita métrica ou um pedaço de corda,
a não ser que houvesse uma forma melhor.
Bom, é óbvio
que a circunferência do círculo aumenta ou diminui
juntamente com o diâmetro,
mas a relação vai além disso.
Na verdade, a razão entre os dois,
a circunferência dividida pelo diâmetro,
sempre resultará no mesmo número,
seja qual for o tamanho do círculo.
Os historiadores não têm certeza de quando ou como
esse número foi descoberto,
mas ele é conhecido de alguma maneira,
por quase 4.000 anos.
Estimativas sobre ele aparecem nos trabalhos de matemáticos gregos antigos,
babilônicos,
chineses
e indianos.
Acredita-se até que ele foi usado
na construção das pirâmides egípcias.
Os matemáticos o estimaram
fazendo inscrições de polígonos em círculos.
E até o ano 1400,
ele era calculado com até dez casas decimais.
Então, quando foi que eles finalmente descobriram o valor exato,
em vez de apenas estimá-lo?
Na verdade, nunca!
Veja, a proporção
entre a circunferência do círculo e seu diâmetro
é o que chamamos de número irracional,
que nunca poderá ser expresso
como uma razão entre dois números inteiros.
Você pode se aproximar,
mas por mais precisa que seja a fração,
ela sempre vai estar um tiquinho inexata.
Por isso, para escrevê-la em sua forma decimal,
você precisaria de uma série contínua de dígitos,
começando com
3,14159
e continuando
sem ter fim!
É por isso que, em vez de tentar escrever
um número infinito de dígitos toda vez,
fazemos referência a ele usando apenas a letra grega "pi".
Hoje em dia, testamos a velocidade dos computadores
fazendo-os calcular o pi,
e computadores quânticos estão calculando
o número com mais de dois quadrilhões de dígitos.
As pessoas até disputam para ver
quantos dígitos conseguem memorizar
e já bateram recordes por memorizarem
mais de 67.000 dígitos.
Mas, na maior parte dos usos científicos,
são necessários apenas os primeiros quarenta, mais ou menos.
Quais são esses usos científicos?
Bem, quaisquer cálculos que envolvam círculos,
desde o volume de uma lata de refrigerante
às órbitas dos satélites.
E também não apenas círculos.
Por também ser útil no estudo das curvas,
o pi nos ajuda a entender sistemas periódicos ou oscilantes,
como relógios,
ondas eletromagnéticas,
e até música.
Em estatísticas, o pi é usado
para calcular a área sob uma curva normal de distribuição,
se mostrando útil para compreendermos distribuições
de pontuações de *** padronizadas,
modelos financeiros
ou margens de erro em resultados científicos.
Como se isso não fosse suficiente,
o pi é usado em experiências de partículas físicas,
como aquelas realizadas no Grande Colisor de Hádrons,
não apenas por causa de sua forma arredondada,
mas mais sutilmente,
por causa das órbitas em que as minúsculas partículas se movem.
Os cientistas usaram o pi até
para provar a ideia ilusiva
de que a luz funciona tanto como partícula
quanto como onda eletromagnética,
e, talvez o mais impressionante,
para calcular a densidade de todo o universo,
o qual, a propósito,
ainda tem infinitamente menos coisas
que o número total de dígitos do pi.