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A Terra, é o único planeta que possui vida, no Universo?
Ou existe algo semelhante, além, no espaço?
Existe vida, além da Terra?
A busca por vida alienígena,
é um dos maiores desafios da tecnologia humana.
E os cientistas tentam novas formas de encontrar respostas.
Estamos buscando os limites da informação,
de onde a vida possa existir,
além da Terra e no Sistema Solar.
Liderando a pesquisa estão os sofisticados telescópios,
que investigam o céu,
e um exército de sondas-robôs
que exploram os limites do nosso Sistema Solar...
revelando planetas, luas, asteróides e cometas,
como jamais visto antes em nossa história.
Podemos ir a lugares e ver coisas,
que não imaginávamos que pudéssemos observar.
A pesquisa mostrou mundos estranhos e inesperados,
lugares com lagos, tempestades e chuva,
regiões violentas, dominadas por forças poderosas
em seu mais profundo interior.
Mundos que podem possuir oceanos ocultos,
a centenas de milhões de milhas do sol.
O ritmo das descobertas, apenas em anos recentes,
é inacreditável.
Novas missões nos ajudam a esclarecer os mistérios,
sobre o que torna um planeta habitável,
questionando, se a construção da vida
é mais predominante do que imaginávamos,
não apenas em nosso Sistema Solar,
mas, possivelmente, em toda a nossa Galáxia.
Pela primeira vez, na história da humanidade, temos
planetas, entre as estrelas,
que nos lembram a Terra.
BUSCANDO VIDA ALÉM DA TERRA
agora, na emissora NOVA.
A NOVA é financiada por:
E...
E a Sociedade para a TV Pública.
E por:
Financiamento adicional: Millicent Bell através de:
Após uma viagem de sete anos e dois bilhões de milhas,
a nave Cassini entra em órbita ao redor de Saturno.
Cassini dirige-se à maior das 62 luas de Saturno...
***ã.
Maior que o planeta Mercúrio,
***ã está oculta por uma densa névoa de côr laranja.
Ninguém jamais viu a sua superfície.
Mas, uma pequena sonda, a Huygens, lançada por Cassini.
se prepara para mudar tudo o que conhecemos.
Esta missão mudará antigos conceitos
de onde a vida poderia existir, além da Terra.
Estas são as imagens reais que a Huygens mostrou,
enquanto penetrava sob as nuvens e a névoa.
***ã é um local de montanhas e vales,
incrivelmente semelhante à Terra.
Então, as imagens mostram algo inesperado.
A superfície está coberta por rochas lisas,
do tipo que encontramos em leitos de rios na Terra.
Minha resposta foi um choque.
Vemos na superfície, o que parece ser um deserto,
e, ao mesmo tempo, os dados da sonda
nos informam que o solo, ao redor, estava úmido.
Centenas de milhas acima,
o radar da Cassini explora a superfície.
As imagens mostram uma paisagem
coberta, com o que parece ser, centenas de lagos.
Este possui uma área de 6.000 milhas quadradas,
do tamanho do Lago Ontário, um dos Grandes Lagos.
É uma descoberta surpreendente.
É o único mundo, além da Terra,
que possui líquido em sua superfície.
Mas, o que, exatamente, é este líquido?
A temperatura de ***ã é de menos 290 graus Fahrenheit.
Se fosse água, deveria estar congelada.
Então, um dos instrumentos da Cassini analisa
a luz infra vermelha refletida pelos lagos.
As leituras mostram que o líquido não é água,
mas, metano líquido e etano,
substâncias que, na Terra, são gases voláteis e inflamáveis.
Os dados são tão exatos, que os cientistas imaginam,
como é estar neste frio e distante mundo.
De pé na superfície de ***ã,
vemos Saturno lá no céu,
um grande, enorme objeto estático,
quase como se fosse um portal para outra dimensão.
Aqui, vemos lagos de metano líquido.
E ao horizonte, vemos montanhas.
Estas montanhas são feitas de gelo...de água congelada,
tão congelada que se assemelha a rocha.
E as formas, que vemos nelas,
são esculpidas pelo metano, que dá origem a estes lagos.
Olhando através do horizonte da lua ***ã,
vemos uma tempestade ou uma série de tempestades,
que se aproximam de nós.
Vemos a chuva cair.
As gotas não são iguais as que vemos na Terra.
Isto é metano... não é água.
Ela cai lentamente devido a baixa gravidade,
e as gotas são grandes.
Quais as implicações de se encontrar líquido
na superfície de ***ã, para um cientista como Chris McKay?
Os líquidos parecem ser a chave para a origem da vida,
assim, talvez exista vida naquele líquido em ***ã,
pequenos seres nadando no metano líquido,
felizes, naquelas temperaturas baixas e geladas.
Não há evidência de que
seres, como os micróbios, existam naqueles lagos.
Mas, se alguma evidência fôr encontrada aqui,
mudará toda a nossa percepção,
sobre a vida além da Terra.
Se a vida puder evoluir
em mundos tão drasticamente diferentes,
como a Terra e ***ã, então
talvez, a vida possa evoluir de muitas outras formas,
em mundos diferentes.
O Diretor de Ciência Planetária da NASA é Jim Green.
Uma das questões
que todos queremos saber, eu acho, principalmente,
é, "Estamos sozinhos no Universo?"
Quer dizer, isto é realmente fundamental.
Jim está na linha de frente do esforço global para entender
se as condições para a vida existem além do nosso planeta.
Estamos buscando os limites
da informação de onde a vida possa existir,
além da Terra e através do nosso Sistema Solar.
Então, aonde, no Sistema Solar, poderia existir a vida?
Saindo do sol, o primeiro planeta é Mercúrio.
É um ambiente extremamente hostil.
Em Março de 2011, a nave Messenger, da NASA,
tornou-se a primeira a orbitar
esta pequena esfera de rocha e ferro.
Estas são algumas das primeiras imagens enviadas.
Três vezes mais próximo do Sol que a Terra,
O planeta possui 800 graus de calor no lado frontal ao Sol,
enquanto em seu lado noturno,
as temperaturas caem a menos 290 graus.
Mercúrio é o último mundo desértico.
Nenhum tipo de vida pode existir aqui.
Seu vizinho mais próximo, Vênus, é quase tão hostil.
Apesar de estar duas vezes mais longe do sol,
as temperaturas aqui ultrapassam os 880 graus.
Décadas de observações revelaram
um planeta envolto em dióxido de carbono
e nuvens tóxicas de ácido sulfúrico.
Imagens de radar mostram milhares de antigos vulcões,
numa superfície tão quente que pode derreter o chumbo.
E com uma pressão atmosférica, 90 vezes maior
que a da Terra,
é difícil imaginar que exista vida por aqui.
Mas, análises químicas da atmosfera, mostraram
que existiu água na superfície de Vênus.
Se existiu vida aqui, a evidência precisa ser achada.
E sobre a Terra, o terceiro planeta além do sol,
o que tornou a vida possível?
A resposta está em três componentes chave.
Primeiro, toda a vida possui moléculas orgânicas,
feitas de carbono, compostos que incluem nitrogênio,
hidrogênio e oxigênio, entre outros.
Embora as moléculas orgânicas não estejam vivas,
são os complexos básicos de todo o organismo vivo.
A vida precisa também de um líquido, como a água.
Nela, as moléculas orgânicas básicas interagem
e se tornam mais complexas.
O último fator é uma fonte de energia, como o Sol,
para colocar em ação as reações químicas
que regem toda a vida, desde o menor micróbio...
aos seres humanos.
Quando estes fatores se combinaram,
há bilhões de anos, a vida surgiu...
e hoje continua, até nos ambientes mais extremos,
como aqui.
Este é o deserto de Mojave, em Nevada.
Um dos locais mais quentes e sêcos do nosso planeta.
Esta região é muito interessante, para mim,
porque é a mais sêca.
Há uma linha de aridez aqui.
Se formos ao leste ou a oeste, haverá mais umidade.
Surpreendentemente, até aqui, com pouca chuva no ano,
todos os três fatores para a vida estão presentes.
As rochas fornecem sombra suficiente
para impedir a completa evaporação da água.
Debaixo destas rochas brancas,
podemos encontrar o mais incrível.
Vemos esta camada verde.
Bactérias.
A rocha fornece um pequeno abrigo.
É um pouco mais úmido e agradável
viver sob a rocha, do que no solo ao redor dela.
Além disso, as rochas brancas são translúcidas.
Segurando-as contra o sol vemos a luz através delas.
Estes organismos estão fazendo a fotossintese
aqui no deserto, aonde nada germinará.
Assim, elas vivem numa miniatura de estufa.
Este lugar mostra
que, mesmo nos locais mais hostis da Terra,
sob certas condições, a vida pode ter uma chance.
Para cientistas como Chris McKay, a questão é:
Seria a Terra, o único planeta
com as condições essenciais à vida?
Uma maneira de se saber, é investigar
como planetas, iguais ao nosso, se formaram
e receberam estes fatores em primeiro lugar.
Esta história começa a 4.6 bilhões de anos atrás,
com o nascimento do nosso sistema solar.
Quando uma imensa nuvem de pó e gás se colapsa sobre si,
a pressão aumenta.
As temperaturas no núcleo chegam a milhões de graus...
até que a energia do novo sol explode parte da nuvem.
Isto cria o jovem sistema solar,
revelando as origens dos planetas.
O mistério sempre foi,
como esta nuvem de pó rodopiante
se transformou nos massivos planetas que vemos hoje?
Como, grãos microscópicos se tornaram bolas de golfe,
e como, bolas de golfe se tornaram
objetos com dez metros?
Como se tornaram embriões de planetas?
E existem muitos aspectos
ainda que nós não compreendemos.
Muitos cientistas acreditam
que as respostas estão ocultas nos asteróides...
as mais antigas rochas do sistema solar,
lembranças dos dias que se foram.
Em 2003 a sonda japonesa Hayabusa partiu
numa missão audaciosa.
A meta: pousar em um asteróide,
coletar amostras de poeira e retornar a Terra.
O alvo é o asteróide Itokawa,
com 3 milhas de comprimento e viajando pelo espaço
a 56.000 milhas por hora.
Pousar num asteróide é como acertar um projétil
com outro projétil.
Hayabusa, em japones,
significa falcão, e a idéia era fazer a sonda atuar
como um falcão capturando um coelho
aterrisar, apenas tocando a superfície,
pegar uma amostra e partir.
Em 2005, a 180 milhões de milhas da Terra, ela aterrisa.
E permanece o suficiente para coletar uma amostra.
Levará cinco anos
para Hayabusa trazer a poeira do asteróide de volta a Terra.
Neste intervalo, usando os "lasers" da sonda,
Hayabusa mede o tamanho e a *** de Itokawa.
Isto permite aos cientistas
determinar a estrutura interna do asteróide.
O que eles descobrirem pode ser o segredo
de como planetas, similares a Terra, se formaram no início.
Isto não é um pedaço de rocha sólida, de fato,
consiste em um amontoado de pequenas rochas,
de vários tamanhos, de casas a grãos de poeira.
Se olhássemos o interior do asteróide Itokawa,
ele se pareceria com isto:
uma mistura solta de pequenos asteróides
mantidos juntos pela gravidade.
Talvez 40% do volume interno do asteróide seja espaço vazio.
Talvez você pegasse a sua mão e faria isto
empurrando-a para dentro do asteróide.
Seria este o primeiro passo
da criação de planetas como a Terra?
Os asteróides não são apenas pedaços de rocha.
Estas são as partes básicas ou blocos de criação de planetas.
Durante centenas de milhares de anos,
asteróides como o Itokawa continuaram a colidir,
crescendo cada vez mais e se aquecendo.
Enquanto sua gravidade crescia atraíam mais asteróides
até que afinal, as temperaturas aumentaram,
e se tornaram esferas de rocha com núcleos quentes em fusão,
protoplanetas.
Simulações mostram que a dez milhões de anos
do nascimento do sistema solar,
cerca de uma centena de protoplanetas
do tamanho da nossa Lua ao tamanho de Marte
orbitavam próximo ao sol.
Mas porque o sistema solar parece tão diferente hoje?
Esta é a proto-Terra a 4,5 bilhões de anos atrás.
O geólogo planetário Stephen Mojzsis acredita que
este mundo era muito diferente daquele que vemos hoje.
Olhando a superfície aqui, a paisagem é dominada
por lava, fuligem e é atingida por impactos.
Sob o solo encontramos basicamente rocha basáltica.
É o resultado esfriado da rocha derretida.
Estas superfícies planetárias não eram caldeirões ferventes.
Ao invés disto, para a maioria, em sua história de criação,
elas eram sólidas e frias.
A atmosfera é densa, com dióxido de carbono
e envolta por ácido sulfúrico,
o resultado da intensa atividade vulcânica.
A Terra embrionária teria uma atmosfera
mais densa do que a de hoje
e um céu amarelo e vermelho totalmente irrespirável.
Como este mundo tóxico e inóspito
tornou-se a Terra que vemos hoje?
Ironicamente, um evento cataclísmico
criou um planeta capaz de abrigar a vida.
Um protoplaneta do tamanho de Marte colidiu com a Terra.
A colisão foi tão violenta que derreteu a superfície,
criando um planeta ainda maior,
e enviando rocha fundida ao espaço, que ao se unir,
eventualmente, formou a nossa Lua.
A Terra não foi o único planeta
transformado por impactos gigantescos.
Durante dezenas de milhões de anos,
todos os protoplanetas do nosso sistema solar inicial
colidiram repetidamente,
tornando-se cada vez maiores a cada impacto,
num destrutivo jogo de bilhar planetário.
Este processo talvez formou
os quatro planetas rochosos que vemos, hoje:
Mercúrio...
Vênus...
Terra...
e Marte.
Assim os planetas que hoje existem
são aqueles que venceram o grande desafio,
onde alguns planetas foram literalmente destruídos
ou lançados para fora do nosso sistema solar,
e outros sobreviveram e permanecem até hoje.
Sarah Stewart é uma cientista planetária.
Ela está tentando determinar
como estes impactos criaram um mundo habitável.
Existem algumas condições especiais que devem ocorrer
num sistema solar para surgir um planeta igual a Terra.
Saber o que acontece
quando um grande planeta do tamanho da Terra atinge Marte
não é algo simples.
É preciso colidir várias coisas juntas
a grandes velocidades.
Queremos simular o que acontece
quando materiais atingem a Terra a altas velocidades.
O que fazemos no laboratório
é estudar as partes deste processo
e, usando a informação colhida de várias experiências,
criamos modelos de computador
que tentam recriar todo o acontecimento.
Isto requer um equipamento especial,
um canhão de 20 pés que usa uma carga explosiva
para lançar projéteis a mais de 6.000 milhas por hora.
Na outra extremidade existe uma câmera de pressão
e o alvo, representa um planeta como a Terra,
ligado por sensores precisos.
Temos uma arma de 40 milímetros
que lança projetéis de cem gramas, nas rochas ou gelo,
e estudamos o que acontece quando a onda de choque viaja
através do material.
A arma está pronta para disparar.
Cada *** mede a temperatura e as ondas de choque
geradas por diferentes materiais
quando colidem um contra o outro.
Os resultados são inseridos em modelos computacionais
dos estágios finais de um planeta em formação.
A poucos anos atrás,
entendemos o quão importante
foi o último impacto gigantesco no estágio final de um planeta.
O último impacto pôde, fundamentalmente, mudar
grandes partes do planeta, e pode ter criado
algo parecido com a Terra
ou algo semelhante a Mercurio.
O trabalho de Sarah apesar de não ser conclusivo, sugere
que grandes impactos podem ter criado água
na superfície de um planeta.
Seus resultados indicam que as colisões foram tão violentas,
que podem ter aquecido rochas até a 2.000 graus,
quente o bastante para liberar a água
armazenada nas profundezas da superfície, como vapor.
Sarah acredita que isto pode ter acontecido
durante a colisão catastrófica final na Terra.
Na sequência,
enquanto o planeta quente se resfriava por milhões de anos,
o vapor se condensa e cai como chuva,
cobrindo a superfície com mares e oceanos.
Se esta hipótese estiver correta,
então, milhões de anos após a sua formação,
a Terra tinha dois dos três fatores necessários a vida:
água e energia do sol.
Mas, e sobre as moléculas orgânicas,
os blocos químicos criadores da vida?
Como elas chegaram à Terra?
alguns cientistas crêem que a resposta possa estar
nos confins do sistema solar...
além de Jupiter...
Saturno...
Urano...
e até mesmo de Netuno.
Aqui, a três bilhões de milhas do sol,
existe um imenso anel de cometas
e rochas, chamado de o Cinturão Kuiper.
Como os asteróides,
os cometas são os restos do início do sistema solar.
Mas são feitos de rocha e gelo
que se congela somente longe do sol.
O astrobiologista Danny Glavin e equipe acham que os cometas
são a chave para se compreender
como os fatores necessários finais à existência da vida
chegaram à Terra.
Os cometas são importantes para serem estudados
porque são como janelas de volta no tempo.
Eles se formaram a 4.5 bilhões de anos atrás,
antes até da criação da Terra,
e assim, olhamos para a química destes objetos
que estão congelados no tempo.
Mas analisar o recente material dos cometas
quando a amostra está a mais de 3 bilhões de milhas
é um grande desafio.
Felizmente,
cometas gelados, as vezes, se aproximam da Terra.
Quando chegam perto do sol, os cometas se aquecem
e o gelo começa a se evaporar,
lançando partículas minúsculas de gelo e poeira.
Assim, quando olhamos para um cometa no céu,
vemos, fundamentalmente, a cauda.
Não vemos o pequeno núcleo rochoso gelado,
porque ele está oculto
pela evaporação do gelo e das rochas.
Então, vemos uma longa cauda e o vento solar,
que o arrasta por milhões e milhões de milhas atrás.
A nave Stardust decola.
Um foguete Delta II se dirige ao espaço.
A bordo a sonda Stardust.
À velocidade Mach 1, ele sobe com perfeição e normalmente.
O alvo: encontrar-se com um cometa no espaço
a aproximadamente 60.000 milhas por hora,
em seguida, atravessar o gelo e a poeira,
coletar um pouco do material e o trazer de volta à Terra.
A 240 milhões de milhas da Terra,
a Stardust se aproxima do cometa chamado Wild 2.
A sonda se dirige ao centro do cometa
e faz estas imagens do seu sólido núcleo gelado.
A superfície é rachada e irregular,
e dela são expelidos jatos de poeira e partículas de gelo.
O astrônomo John Spencer é um perito
em objetos do sistema solar exterior.
A superfície cometária é bastante traiçoeira.
Vemos espirais que podem ter centenas de pés de altura.
Vemos saliências,
camadas viradas para cima, onde a superfície parece
ter sido despedaçada.
É uma paisagem muito, muito estranha.
Vemos uma superfície, em sua maioria negra,
mas, espalhado em volta, vemos gelo fresco.
Vemos um céu ***, em sua maioria,
porque a atmosfera é quase insignificante.
Este céu *** é pontilhado
por este jatos de partículas de gelo, similares a geisers,
que são expelidos a velocidades supersônicas.
Estes geisers de gelo bombardeiam a Stardust.
As partículas se chocam a quase 4.000 milhas por hora,
seis vezes mais rápido do que um projétil.
A Stardust sobrevive intacta
e em 15 de janeiro de 2006, as amostras chegam a Terra.
Elas são levadas para o Estado de Utah,
onde obtivemos as primeiras amostras de um cometa,
e lá, haviam astrobiologistas de todos os lugares da Terra,
que estavam ansiosos,
por saberem que, pela primeira vez,
analisariam material cometário.
Dentro da sonda, os cientistas descobrem
cerca de um quilo de poeira cometária.
Glavin e sua equipe analisam o material por três anos.
E então, fazem uma descoberta incrível.
Na poeira do cometa
encontraram traços da molécula orgânica glicina,
uma parte integrante de todos os organismos vivos.
Provávelmente, congelado no interior do cometa ao se formar,
a glicina consiste de elementos simples
encontrados na nuvem de gás e poeira,
que deu origem ao nosso sistema solar.
Atualmente, a glicina é um aminoácido.
É um dos blocos criadores da vida.
Ela faz a vida crescer.
Ela forma as proteínas e as enzimas,
catalisa todas as reações dos nossos corpos,
e é fundamental para a vida.
Sem ela não existiríamos.
Toda a vida na Terra, de bactérias a nós,
usa os aminoácidos.
A glicina é especial
porque é o mais comum dos 20 aminoácidos necessários
a fabricação das proteínas, parte do edifício da vida.
A descoberta mostra que os cometas podem ter uma fonte
de materiais orgânicos necessários a vida na Terra.
Provamos que, de fato, os cometas podem ter espalhado
os fatores brutos da vida na antiga Terra.
Mas, porque os cometas
vieram dos extremos limites do sistema solar,
se chocar na Terra e trouxeram estes compostos orgânicos?
A pista para uma possível resposta
está no Cinturão Kuiper, o anel de objetos gelados,
que orbita o sol, no limite do nosso sistema solar.
Esperávamos, ao encontrar o Cinturão Kuiper,
ver objetos em órbitas circulares normais
ao redor do sol.
Porém, vimos que, no Cinturão Kuiper
os objetos não orbitavam como era de se esperar.
Por aqui, reina o caos.
No Cinturão Kuiper, vemos algo que parece
como se o sistema solar
tivesse sido sacudido com força.
Por isso pensamos
que algo realmente estranho aconteceu por aqui.
Levison supõe que as razões para esta destruição
esteja ligada aos dois maiores planetas
do sistema solar.
Jupiter é tão grande que pode engolir mais de 1.300 Terras,
e Saturno, com os seus imensos anéis de gelo,
possui 95 vezes a *** da Terra.
Seus corpos causam um imenso fluxo gravitacional.
Tudo o que vemos
é o resultado do que Jupiter e Saturno fizeram.
Levison supõe, se o caos que vemos no Cinturão Kuiper,
pode ter sido causado pela colisão de um planeta.
Para saber isto, ele faz várias simulações em computador.
Um modêlo cria as condições do Cinturão Kuiper
que vemos hoje.
A 3.9 bilhões de anos, Jupiter orbitava o sol, duas vezes
e Saturno apenas uma vez.
Cada vez que estas órbitas coincidiam,
ocorria uma poderosa onda gravitacional,
que empurrou Saturno para mais longe do sol,
e desestabilizou as órbitas de dois planetas distantes,
Urano e Netuno.
Jupiter e Saturno lutavam entre si,
o que tornou as órbitas de Urano e Netuno,
completamente enlouquecidas.
Urano e Netuno foram sendo levados para fora
do Cinturão Kuiper.
Cometas do tamanho de milhas de comprimento,
a objetos do tamanho de Plutão,
foram expulsos de suas órbitas pela invasão planetária.
O cinturão enlouqueceu.
É como uma bola de boliche se chocando com os pinos.
Isto se espalhou por toda aquela região.
O resultado final é um período de cem milhões de anos,
onde cometas foram expulsos do sistema solar,
por Urano e Netuno,
chocando-se com qualquer objeto em seu caminho.
Os cientistas o chamam de o "último bombardeio pesado".
A Terra não escapa.
Isto foi tão violento,
que cada polegada quadrada da superfície da Terra,
foi atingida por um cometa durante este período.
Esta é uma das teorias que podem explicar
como, grandes quantidades de moléculas orgânicas,
os blocos criadores da vida, chegaram à Terra.
Evidências do bombardeio podem ser vistas
na superfície de outros planetas e luas do sistema solar.
São as crateras de impacto.
Literalmente as sementes da vida, os aminoácidos,
teriam sido trazidos a todos os planetas
e suas luas em nosso sistema solar.
Se os blocos criadores da vida foram trazidos por cometas
através do sistema solar,
teria a vida se espalhado por outros mundos além da Terra?
É improvável que organismos vivos existam atualmente
em Vênus ou Mercúrio,
pois as sondas não acharam evidências, nestes planetas,
de outro fator essencial a vida: a água líquida.
Mas, e quanto ao planeta Marte?
Aqui, os compostos orgânicos ainda precisam ser achados,
mas os cientistas estão pesquisando o planeta
em busca de outras pré-condições de vida.
Muitas missões chegaram em Marte e todas sugeriram,
que um dia, houve água na superfície.
Estas imagens detalhadas de satélites orbitando Marte
revelam imensos "canions" cavados por inundações
e vales esculpidos por rios caudalosos.
Mas, evidências indicam que toda esta água desapareceu
da superfície, a bilhões de anos atrás
quando Marte resfriou e perdeu a sua atmosfera.
Mas em 25 de maio de 2008,
uma nave chamada Phoenix aterrissou
perto do polo norte de Marte.
Escavando algumas polegadas abaixo,
ela expôs um material branco,
que evaporou poucos dias depois.
Análises do solo revelaram que era água congelada.
Pousamos a 68 graus ao norte.
Poucos centímetros abaixo do solo havia gelo.
Os satélites fizeram análises de radar
de ambas as calotas polares.
Vimos que, sob uma camada de dióxido de carbono,
havia uma grande quantidade de água congelada.
Se toda ela se derretesse cobriria todo o planeta
num oceano de mais de 80 pés de profundidade.
Quando olhamos para Marte
e vemos as reservas de água que possui,
nos surpreendemos com o volume de água,
e quanta água ainda existe armazenada no subsolo.
Os mesmos satelites que orbitaram Marte descobriram
que o gelo sob a terra também está espalhado
sob o solo dos desertos.
Quando olhamos para Marte, vemos um mundo deserto,
sem água, mas de fato, Marte possui muita água...
sob a forma de gelo.
Marte é um cubo de gelo coberto de poeira.
Mas isto não significa que achar vida aqui é iminente.
O gelo não derrete em Marte da mesma forma que na Terra.
A pressão atmosférica é 150 vezes menor que a nossa.
É impossível a água existir na forma líquida
na superfície.
O gelo em Marte se comporta como o gelo seco na Terra.
Um pedaço de gelo seco na Terra
vai diretamente do estado sólido para o vapor.
Ele não se converte em líquido.
Por isso o chamamos gelo seco.
Em Marte a pressão é tão baixa
que a água congelada se comporta da mesma forma.
A ausência de água líquida em Marte, atualmente,
significa que as reações químicas não podem ocorrer.
Parece impossível que a vida possa existir aqui.
Mas, poderia existir vida no gelo do subsolo?
Uma viagem a um dos locais mais frios da Terra
busca responder a esta questão.
Estes são os vales secos da Antartica,
um dos desertos mais extremos do mundo.
Aqui, sob uma camada de terra seca,
existe gelo no subsolo, semelhante a Marte.
Se a vida pode existir aqui, poderia existir em Marte?
Estamos fazendo, na Antártica,
exatamente o que queremos fazer em Marte.
Perfuramos este solo parecido com Marte,
coletamos gelo similar ao de Marte, e buscamos
microorganismos parecidos com os de Marte.
No ponto onde a terra se encontra com o gelo,
a equipe descobre uma tênue camada de água líquida.
E quando vemos a amostra sob o microscópio,
para nossa surpresa, algo está se movendo.
Encontramos vida no gelo,
e isto é incrível.
Os microorganismos se desenvolvem na faixa de água,
mas apenas por pouco tempo.
Eles passam a maior parte do ano
congelados e inativos,
tornando-se ativos, poucas semanas a cada verão,
quando as temperaturas sobem.
Em Marte, as temperaturas, no verão do seu equador,
podem chegar a 70 graus.
Será que o gelo do subsolo, ao derreter, criaria condições
semelhantes às encontradas na Antártica?
Poderíamos ser capazes de encontrar condições
onde o gelo está proximo o bastante a superfície,
perto do equador, e mesmo sob as condições atuais,
existir uma pequena chance de haver água líquida e vida.
Se as sondas encontrarem água líquida em Marte,
será uma extraordinária descoberta,
mas a simples ocorrência de água, não significa existir vida.
Porém, hoje existe um conjunto
de fatores, que sabemos, dão suporte a vida na Terra
e condições que existem ou existiram uma vez,
em outros planetas em nosso sistema solar.
Mas isto ainda levanta a questão,
de quais condições são necessárias
para a vida surgir, em, primeiro lugar?
Como este processo de criação, ou seja,
a vida nascendo de algo sem vida, acontece?
Seriam as condições que uma vez existiram em Marte
adequadas a isto?
Não sabemos.
Simplesmente, não sabemos.
Então, como os cientistas poderiam saber
se haveria a possibilidade de vida sob a superfície de Marte?
Uma descoberta atual, aberta ao debate, traz uma pista.
Medindo os comprimentos de onda da luz infravermelha,
um telescópio da NASA detecta algo misterioso
na atmosfera de Marte... a existência de gás metano.
É uma descoberta intrigante.
O gás metano, na Terra,
é produzido pela atividade geológica (vulcões de lama),
mas, a maioria do metano encontrado na atmosfera,
é um resíduo gerado por microorganismos.
O metano possui uma interessante ligação com a vida.
Ele pode ser um produto da vida.
Poderia ser algo gerado pela vida, a evidência de vida.
Bem, a descoberta do metano
foi uma das mais notáveis que apareceram
só nos últimos anos.
Novas observações dos telescópios Keck sugerem
que certas áreas de Marte estão liberando milhares de toneladas
de gás metano a cada ano.
De onde vem este metano?
Ele é sazonal.
Parece que há mais metano sendo liberado
durante o verão, em Marte, do que em outra estação.
Ainda não existem dados suficientes
que informem os cientistas do que está gerando o metano.
Mas, qualquer que seja a fonte, é um incrível indício
que pode mudar nossa compreensão sobre Marte.
O metano pode ser biológico, o que seria incrível,
ou poderia indicar
que algum processo geológico está gerando o metano,
o que também seria incrível porque poderia demonstrar,
que Marte é um mundo ativo.
Para confirmar, a NASA está voltando ao planeta vermelho.
Desta vez, uma das missões chave é pesquisar
por moléculas orgânicas, os blocos criadores da vida.
Se encontrarmos moléculas orgânicas em Marte
e confirmarmos que elas pertencem a Marte
e não algo que trouxemos conosco, uau!
Isso seria espetacular.
Se acharmos aqui, os três fatores necessários a vida,
isto abre a possibilidade
de que a vida poderia surgir.
Afinal, somos todos humanos, não é?
E queremos certas coisas.
Ninguém quer ficar sózinho, não é?
Mas, em ciência, é importante ter a mente aberta.
Para encontrar as moléculas orgânicas,
A NASA enviará um veículo similar a um carro compacto
chamado Curiosidade.
O Curiosidade será
a nossa primeira grande chance, eu acho,
de procurar por vida em Marte.
O Curiosidade leva
o mais avançado conjunto de de instrumentos já enviados
ao planeta.
Ele coletará, triturará, cozinhará rochas marcianas,
e usará o espectroscópio para revelar se as amostras contém
algum dos fatores químicos necessários a vida.
Não é apenas um geológo, é um astrobiólogo.
Poderá ver as rochas, e tudo ao seu redor,
como jamais vimos estes materiais antes.
Mesmo possuindo os mais avançados instrumentos,
encontrar moléculas orgânicas é um grande desafio.
Será um problema complicado.
Muitos processos podem destruir estas moléculas.
A radiação espacial pode destruí-las.
Compostos oxidantes na atmosfera marciana,
podem destruí-las.
Estaremos procurando por moléculas orgânicas
que precisam ser protegidas do ambiente marciano
num determinado momento.
E o problema é maior porque, a Curiosidade procurará
por compostos orgânicos específicos,
que são o resultante de seres vivos,
a evidência que a vida, uma vez, existiu aqui.
E é isto que a experiência de Jennifer Eigenbrode
precisa descobrir.
As moléculas orgânicas contam a história
sobe como elas chegaram e o que aconteceu com elas,
e esta é a história que tento descobrir nas rochas de Marte.
Esta experiência pode mudar nossa impressão sobre Marte
como um planeta sem vida
alterando-a para um lugar que pode abrigar a vida.
Se a nave Curiosidade mostrar alguma evidência
de que a vida tenha existido em Marte,
isto trará grandes implicações.
Se aqui, em nosso sistema solar a vida surgiu duas vezes,
poderíamos dizer que a vida se encontra em qualquer lugar.
A Curiosidade e outras missões podem um dia revelar
se a vida existiu em lugares como Marte
e se ainda existe hoje.
Mas mesmo se os cientistas concluírem finalmente
que não há vida nos planetas próximos a Terra,
isto não significa que não possa existir no espaço.
Além de Marte outros mundos aguardam a sua exploração...
As luas distantes que orbitam
os planetas gigantes Jupiter e Saturno...
Luas tão estranhas quanto ***ã envolta em névoa laranja...
Uma delas pontilhada por centenas de vulcões...
Outras com gelo brilhante, cobertas com linhas misteriosas...
E outra pequena lua esculpida com profundas fissuras.
Descobrimos ao olhar para estes planetas gigantes
e suas luas
que eles são quase como mini sistemas solares em si mesmo.
Sondas estão fazendo descobertas nestas luas
que estão mudando a nossa compreensão
de onde a vida possa existir.
Elas estão encontrando novas fontes de energia,
oceanos ocultos de água líquida,
e moléculas orgânicas sendo expelidas ao espaço.
E muito além destes mundos,
os cientistas estão explorando novos sistemas solares
ao redor de outras estrelas.
Com certeza bilhões,
centenas de bilhões de planetas como a Terra,
possuem as condições necessárias para ter vida.
Enquanto eles exploram estes locais distantes
com mais e mais recursos de tecnologia avançada,
aprendem que as condições para a vida
não são algo que pertence somente a Terra,
e que as forças naturais atuantes aqui,
podem estar ativas em nossa galáxia e além dela.
Voltaremos a "Buscando Vida Além da Terra"
Estamos sózinhos no universo?
Esta antiga questão
está produzindo novas respostas excitantes.
Decobertas atuais sugerem que as condições para a vida
podem estar mais distribuídas do que se imaginou.
A ficção científica não nos contou de nenhuma forma
o que estaríamos encontrando agora no espaço.
Missões a nosso vizinho Marte estão revelando evidências
de que a água, um fator chave à vida, pode existir.
Marte possui muita água.
Ele é um cubo de gelo coberto por uma camada de poeira.
E as sondas estão encontrando
os blocos químicos essenciais à vida
em locais inesperados.
Literalmente, as sementes da vida
foram deixadas em todos os planetas e suas luas
de nosso sistema solar.
Mas, e quanto aos confins frios
do nosso sistema solar e além?
Poderia existir vida aqui, também?
Novas missões estão revelando estranhos mundos,
luas que podem possuir vastos oceanos ocultos
sob milhas de gelo...
Paisagens repletas com centenas de vulcões ativos.
Agora, a região onde a vida
possa, talvez, existir expandiu-se além da Terra,
aos confins de nosso sistema solar.
E locais onde jatos se ejetam a centenas de milhas no espaço.
Podemos capturar em nossas mãos
a evidência da vida extra-terrestre.
E as forças épicas que deram origem ao nosso sistema solar
estão em ação por todo o Universo.
Existem dezenas de bilhões de planetas orbitando
outras estrelas, apenas em nossa galáxia.
Poderia haver um planeta como a Terra entre eles?
Encontraremos
mundos habitáveis, com certeza, esta semana,
ou no próximo mês, ou no próximo ano, cedo ou tarde.
"Buscando Vida Além da Terra" agora, na emissora NOVA.
O financiamento da emissora NOVA é fornecido por:
E...
E pela Corporação de Emissoras Públicas.
E por:
Financiamento adicional é dado por Millicent Bell através:
A possibilidade de vida além da Terra é uma idéia incrível,
levando a humanidade a perguntar
se existem outros mundos aonde a vida possa existir.
Agora, enquanto a tecnologia espacial avança,
as chances de encontrá-la são maiores do que nunca.
Eu adoraria encontrar
vida além da Terra.
Gosto de pensar que poderíamos encontrá-la,
e gosto de pensar que poderemos fazê-lo,
nos próximos anos.
A busca se concentra nos três fatores básicos.
O primeiro dos blocos químicos básicos da vida
feitos de elementos simples na nuvem de gás e poeira
que deram origem a todos os planetas e luas.
Estes elementos químicos foram possívelmente trazidos
através do sistema solar bilhões de anos atrás...
por cometas e asteróides.
São compostos chamados orgânicos,
contendo carbono, oxigênio, hidrogênio e nitrogênio.
A vida necessita, também, de um líquido como a água
que permite aos compostos se misturar e interagir.
E enfim, a vida precisa de uma fonte de energia como o sol,
acionando as reações químicas que tornam a vida possível.
Os cientistas acreditavam que todos estes três fatores
podiam ser encontrados somente,
nos planetas que estavam a uma certa distância do sol.
Se fôsse muito perto, seria quente demais.
Se estivesse um pouco além de Marte, seria muito frio.
Mas agora, as missões ao extremo do sistema solar
colocam esta afirmação em questão.
Este é Jupiter visto pela sonda espacial Voyager 1,
lançada a décadas atrás para explorar além do sistema solar.
A meio bilhão de milhas do sol,
parece improvável que a vida possa existir aqui
neste frio extremo.
A Voyager chega a Io, uma das mais de 60 luas de Jupiter,
orbitando à sombra do planeta gigante gasoso.
Io deveria ser um mundo frio, gelado e lamacento.
Mas a Voyager mostra algo completamente inesperado.
Estas imagens reais da superfície de Io
revelam centenas de vulcões gigantes ativos.
Outras sondas mostraram vastos lagos de lava derretida.
Na Terra, a atividade vulcânica deve-se ao calor do núcleo,
mas Io é tão pequena
que deveria ter se resfriado a bilhões de anos atrás.
Deve haver outra fonte de energia no interior da lua.
A descoberta de vulcões ativos em Io
foi uma das maiores
da ciência planetária.
Observando os vulcões na Terra
e estudando o grande volume de dados obtidos de Io,
Ashley Davies descreve
o que seria caminhar na superfície de Io.
Caminhando sobre a superfície de Io, vemos que
é um ambiente muito, muito hostil.
É ao mesmo tempo, muito frio ou muito quente
onde a atividade vulcânica acontece.
Com certeza, não existe atmosfera.
A cada passo se dá um salto
porque a gravidade de Io é a mesma da lua:
um sexto da de nossa Terra.
Você sentiria que sob seus pés algo está sendo amassado
enquanto segue de um vulcão a outro
através destas vastas planícies.
Bem, chegamos no meio de um vasto campo de fluxo de lava.
É *** e bem quente.
Isto é composto de fluxos de lava
que saíram de um dos muitos vulcões de Io
como aquele que está ali.
A sonda New Horizons passa perto de Io.
E tira esta imagem
da enorme erupção de um vulcão chamado Tvashtar.
Uma imensa nuvem de enxofre se ejeta 200 milhas no espaço.
Estas imagens reais mostram a nuvem enquanto se espalha
e retorna à superfície.
Em Io, vemos estas imensas erupções vulcânicas.
Os gases que saem da lava
jogam o material bem alto no vácuo do espaço.
É muito, muito espetacular.
O que poderia gerar tanta energia
numa lua que deveria estar congelada?
E de onde vem este poder?
A chave para entender a atividade vulcânica de Io
é o planeta Jupiter.
Io orbita Jupiter numa elipse suave, ao invés de um círculo.
A cada órbita, Io sofre a força gravitacional
de Jupiter e suas luas.
Quando Io está mais perto do planeta gigante,
ele é esticado por mais de 330 pés.
Durante bilhões de anos, isto criou
uma grande fricção bem no interior da lua.
Esta flexão frequente do satélite
é como dobrar um pedaço de metal... ele se aquece.
E esta é a maior fonte de energia vulcânica de Io
e de seu núcleo vulcânico.
A poderosa força de maré,
gerada pela atração gravitacional de Jupiter,
cria uma fonte alternativa de energia
bem distante do calor do sol,
uma fonte de energia que em princípio poderia gerar a vida.
O mais importante sobre Io é que ele move o nosso saber
além da zona habitável em volta do sol
onde a energia vem apenas do sol.
Agora a zona aonde a vida poderia existir
se expandiu para além da Terra
aos confins do sistema solar.
Mas as chances da vida existir em Io, são mínimas.
Apesar de possuir uma fonte de energia
e poder possuir os blocos químicos exatos, trazidos
por cometas e asteróides a bilhões de anos atrás,
os cientistas não acharam o terceiro fator chave:
um líquido como a água.
Mas Io não é a única lua circundando Jupiter.
A sonda não-tripulada Galileo da Nasa
paira sobre a próxima lua, Europa.
Ela visitou Europa
doze vezes e apenas doze vezes.
Tudo o que sabemos sobre Europa
veio destas doze visitas.
E cada uma delas nos excitou além da imaginação.
Pouco menor que a nossa lua,
Europa está coberta por gelo.
Os dados obtidos por Galileo mostram
que a temperatura da superfície é, menos 260 graus Fahrenheit,
certamente hostil a vida.
Mas quando a sonda se aproxima, ela faz estas imagens.
Uma misteriosa rede de negras fissuras
esculpida na superfície gelada de Europa.
Vemos locais onde claramente
o gelo rachou e ambos os lados se separaram.
O material subiu e congelou preenchendo a brecha.
Junto com as negras fissuras,
a sonda mostra imensas áreas de gelo esculpido
que parecem ter derretido, se rompido,
e congelado de novo.
Algo dramático está acontecendo
destruindo a superfície por aqui.
Para um olho treinado, é um padrão conhecido.
O mar de gelo na Terra é bem parecido com isto.
Então a Galileo faz leituras do campo magnético de Europa.
Estas indicam uma corrente elétrica fluindo no interior,
semelhantes a de um oceano de água líquida salgada.
É muito difícil de se obter este padrão,
sem que exista um oceano sob o gelo.
Os dados do campo magnético sugerem que milhas abaixo,
da superfície congelada de Europa,
existe um oceano que pode ter 60 milhas de profundidade.
Esta pequena lua pode ter duas vezes mais água líquida
do que todos os oceanos da Terra.
Algo deve estar derretendo a lua em seu profundo interior.
E novamente, a chave é Jupiter.
As mesmas forças de gravidade que dobram o interior de Io,
transformando-o em um oceano de magma,
estão derretendo o gelo de Europa
produzindo o seu oceano oculto de água líquida
e criando as fissuras na superfície gelada da lua.
O gelo está rangendo e gemendo ao redor.
Isto gera uma grande quantidade de fricção
e grande quantidade de calor.
Mas a questão é,
poderia haver vida neste frio, oceano líquido
oculto sobre milhas de gelo
onde não existe energia do sol?
Para descobrir, o biologista Tim Shank explora os oceanos
aqui na Terra que lembram as profundezas geladas de Europa.
A 200 milhas do polo Norte,
Tim envia robôs para procurar vida,
a 12.000 pés sob as placas de gelo do Àrtico,
onde a luz do sol nunca alcança.
Explorar as profundezas do Oceano Ártico
não é o mesmo que explorar um outro corpo planetário,
em nosso sistema solar.
É preciso lidar com pressões e temperaturas imensas,
extremos onde a vida possa existir.
Aqui, a atividade vulcânica está empurrando o solo do mar.
Os cientistas acham que algo semelhante possa acontecer
sob o oceano em Europa.
Cremos que ela possui um núcleo rochoso,
que se encontra sob forças de maré e influências
se flexionando também, como o resto do planeta.
E este calor precisa ir para algum lugar.
No solo agitado do Oceano Ártico,
O robô de Tim descobre a evidência
de um ambiente extremamente hostil.
Chaminés vulcânicas expelem água
super aquecida a 700 graus,
cheias de químicos tóxicos como o sulfeto de hidrogênio.
Tim acredita que chaminés como estas
possam existir nos solos oceânicos de Europa
e, reunidas ao redor das chaminés, na escuridão,
a equipe de Tim encontra vida.
Descobrimos novas formas de vida,
micróbios cobrindo milhas do solo do oceano.
Existe vida mesmo nas águas mais frias,
nas regiões mais profundas de nossos oceanos polares,
onde não imaginávamos que pudessem existir.
Ao invés da luz do sol que age nas reações vitais,
estes micróbios usam enxofre, hidrogênio e metano,
como fontes químicas de energia.
E os micróbios são a base de uma vasta cadeia alimentar.
A descoberta de vida aqui,
levanta a possibilidade de vida em Europa.
Ficou claro que os compostos básicos,
os elementos químicos que dão a vida, existem em Europa.
Não há nada que eu possa pensar,
nenhum composto perdido que não exista no oceano de Europa.
Na verdade, ficaria surpreso se não achássemos vida lá.
Com água líquida, uma fonte de energia,
e os blocos químicos criadores necessários,
talvez trazidos por cometas e asteróides,
Europa abre a possibilidade
de que a vida possa existir em lugares jamais imaginados.
E assim estas luas,
enquanto orbitam planetas, geram calor,
derretem a água, criando sob a cobertura de gelo...oceanos
e produzindo um ambiente potencial a vida.
Esta é uma revolução em nosso modo de pensar.
Mas levar uma sonda a a superfície de Europa,
para testar estas teorias é apenas um dos desafios
na busca pela vida a bilhões de milhas do sol.
É preciso construir algo que possa atravessar
seguramente, quilometros de gelo.
Isto é difícil de se fazer na Terra.
Depois é preciso algo que possa submergir.
Isto acontecerá um dia.
Adoraria viver para ver isto, mas será difícil.
Europa não é o único local excitante,
bem distante do nosso sistema solar.
Poderiam existir, em outras luas, orbitando outros planetas
condições similares, mesmo bem longe do sol?
Uma missão para investigar isto, é a da sonda Cassini.
Ela segue em direção ao planeta anelado Saturno,
a um bilhão de milhas do sol.
Seu objetivo:
explorar Saturno, descobrir como seus anéis se formaram,
e investigar algumas de suas mais de 60 luas.
A missão da Cassini inicialmente,
era investigar tudo sobre o sistema Saturno.
É uma grande expedição exploratória.
Cassini deu aos cientistas a melhor visão
deste misterioso sistema planetário.
Cassini foi equipada com a mais sofisticada
instrumentação científica jamais levada
aos confins do sistema solar.
Ela possui câmeras, espectômetros.
É com certeza, o mais moderno robô num posto avançado
que a humanidade jamais enviou ao redor do sol.
Sete anos após o lançamento,
a Cassini finalmente entra em órbita ao redor de Saturno.
Estas imagens mostram os anéis em detalhes nunca vistos.
Estendendo-se por centenas de milhares de milhas, eles
em alguns locais possuem só dezenas de pés de espessura.
Analisando os comprimentos de onda da luz refletida,
a Cassini confirma que estes imponentes anéis
são feitos de bilhões de partículas brilhantes
de água gelada, quase pura.
Elas variam, em tamanho, de um grão de poeira
ao tamanho de uma montanha.
Após quase oito meses coletando dados
de Saturno e seus anéis,
Cassini se dirige a uma das luas mais próximas.
Esta pequena bola de gelo de 300 milhas é Enceladus.
As imagens mostram uma superfície branca e brilhante
diferente de qualquer outra das luas de Saturno.
Ela é esculpida com fendas, sulcos e fissuras,
que se estendem através do polo sul,
Cassini fotografa estas estranhas e imensas fendas...
vistas aqui em azul... quatro fendas paralelas,
que os cientistas chamaram de as "Listras do Tigre".
Com 75 milhas de extensão e vários pés de profundidade.
Elas se parecem muito com as linhas de falhas na Terra.
Enceladus era o maior objetivo da missão Cassini.
Ficou claro que algo havia acontecido com Enceladus
no passado.
A questão era,
estaria acontecendo algo com Enceladus hoje?
Em outro vôo, os sensores termais de imagem da Cassini
revelaram algo inesperado.
No polo sul,
as "Listras de Tigre" deveriam ser muito mais frias
do que o resto da lua, mas estavam emitindo calor.
Apesar de estarem a menos de 120 graus de temperatura,
as fendas estão a mais de 200 graus de calor,
do que a maior parte da lua.
Então, quando Cassini muda de direção,
ela vê Enceladus destacando-se contra o sol...
e imensos jatos de gelo sendo lançados ao espaço.
Estas imagens reais mostram os jatos sendo expelidos
centenas de milhas para fora das "Listras de Tigre".
Carolyn e sua equipe estão estupefatos.
Jamais esperávamos ver algo
como uma floresta de jatos expelida a vários quilômetros
no céu sobre Enceladus.
Era algo jamais visto antes.
Será que Enceladus possuía uma fonte interna de energia
como Io e Europa?
Os cientistas acreditam
que, quando Enceladus orbita o gigante Saturno,
a fricção das forças gravitacionais
o aquece, derretendo o gelo no interior da lua
da mesma forma que em Europa.
Eles acreditam que os jatos são de água líquida,
evaporando e congelando ao irem para o vácuo espacial.
Eles se ejetam para cima a 1.200 milhas por hora.
Enceladus é flexionado quando orbita Saturno.
Como ao se flexionar um clip de papel gera-se calor,
cremos que o calor mantém o líquido sob a superfície.
Excitado por esta descoberta a equipe programa a Cassini
para voar sobre os jatos e coletar partículas.
Após vários voos,
os espectometros da Cassini detectam nos jatos
alguns dos blocos químicos básicos criadores da vida.
Isto foi tremendamente excitante de se encontrar
por que não existe só água líquida lá,
não existe só uma grande quantidade de calor,
mas também temos materiais orgânicos.
Este é o trio que procurávamos,
os três fatores principais para um local habitável.
Mas este mundo estranho e alienígena pode ter vida?
Carolyn imagina como seria
buscar esta resposta na superfície de Enceladus.
Caminhando sobre a superfície de Enceladus,
ao nos aproximarmos das fissuras "Listras de Tigre",
encontraríamos, primeiro, uma região
que é, continuamente, coberta por neve.
O céu é *** como tinta.
Caminhar é como flutuar, pois existe pouca gravidade.
Se o sol estiver às nossas costas não veremos nada.
Mas se nos colocarmos na geometria correta,
olhando na direção do sol,
então, de repente, veremos o
que eu creio ser o maior espetáculo
que o sistema solar pode nos oferecer:
gigantescas fontes fantasmagóricas subindo ao céu.
Cristais de gelo delgados e brilhantes,
muitos dos quais, talvez, retornem ao solo
e revestem a superfície com um manto de neve.
Se estivermos certos, que os jatos de Enceladus
se originam de bolsões de água líquida
nos quais a vida pode ter se iniciado,
uma colher de neve daqui poderia...apenas poderia...
conter os restos de organismos microscópicos vivos.
Uma vez que os instrumentos da Cassini
não podem detectar sinais de vida em si,
ainda não há evidência
de organismos microscópicos nestes jatos.
Mas a descoberta torna Enceladus um ótimo candidato
às futuras missões.
Para mim é como se lá houvesse uma placa dizendo
"Amostras grátis, pegue uma."
Apenas precisamos voar para lá e coletar o material.
Não precisamos perfurar, não precisamos cavar,
não precisamos nos apressar procurando por algo.
Está sendo lançado ao espaço.
A descoberta de uma nova fonte de energia
e de possíveis oceanos de água líquida
no interior de luas planetárias
apontam para novos locais com potencial de vida
em nosso sistema solar.
Enquanto isto, descobertas, aqui na Terra,
revelam que a vida pode suportar
uma variedade ainda maior de condições,
do que previamente imaginávamos.
Missões a ambientes extremos
mostram que micróbios podem viver em desertos secos
e se desenvolver em lagos cheios de arsenico venenoso.
Bactérias vivem em colonias nas paredes de cavernas
gotejando ácido sulfúrico,
vivendo do nocivo gás sulfeto de hidrogênio.
E micróbios prosperam em rios tóxicos
de resíduo industrial corrosivo.
Sabemos que é possível aos microorganismos
viverem nestas regiões ácidas e venenosas.
Quanto mais olhamos aos "habitats" extremos da Terra,
encontramos mais vida.
Buscamos os limites de onde a vida possa existir
através de nossas próprias descobertas.
De geleiras congeladas a super aquecidas águas termais,
de desertos atingidos por radiação ultravioleta...
a minas profundas, a milhas abaixo na terra...
e fossas oceanicas onde a luz solar jamais penetra,
os cientistas estão descobrindo
que a vida encontra um modo de se adaptar e desenvolver.
A vida na Terra pode existir em muitos ambientes extremos,
e pode criar muitas coisas incríveis.
E estamos aprendendo mais a cada dia
sobre o quão adaptável e incrível
a vida na Terra pode ser.
Será que, ambientes em outros mundos,
que seriam impróprios à vida mereceriam uma nova visão?
Precisamos nos posicionar
em termos de pensar sobre esta possibilidade.
Quando começamos a buscar
por vida em outros mundos,
procurávamos por condições semelhantes a Terra.
"Certo, precisamos ter água,
uma fonte de energia, carbono."
Mas para mim, a principal questão...a maior questão...
é: Existe algum outro tipo de vida em outro mundo
em algum lugar do nosso sistema solar?
Chris quer saber, se a vida pode surgir de novas formas,
talvez usando formas químicas diferentes,
e então, lugares mais hostis poderiam
oferecer novas bases para a vida?
Um destes lugares é uma das luas de Saturno
visitada pela sonda espacial Cassini.
***ã, a maior das luas de Saturno.
A Cassini detecta blocos orgânicos criadores
na atmosfera,
e o radar da nave revela algo misterioso
sob as nuvens, no polo sul.
Parece um lago de água.
Outros voos revelam que ele é um dos mais de cem
espalhados pelos polos norte e sul.
Foi excitante e misterioso ver todos estes lagos diferentes
e tentar compreender o que estava acontecendo.
***ã é o primeiro mundo além da Terra
conhecido por ter líquido em sua superfície.
Mas, com menos de 290 graus, este líquido não pode ser água.
Análises da luz infravermelha refletida pelos lagos
revelam que eles estão cheios
de metano e etano líquidos super-congelados.
Na terra estes hidrocarbonos são gases combustíveis.
Os dados mostram que o metano esculpe vales de rios,
forma as nuvens, e até mesmo caem como chuva.
O metano líquido atua como a água líquida na Terra.
Mas será que ele poderia atuar como a água
sendo uma base essencial para a criação da vida,
dissolvendo moléculas, se misturando e interagindo?
O astrobiologista Chris McKay está investigando esta questão.
Nossa teoria geral da vida,
baseada em nosso exemplo na Terra,
é que precisamos de um líquido.
Algumas pessoas dirão que este líquido tem de ser a água.
Bem, em ***ã poderemos perguntar,
"Bem, e quanto a um outro tipo de líquido?
Poderia outro líquido além de água reagir?".
Para que a vida exista em ***ã,
Chris crê que um processo deva ocorrer primeiro,
um processo que, de acordo com a teoria mais aceita,
aconteceu na Terra, no princípio de tudo e nos criou.
Neste cenário, os fatores brutos da vida...
as moléculas orgânicas se dissolveram na água.
E neste líquido, se juntaram e reagiram
formando moléculas complexas maiores
que eventualmente se tornaram os seres vivos.
Para que haja a vida em ***ã,
os blocos criadores deveriam se dissolver no metano líquido.
Chris agora irá tentar verificar se isto é possível.
Primeiro ele replicará os blocos orgânicos criadores
que os instrumentos da Cassini detectaram
na alta atmosfera de ***ã.
Simulando uma fonte de energia,
Chris dispara uma faísca elétrica que atinge os gases
dentro do tubo de *** que sabemos existir em ***ã.
Isto cria moléculas orgânicas
parecidas com as da atmosfera de ***ã,
o resíduo marrom no fundo do tubo.
Desencadeamos as mesmas reações no frasco,
e como resultado produzimos
no frasco o mesmo tipo de material orgânico sólido,
que está sendo fabricado na atmosfera de ***ã.
Então Chris reproduz os notáveis lagos de ***ã.
Ele enche o tubo de *** com gás metano,
e o resfria a menos de 290 graus,
usando nitrogênio líquido.
Agora o metano se liquefaz,
do mesmo modo que na superfície gelada de ***ã.
E então, temos, no frasco, uma miniatura de um pequeno lago,
uma pequena poça de metano líquido,
girando em volta da matéria orgânica.
Será que algo se dissolveria neste material orgânico?
Esta é a questão.
E ao longo do tempo criar complexidade orgânica?
Poderia isto, ser o início de um outro tipo de vida?
Ninguém sabe, com certeza, como a vida se inicia.
Mas a questão que importa para Chris é:
compostos orgânicos podem se dissolver em líquidos
como o metano?
Se sim, isto sugeriria
que mesmo nas temperaturas extremas mais frias,
a química necessária a vida,
poderia ser possível em outros líquidos além da água.
Sabemos que aqui existem condições
que criam liquido, existe uma fonte de energia,
existe material orgânico, existem nutrientes,
existe um ambiente que pode ser adequado a vida.
Mas se existir vida aqui será completamente diferente
do que qualquer vida existente na Terra.
A experiência de Chris é um passo além do conhecimento,
para saber se existe vida em ***ã.
Para mim a mais excitante possibilidade,
é a de que exista vida em ***ã porque isto mostraria,
não apenas que a vida surgiu duas vezes,
mas surgiu duas vezes em condições muito diferentes.
Nos mostraria que a vida é um processo natural
que surgiria em muitos mundos diferentes,
muitos planetas diferentes em volta de estrelas diferentes.
***ã, Enceladus, Europa, e Io,
mostram que, mesmo em nosso sistema solar,
existem lugares onde os cientistas acreditam que
a vida poderia possuir um potencial ponto de apoio.
Poderia ser uma vida extrema,
poderia ser uma vida jamais vista antes,
em termos de sua estrutura e sua composição.
Mas percebemos agora
que estes ambientes podem abrigar a vida.
Os três fatores vitais...
energia, líquidos e blocos químicos criadores...
estão mais difundidos do que jamais imaginávamos.
E, se fôr possível aqui,
poderiam condições adequadas também existirem,
além dos limites do nosso sistema solar?
Entendendo o nosso próprio sistema solar,
acredito que estaremos a caminho
de entender as condições que podem ocorrer
em outras estrelas e através da galáxia.
Isto mudará a nossa percepção deste Universo.
Existe algo no espaço,
uma estrela como o nosso sol, orbitada por planetas habitáveis
que estão cheias de vida?
Existem bilhões de estrelas como o nosso sol na galáxia.
E existe a probabilidade de que dezenas de bilhões de planetas
estão em órbita delas.
Se existe vida no espaço, poderíamos encontrá-la?
O astrônomo Mario Livio está na linha de frente nesta busca.
Ele está usando o telescópio espacial Hubble
para visualizar profundamente o espaço
onde novas estrelas, como o sol, se abrem para a vida.
Esta é a nebulosa de Orion vista pelo Hubble.
Aqui, a 1.500 anos luz além do nosso sistema solar,
estrelas nascem dentro de uma imensa nuvem de gás e poeira.
Então, quando olhamos para a nebulosa agora,
é como se olhássemos para dentro de uma caverna.
Vemos esta parte oca onde o gás e a poeira se afastaram
e dentro vemos aonde as estrelas estão nascendo.
E bem ao centro, entre todas as estrelas brilhantes,
vemos o que parece ser uma mancha pequena e escura.
De fato, é um jovem sol cercado por um disco denso
de poeira e gás com mais de 50 bilhões de milhas.
Esta mancha é o nascimento de um novo sistema solar.
Neste caso vemos a borda do disco, e portanto o disco
obscurece completamente a luz da estrela,
e é por isso que não vemos a estrela.
Outras imagens mostram discos semelhantes
inclinados revelando a estrela no centro.
Estas nuvens giratórias de matéria podem um dia
criar planetas e luas,
enquanto a poeira, o gelo e gás se chocam e se agrupam.
Este é o mesmo processo que acredita-se ter criado
os planetas do nosso sistema solar.
O Hubble revelou que discos giratórios como este
são extremamente comuns.
O fato de que os vemos com frequência
nos diz que os materiais brutos
de que os planetas são feitos são muito, muito comuns.
E que os sistemas planetários se formam em volta de estrelas.
Mas estes jovens sistemas criariam planetas como a Terra
contendo os fatores necessários para gerar a vida?
O astrônomo Josh Eisner busca as respostas.
Ele foi a Mauna Kea, no Hawaii,
visualizar as nuvens de gás e poeira com maior detalhe.
Gostaríamos de saber:
existem blocos criadores de vida lá?
As coisas que ligamos à vida em nosso planeta
acontecem na formação de planetas em volta de estrelas?
Analisando o gás e pequenas partículas de poeira
de centenas de anos-luz além, não é uma tarefa fácil.
isto requer instrumentos sensíveis e de grande precisão:
Os telescópios Keck.
A 14.000 pés sobre o cume de um vulcão adormecido,
estes telecópios gêmeos são dos mais potentes da Terra.
Josh os utiliza a ambos, juntos.
E com um espectroscópio para analisar a luz infravermelha.
emitida do interior de jovens sistemas solares,
ele consegue saber do que são feitos.
Estamos tentando mapear um quadro detalhado
da poeira e a constituição destes gases quentes.
Será que existe água em forma de vapor ali
que pode ser reunida numa atmosfera,
ou em algum oceano, um dia?
Seus achados são encorajadores.
Em alguns sistemas solares distantes,
Josh detecta a evidência de carbono, oxigênio, e hidrogênio,
três elementos necessários
para criar os blocos químicos geradores da vida.
O mais intrigante ainda é que em alguns discos
estes fatores parecem estar a uma distância exata
de suas estrelas para formar planetas como a Terra.
Na teoria é suficiente.
A questão é: Estes planetas existem atualmente?
Geoff Marcy é um astrônomo
que tenta responder esta questão diretamente.
Ele é um caçador, buscando sinais de planetas no céu,
que podem ter se formado ao redor de outras estrelas,
a milhares de anos-luz além de nosso sistema solar.
É um desafio encontrar planetas
em volta de outras estrelas, e a razão é muito simples...
os planetas não brilham.
Os planetas são essencialmente escuros.
Usando avançados telescópios,
caçadores dedicados de planetas como Geoff,
encontraram maneiras de superar este desafio.
Se você olha para uma estrela,
ela tem de ter o mesmo brilho todo o tempo.
Mas se existe um planeta orbitando esta estrela,
quando o planeta passa em frente da estrela,
o planeta bloqueará um pouco a luz dela
e você verá a estrela piscar, um pouquinho,
toda a vez que o planeta passa na frente,
sempre de forma repetida.
E, você pode saber o tamanho do planeta,
por que quanto maior fôr o planeta,
maior quantidade de luz da estrela será bloqueada.
E assim aprendemos grande quantidade de informação
sobre estes planetas, apenas vendo a estrela piscar.
Por isso, muitos planetas achados pelos astrônomos
assim, são gigantes que ofuscam muita luz da estrela.
Também observando a força gravitacional
que eles tem sobre as suas estrelas,
Geoff calcula que muitos destes planetas gigantes
são gasosos e não reunem condições para a vida.
Mas o Santo Graal é achar mundos pequenos e rochosos,
como a Terra, onde as condições para a vida existam.
O desafio de se encontrar
planetas como a Terra é enorme.
Quando uma Terra passa em frente de uma estrela,
ela bloqueia só um centésimo de um por cento
da luz da estrela.
O telescópio espacial Kepler
foi desenhado para detectar o brilho mais fraco.
Sua missão: buscar um pequeno local no espaço
e investigar 150.000 estrelas
por sinais de planetas com o tamanho da Terra.
Sensível o bastante para ver quedas de luz nas estrelas,
o Kepler já está gerando montanhas de dados,
e milhares de novos candidatos foram descobertos.
O Kepler já decobriu
uns poucos planetas com diâmetro e ***
indicativos de que são corpos rochosos.
E agora temos, pela primeira vez na história da humanidade
planetas definitivos, entre as estrelas,
que lembram a Terra.
Estes primeiros planetas rochosos
estão muito próximos de suas estrelas para possuir vida.
Mas o grande número de pequenos planetas achados
está mudando a nossa visão dos sistemas solares distantes.
Aprendemos que a natureza
criou grandes planetas, como Jupiter e Saturno,
mas a natureza fez ainda mais
pequenos planetas do tamanho de Netuno,
e ainda mais planetas do tamanho da Terra.
A quantidade de planetas é igual
as rochas e seixos que vemos em uma praia.
Existem poucos grandes pedregulhos, há mais rochas;
e existe um incontável número de grãos de areia
representando planetas como a Terra que vemos no cosmos.
Geoff acredita que é apenas uma questão de tempo
até encontrarmos um planeta habitável.
Eu acho que a paisagem que vemos aqui está reproduzida
bilhões de vezes entre planetas iguais a Terra,
os planetas habitáveis, em nossa galáxia a Via Láctea.
Mas mesmo se acharmos um um mundo do mesmo tamanho
e no local exato, com oceanos de água líquida,
poderíamos detectar vida a trilhões de milhas de distância?
O telescópio espacial James Webb pode ser capaz disto.
Devendo entrar em órbita no final desta década,
ele é três vezes mais potente do que o Hubble.
Será capaz de analisar a luz das estrelas
atravessando as atmosferas
de mundos próximos parecidos com a Terra,
buscando sinais reveladores de vida.
Eu acho que as chances são boas de se achar um planeta
com oxigênio, metano, dióxido de carbono, nitrogênio,
como a nossa própria Terra,
provavelmente existe vida vegetal neste planeta
produzindo o oxigênio.
Enquanto os telescópios vêem cada vez mais longe
e naves chegam mais perto de mundos distantes,
novas descobertas alteram o que achávamos conhecer
sobre o nosso sistema solar e nossa galáxia.
Fico frequentemente assustado
com os dados que chegam de nossas missões espaciais.
A ficçao científica não nos mostrou de nenhuma maneira
o que estamos encontrando agora.
Daqui a alguns anos, olharemos para trás e esta
será a idade de ouro da exploração do sistema solar.
Voce só pode ir a algum lugar uma vez, certo?
E estamos fazendo isto agora.
os cientistas estão encontrando moléculas orgânicas,
os fatores brutos que a vida precisa para se apoiar,
em nosso sistema solar e além.
Acho que seria ingênuo pensar
que esta química, e a vida aqui na Terra
é o único lugar onde isto está acontecendo no Universo.
Quero dizer, o fato de existirem bilhões de galáxias,
você sabe, trilhões de ambientes gerando estrelas,
que talvez tenham a mesma química em ação.
As exatas condições que tornam um mundo habitável
podem estar mais difundidas do que jamais imaginamos.
Tudo isto nos leva a pensar,
que a vida deve surgir fácil em um outro mundo.
E as mesmas forças naturais que criaram a vida aqui,
podem ocorrer em qualquer lugar de nossa galáxia.
Um belo exercício que qualquer um pode fazer,
é olhar para o céu noturno,
olhar para as luzes cintilantes
e imaginar, que todas as estrelas possuem planetas.
E isto só em nossa galáxia.
Existem centenas de bilhões de galáxias no espaço,
como a nossa Via Láctea,
e assim a quantidade de planetas em nosso Universo
é verdadeiramente incontável.
Então a corrida começou
para saber se a vida existe além da Terra.
Descobriremos vida numa lua como Enceladus?
Será que a encontraremos com um telescópio avançado?
Ou será que a encontraremos de qualquer maneira?
Qualquer que seja a resposta,
muitos crêem que será uma virada na história,
quando afinal tivermos a tecnologia e o conhecimento,
para saber se existe vida além da Terra.
A exploração continua no site da NOVA,
onde você pode ver partes deste programa de novo,
viajar pelo sistema solar,
saber como detectamos planetas distantes
onde a vida pode ser possível,
aprofundar-se no espaço e voar com os entrevistados,
interativos, video clips e mais.
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em pbs.org.
Um homem de 5.000 anos de idade, vítima de um homicídio
preservado pelo gelo desde a Idade da Pedra.
Isto muda para sempre
o que pensávamos sobre o passado.
Agora, pesquisadores fazem o impensável,
e descongelam o Homem do Gelo.
Será que esta autópsia incomum resolverá o mistério
do assassinato do Homem do Gelo?
A seguir,
num especial da NOVA/National Geographic.
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