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A breve história da maconha. Ou deveria dizer,
"a história extremamente breve da maconha?"
Ela é grande, complicada
e somente podemos abordá-la superficialmente,
então vamos começar.
A primeira coisa que alguém estranha ao ver a história da maconha,
também conhecida como canábis,
é que certa vez ela foi legalizada.
De fato, não era apenas legalizada.
Era uma das maiores culturas agrícolas do mundo,
incluindo os EUA.
Canábis também pode se referir ao cânhamo.
E o que é cânhamo?
É de longe a fibra mais robusta, durável, natural e suave do planeta.
Até 1833 e por milhares de anos antes,
o cânhamo da canábis era a maior cultura agrícola do mundo.
Tinha milhares de usos e produtos.
A maioria dos tecidos, óleo para iluminação,
remédios, papel e fibras vinham do cânhamo.
A primeira lei americana sobre a maconha
ordenava que os produtores cultivassem o cânhamo.
Benjamin Franklin o usou para fundar
umas das primeiras fábricas de papel dos EUA.
As duas primeiras cópias da Independência
foram escritas em papel de cânhamo da canábis.
Até 1800, muitos produtos têxteis dos EUA eram feitos de cânhamo,
50% dos remédios no mercado durante
a segunda metade do século XIX eram feitos de canábis.
Até a rainha Vitória usava os extratos da resina da canábis
para aliviar cólicas menstruais.
O engraçado sobre o cânhamo industrial
era que não ficava drogado com ele,
mesmo assim era visto como se segue, o que também não fazia sentido:
"A Loucura do Baseado."
No início do século XX, a imprensa marrom florescia.
Os artigos descreviam os negros e mexicanos
como animais frenéticos que fumavam maconha,
tocavam música do Diabo,
desrespeitavam e viciavam os leitores, cuja maioria era branca.
Algumas ofensas incluíam em olhar uma mulher branca duas vezes,
rir de uma pessoa branca,
ou até pisar na sombra de um homem branco,
o que levou à criação de uma lei tributária,
uma estampilha que não apenas incluía a maconha,
mas também o cânhamo e os remédios a base de canábis.
Se especulava que o potencial do cânhamo para uma proliferação
de novos produtos estaria competindo diretamente com outras fontes,
e isto, somado a "A Loucura do Baseado",
levou ao banimento eventual de todas as formas da canábis.
A revista "Popular Mechanics" havia preparado uma matéria intitulada:
"A lavoura de um bilhão de dólares."
Ao cânhamo se atribuía a capacidade de produzir
mais de 5.000 produtos têxteis a base de sua fibra,
e mais de 25.000 produtos de celulose, de dinamite ao celofane.
Sua superioridade como fonte de papel estava se tornando conhecida,
sobretudo com o desenvolvimento do processo do cânhamo.
A nova lei de tributação da maconha parecia boa,
exceto por uma coisa: se cultivasse cânhamo,
tinha de comprar uma estampilha, mas não havia disponíveis...
para ninguém...
E assim, todas as formas da canábis se tornaram ilegais.
As coisas permaneceram assim até a II Guerra Mundial,
quando o governo decidiu que o cânhamo outra vez era bom
e produziu um filme: "Cânhamo para a Vitória".
Mas quando a guerra acabou, o cânhamo voltou a ser pernicioso,
e em 1948, quando a Lei da Maconha foi posta novamente em questão,
o Congresso reconheceu que a maconha se tornou ilegal pelo motivo errado.
Não tornava as pessoas violentas. Ela as tornava pacifistas.
Os comunistas a usariam para minar a vontade de lutar dos EUA.
Agora, o Congresso votava para mantê-la ilegal
pelas razões opostas às usadas ao declarar ilegal no princípio,
e ao longo dos anos, um relatório atrás do outro,
apoiado por todos, do prefeito de Nova York ao presidente dos EUA,
chegava à conclusão
de que a maconha não deveria ser penalizada como crime.
Mesmo assim, ela permanece tão ilegal hoje como era há 70 anos.
O SINDICATO O NEGÓCIO POR TRÁS DO BARATO
MUSK3TEERS Albattroz Cape Kakko
A maconha se transformou num grande negócio multibilionário,
tanto no Canadá como nos Estados Unidos.
Mas por que ela se transformou num negócio tão grande?
Apenas aqui, na Colúmbia Britânica,
especula-se que o comércio ilegal de maconha
gera anualmente $7 bilhões dólares,
e mais de 80% desse produto se dirige para o sul, aos EUA.
Sendo agora um tema internacional, quando os limites se confundem?
Como um imenso negócio clandestino sobrevive mesmo sendo ilegal?
E por que a maconha é ilegal, para começo de conversa?
E se a proibição foi estabelecida para nos proteger,
acho que a pergunta mais óbvia é: a proibição funciona?
Se a proibição funcionasse, certo,
se pudéssemos agitar uma varinha mágica e dizer: "desapareça",
eu a apoiaria,
mas o fato é que a proibição nunca funcionou.
Já passamos por isso antes. Lembra-se da primeira proibição?
- E qual seria ela? - A proibição do álcool.
Não, falo da primeira:
"Não comas do fruto da árvore do conhecimento."
E quem era o grande policial?
E quantas pessoas Ele tinha de vigiar?
Duas.
Quais os objetivos desta proibição?
Presumo que são reduzir a quantidade de drogas disponíveis
e reduzir a demanda dessas drogas.
Nos dois casos, a proibição da canábis tem sido um fracasso total.
A proibição evita que as pessoas consumam maconha?
Recebi uma ligação assim: "Sou do governo. Quero saber se recentemente
"você usou maconha ou cocaína." Acho que está sendo subestimado.
Em 1937, estimava-se que havia 55.000 usuários de maconha.
Agora estima-se que haja mais de 50 milhões.
Um aumento de 1.000%.
- Parece que há alguns. - Sim, receio que sim.
O fato de ser criminalizada ou descriminalizada,
não afeta os índices de consumo da canábis,
nem que a consumam mais ou deixem de usá-la.
Quais os perigos de se usar a maconha?
Não sei.
Não sei!
Provoca taquicardia...
Tosse de fumante.
Tenho certeza que afeta à função cerebral, à memória.
Não sei. Tem algo a ver com se movimentar lentamente?
- Ela faz mal. - Não tem consciência dos seus atos.
Ela consume membranas do seu cérebro ou algo assim.
Disseram que está cientificamente comprovado
que a maconha mata os neurônios.
Dessa eu me lembro. "A maconha mata os neurônios".
Eu pensava o mesmo, eu não fumava maconha até há 5 anos.
Achava que deixava imbecilizado, e estava tão convencido como todos.
Quando tinha 30 anos, percebi que tinha sido enganado.
Disse: "Deve estar de brincadeira."
1974, o estudo Heath/Tulane.
Ronald Reagan anuncia:
"As fontes científicas mais fidedignas dizem que o dano cerebral
"é um dos resultados inevitáveis do uso da maconha."
Macacos com altas doses de maconha, com cerca de 30 baseados por dia,
atrofiaram e morreram após 90 dias.
O dano cerebral foi determinado após contar os neurônios mortos
dos macacos submetidos à maconha e daqueles que não a consumiram.
Este estudo tornou-se a base das alegações por parte do governo
e de certos grupos de interesse, de que a maconha mata os neurônios.
O que não disseram é que após 6 anos de pedidos
para dizerem como o estudo foi conduzido, ele foi revelado.
Ao invés de administrar 30 baseados por dia durante um ano,
o Dr. Heath usou o método de bombear 63 baseados
com maconha colombiana por uma máscara de gás
durante 5 minutos por 3 meses.
Os macacos foram asfixiados.
Colocaram uma máscara de gás e bombearam maconha,
mas sem oxigênio adicional.
Após certo tempo o cérebro parou.
Se te asfixiam, a primeira coisa que ocorre
é que seus neurônios morrem por falta de oxigênio,
por isso os macacos asfixiados apresentavam neurônios mortos
e associaram isso dizendo que a canábis matava neurônios.
E quantas pessoas que ignoravam a origem deste estudo
o citaram e ainda o citam. E agora as pessoas creem nele.
Desde então, estudos demonstraram que não há danos aos neurônios.
Em 2005, novas pesquisas sugeriam que a maconha
podia estimular o crescimento dos neurônios.
Este estudo não recebeu a mesma atenção.
Outra crença comum é de que a maconha causa câncer de pulmão.
No estudo 1999, feito pelo Instituto de Medicina
patrocinado pelo governo dos EUA,
tiveram que usar palavras como "poderia" e "deveria" causar câncer.
Ouvimos dizer durante anos que causa câncer pulmonar e dizemos:
"Sério? Interessante, porque não podem sequer mostrar
"um só caso de câncer causado pelo uso da canábis."
Deve ser usada com moderação
porque paralisa os cílios, mas se não é radioativa,
provavelmente não irá contrair câncer.
Fumar pode ser prejudicial devido às propriedades do fumo.
Não como resultado de algum componente na canábis,
a não ser por inalar matéria quente da planta no pulmão.
As pessoas dizem: "Não se sabe, não fumamos há muito tempo.
"Vejam o que houve com os cigarros."
Tivemos 4 décadas ou mais de experiência.
A esta altura já devia ter dado sinais.
Finalmente um estudo saiu no mês passado
confirmando que o fumo da canábis não causa câncer.
É diferente da nicotina.
Os componentes do fumo do tabaco causam câncer
e os componentes da maconha não.
Não há casos de fumantes exclusivos de maconha com bissinose.
Não há casos de fumantes exclusivos de maconha com enfisema.
Estranho para uma planta tão perigosa? Por quê?
A maconha e tão ruim ou pior que o tabaco?
Impossível.
Se tivessem provas, exporiam os corpos afetados,
com enfisema, câncer ou pulmões negros nos meios de comunicação.
Não têm uma prova, mesmo assim, as pessoas acham que causa tudo isso.
De fato, se olharmos as mortes causadas pelo uso de substâncias,
surge um outro tipo de panorama.
O assassino número um do país,
ganha da AIDS, da heroína, do crack, da cocaína, do álcool,
dos acidentes de carros, do fogo e do crime juntos:
o tabaco.
Que coisa horrível de se dizer, senhor,
que um belo e puro cigarro branco causa câncer?
Isso me atinge bem aqui.
Com uma média de 430.000 mortes ao ano,
considerando que é o assassino número um,
é interessante saber que o tabaco recebe subsídio do governo
e é cultivado com fertilizantes radioativos.
Agora vá vender cigarros.
Número dois na lista:
se não incluirmos uma dieta deficiente e sedentarismo,
com mais de 85.000 mortes ao ano,
o álcool.
Se olharmos o resto da lista,
encontraremos outros que irão surpreender.
A cafeína acarreta de uma a 10.000 mortes ao ano,
e alguns dos remédios para dor mais populares,
drogas não esteroides ou anti-inflamatórias, como a aspirina,
ainda representam mais de 7.500 mortes ao ano.
Onde a maconha fica em tudo isto?
Que número espantoso encontramos?
- Não sei. 50.000? - 250.000?
300.000?
De maconha? Eu diria que 80.000.
Eu diria centenas de bilhões.
Preparem-se! Aqui vai.
Não há mortes
pelo uso da canábis em nenhum lugar. Não achará nenhuma.
Durante 10.000 anos de uso conhecido da maconha,
nunca foi atribuída nenhuma morte à maconha.
Há 400.000 mortes apenas nos EUA a cada ano,
diretamente atribuídas ao tabaco.
Ouvi que tem de se fumar como 15.000 baseados em 20 minutos
para obter uma quantidade tóxica de delta 9-tetraidrocanabinol.
Desafio alguém a tentar.
E mesmo no estudo feitos com animais nos quais lhes foram aplicadas
doses centenas de vezes mais altas a que um humano pode ser exposto,
os animais não morreram. A dose letal parece ser astronômica.
Pode-se morrer por ingerir aspirina em demasia, ou café em demasia.
Os que lutam contra drogas que dizem que devem proteger a sociedade,
salvar as pessoas, estão sendo um pouco falsos.
Nenhuma universidade ou estabelecimento médico
registrou alguma vez uma morte atribuída à maconha.
Mas não se preocupem. Há outros problemas,
outras razões para temê-la. O vício, por exemplo.
Há mais jovens nas clínicas para viciados por maconha
que qualquer outra substância.
Isto deve significar que a maconha é a substância que mais vicia.
Sem dúvida que há mais adolescentes e crianças
em tratamento por maconha que todas as demais drogas somadas.
O que o DEA nunca diz é por que isso é verdade.
Um jovem é pego por posse ou fumando maconha,
é levado ao tribunal e deixam que ele escolha,
ou aceita uma pena horrível ou se submete a um tratamento.
Por óbvio, ele escolhe se submeter a tratamento.
E se submeter a tratamento é considerado um vício.
Mas o DEA pega essa estatística e diz:
"Vejam estes jovens em tratamento por maconha,
"deve ser porque esta não é mesma que seus pais fumavam."
Pelo que entendo, só 3% das pessoas em tratamento por maconha
estão ali voluntariamente.
Os outros 97% seu responsável ou juiz lhes disse:
"Escolha entre cadeia ou tratamento. Muitos escolhem o tratamento.
Isso não fornece base para se falar de vício.
Qualquer um que saiba algo sobre a maconha
qualificaria as drogas como fizeram os pesquisadores,
em ordem de vício. A nicotina era a número um,
o álcool número 2, depois a heroína, a cocaína,
depois o café e a seguir a maconha.
Talvez haja outras drogas, mas a maconha estava bem no final...
... após o café.
Este narcótico, ao contrário do ópio,
dos sintéticos e da cocaína, não causa vício.
O que quer dizer com "não causa vício?"
"Não viciar" quer dizer que o usuário de maconha,
ao ser privado da droga, não passa pela agonia da abstinência.
Ela cria hábito mas seu uso pode ser descontinuado.
Então, por que ela é perigosa?
Se usa como bode expiatório para encobrir problemas
já existentes nas pessoas, sobretudo nos jovens.
"Aqui estou. Não me ignore."
Se consumir maconha diariamente durante um ano
e de repente deixa de usá-la, notará algumas diferenças, mas
nada como a abstinência provocada pelo tabaco ou pela heroína.
Então por que o governo e o DEA
queriam divulgar uma estatística como essa?
Falaremos mais sobre isso mais adiante.
"A Teoria da Porta."
A maconha abre a porta para outras drogas?
Abre, acho que sim,
não sei por quê, mas sei que abre.
Ela abre a porta para outras drogas.
Ela faz com que queira experimentar mais.
Ela te faz sentir bem.
Querem experimentar algo a mais,
e sonhar mais...
O perigo reside no fato de que é o primeiro degrau
para drogas mais fortes, como a morfina ou a heroína.
Por isso tem gente que quer legalizar a maconha.
Acham que podem induzir os jovens deste país a consumir
drogas mais fortes, podem destruir sua geração nesta geração.
Na época de Harry Anslinger, se chamava "A teoria dos degraus".
Se pisasse nesse degrau, da maconha, estaria disposto e decidido
a seguir a ir ao degrau seguinte, que seria o das drogas mais fortes.
Toda vez que ela foi pesquisada, nunca encontraram
nenhum componente presente na maconha
que te faça querer outras drogas.
A droga não tem propriedades psicofarmacológicas inerentes
que te levem a consumir outras drogas.
Vou fumar um baseado, vou comer um saco de batatinhas
e baganas. Não quero surtar.
Eu bebo álcool, é a minha droga preferida,
pode-se dizer que comecei com leite. Que loucura!
Se eu uso maconha, por que isso automaticamente me faz
um candidato ao uso de heroína? Não faz sentido.
De fato, apenas um em cada 104 usuários de maconha consome cocaína,
e menos de um consome heroína.
O mercado *** põe tanto os traficantes
de drogas leves como os de pesadas no mesmo lado.
Se tivermos um mercado ***
e um traficante que comercializa maconha, LSD e as demais,
e este nos diz: "Oi. Quer provar algo mais forte?"
Dessa forma, devido ao mercado ***,
devido à proibição, as pessoas podem estar mais propensas
a buscar e estar dispostas a provar essas novas drogas.
Então o que se vê é que há um efeito de "porta",
mas é um efeito causado pela proibição
e pela mistura de drogas leves e pesadas.
E onde isto nos deixa?
Esperem! E quanto à preguiça?
"Você será inútil à sociedade se usar maconha."
Mas se isso é verdade,
haveria cerca de 50 milhões de pessoas que fumam maconha nos EUA,
e mais da metade da população canadense que a experimentou,
e mesmo assim, ambas as sociedades parecem florescer.
E vejam quem são algumas dessas pessoas.
Steven Jobs que fundou a Apple a fuma,
Ted Turner que fundou a CNN a fuma,
ainda fuma um baseado todo dia.
Se olhar para todo músico que curte,
Rolling Stones, Beatles, Led Zeppelin. Todos fumaram.
Snoop Dog, Willie Nelson...
- Qual é... Bill Clinton. - Ele não tragava.
Não seja tão ingênuo!
Praticamente quase todo candidato à presidência
foi acusado de usar maconha em algum momento da vida.
Algumas vezes no exército eu provei a maconha,
não foi uma parte importante da minha vida.
Um oficial do alto escalão me disse
que ele acha que pelo menos 1/4 dos empregados recém-chegados
à Casa Branca havia consumido drogas nos últimos 4 ou 5 anos.
As pessoas que têm problemas de personalidade e as que ficarão
indolentes e perderão o emprego, o perderão de qualquer forma.
Não estão perdendo o emprego por causa da maconha,
isso é uma mentira!
Adoro Tommy Chong, acho que em muitos episódios de Cheech e Chong
as pessoas acreditavam, sem saber que Tommy os escreveu e dirigiu,
que era assim que parecia um maconheiro idiota.
Na verdade, era assim que um gênio criativo e brilhante
parecia ao agir como alguém que cremos ser um maconheiro.
E nada disso foi confirmado pelas pesquisas,
ou quando vemos pessoas que são usuárias antigas,
e são advogados, juízes, médicos e escritores.
Mas e quanto à potencialidade da droga?
A maconha é perigosa. Os níveis de T.H.C. estão mais altos que nunca.
A maconha colombiana há 20 anos era muito melhor
do que a mexicana medíocre que normalmente se consegue.
Sempre houve vários graus de T.H.C. nas plantas,
e o fato de que agora podemos cultivar o equivalente
ao que era a colombiana há 20 anos,
não significa que estamos aumentando o T.H.C. a níveis nunca vistos.
Só significa que são altos.
Há novas matizes nesta discussão que as pessoas deveriam saber.
E acho que é um golpe em nosso ego
pensar que durante 50 anos de proibição,
melhoramos as variedades de drogas que se cultivam
em lugares como a Índia há milhares de anos.
Dizem que vamos abusar da maconha.
Elas também vão abusar dos hambúrgueres.
Por esse motivo não vão fechar o Burger King, por abuso.
Posso enfiar um garfo no meu olho.
Isso quer dizer que garfos são ilegais?
Podia pular de uma ponte. Vamos banir as pontes?
Vamos patrulhar o mundo.
E quanto à violência e crimes associados à maconha?
Desde o policial ao chefe de polícia,
eu vi várias evidências
dos males causados pelo álcool,
e a falta de evidência de males causados pelo uso da maconha...
E me refiro à ausência absoluta.
Não recordo nem um só caso em que a maconha tenha contribuído
para a violência doméstica, crimes de roubo ou similares.
Quer conhecer um fumante de maconha? Está olhando pra uma.
Sou usuária, não sou louca não vou te esfaquear.
A maioria dos crimes violentos estão relacionados às drogas,
às pessoas que as consume e que cometem crimes.
Se legalizarem, se as tornarem baratas,
acessíveis, terão mais violência, mais vício...
Tom, isso não é verdade, pare de mentir para nós.
- Que isso! - Pare de mentir. Não é verdade.
Não me venha com isso, eu fumei maconha, Tom.
Admito, fumei, consumi as três principais:
tabaco, álcool e maconha, Tom. Adivinha só,
a maconha é a mais leve das três.
Provem que estou errado.
Quero saber se alguém que tenha fumado maconha demais,
chega em casa, bate na mulher e nos filhos, como vemos com o álcool.
Os únicos grandes problemas com o álcool são dirigir embriagado
e a embriaguez entre universitários.
De outra forma, pode beber até não aguentar mais.
Há muitos mais crimes cometidos sob a influência
natural, se preferir, das emoções,
raiva, ira, ciúme.
Grande parte do que sabemos vem do que lemos,
do que vemos na TV e no rádio hoje em dia,
e os pensamentos maniqueistas radicais são reforçados por eles.
Se houvesse algo com que pudéssemos compará-la,
algo que certa vez foi proibido mas agora é legalizado,
para podermos ver a diferença.
O que poderia ser?
Quando da proibição do álcool, tudo piorou, tudo.
A proibição do álcool deu origem e aumentou
o crime organizado nos EUA,
levou a um desrespeito pela lei
e pelas atividades policiais porque
foi uma lei que a maioria não obedecia.
Você teria apoiado a proibição do álcool há 75 anos?
Que bom que tenha citado o exemplo do álcool.
Como governador, teria que saber as suas consequências.
Já ouvi demais esse argumento...
Não foi o que perguntei, Tom. Fiz uma pergunta direta, não enrole.
Disse: "Você teria apoiado a proibição do álcool há 75 anos?"
- Creio que não. - Por quê?
Porque o álcool é, para o bem ou para o mal,
muitas vezes para o mal, é algo aceito,
é uma parte arraigada de nossa cultura e sociedade.
Há milhares de anos os primeiros escritos eram sobre álcool,
a Bíblia e tudo mais.
- é muito difícil... - Sério?
Tom. Espere aí! Vou acrescentar algo.
Se você crê em Deus, Ele também criou a planta da maconha.
- Falo de cultura e sociedade. - Espere. Você citou a Bíblia.
A intoxicação por álcool aumentou 600% durante a proibição.
Havia mais bares clandestinos em cidades como NY sob a proibição
do que há bares e lojas de bebidas hoje em dia.
Claro que se pode dizer que o álcool é um problema social contínuo,
mas não há pessoas atirando uma nas outras por causa do álcool.
Quando o álcool foi proibido,
as pessoas sabiam a diferença entre a proibição e a não proibição.
Elas viam que a proibição causava o surgimento de gangsteres
e do submundo que controlava essas substâncias.
O álcool, à época, não estava mais sob seu controle.
Poderia ser também este o caso da maconha?
Reforça o crime organizado, sem dúvida,
porque tem que ser um criminoso para vendê-la.
Simples assim.
Isto atrai o crime, seus benefícios
e a capacidade de gerar dinheiro são aumentados.
Usamos armas para intimidar as pessoas e confiscamos umas 50 armas,
escopetas raspadas, e a maioria estava carregada.
Onde está a concorrência de que ouvimos tanto?
Isto é o que chama de preços baixos?
A maconha é só uma erva, e cada grama vale mais que ouro.
Não vai achar commodities legais por $200 o grama,
nem sequer a $200 o quilo.
A maioria vale $200 a tonelada, como milho, grãos e cevada.
É por isso que ao cruzar a fronteira com 4,5 Kg de maconha,
nos EUA já valerá 9 Kg.
Se cria um valor artificial inflacionado por essa droga,
que é tão alto, que as pessoas decidem que vale a pena matar
para controlar esse mercado.
Acho que o Instituto Fraser chamou a proibição da canábis
"um presente de lucros para o crime organizado."
O que os produtores e traficantes acham disto?
Gostariam que o governo legalizasse no futuro a maconha aqui?
Não, iam nos roubar.
Não quero que a legalizem.
O governo controlaria e regularia o produto
e isso poderia afetar muita gente na indústria.
Como poderíamos competir com fábricas de baseados
perfeitamente bem enrolados? Ficaríamos sem dinheiro.
Temos uma coincidência estranha. A polícia e os traficantes de droga
concordando em manter a proibição.
Quando grandes traficantes dizem que a proibição é boa,
é melhor parar e pensar um pouco:
"por que iriam continuar com a proibição?"
Não imagino por que um produtor que ganha $150.000 a $300.000 ao ano
iria querer ver a maconha legalizada.
A última coisa que eles querem é políticas sensatas.
A loucura continua e eles seguem enriquecendo.
Quer saber Betty! Vou levar esse tema à reunião de amanhã.
As penas serão mais duras?
Que bom, para aqueles que não forem presos, o preço sobe.
Não só permitimos que eles decidam quanta droga vão prover,
ou a potência da droga, a quem vão vender, onde vão vender,
só para assegurar que entenderam bem que ficarão com os lucros.
É basicamente um velho oeste, um mercado sem regulação...
no qual qualquer coisa pode acontecer.
Estou certo que funciona para coisas que as pessoas geralmente aceitam,
mas quando se trata de proibir algo para o qual há uma demanda,
que as pessoas desejam, é um impropério.
E sem controle é difícil regular áreas que nos preocupam,
como mantê-la longe de nossos filhos.
Houve alguns estudos que sugeriram
que o uso prolongado da adolescência à vida adulta,
tem o potencial de exasperar os sintomas daqueles
com predisposição genética à esquizofrenia.
E ainda que haja evidência sólida para refutar isto,
leva-se a questionar:
haveria um jeito melhor para dissuadir as crianças de usar,
ao invés de permitir que traficantes decidam qual idade é adequada?
Nos últimos 10 anos, nossos jovens nos EUA dizem
que é mais fácil comprar drogas ilegais que cerveja e cigarros.
É mais difícil conseguir cerveja porque tem de passar
por um estabelecimento fiscalizado que exige identificação,
que tem dispositivos de segurança,
que não vai vendê-la só porque você tem $40 no bolso.
O cara da esquina não se importa em saber sua idade,
não exige identificação, só diz: "Mostre a grana!"
E se consegue o dinheiro, não importa se a criança tem 4 anos.
Ela vai ter a droga!
Se não pode controlar a venda do produto,
como evitar que chegue às mãos das crianças?
Somos por acaso os criadores de nossos piores problemas?
Nossas soluções foram o prelúdio de nossos piores temores?
O uso da lei penal
para base da saúde pública é uma péssima ideia, não importa o ângulo.
Não funciona. Não se pode legislar em torno dela.
Alguém poderia dizer que é imoral legalizá-la,
assim como alguém poderia afirmar o contrário.
Não leva a lugar algum. Deve haver um debate
com políticas racionais que trate das consequências.
Alguns jovens disseram que...
minha geração tomava um martíni e esse era nosso escape,
e que por que eles não podiam ter seu próprio escape.
Querem saber?
Por que não são uma geração que não precise de escapes?
É o argumento mais fácil: "É imoral!"
Não tem que debater por que o álcool mata mais gente que a maconha
ou por que será que o tabaco tira sete anos de sua vida,
e não podemos estabelecer que a maconha faça algum dano.
Se as pessoas consomem drogas e cometem crimes
relacionados às drogas, devem ser punidas,
mas não podem punir alguém por algo que não faz mal a ninguém.
Deviam legalizar a maconha, tributá-la
e aplicar cada centavo no sistema de saúde.
Tributação e legalização? Não parece um pouco extremo?
Não seria melhor apenas descriminalizá-la?
A diferença é simples: a legalização da maconha
a converte num produto que seria legalmente acessível aos adultos.
Isso não significa que haja distribuição,
venda e consumo sem regulação.
A descriminalização da maconha ainda a torna um ato desaprovável,
não será preso se for descriminalizada,
mas a sociedade ainda diz: "Não, não, não!"'
Não enfrenta o problema do crime organizado,
nem cria uma situação de venda ao varejo.
A descriminalização é um conceito engraçado,
dizer que é legal ter algo, usá-lo, possuí-lo,
mas não produzi-lo ou vendê-lo.
Isso parece ilógico. Por que de onde ele virá?
É o pior dos dois mundos, passa uma mensagem muito negativa.
Deveria ser controlado como o álcool ou o tabaco.
O impacto sobre o orçamento dos EUA se a maconha fosse legalizada
e tributada em taxas como as do álcool ou do tabaco,
seria entre $10 a $14 bilhões de dólares.
Poderia se usado para custear o sistema de saúde,
para diminuir impostos e oferecer taxas tributárias mais baixas,
para melhorar as estradas, hospitais, defesa nacional.
$14 bilhões poderiam ser usados para o que conviesse.
A produção ou a colheita, o acondicionamento, a venda da maconha
poderiam ser lidados como fazemos com o álcool.
Se vender a um menor, ou a alguém drogado,
poderia perder sua licença.
Essa licença seria difícil de obter e fácil de perder.
Parece fazer sentido, é algo discordante,
mas nenhum desses assuntos é mais relevante que na Colúmbia Britânica.
Sim, a maconha é ilegal aqui.
E sim, a polícia persegue produtores e traficantes,
mas isso não impede o mercado de prosperar.
Acredita-se que o comércio ilegal da maconha na Colúmbia Britânica
emprega de 90 a 150 mil pessoas
e o produto agora é conhecido em todo o mundo.
Até recebeu um nome...
- "O botão da C.B." - "Botão."
"Botão da C.B."
- "Botão da C.B.?" - Não sei do que está falando.
"Botão da C.B?"
- Sabem o que é "botão da C.B"? - Não.
Sabem onde fica a Colúmbia Britânica?
- Não. Fica na Grã-Bretanha? - Não, fica no Canadá.
- C.B. é famosa pela... - Maconha?
- Maconha e hippies. - Montanhas e o mar.
- Maconha? - Antes pelos vagabundos de praia,
mas hoje acho que é pelo "botão da C.B".
- Sabe o que é o botão da C.B.? - Não.
É muito conhecido.
"Botão da C.B." é erva que vem da Colúmbia Britânica,
por isso chamam de "Botão da C.B." ou "maconumbia".
Se tiver significa que tem maconha da Colúmbia Britânica.
Sabe o que significa "cultivo caseiro"?
Diria que é algo comum aqui.
As pessoas fazem em casa, nos porões.
Deveria estar no dicionário.
É algo que acontece na casa de alguém,
como um amigo que cultiva maconha dentro de casa.
- Conhece alguém que cultiva? - Não.
Kelowna, onde nasci.
Com uma população de apenas 100.000 habitantes,
Kelowna é conhecida por abrigar mais de mil cultivos caseiros.
Um policial declarou a um jornal local:
"Se identificássemos um cultivo por dia durante um ano,
"não estaríamos nem perto de eliminá-los."
E Kelowna não é a única...
Onde estão? Em toda parte, em cada esquina da província.
Não há uma comunidade que não tenha cultivos caseiros
ou não tenha experimentado um aumento desses cultivos.
Mas o fato é que há milhares de cultivos caseiros em toda C.B.
e o que mais se ouve dos vizinhos quando estouram um cultivo:
"Não sabia de cultivo de maconha na minha rua."
Se levarem minha estimativa a sério,
de que havia 17.000 cultivos caseiros na C.B. no ano 2000,
se levasse a sério, estaria considerando
um de cada 100 conjuntos habitacionais na Colúmbia Britânica.
Precisamos ter conhecimento disso.
Nada mal para uma província cuja população é de apenas 4.000.000.
Certamente mudou muito desde os anos 70 e 80,
quando era um negócio de importação e exportação,
comparado com a produção doméstica a partir dos anos 90.
Isso nos torna a Colômbia do norte. Falamos de grande produção.
A realidade é que há uma grande gama de pessoas envolvidas
na indústria da maconha na C.B. Não é uma hierarquia,
não te agridem se entrar nesta indústria.
Vai desde gente cultivando umas poucas plantas
até membros de clubes de motoqueiros
e outros possivelmente envolvidos no negócio.
A polícia atendia todo chamado.
Alguém ligava e a polícia investigava.
Uma investigação completa.
Isso caiu à metade no transcurso dos últimos sete anos.
Parece que se falarmos com pessoas do mundo real,
algo que descobriremos é que não entendemos muito bem
e vemos estas cifras que parecem indicar
que 1% de todas as unidades habitacionais
está potencialmente envolvido no cultivo de maconha.
Por certo deve dar uma perspectiva aos políticos do que devem fazer.
Como se encontram estes cultivos?
Para a polícia, envolve o uso de câmeras infravermelhas.
Elas detectam o calor acima do normal emitido pelos cultivos,
ou o *** do olfato.
Mas se tudo mais falhar... isto: "Patrulha ao Cultivo."
As comunidades estão tão repletas de cultivos na C.B.,
que alguns bairros começaram os próprios programas de vigilância.
Este, organizado pela Polícia Canadense de Chilliwack
tem até um programa educativo com fases,
treinamento, cooperação de bairros, certificação.
Uma vez certificado, poderá pôr este aviso que mostra
que seu bairro não aprova o cultivo da maconha.
Os cidadãos recebem perguntas para ajudar
a identificar um cultivo, perguntas como:
Os moradores não falam com ninguém?
Havia ruídos de construção provenientes do porão
logo após a ocupação da casa?
Há condensação visível nas janelas? O jardim está abandonado?
O programa educativo sustenta que uma resposta afirmativa
a uma ou a algumas das perguntas, não indica necessariamente
que os moradores estão envolvidos em atividades criminais...
Talvez isso seja algo bom.
Mas por que os cultivos caseiros estão surgindo
praticamente em cada bairro da C.B.?
Quanto dinheiro se pode ganhar por cultivar umas plantas no porão?
E como se parecem esses cultivos?
Finalmente conseguimos um cultivador, vamos encontrá-lo.
Usam cerca de 8 lâmpadas, não é algo enorme.
Dão isso aos podadores, quando são contratados para um trabalho.
Põem isso, e se alguém os vê pelo lado de fora,
parecem que estão usando óculos-de-sol...
mas quando está usando... não posso pôr agora porque estou dirigindo,
Não poderia ver. Todos vão receber óculos...
o diretor, o outro produtor.
Onde está meu telefone? Esperaremos a ligação,
Assim ficaremos atentos quando tocar...
Tem um carro chegando... Talvez sejam eles.
Alô?
Certo, então devemos pôr os óculos?
Pode dizer a eles que a câmera vai ficar ligada
mas poremos a tampa da lente, se não tiver problema.
Diggs, a câmera ficará ligada
mas poremos a tampa da lente, assim não haverá vídeo...
Merda. Isso, ponha.
Deixe ligada e ponha a tampa.
Como se sentem? Seu coração acelerou?
2 MINUTOS DEPOIS
- Vão no banco de trás? - Vamos. Tudo bem.
- Quer a câmera? - Quero. Ótimo.
Não está enjoado pelo movimento?
Sim, agora estou enjoado...
15 MINUTOS DEPOIS
Vão nos segurar pelo braço e nos levar até lá dentro?
Sim, foi o que disseram, é para que eu não caia.
Uma verdadeira plantação caseira...
O cultivador admitiu que esta não era uma das maiores plantações.
De fato, é talvez a menor em termos de tamanho.
Mas eu não estava nem aí.
Há tanto para se ver.
As luzes, as ferramentas,
a energia elétrica, os vasos, e claro, a maconha.
O que fazem quanto ao odor? Notei que têm um grande...
Temos um filtro de carbono aqui, ele filtra o ar
e vai por baixo da casa e passa como uma casinha de cachorro.
Estou na fase inicial e estou aprendendo.
Por aqui tem outro quarto. Lá dentro.
- Tem um total de 8 luzes? - Sim, acesas durante 12 horas.
Esta fica acesa 12 horas no dia e esta se acende às 20h.
Disse que a maioria dos caras que conhece
cultiva só para ganhar um dinheiro extra.
Sim, têm empregos normais, das 9h às 17h. São pessoas normais.
O cultivador me disse que colhe a cada dois meses
e cada colheita vale uns $20.000 dólares.
São $120.000 ao ano.
Ainda que este cultivo seja pequeno, as cifras não são.
Se essas cifras são obtidas com um conjunto de 8 lâmpadas,
quais seriam as cifras dos grandes cultivos?
E onde os encontramos?
Parece que em toda parte.
Em barcaças, caminhões...
Seja pela mobilidade, ou a intenção de disfarçar
o odor do cultivo de maconha,
qualquer que seja o motivo, é incomum.
Até mesmo em...?
***ões? Sim...
Parece que nossa adorada locomotiva não pode fugir desta febre,
quando soubemos que 20 ***ões foram enterrados para cultivar maconha,
fôssemos presos ou não, tínhamos que ver.
Assim partimos.
Mas não sem antes indagar ao engenheiro de som
se podíamos usar seu carro, adulando-o com gasolina grátis.
Para onde estávamos indo, iríamos precisar.
Estamos numa área úmida, aqui em cima.
Não vai querer ir até lá...
Aqui é onde trazem o diesel para abastecer seus geradores.
Com o que estão cultivando e o que os seus geradores precisam.
Precisam de um caminhão cheio.
Finalmente, depois de algumas horas de estrada
e subir a encosta de uma montanha, chegamos.
Passamos por muita coisa para chegar aqui.
Vejam que tenho a roupa apropriada. Estou de jeans e tênis...
Merda. Meus pés estão congelados!
Não tem vizinhos. À direita, não tem ninguém,
ninguém por aqui, ninguém ali.
Imagino que estão dispostos nesta direção.
Vamos querer saber coisas como: de onde vem o diesel,
onde arrumaram os tanques, onde compraram 20 ***ões
e onde compraram 150 lâmpadas?
Estas são bombas de diesel, e parece que ainda estão vazando.
É por aqui que se desce. Só quero ter certeza de que é seguro descer.
É como entrar numa caverna.
Cuidado onde pisa.
Não está tão frio aqui embaixo...
Há cerca de oito ***ões naquela direção, eu acho.
Não consigo ver o final. São muito compridos. Todos são.
Aqui dois até o final, lá embaixo dois ao fundo.
3, 4, há números na parede.
E o que fizeram foi cortá-los para abrir acessos,
e criaram corredores até cada um.
O tanque de água está aqui.
Vejo um, dois, três, é bastante.
Mas tem outro ali, e mais outro... e outro ao fundo.
Vejam isto...
Com razão a polícia os deixou aqui. Retirar seria difícil.
150 LÂMPADAS PRODUZIAM
DE 1/2 A 1 Kg POR LÂMPADA
Entendo por que compraram estes ***ões.
Foi uma pechincha pois estão enferrujados.
1/2 QUILO VALE $ 2.000
Poderíamos começar amanhã. Ainda tem terra e fertilizantes.
$1,2 A $2,4 MILHÕES POR ANO - Era uma vez uma planta.
Vejam estes cabos...
Dá pra ver que a polícia cortou todos.
O LUCRO DOBRA EM CERTAS ÁREAS DOS EUA.
Pra que essas correntes?
Era onde penduravam as luzes pois podiam ajustar a altura.
Pode fazer uma tomada até o fundo para ver a profundidade?
Vou até o fundo para ver o tamanho. Tudo estava cheio de plantas.
Estou no fundo
e mal consigo ver vocês. Parecem luzes.
Aqui é o fundo, para dar uma ideia do quanto isto é grande.
É praticamente uma viagem só para voltar até onde vocês estão.
Posso entender a fama.
Mais um, até o fundo.
Quando saiu no jornal "20 ***ões",
talvez se referisse a 10 de largura e dois de fundo em cada um.
Isso dá 20 ***ões.
Quem dera tivéssemos visto isto funcionando.
Que loucura.
É difícil saber que há lei por aqui. Vejam só.
Dia da Canábis. Um dia dedicado à maconha.
E saibam.
Isto acontece em um dos quarteirões mais congestionados
da maior cidade da Colúmbia Britânica, Vancouver.
A maconha? Está em toda parte.
Consumida e vendida em todas as formas imagináveis:
cachimbos, bongos, baseados, produtos assados.
Era difícil imaginar que quase todas as pessoas neste evento
estavam infringindo a lei e ninguém se importava.
A polícia estava ali, mas não para prendê-las.
Contiveram o trânsito para que a banda tocasse no Dia da Canábis,
e foram para o outro lado da rua.
Claro, sem problema.
Cumpro a ordem dos "tiras."
Um dos organizadores me disse que em todos os anos do evento
nunca houve um incidente violento, exceto uma vez,
por um homem que se crê havia ingerido álcool.
Soubemos que havia um festival de jazz
acontecendo ao mesmo tempo do outro lado da quadra...
e não estava indo tão bem.
Mas havia um grupo que estava indo bem...
Ali ainda está rolando o Dia da Canábis,
mas aqui, nem a uma quadra, há um retiro religioso,
e estão vendendo rosquinhas.
Perguntei sobre a manifestação. E me disseram:
"Precisamos orar por eles". Aí eu disse:
"Vocês estão vendendo comida para eles, não?"
e estou certo que também venderam muito hoje.
Veremos se entrevistaremos alguém.
A entrevista não surgiu.
Incrível a quantidade de maconha que havia.
Creio que ficamos todos tontos só com a fumaça.
Mas... eu consegui uma rosquinha.
Comprei algumas antes de sair. As garotas da igreja me ganharam.
A cultura da maconha se estabeleceu na C.B.
De parafernália, até cafés, da venda de sementes,
até seu próprio partido político:
O Partido Político da Maconha da C.B., até... padeiros.
"LOMBRADO" E ASSADO.
ESTRELADO POR: GAROTA MELANCIA.
CONVIDADA ESPECIAL: A MÃE DA MELANCIA.
Olá, todos, sou Melancia.
Bem-vindos ao meu programa de culinária: "Lombrado" e Assado!
Vamos revolucionar os programas de culinária
e vamos deixar que participem da ação.
Conheçam a garota melancia.
Ela conquistou sua própria fama como a única traficante,
nudista, comediante e garota do calendário da C.B.
Disse tudo?
Foi presa por vender seus biscoitos na praia de Wreck,
uma praia de nudismo.
Será isso sério?
Sou como a Heidi Fleiss da maconha.
Digo a todos, advogados, médicos, não são gente comum,
todos que vêm na minha casa são profissionais,
muita gente endinheirada, muita gente da política,
nem queira saber quem vem aqui.
Minha mãe era padeira, minha avó também,
e todas cozinhamos...
por isso fiz esse biscoitos da erva e comecei a vender.
É difícil ignorar a grande demanda.
Foi presa uma vez na praia de Wreck?
Fui, fui presa mais de uma vez.
Por supostamente traficar biscoitos de gengibre "alterados".
Então presumo que não eram biscoitos de gengibre comuns,
mas biscoitos cheios de maconha.
Mas até o juiz estava...
Ele via crimes violentos, um atrás do outro,
e de repente surge a garota dos biscoitos.
Se supõe que os policiais devem retirar os indesejáveis
das comunidades e claramente eu não era indesejada.
Mais alguém precisa de biscoitos.
A Agência de Oradores Nacionais me escolheu para palestrar
nas universidades e falar com os jovens sobre a maconha.
- Sério? - Sim, foi muito genial.
Disse a eles: "Querem que fale da maconha? Certo."
E me pagaram pra isso.
Tranquem seus filhos. Este é um crime hediondo.
Então em algum momento alguém poderia perguntar:
como uma indústria deste tamanho funciona na ilegalidade?
Para onde vai o dinheiro? Quem lucra com isto?
Será que circulam $7 bilhões pela província, sem que percebam?
Talvez as pessoas estejam sentindo os efeitos e nem sabem.
Parece haver um sistema. Alguns até deram um nome a ele.
Muita gente na cidade o considera como um sindicato.
Sindicato é um termo alternativo para "indústria."
É uma atividade clandestina onde há muitos ofícios
e muita gente diferente trabalhando junta.
Tem que trabalhar com gente em quem confia
porque é ilegal o que se faz aqui.
É assim que se divide o sindicato, e claro,
há muitas exceções à regra, mas esta é a estrutura típica:
Primeiro, está o dono da casa ou da terra.
Ele não assume muitas responsabilidades.
Simplesmente é o dono legítimo do local do cultivo.
Ele só tem que recolher uma mala a cada 3 meses e pagar sua hipoteca.
Suas mãos estão limpas porque pode alegar que não sabia,
caso o cultivo seja descoberto.
"Lamento, policial. Não sabia que estavam plantando maconha."
Depois vem o seu sócio meio a meio. O contratante,
que fornece o equipamento e contrata o cultivador, ou cultiva ele mesmo.
O cultivador é conhecido como "bode expiatório."
Por que esse nome? Porque é isso que ele é,
se a operação for descoberta, a culpa recai sobre ele.
Quando a colheita está madura, contratam podadores.
Eles preparam a erva para distribuição
cortando o excesso de folhas e talos.
O que muitos não sabem
é que a parte da planta da maconha que se fuma é o botão,
que em essência, é a flor... Não as folhas.
Os podadores são contratados com um salário que começa com $20 a hora.
Livre de impostos, claro.
Quando a maconha está pronta, aparece o intermediário.
Nem sempre é necessário, mas às vezes o sócio com o equipamento
precisa de um para que compre seu produto e o venda,
Caso ele seja necessário, usualmente quer dizer
que a maconha irá para o sul, aos EUA,
e neste caso, o intermediário comprará a maconha
por um preço entre $1.800 a $2.000 por quilo.
Depois ele contratará a "mula", alguém que se arrisca.
Alguém com coragem e astúcia para passar o produto pela fronteira.
Umas das formas mais comuns...
O pagamento das "mulas" varia a cada viagem, mas sempre ganham bem.
Quando o produto chegar às mãos do contato nos EUA,
ganhará mais ou menos $3.000 por quilo.
Quando mais ao sul, mais dinheiro ganhará.
Se conseguir chegar até o extremo leste, em áreas como NY,
o preço aumentará ainda mais, entre $3.500 a $6.000 por quilo.
Leis mais estritas requerem preços mais altos,
e em troca, geram maiores lucros.
Em Miami, 2,5 a 3 Kg de "botão da C.B."
são trocados por um quilo de "Yeyo" pura...
Cocaína. Esta, por sua vez, regressará ao Canadá,
e será vendida entre $30.000 a $35.000 o quilo.
Se a maconha conseguir permanecer na província,
será vendida de $1.800 a $2.000 por quilo,
dependendo de como esteja o mercado.
Esta é somente a ponta do iceberg.
O sindicato engloba uma quantidade de negócios e serviços,
gerando lucros diretos e indiretos à província.
Alguns sabem quem estão envolvidos,
mas outros não admitem os benefícios que recebem dele.
Os carpinteiros fazem mesas, quartos, abrigos
e o que for necessário para o cultivo.
Novas casas estão sendo construídas com o objetivo específico
de abrigar operação do cultivo de maconha.
Os eletricistas instalam lâmpadas e os componentes elétricos.
Desviam a energia se for necessário.
As lojas de ferragens fornecem materiais
para erguer quartos e estruturas para o cultivo.
Lojas hidropônicas fornecem as luzes, nutrientes, terra
e outros equipamentos para o cultivo.
Os vendedores de sementes fornecem sementes.
Cultivadores de clones criam clones de outras plantas de maconha
para apressar os ciclos de crescimento.
As imobiliárias conseguem as casas para os cultivadores,
sem saber, mas se beneficiam.
Há imobiliárias diretamente envolvidas com o sindicato,
e cobrem as necessidades dos cultivadores,
procurando casas em áreas distantes
com porões grandes e energia que possa armazenada ou até roubada.
Agentes hipotecários e arrendatários ajudam cultivadores
com pouco crédito a conseguir as casas que precisam para iniciar.
Bancos com segurança mínima para o depósito de dinheiro ilegal.
Hoje em dia os depósitos acima dos $3.000 são às vezes questionados,
mas cabe ao caixa decidir se o depósito é suspeito.
Se acharem que é, é possível que ponham uma observação na conta.
É apenas com um depósito de $10.000
que um formulário obrigatório do Banco Central é preenchido e enviado
mas é possível para depósitos de $9.999 que não se averigue.
"Você vendeu umas motos. Que bom."
"Você vendeu seu barco. Que ótimo."
"Obrigado por negociar comigo". Já me entenderam.
Advogados e escritórios oferecem consultoria
sobre como aumentar o dinheiro de forma legal.
Ajudam a organizar e incorporar empresas
limitadas e de valores para lavar o dinheiro.
Também oferecem consultoria legal
para manter os cultivadores fora da cadeia.
A Cia Elétrica ganha dinheiro pelas altas contas de energia,
devido ao número excessivo de luzes.
Ela só se envolve quando acha que alguém está furtando energia.
A polícia recebe um orçamento para combater o cultivo.
Criam forças-tarefas especiais, como "A Equipe Verde",
para especificamente combater a maconha.
O Canadá gasta entre $300 a $500 milhões anualmente
para reforçar a polícia e o judiciário
para fazer cumprir as leis contra a maconha.
A polícia também se beneficia
quando confisca bens dos cultivadores e traficantes...
E por último, os negócios da vida diária:
bares, restaurantes, lojas de roupas, lojas de barcos e de carros,
o dinheiro permeia indiretamente pelos negócios comuns.
Os cultivadores e traficantes gostam de gastar dinheiro em tudo.
Os cultivadores, depois da colheita, é como se ganhassem na loteria.
Dá para saber quem vende, quanto mais vendem, mais ostentosos são.
Acha que guardam e escondem em algum lugar?
Não, compram casas, carros, barcos.
Compram restaurantes, o que quiserem.
Talvez por isso nos pegaram. Nos deixamos pegar.
Pode tentar impedir que isso suba a sua cabeça, mas...
eu dizia a mesma coisa, mas quando o dinheiro vem fácil,
você se acostuma a esse estilo de vida e quando menos pensa,
fica descuidado. Acha que é o máximo.
E é assim que está organizado.
Sim, o crime organizado move a maioria do produto
quando está disponível no mercado,
mas não há muitos durões regando as plantas.
São pequenos cultivos, são jovens que veem a oportunidade.
Não é fácil ganhar essa quantia de grana fazendo outra coisa,
especialmente se cursou 4 anos de universidade
e vê um cara qualquer que rega plantas em seu porão
e tira dele muito dinheiro.
- Você tem um diploma? - Tenho.
- E então você... - Isso. Eu resolvi
deixá-lo de lado e cultivar maconha.
Poderia estar ganhando $33 a hora, o que é um bom salário, mas
por que iria querer isso quando tenho conhecimento
para faturar um ano inteiro em dois meses.
O que aprendemos até agora?
Primeiro, a proibição não reduziu a demanda,
e certamente não reduziu a oferta.
Segundo, é uma fonte de renda estável para o crime organizado,
que por sua vez, atrai a juventude porque é um dinheiro fácil.
E terceiro, por ser um mercado clandestino,
gera crime e violência,
e todavia, os únicos que pagam os custos de tudo isto
são os contribuintes, gente como você e eu.
E mais, todo este problema gira em torno de uma droga menos ameaçadora
que aquelas substâncias que legalizamos.
Pelo menos, por que não se propõe um debate sobre isso?
Dwight Eisenhower falou sobre o complexo industrial militar.
Por acaso construímos um complexo para a proibição da maconha?
A verdadeira guerra contra a maconha não começou até 1972,
e o presidente Nixon disse: "Todos os judeus fumam maconha."
Ele disse isso mesmo.
Quando Nixon começou a guerra contra as drogas,
havia coisas que ele queria fazer. Ele tinha um objetivo.
Muita informação foi guardada num depósito da Biblioteca do Congresso
e também nas principais universidades,
onde ela foi reunida e destruída.
O relatório do governo Nixon chamava-se "O Relatório Shafer".
Foi redigido por um governador republicano.
E quando ele o estudou, disse como resposta:
"Você pode folhear qualquer página,
"e se tiver alguma experiência com a canábis,
"perceberá que diz a verdade."
E quando o resultado foi que a maconha era inofensiva,
ele ignorou e decidiu lançar uma guerra contra as drogas.
Sequer fizeram cópias suficientes para o Congresso e a Casa Branca.
1970, o começo da guerra contra as drogas.
76 agentes de Nova Jersey viraram detetives. Eu era um deles.
1/3 de nós trabalhava infiltrado. Por acaso fiz parte deste terço.
Ali passei 14 anos da minha vida.
Nosso alvo eram os fumantes de maconha.
Havia uma razão muito importante para isso:
a maioria protestava contra a Guerra do Vietnã.
Se pudéssemos prender todo esse grupo de pessoas por fumar maconha,
não haveria protestos,
o que o Sr. Nixon achava que era uma boa ideia.
Quando o presidente Nixon declarou a guerra civil que agora vivemos,
a guerra contra as drogas, em 1972,
era uma guerra contra a maconha.
Realmente ficou mais forte nos anos 80,
quando Reagan assumiu a presidência dos EUA.
Ronald Reagan dizia que a juventude
se reúne, lê livros, fuma maconha
e fala, como se esses três elementos fossem a fórmula para o desastre.
"O que penso da legalização da maconha?"
"Se sou a favor ou contra?"
Sou totalmente contra a legalização da maconha.
Não se enganem. O enfoque do governo dos EUA
na guerra contra as drogas é a canábis,
o enfoque de sua retórica é a canábis.
Por certo, foi usada como representação
contra as demais drogas.
Quando vemos um aviso contra as drogas,
sempre é a folha da maconha que sobressai.
É quase como uma "Guerra Santa".
É mais fácil culpá-la do que ir atrás das mais fortes.
Faz as pessoas pensarem e quando pensam, questionam.
Questionam coisas como a Guerra do Vietnã,
ou a segregação racial de negros e brancos,
como era nos anos 30 nos clubes de jazz, ou os direitos da mulher,
ou a Guerra do Golfo, ou as guerras pelo petróleo.
É muito simples: você põe os sapatos, as meias pretas,
entra no carro, leva sua pasta, saúda o vizinho.
Ele corta a grama igual a você.
E tudo segue seu rumo, como sempre foi.
Por isso as leis contra a maconha existem.
Em minha opinião, há gente em todos os níveis de governo
que sabe que é uma guerra inglória. Mesmo assim, a continuam.
A aceitação do uso das drogas não é uma opção para este governo.
Com frequência nos debates há um policial debatendo conosco.
A polícia deve cumprir as leis.
Não discutir a favor ou contra a lei. Não é o trabalho deles.
Qual é seu trabalho então? Cumprir as leis codificadas
ou determinar as políticas das leis preexistentes?
A forma de justificar as políticas é criar medo
e gastar muito dinheiro combatendo-o.
Francamente, se pegarmos a população consumidora
de todas as outras drogas ilegais combinadas
e eliminássemos a canábis da equação,
não haveria um problema suficientemente
grande de drogas nestes país nem nos EUA,
para justificar os imensos gastos dirigidos a esta guerra.
O surpreendente é que se requer poucos reforços.
O GOVERNO GASTA CERCA DE $7.7 BILHÕES ANUALMENTE
PARA REFORÇAR A PROIBIÇÃO À MACONHA.
$400 milhões ao ano são gastos no Canadá
prendendo e processando crimes por maconha.
O orçamento total no Canadá para todas as drogas é de $500 milhões.
Isso quer dizer que 4/5 do orçamento são dirigidos
à prisão de usuários de maconha,
sobrando 1/5 para o crack, a heroína, cocaína,
metanfetamina, drogas de estupro, o que seja.
A indústria de luta contra as drogas é um grande negócio.
Perpétua a si mesma, se apoia no dinheiro dos contribuintes.
É uma batalha eterna que o DEA não ganha, mas participa dela.
É como fazer um filme de grande orçamento.
Você consegue $30 milhões para fazê-lo,
e logo o filme estreia e não fatura dinheiro...
mas alguém ganhou $30 milhões.
De vez em quando mostram um cara posando
ao lado de uma pilha de maconha, dizendo:
"É o dinheiro do DEA em ação!"
Seria como pedir aos lenhadores que salvem as árvores.
Esta é a fonte principal do seu dinheiro.
A campanha continuará até que cada
cultivo disponível de maconha tenha sido erradicado.
Temos de viver com isso, fazendo o melhor trabalho possível.
Ainda que seja um trabalho ruim?
Todos temos uma missão impossível, Srta. Gibson.
Há muitos policiais que creem que deveria ser
legalizada, regulada e controlada.
Eles veem a hipocrisia nas leis existentes relacionadas
com o álcool e a maconha, em seu cotidiano,
um turno atrás do outro, e não entendem!
Mas não querem perder seus empregos,
não querem perder uma promoção a sargento
ou uma designação como detetives.
Desejam ser chefe um dia e não vão contrariar as pessoas no poder.
Juízes, advogados, promotores, defensores, guardas de prisão,
toda essa gente na indústria da justiça criminal
protegem seus interesses? Em certo sentido, sim.
Os órgãos de defesa igualmente ganham dinheiro.
Quanto mais proibição, mais dinheiro ganham.
Perdão pelo atraso, Kent. Demorei no tribunal.
Ainda há muitas pessoas presas apenas por posse.
Se olharem as estatísticas, em termos de delitos por droga
percebe-se que o maior grupo ainda é por posse de maconha.
Toda vez que fuma um cigarro de maconha
você se arrisca a estragar seu futuro.
Qual é, pai, todos meus amigos fumam maconha,
- e não são criminosos. - É porque ainda não foram presos.
Se consumir drogas, será preso,
e quando for preso, será punido...
750 mil americanos todo ano são acusados por posse de maconha,
é quase um milhão de pessoas, e seja preso ou não,
estará em maus lençóis.
E esse número de prisões anuais por maconha
agora disputa com as prisões por homicídio,
estupro, roubo e agressão qualificada... somadas.
Nunca poderá superar uma condenação.
Uma condenação o acompanhará cada dia pelo resto de sua vida.
Por exemplo. Lembram de um cara que fumava sem tragar?
O ex-presidente Bill Clinton.
Para mim, isso não é problema. Só tomei uísque aos 22 anos.
Se o Sr. Clinton tivesse me passado um baseado
quando estávamos numa roda,
não importaria se o tragasse ou não,
ele teria se convertido num traficante
como todos os outros que foram presos
e nunca teria sido um advogado, muito menos presidente dos EUA.
Mas as leis contra a maconha nos protegem,
dão segurança e passam a mensagem moral adequada.
Foi assim que 19 de 21 países ruíram à nossa frente,
decadência interna, a ruína da moral,
da ética e dos princípios religiosos.
Se for um jovem nos EUA e te prendem com apenas um baseado,
não poderá receber um empréstimo ou bolsa do governo para universidade.
Se for condenado por homicídio ou estupro,
não tem problema, conseguirá o empréstimo.
Acho que o recado é: "É certo estuprar ou matar,
"mas não fume um baseado depois."
A primeira coisa que John Ashcroft fez depois do 11 de setembro,
foi enviar uma força policial para acabar com a
Cooperativa de Compradores de Canábis de Los Angeles.
Isso ajudou muito a segurança nacional.
E o que mais ajuda a Segurança Nacional?
Eliminar os principais alvos criminais.
Em 2003, o governo dos EUA destinou dinheiro só para isso.
$25 milhões pela cabeça de Osama bin Laden,
$15 milhões por cada um, pelo paradeiro de Uday e Qusay Hussein,
os filhos de Saddam,
e recursos de $12 milhões para perseguir
o homem mais perigoso de todos.
Este homem.
Pode nos dizer exatamente do que te acusaram?
Fui acusado de conspirar para vender parafernália.
A Operação "Cachimbo dos Sonhos" foi uma ideia brilhante
do procurador geral John Ashcroft.
A internet vem sendo usada ilegalmente
para vender estes produtos ilegais
e para facilitar que grandes negócios ilegais
operem a descoberto.
Uma operação secreta que prendeu gente por vender parafernália
a um município em especial da Pensilvânia,
onde estavam dispostos a processá-los.
Porque há dois estados: Pensilvânia e lowa,
onde não se permitia por ser proibida,
foi proibido mandá-la para a Pensilvânia e lowa.
Um homem como você que é um ator e comediante estabelecido,
que não é um criminoso, por que acha que você foi o objetivo?
Porque nossos filmes eram os mais alugados nos EUA.
O que nossos filmes fizeram foi mostrar
a hipocrisia de nossas leis contra a maconha.
De fato, quando fui preso, colocaram no inquérito
que nossos filmes influenciaram jovens durante 30 anos
e iam continuar a influenciar para sempre.
Por isso, eu devia estar preso.
Não esqueçam que estavam prestes a invadir o Iraque,
e precisavam distrair o público com as manchetes
e equipararam o comércio bilionário da parafernália
com o apoio a terroristas.
Tratava-se de uma empresa legalizada que pagava impostos.
Eu só era o rosto na fachada...
Eles me acusaram e eu não tinha nada a ver com a empresa.
Jamais enviei nada a ninguém.
A empresa nem era dele, ele só emprestava o nome.
51 pessoas foram detidas pela Operação "Cachimbo dos Sonhos"
e somente uma pessoa, Tommy Chong foi presa.
Se eu não confessasse, teriam ameaçado meu filho e esposa.
Tommy aceitou voluntariamente ir à prisão, dizendo:
"É minha parafernália. Deixem a minha família em paz".
Ele protegia a família.
Que tipo de força foi usada quando o prenderam?
Havia mais de 20 pessoas da equipe da SWAT,
visores, armas automáticas,
helicópteros sobrevoando.
Tinha carros da imprensa, carros da Fox News, lá fora.
Eles tinham a imprensa a postos.
Era uma operação importante para todos.
Indagaram se eu tinha droga. Respondi que sim."Tenho maconha".
Eles queriam saber onde estava e eu respondi.
Disseram: "Na verdade, não é busca por drogas".
"Então o que fazem na minha casa?"
Então disseram: "Se tratam dos bongos.
"Vamos eliminar todas as fábricas de bongos nos EUA."
E com Tommy prudentemente atrás das grades por nove meses,
a guerra contra as drogas dos EUA redirecionou seu alvo,
desta vez além de suas fronteiras.
No centro de Vancouver, em frente ao consulado dos EUA,
um grupo de pessoas se reuniu em uma marcha
por um cara chamado Marc Emery.
Ele claramente vendeu sementes...
sementes de maconha, para as pessoas erradas.
Digo-lhes que o DEA me quer porque sou bom no que faço.
Obviamente sou o homem mais perigoso do mundo. Sério.
Com razão estou enfrentando prisão perpétua sem condicional
por algo pelo qual ninguém nunca foi preso no Canadá. Nem por um dia.
Marc e dois de seus empregados enfrentam a prisão perpétua nos EUA.
Não no Canadá. Nos EUA, por vender sementes de maconha pela internet.
A polícia de Vancouver veio com um mandado de extradição,
mas então ficamos presos no Centro Correcional North Fraser,
um centro correcional do ano 2002!
Que belo prédio.
Marc Emery irritou os EUA.
Os EUA veem Marc Emery como uma grande ameaça política,
contra seu programa anti-canábis.
Em um comunicado à imprensa de Karen Tandy, chefe da DEA,
ela afirmou que este não era apenas o fim do tráfico de maconha,
mas um golpe contra o movimento pró-legalização.
Dei quase $4 milhões, em 11 anos, à Corte Suprema,
para iniciativas eleitorais, partidos políticos
e clínicas de tratamento de drogas.
Se era o DEA, atrás de quem acha que vai
de uma maneira tão perniciosa?
Acho que até admitiu no dia da operação, o DEA declarou:
"Ele apoia a legalização.
"Estamos calando um dos maiores.
"O movimento pró-legalização não terá de onde obter dinheiro."
Marc Emery nunca foi aos EUA vender sementes.
Tudo o que ele faz é a partir daqui, pelos correios.
E é muito próprio dos canadenses comprar coisas
como armas de algum lugar dos EUA.
É contra a lei, e se as recebermos aqui no Canadá,
vêm e nos prendem por ter recebido essa arma.
Não vão aos EUA e dizem a Colt:
"Olá, está presa por enviar uma arma a alguém no Canadá."
Ninguém foi sentenciado à prisão na história do Canadá
nos últimos 35 anos desta lei.
Duas pessoas, eu e lan Hunter, em Victória, fomos multados.
Há vários tipos de comércio de sementes ainda abertos.
Marc é o único de uns 50 negócios deste tipo no Canadá a ser acusado.
Marc paga impostos ao governo federal canadense
sobre os lucros gerados pela venda de sementes.
O governo se apoiou na existência
dos vendedores de sementes pela internet
para que os pacientes selecionados para o uso médico da maconha
e que imploravam por sementes,
fossem direcionados a estas sementes na internet
e Marc Emery, em alguns casos, é o lugar de conseguir a semente.
Põe o Canadá e o governo numa posição difícil,
pois têm que entregar um cidadão canadense a um governo estrangeiro
por atividades praticadas no Canadá,
pelas quais nosso próprio governo e polícia não o condenariam.
Se as autoridades canadenses, que ignoram esta merda,
pensam que fiz algo tão ruim, então me processem.
Eu devia ser julgado por um júri composto por meus pares.
Não serei julgado pelos meus pares.
Serei julgado por estrangeiros.
Às 16h20, uma hora sinônima com fumar maconha,
todo mundo acende um baseado, e aqueles que não têm um...
De novo, a polícia está por perto, mas não se importa.
Uma policial disse que se incomodava com o odor do fumo.
Era confuso.
Como era possível mandarmos Marc Emery à prisão perpétua nos EUA,
se nem ao menos a polícia considera necessário
prender pessoas por fumar na cara dela?
E essa não é a única coisa confusa.
Da maconha fumada nos EUA, quanta vem do Canadá?
- Não sei nada do Canadá. - Nem eu.
Talvez 20%?
Diria que 35%... e 1/4.
- 50%? - 50%.
- Diria 60%. - 60%.
- 70%. - Isso, 70 ou 80%.
Pelo menos 80%.
Não creio que seja tanto.
A maioria vem daqui.
ELE ESTÁ CERTO. 5% VEM DO CANADÁ,
40% DO MÉXICO E 45% DOS EUA.
Recebemos a droga e dizemos: "Botão da C.B."
Foi quando algumas pessoas do Canadá tentaram legalizar a maconha,
John Walters foi lá e disse: "O que estão falando é
"aprovar uma lei que permita exportar veneno ao meu país."
Quando falamos de veneno, "exportar veneno",
o que exportamos ao Canadá? Cigarros.
430 mil pessoas morrem nos EUA por ano por consumir cigarros.
5 milhões ao redor do mundo. Quem está exportando o veneno?
Das 6 milhões de pessoas que podem se beneficiar
de um tratamento nos EUA hoje, 60% são viciados em maconha.
Mentiras!
Fui convidado, lamento.
Não sei quem o convidou nem por que voltou aqui. Já tinha vindo antes.
Ele precisa pensar melhor.
E que tal se ele impedisse a cocaína que cruza a fronteira ou as armas?
Às vezes parece que estamos em Alice no País das Maravilhas,
passamos através do espelho.
De fato, mais colombianos morrem por tabaco dos EUA
do que americanos morrem por cocaína colombiana.
Qual é a da guerra às drogas?
Porque se não quiser o tabaco americano no seu país,
os EUA criarão uma guerra comercial contra seu país.
Temos o Canadá envolvido numa reforma política
para a tributação e regulação da canábis,
e nenhuma dessas histórias de terror virou realidade.
Problemas suficientes se têm com as políticas domésticas.
O que acha que acontecerá entre o Canadá e os EUA
se o Canadá legalizar a maconha?
Tem havido rumores como: "Fecharemos a fronteira".
Não creio.
Também ouvi isso, mas minha pergunta seria:
querem Los Angeles às escuras e com sede?
Se fizerem isso, não enviaremos a eles petróleo, água, nem energia.
Não vai ocorrer. Somos muito importantes um para o outro.
Por acaso os madeireiros vão parar de fazer negócios?
Os pescadores deixarão de comercializar?
Por acaso as pessoas que enviam manufaturados através da fronteira
vão parar seu negócio porque a maconha é legal aqui?
Os interesses comerciais não irão parar
e perder milhões de dólares por dia por fronteira fechada
só porque o Canadá tem uma política distinta a respeito da canábis.
Isso, interesses comerciais.
Às vezes eles simplesmente surgem
e constantemente nos lugares menos indesejados.
Temos visto um aumento explosivo da construção de prisões
que fica um pouco abaixo do aumento do encarceramento.
Há mais gente hoje na prisão nos EUA do que antes.
É uma das indústrias de maior crescimento nos EUA.
Empresas de investimento certa vez classificaram
as prisões privadas como um dos melhores investimentos.
Pode-se ganhar muito mais dinheiro construindo prisões
do que com outro investimento.
São extraordinariamente caras para se construir,
e muito mais caras ainda para funcionar e manter.
Neste momento nos EUA,
a indústria de maior crescimento é o complexo de prisões privatizadas.
O ***ão, por exemplo, encarcera 38 pessoas para cada 100 mil habitantes
Os EUA encarcera a uma taxa de 726 pessoas
para cada 100 mil habitantes.
Num período de 20 anos, a população carcerária dos EUA quadruplicou.
Temos 5% da população mundial e quase 25% dela são de presidiários.
Nem a África do Sul em seu pior momento,
teve tantos prisioneiros per capita como o que os EUA têm hoje.
O Texas construiu 77 prisões nos últimos 20 anos
e vemos os erários estaduais perto da falência
como resultado da construção de prisões.
ATUALMENTE HÁ 45 MIL PRESOS EM PRISÕES ESTADUAIS E FEDERAIS
POR CRIMES RELACIONADOS À MACONHA NOS EUA.
ISTO NÃO INCLUI AS PESSOAS EM CADEIAS LOCAIS E DO MUNICÍPIO
POR CRIMES RELACIONADOS À MACONHA
ESSA INFORMAÇÃO NÃO ESTAVA DISPONÍVEL.
786.546 PRISÕES POR MACONHA EM 2005.
Alguns acham que não haverá espaço para eles na prisão,
criaremos o espaço, estamos quase dobrando o espaço nas prisões.
Alguns acham que não há procuradores suficientes.
Iremos contratá-los,
com o maior aumento do número de procuradores federais na história.
No final dos anos 80,
havia 5 penitenciárias controladas por entidades privadas nos EUA.
Em 2005, esse número havia aumentado para mais de 260.
Tão logo acumula certa quantidade de capital pela construção de prisões,
pode começar a investir isso em segurança,
em assegurar que sempre haverá mais prisioneiros
para construir mais prisões.
Temos prisões privadas?
Mas que porra é essa? Como foi isso?
Como pode lucrar com pessoas na cadeia?
Isso é assustador, é um péssimo sinal.
Nossa sociedade estará ferrada se ninguém fizer algo a respeito.
Sindicatos de guardas correcionais viraram um poderoso grupo de lobby,
pressionando por sentenças maiores em crimes mais leves.
O da Califórnia virou o mais poderoso da Nação.
O orçamento do Departamento Prisional da Califórnia
aumentou de $923 milhões em 1985
para $5.7 bilhões em 2004.
Entre 1977 e 1999,
a maioria do gasto local e estatal em prisões
ao redor do país aumentou 946%,
quase duas vezes e meia a quantia gasta no aumento da educação...
e prisões não são a única coisa em que se gasta.
Há milhões de exames antidrogas por ano.
Ganha-se dinheiro com isso. E muito.
Tudo começou com pessoas dizendo:
"Devemos fazer *** em pessoas com profissões perigosas,
"como os policiais, pilotos de aviões".
Logo alguém disse: "Nossos atletas. Deveríamos testá-los também".
Logo alguém disse:
"Não são só os atletas profissionais,
"e os atletas nas universidades e escolas?
"Também devem ser testados".
Depois pensaram melhor e disseram:
"E se testássemos todos aqueles em atividades extracurriculares".
"Isso dever ser constitucional porque não é algo obrigatório."
Então hoje, se quiser entrar num clube de xadrez na escola
ou no clube de francês, tem que urinar no recipiente.
Agora estão pressionando para criar leis
que permitam testar todos os jovens na escola.
Todos os estudos mostram que isto não tem nada a ver
com que se os jovens usam drogas ou não, então me parece
que tem mais a ver com o dinheiro que ganham com os *** que fazem.
Dá para imaginar quanto dinheiro estaria envolvido
se pudéssemos testar aleatoriamente cada jovem na escola?
Muitos destes lugares que se dedicam a realizar os ***
se recusam a continuar a fazê-los,
porque a única coisa que acham é maconha.
As outras drogas que as pessoas usam desaparecem
do organismo muito rápido para não deixar rastro.
Se fumarem um cigarro de maconha, 28 dias depois,
se urinarem no recipiente, acusará que a consumiram,
mas se usarem uma droga pesada: heroína, cocaína,
metanfetamina, num fim de semana, ninguém saberá.
Qual é o recado para os jovens?
Que se não querem ser pegos,
não podem usar drogas leves. Usem as pesadas.
Não se trata mais apenas de urina,
mas de cabelo, saliva, exames de sangue.
É uma indústria, isso é dinheiro. Não fazem de graça.
SE O LUCRO EQUIVALE À DIFERENÇA ENTRE
A QUANTIA GANHA E A GASTA EM SE PRODUZIR ALGO...
QUAL É A INDÚSTRIA MAIS RENTÁVEL NOS EUA?
A indústria mais rentável nos EUA é a farmacêutica.
A cifra envolvida é assombrosa.
Será possível? A medicina ficou assim tão rentável?
De fato, sim.
Em 2005, as vendas de remédios prescritos nos EUA aumentaram 5.4%,
atingindo $251 bilhões. E as vendas farmacêuticas globais?
Aumentaram em 7%, atingindo $602 bilhões.
Por que a indústria farmacêutica se sentiria ameaçada por uma planta?
A resposta é simples: "natural".
Pois uma boa quantidade de pesquisas até hoje confirmou ou sugeriu
que a maconha em seu estado natural ainda é o método mais eficaz.
Podem imaginar um mundo em que não tivéssemos que pagar por remédios?
Depois de tratar uns 10 mil pacientes nos últimos 15 anos,
eu diria que mais de 200 doenças clínicas distintas
respondem bem ao tratamento com canábis.
Parece ter benefícios que desconhecíamos...
- Glaucoma. - Epilepsia, distrofia muscular.
- Artrite. - Esclerose múltipla.
- Síndrome Definhante. - Náusea, dor crônica.
Depressão, ansiedade, hepatite "C ", câncer.
- Quimioterapia. - AIDS.
Existe algum produto hoje à venda
que tenha tantos benefícios médicos como a canábis?
Não.
Ela continua a ser um importante recurso não utilizado.
O caminho da riqueza na indústria farmacêutica
é ter uma droga que possa ser patenteada.
A canábis é um problema desde o início
porque é uma droga com moléculas múltiplas.
Em 1930 era impossível patentear plantas,
e é por isto que esta indústria jamais a teve em conta, porque
é na sintetização e na propriedade dos compostos
que estão os lucros para a indústria farmacêutica.
A patente nos EUA dura 20 anos, mas pode cobrar o que quiser
durante esse lapso de tempo e é aí que ganha dinheiro.
Não se ganha dinheiro com plantas naturais.
Se puder usar um remédio natural que possa cultivar em sua casa
e que custe alguns centavos, você usará.
Só precisa de água e solo. E não apenas isso.
Tem a planta para sempre!
A motivação principal por trás de qualquer empresa farmacêutica
é fazer dinheiro, e o máximo possível.
São empresas e todo mundo sabe
que é um assunto a difusão de responsabilidades,
há muita gente trabalhando para estas empresas,
que perdem o caráter humano.
São clientes potenciais das indústrias farmacêuticas
que deixarão de ser, se usarem uma planta natural.
É ilimitado, cultive mais, obtenha mais remédio.
As empresas farmacêuticas não querem que cultivem seu próprio remédio.
O governo apoiou uma empresa de drogas pequena chamada Unimed
para fabricar um T.H.C. sintético, o tetraidrocanabinol,
e o puseram em cápsulas para ser usado como remédio oral.
Isso virou o Marinol.
Este T.H.C. no Marinol
e a mesma molécula de 21 carbonos da erva da maconha.
Mas não é igual à maconha medicinal.
Não é uma mescla grosseira de coisas nem garantia dos mesmos resultados.
Pode criar um delta 9-tetraidrocanabinol sintético
em um tubo de ensaio. Você terá o mesmo número de átomos
e na mesma ordem, mas como no tubo de ensaio
você pode pôr o mesmo número de elétrons,
os mesmos componentes subatômicos desse composto,
da mesma forma que um sistema de enzimas biológicas o faria?
Não se pode.
No composto sintético, trata-se de apenas um ingrediente da canábis.
Eles podem formular como uma droga e ganham muita grana dele.
Nos confunde se... ouvimos que não há provas científicas
dos benefícios medicinais da maconha.
Por que não há drogas como Marinol no mercado?
Por que ele sequer existe?
É parte da ambiguidade se a pegam e altera um pouco
para que creia que não é maconha, é boa então, é um grande remédio.
Estão tentando converter a maconha em remédio porque... é remédio!
Por que o governo cultiva maconha?
O governo tem programas de maconha que existem desde os anos 70.
É impossível para mim acreditar
que o governo acredite em sua própria propaganda.
O que creio é que possa enganar
algumas pessoas parte do tempo e estão conseguindo.
E para todas as alegações de que estas drogas são mais viáveis
porque não há "barato", checamos alguns dos efeitos colaterais.
No Marinol, tontura, sensação de felicidade exagerada, vertigem.
Até onde sei, isso é o mesmo que estar "doidão".
Se de fato são efeitos colaterais da maconha que evitam
que a indústria farmacêutica aceite a maconha como remédio viável,
é melhor que prestem atenção nos produtos que comercializam há anos.
Todo ano, remédios prescritos matam mais de 100 mil pessoas.
A indústria farmacêutica foi muito boa
ao convencer o público que precisa de seus remédios,
e se vir qualquer tipo de comercial para remédios,
sempre falam em terceira pessoa.
Por exemplo: de onde vem a dor de cabeça?
De algum lugar lá fora.
Não vendam o produto em si. Vendam sua apresentação.
Quantas pessoas neste país são viciadas em antidepressivos?
Quantas pessoas entram em depressão, têm desequilíbrios
ou acabam de sair de uma péssima relação e estão deprimidas?
Parecia ser aceitável dar algo as pessoas
sempre e quando venham de alguém vestido de branco
ou por meio de uma fórmula legal,
não importa o quão mortal essa droga possa ser em efeitos colaterais.
Chamamos a medicina moderna de "medicina alternativa"
porque é altamente experimental, quase sempre perigosa, tóxica,
e mata muita gente.
Parece uma loucura.
Há muitas coisas que podem te afetar de formas distintas.
Vejam: a aspirina e a heroína. As duas criadas pela Bayer.
Achava que a heroína vinha da semente do ópio...
Só o efeito natural do ópio, que se faz mais e mais concentrado.
Não. Tem que agregar químicos e preparar.
Não vem apenas do ópio em si.
Para que se fazia a heroína?
Como cura do vício da morfina e da tosse.
"Heroína, o sedativo para a tosse."
Pseudoefedrina. É o ingrediente principal da metanfetamina.
Serve para curar a tosse, a gripe, te dá gripe e:
"Creio que vou tomar metanfetamina".
Vendo de uma perspectiva ampla, o que é a maconha?
Até o próprio Francis Young, juiz do DEA,
que colheu depoimentos médicos por mais de 2 semanas,
fez esta declaração:
"A maconha, em seu estado natural,
"é uma das mais seguras substâncias terapeuticamente ativas
"conhecidas pelo homem."
E mesmo apesar disso,
e o número crescente de histórias reais exitosas em pacientes,
a canábis segue sendo classificada como narcótico de escala l.
Abaixo dessa categoria, a maconha é classificada
como não tendo valor médico conhecido.
Tenho...
esclerose...
múltipla...
Quando conhecemos Greg, seus tremores eram tão severos
que nos disse que necessitaria alguns baseados de maconha
para participar da entrevista.
A diferença foi do dia para noite.
O que acha daqueles que dizem
que a maconha deve ser examinada e regulada,
e que tenha destaque para que as empresas farmacêuticas
a considerem como um remédio valioso?
Parece muito...
e acho que é...
uma medida...
de como...
algo realmente...
patético...
de dizer...
Olhem pra mim.
Por acaso não é óbvio
que traguei...
uns baseados...
Pareço feliz?
Greg vem usando maconha há anos,
e nos afirmou que jamais experimentou efeitos negativos.
Nunca fiquei...
"preciso da minha maconha!"
Isso é estúpido!
Elimina meu desconforto,
por assim dizer,
melhora meu bem-estar.
Onde acha que estaria se não pudesse fumar, como lidaria com sua dor?
Teria achado uma maneira de fazê-lo.
Como acha que o treinamento e o ensino de médicos hoje em dia
trabalham contra a aceitação de prescrever maconha como remédio?
Trabalham contra ela porque desde o início
são absorvidos pela indústria farmacêutica,
lendo publicações, publicidade,
ou artigos sobre drogas financiadas pelas empresas farmacêuticas,
ou são seduzidos por estas empresas.
Jantares chiques, viagens de fim de semana.
"Gostaria de jogar 18 rounds de golfe?"
E muitos até recebem dinheiro das empresas farmacêuticas.
Conheci médicos que disseram não saber o que fazer
quando saíram da escola de medicina.
Era assustador. Tinham pacientes vivos na frente deles
que precisavam de ajuda e agradava a eles ter representantes
que lhes dissessem que remédios eram melhores para seus pacientes.
Os médicos têm parcialidade quanto
aos produtos da indústria farmacêutica,
Eles não aceitam a ideia
de que uma simples planta ou erva possa ser útil.
Não sei se pensam que é mágica.
Só acho que não sentem que seja o tipo de *** que estão acostumados.
Esse é nosso problema. O que tento fazer nessa gente
é que entenda seu enfoque científico,
mas ainda assim muita gente reluta em fazê-lo.
Todo o financiamento vem direta ou indiretamente das farmacêuticas,
e estas pessoas, por razões óbvias, ditam as decisões a serem tomadas.
Pensem no potencial do lobby detrás da indústria mais rentável dos EUA,
pensem no poder, e conseguem seu intento?
Por que não podemos explorar seu potencial medicinal?
Por que não podemos usá-la para criar mais produtos?
Para mim e paras as pessoas envolvidas neste negócio,
faz tempo que deixou de ter algum sentido.
A resposta comum é:
"A maconha medicinal é a ponte para a legalização".
E daí?
O que eles querem?
Devíamos estar usando esta planta. É tudo que tenho a dizer.
A restrição e proibição são, para mim, estupidez,
e não aprovo a estupidez.
E isso é um problema.
Como os políticos, após anos divulgando os males da maconha,
de pressionar por mais orçamento na guerra contra drogas,
de construir plataformas políticas
baseadas em posturas que difamam a maconha,
e sendo apoiados por grandes empresas,
como os mesmos políticos podem reverter sua posição?
Que político ousaria encarar seus eleitores dizer-lhes que a maconha
devia ser descriminalizada quando ontem dizia que era má e perigosa?
Seus eleitores iriam querer saber por que mudou de opinião.
"Estava mentindo para nós ou você é idiota?
"Não importa, não será eleito da próxima vez".
"Cometemos um erro!"
"As 17 milhões de pessoas que prendemos, detivemos,
multamos, ou fracassaram em suas carreiras."
Uma forma de evitar este problema
diante da evidência empírica em crescimento,
é desviando a atenção, agregando-lhe uma palavra:
"medicinal".
Ponha a palavra "medicinal" depois de "maconha",
e estará falando de algo
completamente diferente se for um político.
Por que há a percepção de que as pessoas sãs
são afetadas de maneira distinta
e é incapaz de evitar as consequências nefastas,
enquanto que uma pessoa com sistema imunológico mais baixo
ou com uma doença terminal parecia não experimentar nenhum dos efeitos?
Algumas pessoas voltam para casa ao final do dia e bebem
para esquecer o que passou, e dizem:
"Tive um dia duro, preciso de uma dose. Preciso relaxar."
E isso alivia a dor? Talvez sim.
Ou está atrás de prazer? Não sei.
Mas se pensarem no contexto da canábis, também tem relevância.
É muito provável que o governo libere
o uso da canábis se for para aliviar a dor,
se for por prazer, então será um problema,
e isso expõe uma parte de nossa cultura que é um pouco estranha.
O que funciona para uns,
não necessariamente funciona para outros.
O confronto entre pai e filho:
Mamãe fuma como uma chaminé e você bebe todos os dias e também fuma.
- Não é o mesmo. - Por que não?
Pode ter câncer e seu fígado pode apodrecer.
Se crê hoje, e estou decepcionado com a imprensa,
que não se levou esta nova informação
às pessoas deste país mais do que o devido.
Se crê que a maconha poderia se converter
na droga mais perigosa em uso em nosso país.
Ser for um político, pode chegar a ser eleito baseando sua plataforma
contra o crime na qual se prenderá todos os cultivadores de maconha
porque está dissipando os temores do público.
Porta-vozes de grupos de interesses especiais,
sejam grupos para reforçar a polícia, prisões privadas,
empresas farmacêuticas ou empresas petrolíferas,
temos porta-vozes de empresas enormes que tratam de nos acalmar
e de que votemos da forma indicada nas eleições.
Todos que entram têm seu próprio interesse, dívidas com lobistas,
por isso não vão revisar o trabalho anterior.
Não porque não seja seu trabalho.
É porque, Deus o livre, alguém revise o trabalho que fizeram.
Entendo por que os políticos relutam em agir
com base em seus próprios princípios,
mas nossos políticos devem interpretar as urnas,
porque este é um dos casos que acontece muito na vida,
em que o povo está à frente de seus líderes.
"Hempfest".
O maior evento da canábis do mundo,
um mostruário do cânhamo de hoje em dia.
Claro, o usaram há 70 anos.
Mas de que serve o cânhamo no mundo de hoje,
um mundo que parece ter tudo o que precisa?
Abre um novo mercado.
Abre um novo mercado, em todos os níveis.
Se pode usar as sementes, a polpa e as fibras do talo.
A própria fibra é a fibra natural mais forte do mundo.
A roupa que estou usando hoje para esta entrevista é de cânhamo.
Minhas roupas são de cânhamo, isso desde 1994,
quando me dei conta que podia comprar roupa
feita de fibras orgânicas mas duradouras que o algodão.
Pode comer as sementes do cânhamo,
que contém todos os aminoácidos e ácidos graxos essenciais.
Pode-se fazer combustível, fabricar biodiesel com ele.
O cânhamo é uma excelente fonte de biocombustível.
Ao cultivar cânhamo para combustível, cada colheita libera
uma grande quantia de oxigênio no meio ambiente,
de fato, a mesma quantidade de oxigênio que perde quando o queima,
volta a ganhar, assim é um ciclo fechado,
acabando com o efeito estufa.
Há tantas variedades de cânhamo industrial,
que poderia cultivá-lo quase em qualquer parte do mundo.
Não em todas as partes, mas quase,
isso o transforma numa fonte para combustível.
Isso seria uma solução.
Deixarmos de usar combustíveis fósseis e energia nuclear.
Pararmos de usá-la completamente,
e usarmos mais o vento, as ondas, o sol e biocombustíveis.
As pessoas entenderão,
sobretudo à medida que o preço da gasolina aumentar.
É o papel de melhor qualidade que existe.
Tem qualidade de arquivo, as palavras
"papel sem uso de árvores" não significam nada para as pessoas.
Há papel de cânhamo encontrado em museus com centenas de anos.
Nem sequer amarelou.
É um suplemento.
Podemos solucionar o problema do desmatamento.
Por que não é rentável usar o cânhamo
ao invés da indústria madeireira neste momento?
A resposta mais simples
é porque não se pode cultivar cânhamo nos EUA.
E pelo que se sabe,
é talvez uma das plantas mais úteis existentes,
se não a mais útil. E é ilegal!
O cânhamo industrial não é uma droga,
ainda que da mesma espécie da maconha,
é de uma variedade completamente diferente da planta,
similar à comparação de um Chihuahua com um São Bernardo.
Não dá para se drogar com o cânhamo industrial,
mas pode se drogar com a maconha.
Este é o único país industrializado do mundo
que não cultiva cânhamo industrial.
Pensem nesta loucura: podemos ingerir o produto,
podemos vendê-lo, vesti-lo,
exportá-lo, importá-lo, manufaturá-lo.
Tudo, menos cultivá-lo. Não podemos cultivar essa coisa?
É crime!
É isso aí.
Depois de dois anos de pesquisa,
uma busca por respostas só nos deixa com mais perguntas...
e a única coisa que realmente parece fazer sentido...
é que nada disso faz sentido.
É estranho quando se põe a natureza contra a lei.
Nos preocupamos com a extinção de certas coisas e mesmo assim,
há uma política contra a planta mais útil do mundo
para que seja eliminada e extinta.
Com certeza, ainda devem se preocupar com jovens consumidores,
mas também nos preocupa que consumam álcool, tabaco, que dirijam, etc.,
mas deveria ser tão proibida como é agora, ao invés de regulada?
É insustentável, numa sociedade racional.
Creio que seria muito ignorante da minha parte
ouvir alguém que tenta me oprimir
ao invés de ignorar o ignorante e seguir com o que creio estar certo.
Mesmo hoje, dando esta entrevista, fumei maconha a manhã toda.
É assim que fico quando chapado.
Há uma bela frase que diz que
"a vida é uma tragédia
"para aqueles que sentem e uma comédia para aqueles que pensam",
e se for um pensador e olhar a situação da maconha e não rir,
você é um babaca.
Acha que algum dia a maconha será legalizada no Canadá ou nos EUA?
Acho.
Não sei se nos EUA, mas será legalizada no Canadá.
Não estarei vivo para ver.
Costumava crer que estava bem perto
lá pelos anos 70.
Veja meus cabelos brancos, confesso ter 61 anos.
Creio que isso acontecerá. Não costumava acreditar,
há dois ou três anos, estava convencido
que não aconteceria enquanto eu estivesse vivo.
Queria que não tivesse feito essa pergunta,
mas eu diria que...
Acho que será.
Sempre há possibilidade, pode haver mudança de mentalidade.
Tudo o que temos de fazer para acabar com isto
é conseguir 50% do Congresso mais um ser humano
para dizer que acabou, e acabará.
Há um movimento neste país e há pessoas que têm mais fé nele que eu,
talvez por apresentar o Fear Factor todos esses anos,
perdi a minha fé nos seres humanos e em sua inteligência.
Acho que é inevitável, que a verdade nos libertará
e que a verdade é contagiosa, e que a canábis em si não é viciante,
o aprendizado a esse respeito rápido será.
Quando publiquei "A Maconha Reconsiderada",
no último capítulo
previ que quando as pessoas entendessem tudo acerca da maconha,
a proibição acabaria em questão de dez anos.
Carl Sagan, que era um grande amigo, leu o manuscrito e disse:
"Lester, você é tão pessimista. Dez anos?"
E aqui estamos.
45 anos depois e nada aconteceu.
No entanto,
não há como não acontecer, digo,
não se pode sustentar uma mentira como essa, para sempre.
MUSK3TEERS Legendas para a Vida Toda!