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Cidades Sem Carro Os Pequenos Detalhes
Em Ocupa Todas as Ruas, nós examinamos os danos causados às cidades pelos carros
quando ocuparam as ruas, há um século atrás.
Nós visitamos o centro de algumas cidades européias,
que retiraram os carros das ruas
e vimos quão populares são essas áreas livres de carros.
Nós vimos as vantagen de converter cidades para o modelo livre de carros.
Os fabricantes de automóveis alegam que em breve os carros não poluirão
e usaram energia sustentável.
Existe possibilidade que isso aconteça,
mas isto não resolverá nenhum dos outros problemas dos carros:
eles continuarão dominando as ruas das cidades,
ocupando espaço demais.
Então, se decidíssemos remover todos os carros de nossas cidades,
poderíamos fazer isto?
A resposta é sim. Mas serão necessárias soluções diferentes
para cidades novas ou cidades que já existem.
Trataremos das novas cidades primeiro.
O livro Car-Free Cities propõe um modelo teórico
para cidades completamente livres de carros.
Ele começa com a organização da cidade como um todo,
e então entra em detalhes para os níveis de distrito, quadras e prédios.
A cidade será o lar de um milhão de pessoas.
Sistemas de trens urbanos fornece transporte rápido entre quaisquer distritos
da cidade.
Caminhar até uma parada do transporte público nunca leva mais de cinco minutos
e o tempo máximo de viagem é de 35 minutos.
Nunca será necessária mais do que uma conexão.
Ampliando a imagem, vemos um típico distrito com 800 metros de diâmetro
que abriga 12 mil pessoas.
Há espaço para oito mil pessoas trabalharem e estudarem.
A estação de transporte é no centro.
A maioria dos produtos e serviços estão disponíveis no próprio distrito.
Ruas largas não são necessárias, exceto pela avenida princial,
que possui a largura de uma avenida de Manhattan.
Outras ruas têm menos de metade dessa largura,
às vezes muito menos.
E ainda há espaço de sobra para tudo, exceto carros.
No nível das quadras, vemos como a quadra é cercada de ruas agradáveis.
Um pátio com pelo menos do tamanho deste fica no centro de cada quadra.
Pequenas praças de bairro surgem em muito cruzamentos de ruas.
Os prédios são estreitos, e a maioria possui quatro andares.
Normalmente possuem menos de 10 metros de profundidade,
então os cômodos são bem iluminados.
Cada família tem o seu próprio prédio e espaço suficiente.
A maioria das salas no térreo são ocupadas por lojas, escritórios ou oficinas.
Os prédios possuem acesso direto ao pátio nos fundos.
Prédios deste tipo existem nas cidades desde o Império Romano,
fazem um uso muito eficiente do espaço, são razoavelmente baratos
e oferecem uma qualidade de vida excelente.
O maior desafio em qualquer projeto de cidade sem carros
é o transporte de grandes cargas.
Nas cidades já existentes, o trânsito de caminhões pode ser bastante reduzido,
mas em novas cidades pode ser completamente eliminado.
O transporte urbano de cargas surge em zonas utilitárias,
estabelecidas na periferia da cidade.
Zonas utilitárias também fornecem espaço para a indústria pesada
e garagens para os carros que chegam à cidade.
Ninguém mora em uma zona utilitária.
Estradas e ferrovias de carga terminam ali
e contâineres padrão entram na cidade por um sistema ferroviário dedicado.
Os serviços de emergência funcionam da maneira habitual
por uma rede de ruas de porte médio
que alcança toda cidade.
A China está construindo novas cidades em um ritmo de tirar o fôlego
e qualquer uma delas pode seguir os princípios que acabamos de descrever.
E as cidades já existentes?
Vamos precisar aceitar o melhor possível,
mas mesmo assim ainda podem alcançar os mesmos benefícios das cidades novas.
Tomemos Manhattan como exemplo.
O metrô, que já é bom, ficaria completo com a construção da linha da 2ª Avenida
e a adição de um trem leve de superfície na 10ª Avenida.
Os ônibus transversais serão substituídos por bondes,
como já está planejado para a 42ª Avenida.
Com isso teremos uma rede completa de transporte público de qualidade.
Linhas circulares, mostradas em vermelho,
provém transporte de carga, com bondes adaptados que carregam contâineres.
Eles são carregados em terminais na margem do rio,
que chegam em balsas que chegam do Porto Marítimo de Nova Iorque.
A entrega local é feita com carrinhos elétricos.
Alguns automóveis elétricos lentos serão necessários
para realizar entregas locais pesadas.
Mas a maior distância que eles fariam seria até linha de carga mais próxima.
Sem carros, Manhattan se tornaria o paraíso dos ciclistas.
Caminhar, não é apenas muito mais agradável,
mas também muito mais rápido
pois não há mais as entediantes esperas nos semáforos.
Cada cidade, exigirá adaptações sob medida.
Como os trens são o transporte urbano mais eficiente de todos,
podemos alcançar as necessidades de toda cidade fazendo esta mudança.
Cidades sem carro serão mais sustentáveis e lugares mais saudáveis para se viver.
A qualidade de vida melhorará dramaticamente.
A eficiência econômica, tanto de bicicletas quanto de trens,
comparados com o carros e caminhões,
melhoraria a posição econômica da cidade no mundo.
A recuperação de terras valiosas para usos produtivos é um grande ganho.
Este caminho para o progresso, supre as necessidades dos 99%.
As propostas foram trabalhadas nos mínimos detalhes,
e não há nenhum problema significativo a ser resolvido.
Agora só precisamos fazer uma escolha:
nós queremos cidades melhores e mais humanas que sobreviverão no futuro
ou não?