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[EM ASSOCIAÇÃO COM GREEN LABEL]
[KANSAS CITY, MISSOURI, EUA]
Caralho!
Você viu, Jerry?
O quê?
O Ernie Torres subiu de ollie, fez um nose manual e mandou um ollie flip saindo da bagaça.
Foi muito louco.
[SEAN MALTO]
[EPICLY LATER'D]
Sean, onde a gente está?
Estamos na loja de skate Escapist.
Eu vinha aqui quando era criança
e a minha mãe comprava os nossos presentes de Natal aqui
[SEAN MALTO SKATISTA PROFISSIONAL] desde que eu tinha uns dez anos.
Tenho três irmãos mais velhos e dois deles andavam de skate.
Esta loja sempre fez coisa pelo skate.
Sempre fez todas as demonstrações...
Os pequenos jogos locais de skate, campeonato de ollie mais alto,
essas coisas todas.
Eu basicamente cresci nesta loja.
Ele e os dois irmãos também andavam de skate, o Chris e o Justin.
Acho que ele devia ter uns dez, 11 anos...
E acabei conhecendo a família toda,
[DAN ASKEW SÓCIO DA LOJA DE SKATE ESCAPIST] eles começaram a vir na loja e também
andavam de skate nos parques.
E o Sean foi melhorando cada vez mais
até que ficou muito melhor que os irmãos.
E aí teve um campeonato no Pleasant Valley Skate Park.
Acho que ele devia ter uns 12 anos na época.
Subindo o corrimão...
Parecia que ele tinha oito anos -- ele sempre foi pequenininho
e parecia mais novo do que era.
Então todo mundo pirou.
E aí, sei lá, uns dois meses depois,
o John chegou para mim e acabamos perguntando --
na verdade, ele perguntou para a gente...
Não sei como foi, mas lembro de perguntar na cara dura para eles:
"Ei, posso andar de skate pela Escapist?"
Eu achava que, estando na Escapist, já seria profissional.
E aí entrei para a Escapist e fiquei muito pilhado, tipo:
"Isso aí, eu vou andar pela Escapist!" Fiquei louco.
O Jamie Thomas era meu skatista favorito. Eu adorava a Zero.
Eu tinha o tênis e o shape do Jamie Thomas.
Então eu era bem fã da Zero.
Mandei meu vídeo para o Jamie Thomas.
E ele me recusou.
Acho que mandei dois vídeos para ele.
[MIKEY TAYLOR SKATISTA PROFISSIONAL] Na época ele teria
se encaixado muito bem. Ele era tipo um bebê.
Patrocínio de loja... Ele parecia o Leo.
Mesmo cabelo tipo "Kids in America".
Calça superapertada.
Era louco.
[SAM SMYTH AGENTE DE EQUIPE GIRL SKATEBOARDS] Ouvi falar do Malto pela primeira vez
pela Escapist, a loja local. Eles mandaram uma fita VHS
que dizia: "Sean Malto, Lansing, Kansas, 15, 14 na época da filmagem."
Foi a mesma fita que mandei para o Jamie também, o que é engraçado,
mas a Girl me deu retorno, então...
O Sam Smyth recebeu vídeos dele de quando ele era muito pequeno,
[AARON MEZA DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE VÍDEO, GIRL SKATEBOARDS] acho que estava
de capacete em algumas das imagens.
Ele era um molequinho muito pequeno.
Mas mandava muito.
Em todos os picos você via ele...
fazendo umas manobras muito radicais, em Kansas...
Ele estava fazendo isso.
Uns grinds basudos em corrimão e tal.
E ele era pequeno, quase não parecia com
o Malto que conhecemos hoje, quase não dava para vislumbrar.
O Sam me ligou e disse: "Você quer
ganhar uns shapes?" E eu disse: "Quero, porra." Fiquei muito pilhado.
Lembro que ganhei os shapes e acordei de manhã
e ainda estava com as camisetas e os shapes que me mandaram na cama.
Eu estava muito feliz de ganhar aquilo.
Minha mãe perguntou: "O que é Girl Skateboards?" E eu disse:
"Ah, olha o site." E a primeira coisa que ela viu
foi um trailer de Yeah Right em que aparecia o Koston
[ERIC KOSTON SKATISTA PROFISSIONAL] gritando com um maluco que tentou roubar o carro dele.
- Me dá a sua carteira! Me dá a carteira, porra! - Não vou te dar a carteira!
Seu filho da puta! Seu filho da puta do caralho!
Me dá a sua carteira agora, porra!
Ele estava com um skate na mão prestes a bater no maluco,
e a minha mãe e eu assistindo, aí ela disse:
"Ah, é essa a empresa que está te mandando essas coisas?"
E eu: "É, né... Mas agora está um pouco diferente."
E quando ele estava com uns 16, já estava muito bom.
Acho que a gente tirava com ele. Acho que ele estava viajando.
A gente ainda zoa com isso, com a parte que ele viajava
porque o Mike Mo conseguiu entrar em seis meses.
Porque ele estava aqui.
[MIKE MO CAPALDI SKATISTA PROFISSIONAL] Assim que colocamos ele no flow team,
ele era muito bom, então simplesmente falamos para enfiar ele na van com a banca.
Aconteceu muito rápido.
Mas para o Malto foi mais difícil porque ele estava em Kansas.
Fiquei muito tempo no flow. Uns dois anos e meio.
Antes mesmo de viajar.
Já estava tipo no oitavo vídeo antes de fazer minha primeira viagem.
E aí fomos para o Canadá.
E eles falaram: "A gente quer que você venha junto."
E eu falei: "Com certeza." Uma viagem com o Carroll, o Howard, o Koston.
Fiquei louco, demorou.
O Jeremy Rogers estava lá tentando tirar uma com a nossa cara.
- Tentando zoar com vocês? - É! Ele estava tentando fazer...
Qualquer coisinha que a gente fazia ele falava:
"Olha as tosqueiras aí."
Porra tosca
com a equipe da Girl.
Estamos com dois moleques novos da porra.
São novinhos, acabamos de pegar eles da rua.
Eles não conseguem descer da porra da rampa e da escada.
"Vocês não sabem porra nenhuma." Tentando pagar de zoeiro,
sei lá o que ele estava fazendo.
Mas andando de skate, ele destruía.
Eu pirava no Jeremy, ficava falando: "Nossa, velho, ele é muito bom."
Foi muito engraçado, mano.
O Mike Mo só tinha 15 anos.
E nunca tinha comido outra coisa que não fosse pizza e panqueca.
Daí acho que o primeiro lugar que fomos comer,
não tinha panqueca e ele ficou sem a menor ideia do que comer.
E aí escolheu a mesma coisa que o Malto. E acho que o resto da viagem toda
ele só falava: "Vou comer a mesma coisa que ele."
E passou anos fazendo isso.
Agora eu meio que entendo, quando um moleque faz uma viagem,
tá ligado,
é uma questão de saber qual é a dele.
Mas quando você é moleque e faz uma viagem dessa, não pensa
em ficar fazendo média. Eu só pensava em andar de skate.
E fiquei o tempo todo quieto mesmo, porque ficava nervoso perto desses caras.
Oi, Sean Malto, checando, Sean Malto.
É certo que o moleque vai ser um skatista incrível.
[RICK MCCRANK SKATISTA PROFISSIONAL] Mas dá para fazer rolê com ele?
E com o Sean, todo mundo podia fazer rolê com ele, então era óbvio.
Era a combinação perfeita, essa era a impressão.
Pelo menos para mim, não tinha problema nenhum.
Lá para o fim da viagem, o Rick McCrank...
Eles estavam fazendo um evento de autógrafos
numa loja e o Mike Mo e eu não queríamos
dar autógrafo. A gente achou estranho.
Tipo, a gente nem era da equipe.
Então sentamos num canto e o McCrank falou:
"O que vocês estão fazendo?" E a gente: "Sei lá, tipo...
Estamos de boa aqui." E ele disse:
"Vocês tinham que estar ali assinando as porras com a gente."
E a gente: "Então, a gente não está na equipe."
E ele: "É, mas vão entrar."
Fez um comentário desse tipo. E eu pensei: "Tá tirando."
A gente ficou muito pilhado.
A gente ficou dando "high five" no quarto do hotel, tipo:
"O quê! Vai rolar isso mesmo?"
Eu ainda tinha minhas dúvidas, tipo:
"E o que acontece se não entrar?"
Dá medo querer tanto alguma coisa assim.
Acabamos fazendo um vídeo da turnê. Um DVD da viagem.
E no fim do vídeo, colocamos "Bem-vindos, Mike Mo e Malto"
com algumas imagens deles.
Acho que o Sean fez um hardflip no vão de Carlsbad.
E acho que rolou um: "Beleza, estamos fazendo isso aqui,
filma umas manobras."
Foi a primeira vez que apareci em um vídeo.
Primeira turnê que fiz.
E quando saiu o vídeo da turnê, escreveram meu nome errado.
[YES WE CANADA] - S-H-A-W-N? - Não, S-E-A-N, mas aí escreveram
M-A-T-L-O.
- Matlo? - Matlo.
Todos os meus amigos passaram um ano me chamando de Matlo
por causa disso. Então obrigado, Aaron Meza.
Olha a tosqueira.
É, fala sério.
Logo depois, fizemos uma turnê de um mês pelos EUA chamada
[BADASS MEETS ***] "Badass Meets ***".
O Sean destruía em toda demonstração. Ele foi o campeão da turnê.
Acho que nessa viagem,
o Sean conseguia alguma coisa toda vez que andava de skate na rua.
Tirando uma vez, talvez.
Mas toda vez que ele saía, conseguia alguma coisa.
[GUY MARIANO SKATISTA PROFISSIONAL] Acho que o jeito de andar de skate do Sean e a personalidade dele
são muito consistentes. Ele é muito confiável.
Ele é muito fiável, como eu disse.
Sempre dá para contar que o Sean vai mandar bem.
Ser skatista profissional era a meta.
Eu queria ser skatista profissional
desde que tinha dez anos de idade.
Não sei como foi que chegou a isso, para ser sincero.
A gente estava na Austrália e...
O Sam falou: "Vamos colocar todos os meninos..." --
a gente chamava eles de "meninos", e ele disse:
"Vamos colocar todos os meninos no profissional. Vamos contar para eles na janta hoje à noite."
Colocamos o Sean, o Mike Mo e o Alex Olsen no profissional ao mesmo tempo.
O Sean estava destruindo forte.
Fazia sentido colocar todos no profissional ao mesmo tempo.
Acho que eles sabiam, mas eu não fazia ideia. E aí no fim da viagem
todo mundo estava lá se cumprimentando,
comemorando.
O Sam fez um discurso,
como sempre faz no fim de toda viagem.
E falou para o Alex e o Mike Mo: "Bom, vamos colocar vocês no profissional."
E a gente comemorou, eu fiquei muito feliz.
Pensei: "Cacete, o Mo e Alex vão virar profissionais, muito louco.
Agora vou ser o único skatista amador da Girl."
E aí ficou a comemoração e no fim ele falou:
"Ah, é, vamos colocar você no profissional também, Sean."
E eu fiquei tipo... oi?
E ele falou: "É, é, tá ligado esse pessoal, vamos colocar você no profissional também."
E eu fiquei louco... "Tá tirando!"
Acho que eles todos piraram, foi bem insano.
Eles ficaram falando: "Quê? Quê? Quê?"
Acho que pensavam que ia acontecer no futuro
e acho que surpreendeu.
Eles ficaram bem malucos. Gostei de como eles
ficaram completamente maravilhados.
Vai, Malto! Malto! Malto!
Olha ele levando o fora.
Vai, manda ver!
[TERMINA NA PARTE 2]
Tradução: Aline Scátola