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Esse é o ponto inicial da nossa caminhada:
estádio Monumental de Núñez, do River Plate,
tradicional clube aqui de Buenos Aires.
Ele se chama Monumental de Núñez, mas não fica em Núñez,
Núñez é o bairro vizinho, este bairro é o de Belgrano.
O nome oficial do estádio é Antonio Vespucio Liberti,
que era o presidente do River na época da construção.
Esse estádio foi construído na década de 30 e inaugurado em 1938.
Esse atualmente é o maior estádio da Argentina, com capacidade para mais de 70 mil pessoas,
embora nessa inauguração eles tenham colocado mais de 120 mil pessoas aqui dentro.
Esse estádio recebeu 7 jogos da Copa do Mundo de 1978,
incluindo a abertura, que foi um jogo entre Alemanha Ocidental e Polônia,
e a final, quando os argentinos foram campeões ganhando da Holanda por 3 a 1.
Deixando o Monumental de Núñez para trás, vamos para o Hipódromo de Buenos Aires,
que é o segundo ponto da nossa caminhada.
A gente está passando pelo bairro de Palermo em direção aos Bosques de Palermo,
mas antes a gente deu uma parada
aqui atrás de mim está o Hipódromo Argentino de Palermo.
Esse foi o primeiro hipódromo aqui de Buenos Aires.
Ele foi inaugurado em 1876 e aqui é disputado o Gran Premio Nacional,
que é o derby argentino mais conhecido do país.
Em 2006, inclusive, eu descobri que ele foi vencido por um jóquei brasileiro
com um cavalo brasileiro, pela primeira e única vez.
A gente se deu bem aqui na terra deles.
Logo ao lado do Hipódromo de Palermo aqui estão os famosos Bosques de Palermo,
que são um conjunto de diversos parques que a gente vai conhecer agora.
Enfim chegamos aos famosos Bosques de Palermo, aqui no bairro de Palermo.
Hoje, particularmente, é um feriado, então há muita gente aqui andando a pé,
andando de bicicleta, andando de patins, praticando esportes, várias outras coisas.
E nessas dezenas de hectares dos Bosques de Palermo a gente tem
Jardim Botânico, Jardim Zoológico, Jardim Japonês,
a Plaza Itália, que a gente vai visitar daqui a pouco,
Plaza Sicilia, Plaza Holanda, tem o Planetário lá atrás...
Enfim, vamos dar uma volta por aí.
Essa é a Praça Itália, finalmente cheguei aqui,
a Plaza Italia, como eles falam.
É um dos lugares mais movimentados de Buenos Aires.
Por aqui passam dezenas de linhas de ônibus,
o metrô também passa aqui por baixo.
E atrás de mim temos uma estátua em homenagem a Giuseppe Garibaldi,
um político-militar italiano
também conhecido como "o herói de dois mundos",
isso devido a suas expedições militares bem sucedidas
tanto aqui na América do Sul quanto na Europa.
E foi aqui da Praça Itália que partiu
o primeiro bonde elétrico de Buenos Aires.
Aqui tem uma homenagem pra ele, um texto:
"A partir daqui saiu, na sua viagem inaugural,
dia 22 de abril de 1897,
o primeiro bonde elétrico de Buenos Aires".
Parei aqui na frente do MALBA,
Museu de Arte Latino-americana de Buenos Aires,
que é um museu relativamente recente, ele é de 2001.
E ele é exclusivo para artistas latino-americanos.
Então aqui dentro tem desde pinturas a esculturas,
desenhos, vídeos, instalações, fotografias,
tudo que vocês podem imaginar.
Mais de 160 artistas, mais de 400, 500 obras...
Bom, chegamos aqui na Floralis Genérica,
que é esta flor gigante de aço inoxidável
com mais de 20 metros de altura
que é cercada por um espelho d'água que, eu acho,
além de ser uma coisa bonita, é muito mais uma proteção contra os invasores.
E ela está situada aqui nessa praça,
que é a Plaza de las Naciones Unidas.
E o legal dessa flor é que ela tem esse sistema mecânico
que abre e fecha as pétalas de acordo com o momento do dia.
Então, quando o sol nasce, as pétalas se abrem,
e quando o sol se põe, as pétalas fecham.
Exceto em alguns dias especiais do ano, como natal e ano novo,
que as pétalas permanecem abertas, umas luzes se acendem…
Essa aqui é a Biblioteca Nacional, a maior e mais importante da Argentina.
Ela existe desde 1810, mas não ficava aqui, ficava em outro lugar,
porque esse prédio foi construído na década de 60 e inaugurado em 1992.
Agora a gente tá indo pra um dos lugares mais legais
que a gente vai visitar, que é o Cemitério da Recoleta.
Eu sei que, para algumas pessoas, visitar cemitérios
como turismo pode soar um tanto exótico...
Mas aqui em Buenos Aires, tanto o da Recoleta quanto o da Chacarita,
que fica em outra parte da cidade,
são muito bonitos e são recomendados para os turistas olharem.
Aqui era um antigo jardim de um convento
que em 1822 se transformou no Cemitério da Recoleta.
É o cemitério preferido das pessoas de mais prestígio e poder aqui da Argentina.
E, dentre os que estão enterrados aqui, muitos políticos, militares,
poetas, escritores e até alguns esportistas.
A gente vai entrar aqui dentro para ver a pessoa mais conhecida
dentre os que estão enterrados aqui:
Evita Perón.
Dentre todos que estão enterrados aqui no Cemitério da Recoleta,
a mais conhecida para nós, brasileiros, é Eva Perón.
Ela que foi primeira-dama, atriz e uma líder política argentina
inclusive muito respeitada pelo povo argentino,
como vocês podem ver aqui do lado.
Olha todo mundo que está esperando a gente gravar
só para poder tirar uma foto... Vamos sair.
Cheguei na Plaza San Martín, onde aqui atrás de mim
temos um monumento em homenagem ao libertador José de San Martín.
Ele que é um herói, não só para os argentinos,
mas também para chilenos, peruanos e outros países da América do Sul
porque ele foi um guerreiro na luta da independência desses países da Espanha.
E cheguei na Rua Florida, ou Calle Florida,
que é uma rua comercial.
Ela se tornou uma rua comercial ainda no século XIX
e atualmente é a rua comercial mais importante da Argentina.
Ela é uma rua apenas para pedestres, mas não foi sempre assim.
Só se tornou uma rua unicamente para pedestres em tempo integral em 1972.
E ela é muito conhecida por ter várias galerias,
como as Galerías Pacífico, que é onde a gente vai entrar agora.
Ali atrás, ó.
As Galerías Pacífico são o centro comercial mais importante da Argentina.
Muito bem localizado, esse lugar aqui é na esquina da Florida com a Córdoba,
um lugar super bem movimentado aqui no centro de Buenos Aires.
E esse prédio aqui é do final do século XIX
e eles restauraram na década de 90 para criar esse shopping aqui,
totalmente de luxo.
Eu tô cruzando a Avenida 9 de Julio em direção ao Teatro Colón
quando eu me lembrei de uma coisa que me disseram:
os argentinos se gabam por terem a avenida mais larga do mundo,
que é a 9 de Julio.
E aí eu vim aqui conferir se isso é verdade.
Foi quando eu percebi que, de um lado, ela se chama Carlos Pellegrini,
do outro lado ela se chama Cerrito,
e só no meio ela se chama 9 de Julio.
Querendo ou não, esse recorde que eles alegam ter é meio que uma trapaça.
Esse é o Teatro Colón, a sala de espetáculos mais famosa da Argentina.
Foi inaugurado em 1908, após 20 anos de construção,
ou seja, já é um teatro centenário.
A capacidade da sala é para mais de 3 mil pessoas.
E ele é considerado um monumento histórico nacional.
Esse é o Obelisco, e ele foi inaugurado em 1936
para comemorar os 400 anos da cidade de Buenos Aires.
Ele fica localizado nessa praça, chamada Plaza de la República.
Ele tem 67,5 metros de altura e, lá no topo, há quatro janelinhas.
Para chegar lá, uma escada de 206 degraus dentro do Obelisco.
Mas só pode subir lá o pessoal da manutenção, infelizmente.
No último dia 1º de dezembro, que é o dia mundial da luta contra a AIDS,
eles fizeram uma coisa muito bacana:
colocaram uma camisinha - de 67 metros - cobrindo o Obelisco inteiro.
Avenida Corrientes, uma das avenidas mais famosas de Buenos Aires.
Muitos comparam essa avenida à Broadway de Nova York, por quê?
Primeiro, a Corrientes corta Buenos Aires de uma ponta até a outra,
assim como a Broadway corta a ilha de Manhattan em Nova York.
Segundo, é nessa avenida aqui onde ficam os principais teatros da cidade,
assim como a Broadway em Nova York também.
Além da Corrientes ter diversos teatros, aqui tem
um número gigante de livrarias.
Inclusive, dizem que
só a cidade de Buenos Aires tem mais livrarias que o Brasil inteiro.
Pra quem é gaúcho que nem eu, essa empresa, Buquebus, é muito útil.
Por quê? Porque a gente vai de carro até Montevidéu, estaciona o carro lá,
pega o navio e cruza o Rio La Plata até Buenos Aires.
Esse trajeto, ou de Montevidéu, ou de Colônia de Sacramento,
que é outra cidade do Uruguai,
até aqui dá umas 2h30 a 3h de navio.
Se for contornar de Montevidéu até Buenos Aires de ônibus ou carro,
dá mais ou menos umas 14 horas.
O Puerto Madero original foi construído em 1890 com o objetivo de ser um porto.
Só que com o tempo ele foi caindo em desuso,
e essa zona inteira da cidade acabou meio marginalizada.
E aí no início da década de 90 o governo decidiu fazer
um concurso nacional de ideias
para ver o que fazer com essa área aqui.
Hoje o Puerto Madero é o que vocês estão vendo aí,
é uma zona praticamente de luxo, com arranha-céus.
É praticamente um centro financeiro da cidade.
E os armazéns de Puerto Madero também foram restaurados
e hoje aqui se instalam diversas lojas, cadeias de restaurantes,
e inclusive tem até uma faculdade em um desses armazéns.
Cortando o bairro de Puerto Madero numa extensão de 2 km
tem esse trem, que é o Tranvía del Este,
que vai de uma ponta até a outra do bairro.
Esta aqui é a Plaza de Mayo, como eles falam, a Praça de Maio.
Ela é a principal praça do centro de Buenos Aires
desde a época colonial até a atualidade.
O nome da Praça de Maio homenageia a Revolução de Maio de 1810,
que foi quando se iniciou o processo de independência
das colônias da região sul da América do Sul.
E a Praça de Maio é cercada por muitos lugares importantes:
a Catedral Metropolitana,
o Cabildo de Buenos Aires,
o Banco de la Nación Argentina
e, principalmente, a Casa Rosada.
A Casa Rosada é a atual sede da presidência da Argentina.
E aqui onde está localizada a Casa Rosada, lá no século XVI, originalmente,
era o forte, era a fortaleza da cidade.
Aqui na Casa Rosada foram gravadas cenas de filmes
como 'A História Oficial' e 'Evita', entre outros.
Inclusive, para a gravação do 'Evita', em 1996,
a Madonna e o Antonio Banderas, que eram os dois protagonistas do filme,
vieram até Buenos Aires falar com Carlos Menem, então presidente da Argentina,
para pedir permissão para poder gravar
utilizando as varandas e as instalações da Casa Rosada.
A lenda diz que o Domingo Sarmiento, então presidente da Argentina
na época da pintura da Casa Rosada,
escolheu essa cor porque o rosa representava a fusão
do branco e do vermelho, que eram os dois partidos que brigaram
durante anos em uma guerra civil.
Mas a explicação mais aceita
é que ele era muito fã da arquitetura italiana
e, na arquiteura italiana,
o cor-de-rosa era a cor que estava na moda.
Agora eu tô caminhando em direção ao bairro de San Telmo,
que é um bairro boêmio, com cafés tradicionais,
albergues, antiquários...
E a gente está andando aqui na Rua Defensa,
nós vamos até a esquina com a Chile,
que lá vai ter uma amiga minha sentada num banco me esperando.
Cheguei. Aqui está a minha amiga, é a Mafalda.
Na verdade, essa estátua aqui, obviamente uma estátua,
foi inaugurada em 2009.
Inclusive na cerimônia estava o Quino,
que é o criador da Mafalda.
Em 1536, Pedro de Mendoza fundou Buenos Aires pela primeira vez
e, segundo alguns historiadores, isso aconteceu nessa região aqui, do Parque Lezama.
Buenos Aires também tem uma segunda fundação, em 1580,
mas a primeira delas, de 1536, dizem que aconteceu aqui.
Mais me arrastando do que caminhando,
estou chegando aqui na penúltima parada da caminhada.
Aqui está o estadio do Boca Juniors, La Bombonera.
E aqui estão muitas crianças praticando o esporte.
O que talvez explique o sucesso do Boca nos últimos tempos...
categorias de base.
O verdadeiro nome desse estádio é Alberto Jacinto Armando,
um ex-presidente do Boca Juniors.
As pessoas chamam de La Bombonera porque
o formato do estádio lembra o de uma caixa de bombons.
Ele é retangular com as arquibancadas praticamente retas.
A Bombonera começou a ser construída em 1923 e foi inaugurada em 1940,
num jogo, é óbvio, do Boca Juniors.
A capacidade atual do estádio é para 49 mil pessoas.
O Boca Juniors é um clube tradicional, provavelmente o mais tradicional
da Argentina, e um dos mais vitoriosos dessa última década.
Sabem por que as cores do Boca são azul e amarelo?
Um dos fundadores do clube decidiu que as cores do time seriam as cores
da bandeira do país do primeiro navio que chegasse no porto.
E aí chegou um navio sueco, cuja bandeira é azul com uma cruz amarela,
e daí vieram essas cores para o time do Boca.
E a caminhada está chegando ao fim...
Vocês podem ver que já é quase de noite,
o primeiro poste acabou de acender a luz.
E aqui estamos no Caminito, o lugar mais colorido de Buenos Aires.
O Caminito é uma rua de 150 metros
com grande valor cultural e turístico,
localizado aqui no bairro de La Boca.
Lá pelos anos 20, o Caminito tinha até uma linha de bonde aqui.
Depois a rua foi praticamente esquecida,
até que em 1959 ela virou essa rua-museu.
Foi o pintor Quinquela Martín que teve a ideia de pintar
todas as casas de colorido do jeito que elas estão até hoje.