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A ilusão da ciência é a crença que a ciência realmente entende a natureza da realidade em principio
deixando quaisquer detalhes para irem sendo preenchidos
Isto é uma crença largamente espalhada na nossa sociedade
É a espécie de sistema de crenças das pessoas que dizem
Não acredito em Deus, eu acredito na ciência
É um sistema de crenças que se espalhou actualmente ao mundo inteiro
Mas há um conflito no seio da ciência entre a ciência como método de inquirição
baseado na razão, evidência, hipótese e investigação colectiva
e a ciência como um sistema de crenças ou uma visão do mundo.
E infelizmente o aspecto da visão do mundo da ciência veio a inibir e a constrager
a livre inquirição que é o verdadeiro sangue do esforço científico.
Desde o século 19, a ciência foi conduzida
debaixo do aspecto de um sistema de crenças ou visão do mundo
que é essencialmente aquela do materialismo. Materialismo filosófico.
E as ciências são agora inteiramente subsidiárias do materialismo como visão do mundo.
Eu penso que, à medida que deixamos isso, as ciências serão regeneradas.
O que faço no meu livro "A Ilusão da Ciência" - que foi chamado "Ciência Libertada" nos Estados Unidos -
é: peguem nos dez dogmas ou assumpções da ciência e transformem-nos em questões,
e vejam quão bem eles se sustentam cientificamente.
Nenhum deles se aguenta muito bem.
O que vou fazer é primeiro percorrer o que estes dez dogmas são,
e depois tomarei tempo para discutir um ou dois com um pouco mais de detalhe.
mas essencialmente os dez dogmas que são a visão do mundo por defeito
da maioria das pessoas educadas em todo o mundo são,
primeiro que a natureza é mecânica ou como uma máquina, o universo é como uma máquina,
animais e plantas são como máquinas, nós somos como máquinas.
De facto, nós somos máquinas.
Nós somos "robots de madeira" na vivida frase de Richar Dawkins
com cérebros que são computadores geneticamente programados.
Segundo, a matéria é inconsciente, o inteiro universo é feito de matéria inconsciente.
Não existe consciência nas estrelas, nas galáxias, nos planetas, nos animais, nas plantas,
e por inerência não há em nós também, se esta teoria é verdadeira.
Assim uma data de filosofia da mente nos últimos cem anos
tentou provar que nós realmente não somos conscientes de todo.
Assim a matéria é inconsciente, então as leis da natureza são fixas. Isto é o terceiro dogma.
As leis da natureza são as mesmas que eram no tempo do Big ***
e serão sempre as mesmas para sempre.
Não apenas as leis mas as constantes da natureza estão fixadas por isso as chamamos de constantes.
Quarto dogma: a quantidade total de matéria e energia é sempre a mesma.
Nunca muda a quantidade total excepto no momento do Big *** quando se expandiu
para a existência de nenhures num único instante.
O quinto dogma é que a natureza é desprovida de propósito, não há propósito em toda a natureza
e o processo evolutivo não tem nem propósito ou direcção.
Sexto dogma: a hereditariedade biológica é material, tudo o que herda está nos seus genes
ou em modificações epigenéticas dos genes, ou na herança citoplasmática. É material.
Sétimo dogma: as memórias estão armazenadas no cérebro como traços materiais.
De alguma forma tudo o que recorda está no cérebro em terminações nervosas de proteínas fosforolisadas modificadas.
Ninguém sabe como isso funciona,
mas mesmo assim quase todos no mundo cientifico acreditam que deve ser no cérebro.
Oitavo dogma: a sua mente está dentro da sua cabeça.
Toda a sua consciência é a actividade do seu cérebro e nada mais.
Nono dogma, que resulta do oitavo dogma: fenómenos psiquicos como a telepatia são impossíveis.
Seus pensamentos e intenções não podem ter efeitos à distância
porque a sua mente está dentro da sua cabeça.
Estes não podem possivel e realmente acontecer porque não são mecanicistas,
eles parecem acontecer porque as pessoas ficam melhores de alguma forma ou por causa do efeito placebo.
Mas a única coisa que realmente funciona é a medicina mecanicista.
Bem, esta é a visão do mundo por defeito que é suportada pela maioria das pessoas educadas por todo o mundo,
e é a base do sistema educacional, do serviço nacional de saúde, e do Medical Research Council.
governos, e é a visão do mundo por defeito das pessoas educadas.
mas eu penso que qualquer um destes dogmas é muito, muito questionável
e quando se olha para isso, mostra-se que se desmorona.
Vou pegar na primeira ideia que as leis da natureza estão fixadas.
Isto é resquicio duma antiga visão do mundo antes de 1960 quando a teoria do Big *** surgiu.
As pessoas pensavam que o universo inteiro era eterno, governado por eternas leis matemáticas.
Quando o Big *** apareceu, essa assumpção continuou
mesmo quando o Big *** revelou um universo que evolui radicalmente ao longo dos seus 14 biliões de anos
Crecsendo, e desenvolvendo-se, e evoluindo por 14 biliões de anos.
Crescendo e arrefecendo e mais estruturas e padrões apareceram dentro dele.
Mas a ideia é, todas as leis da natureza foram completamente fixadas no momento do Big ***,
tal como um Código Napoleónico cósmico.
Como o meu amigo Terence McKenna costuma dizer,
"A ciência moderna é baseada no princípio: dêem-nos um milagre grátis e a gente explica o resto."
E o milagres grátis é o aparecimento de toda a matéria e energia do universo.
e todas as leis que o governam a partir do nada e num simples instante.
Bem, num universo evolutivo, porque não podem as leis, elas mesmas, evoluirem?
Afinal as leis humanas fazem-no, e a ideia das leis da natureza é baseada numa metáfora com a lei humana.
É uma metáfora muito antropocêntrica: apenas humanos têm leis, de facto apenas sociedades civilizadas têm leis.
Como uma vez disse C.S. Lewis,
"Dizer-se que uma pedra cai para a Terra porque obedece a uma lei faz dela um homem ou até um cidadão."
É uma metáfora à qual estamos tão habituados, que esquecemos que é uma metáfora.
Num universo evolutivo penso que uma muito melhor ideia é a ideias de hábitos.
Penso que os hábitos da natureza evoluem, as regularidades da natureza são essencialmente habituais.
Esta ideia foi lançada no inicio do século 20.
pelo filósofo americano C. S. Pierce.
E foi uma ideia que vários outros filosofos desenvolveram,
é uma que eu próprio desenvolvi numa hipótese cientifica,
a hipótese da ressonância mórfica
que é a base da tese de hábitos evoluindo.
De acordo com esta hipótese, tudo na natureza tem uma espécie de memória colectiva.
A ressonância ocorre na base da similaridade.
Como um jovem embrião de girafa cresce no ventre da sua mãe,
sintoniza na ressonância mórfica de anteriores girafas,
desenha-se na memória colectiva, e cresce como uma girafa,
comporta-se como uma girafa porque está desenhado nesta memória colectiva.
Tem de ter os genes certos para fazer as proteínas certas, mas os genes em minha perspectiva estão grosseiramente sobreavaliados
Eles apenas contam para as proteínas que o organismo consegue fazer, não o desenho, a forma, ou o comportamento.
Cada espécie tem uma espécie de memória colectiva. Até cristais têm.
Esta teoria prediz que se fizer uma nova espécie de cristal pela primeira vez
da primeira vez que o faz, não existirá um hábito.
Mas uma vez cristalizado, então a próxima vez que o fizer terá a influência dos primeiros cristais
nos segundos em todo o mundo, pela ressonância mórfica e cristalizará um pouco mais fácil.
Da terceira vez existirá uma influência dos primeiros e segundos cristais.
Existe de facto boa evidência de que novos compostos ficam mais fáceis de cristalizar por todo o mundo,
tal como esta teoria predisse.
Também prediz que se treinarmos a animais uma nova habilidade
por exemplo ratos aprendem uma nova habilidade em Londres,
então por todo o mundo ratos da mesma raça aprendem a mesma habilidade mais rapidamente
apenas porque os ratos a aprenderam aqui.
E surpreendentemente, existe já evidência de que isto ocorre actualmente.
De qualquer modo, esta é de forma simples a minha hipótese de ressonância mórfica,
tudo depende da evolução dos hábitos não de leis fixas.
Mas eu quero gastar uns poucos momentos com as constantes da natureza também.
Porque estas, são outra vez, assumidas como sendo constantes.
Coisas tais como a constante gravitacional, a velocidade da luz, são chamadas de constantes fundamentais.
Mas são realmente constantes?
Bem, quando fiquei interessado nesta questão tentei descobrir.
Elas são dadas nos livros de física.
Os manuais de física listam as constantes fundamentais existentes e dão-nos os seus valores.
Ms eu queria saber se elas tinham mudado, assim eu peguei os velhos volumes dos manuais de física.
Fui ao Patent Office Library (Biblioteca do Escritório de Patentes) aqui em Londres,
e eles são o único lugar onde consegui encontrar os velhos volumes
normalmente as pessoas jogam-nos fora. Quando chegam os novos volumes, deitam os velhos fora.
Quando fiz isto descobri que a velocidade da luz caiu entre 1928e 1945
cerca de 20 quilómetros por segundo.
É uma queda enorme porque são dadas não por erros em fracções, ou pontos decimais de erro.
E no entanto, elas caiem por todo o mundo
e eles todos obtêm valores muito similares uns aos outros com pequenos erros,
então em (1945) 1948 voltou a subir outra vez,
e então as pessoas começaram a obter valores muito similares outra vez.
Fiquei muito intrigado com isto, e não conseguia fazer sentido disto,
assim fui ver o Lente da Metrologia (Head of Metrology)
no National Physical Laboratory, em Teddington.
Metrologia é a ciência na qual as pessoas medem as constantes.
E perguntei-lhe acerca disto, disse:
O que é que fizeram desta queda da velocidade da luz entre 1928 e 1945?
E ele disse, "Oh meu caro",
ele disse "descobriu um dos mais embaraçosos episódios da história das nossas ciências."
Disse bem, pode a velocidade da luz ter caído, e isso teria profundas implicações se fosse assim.
E ele disse, "não, não, claro que actualmente não podia ter caído, é uma constante!"
Oh, bem então como explica o facto de que toda a gente quase a encontrou
indo muito mais devagar durante esse período?
Foi porque estavam revolvendo os seus resultados para obter o que pensavam que os outros estavam a obter
e toda esta coisa foi produto da mente dos físicos?
"Não gostamos do uso da palavra revolvendo."
Disse, então qual prefere?
Ele disse, "bem, nós preferimos chamar-lhe fase de bloqueio intelectual."
Assim se isto prosseguisse, como podemos ter a certeza de que não está indo hoje,
e que os valores presentes não são uma fase de bloqueio intelectual?
E ele disse, "não, sabemos que não é esse o caso."
Disse, como sabemos?
Ele disse, "bem, nós resolvemos o problema." Disse, então como?
Ele disse "bem nós fixamos a velocidade da luz por definição em 1972".
Assim ainda pode mudar.
Ele disse, "Sim mas nunca vamos saber porque definimos o metro em termos da velocidade da luz,
assim as unidades mudam com ela."
Assim ele parecia muito agradado com isso, que resolveu o problema deles.
Mas eu disse, então e acerca do Big G?
A constante gravitacional conhecida no negócio como o Big G, é escrita com um G maiúsculo.
É constante gravitacional universal de Newton. Tem variado mais de 1.3 % em anos recentes.
E parece variar de lugar para lugar e de tempos a tempos.
E ele disse, "bem há uma possibilidade de erros, e infelizmente há grandes erros com o Big G."
Assim disse, então e se estiver realmente mudando, talvez esteja realmente mudando.
E então olhei como o faziam: o que acontece é medem em diferentes laboratórios,
obtêm diferentes valores em dias diferentes, e depois fazem uma média.
E outros laboratórios ao redor do mundo fazem o mesmo
e vêm com usualmente com uma média bem diferente.
E entaõ o Comité Internacional de Metrologia reune-se a cada 10 anos ou coisa assim
e faz a média as médias dos laboratórios ao redor do mundo e resulta o valor do Big G.
Mas e se G estiver actualmente flutuando? E se estiver mudando?
Existe já evidência actualmente de que muda ao longo do dia e ao longo do ano.
E se a Terra, à medida que se desloca através do ambiente galáctico, passa por manchas de matéria negra
ou outros factores ambientais que a podem alterar? Talvez todos eles mudem em conjunto.
E se estes valores sobem ou descem em conjunto?
Por mais de 10 anos eu tentei persuadir metrologistas a olharem para os dados em bruto.
De facto, estou tentando persuadi-los a meterem isso online na internet,
com as datas e as medições actuais,
e ver se eles estão correlacionados; para ver se estão todos elevados numa vez, e todos abaixo em outra.
Pode ser que assim se perceba que estão flutuando em conjunto e isso dir-nos-ía algo muito, muito interessante.
Mas ainda ninguém fez isto, eles não o fizeram porque G é uma constante.
Não faz sentido olhar para ver se muda.
Veja, aqui é um simples exemplo onde uma assumpção dogmática actualmente inibe a inquirição.
Acredito que as constantes podem variar muito consideravelmente.
Bem ainda assim em estreitos limites, mas elas todas podem estar variando.
E penso que o dia virá quando os jornais cientifícos como Nature terão relatórios semanais acerca das constantes
assim como as cotações da bolsa nos jornais.
Esta semana Big G estava ligeiramente acima, a carga do electrão abaixo, e a velocidade da luz permanecia estável,
e por aí fora.
Assim, isto é uma área, apenas uma área onde penso que pensar menos dogmaticamente podia abrir as coisas.
Uma das maiores áreas é a natureza da mente,
isto é o maior problema por resolver como Graham o disse tão bem.
A ciência simplesmente não consegue lidar com o facto de que somos seres conscientes.
E não consegue lidar com o facto de que os nossos pensamentos não parecem estar dentro dos nossos cérebros.
Nossas experiências não parecem ser todas dentro do nosso cérebro.
A sua imagem de mim agora, não parece estar no seu cérebro.
No entanto a versão oficial é que está lá um pequeno Pupert algures dentro da sua cabeça
e tudo o mais nesta sala está dentro da sua cabeça.
A sua experiência está dentro do seu cérebro.
Estou sugerindo actualmente que a visão envolve uma projecção de imagens para fora,
o que está vendoestá na sua mente, mas não dentro das sua cabeça.
As nossas mentes estendem-se para além dos nossos cérebros no simples acto da percepção.
Penso que projectamos as imagens que estamos vendo e estas imagens tocam o que estamos a olhar.
Se eu olhar para si por tráse não sabe que eu estou lá, posso afectar-te?
Pode sentir a minha névoa?
Há grande evidência que as pessoas conseguem.
A sensação de estar a ser observado é uma experiência extremamente comum,
e recente pesquisa experimental actualmente sugere que +e real.
Animais parecem ter também.
Penso que provavelmente evoluiu no contexto das relações predador e presa.
Animais presa que conseguem sentir a névoa do predador sobrevivem melhor dos que os que não a sentem.
Isto conduziria a toda uma nova forma de pensar as relações ecológicas entre predadores e presas,
e também acerca da extensão das nossas mentes.
Se olharmos para as estrelas distantes, penso que as nossas mentes se elevarão no sentido de tocar essas estrelas
e literalmente estender-se por sobre diferentes distâncias astronómicas.
Elas não estão apenas dentro das nossas cabeças.
Agora pode parecer assombroso que isto seja um tema de debate no século 21.
Sabemos tão pouco acerca das nossas próprias mentes que onde estão as nossas imagens
é um tópico de debate dentro dos estudos sobre consciência mesmo agora.
Nao tenho tempo para lidar mais com estes dogmas, mas qualquer deles é questionável.
Se o questionamos, novas formas de pesquisa, novas possibilidades se abrem.
E penso à medida que questionamos estes dogmas que por tanto tempo suportaram a ciência,
a ciência sofrerá um re-florescimento, uma Renascencça.
Sou um crente total na importância da ciência.
Gastei toda a minha vida como cientista de pesquisa, toda a minha carreira.
mas penso que por se mover para além destes dogmas pode ser regenerada.
Mais uma vez se tornará interessante, e esperei uma vida afirmando-o.
Obrigado.