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Oi pessoal!!! Eu sou o Jener Cristiano do canal Historiação Humanas e esta é a parte
# 2 de nossa série de vídeos sobre a Era Vargas. As duas primeiras fases da Era Vargas
foram o Governo Provisório e o Governo Constitucional. Estes dois períodos têm como principais
características o lento e gradual aumento do poder executivo federal e o crescimento
do apoio das forças armadas a Getúlio Vargas. Vargas foi obrigado a enfrentar uma série
de turbulências internacionais que tiveram impacto direto em seu governo. Estamos falando
diretamente da Crise de 1929, da crise dos governos liberais e democráticos e da ascensão
do socialismo, do fascismo e do nazismo. Todos estes acontecimentos externos refletiram diretamente
nos primeiros anos de governo da Era Vargas, como nós poderemos ver a seguir.
Vamos começar analisando detalhadamente o Governo Provisório de Getúlio Vargas, que
ocorreu entre 1930 e 1934. O Governo Provisório teve início com o golpe
de 1930 e naquele momento ocorreu a revogação (anulação) da Constituição de 1891. Ou
seja, provisoriamente o Brasil foi governado sem a existência de uma carta constitucional.
Getúlio Vargas destituiu os governadores dos estados e nomeou interventores militares
em seus lugares. Também houve o fechamento do Congresso Nacional, das assembleias legislativas
estaduais e das câmaras de vereadores nos municípios. Estamos dizendo que o Poder Legislativo
ficou sem capacidade de atuação. O presidente Vargas passou a governar o Brasil por meio
de decretos. Logo de cara o governo provisório comandado
por Getúlio Vargas teve que enfrentar as consequências catastróficas da crise econômica
de 1929. Como já foi dito durante as aulas de República Velha, a economia agroexportadora
brasileira entrou em colapso. A cena mais marcante deste episódio foi o ato desesperado
dos cafeicultores queimando toneladas de café com o objetivo de tentar evitar a queda avassaladora
dos preços. A economia brasileira ficou totalmente desorganizada.
Ocorreu a falência de inúmeros latifundiários que dependiam das exportações de café.
O desemprego atingiu índices muito elevados. Ocorreram muitas manifestações e greves
com intensa participação das camadas populares. Ao mesmo tempo em que Vargas tentava controlar
estas situações ele tinha que enfrentar a pressão política da antigas oligarquias
que desejavam voltar ao poder. Esta pressão política vinha principalmente de São Paulo,
a oligarquia mais prejudicada com o golpe de 1930.
A principal reivindicação dessas oligarquias era uma assembleia constituinte, pois uma
nova constituição iria estabelecer a marcação de novas eleições e assim estas oligarquias
teriam a chance de voltar ao poder pela votação popular.
Como já dissemos anteriormente, este foi um período de intenso fortalecimento das
forças armadas. Os tenentes haviam participado da derrubada da República Velha e durante
o Governo Provisório eles tiveram a sua influência política ainda mais fortalecida, pois foram
nomeados interventores dos estados no lugar dos antigos governadores.
O fato de ter nomeado os tenentes como interventores políticos nos estados serviu como importante
moeda de troca para que Getúlio Vargas conquistasse o apoio dos militares. Foi com base neste
apoio que Vargas manteve o governo provisório e não se preocupava em convocar a Assembleia
Constituinte. Lembre-se. Sem Constituição Vargas poderia governar por meio de decretos
sem ter que prestar contas aos Poderes Legislativo e Judiciário. Como resultado ocorreu o intenso
desgaste político de Vargas, pois os seus opositores exigiam o retorno de um governo
constitucional. São Paulo foi a oligarquia mais insatisfeita e já não aguentava mais
esperar. Foi lá que explodiu a guerra civil que exigia a elaboração de uma nova Constituição
para o Brasil. O nosso assunto a partir de agora é a Revolução
Constitucionalista de 1932, ocorrida em SÃO PAULO. Estamos falando de uma violenta guerra
civil que deixou centenas de mortos. Em destaque a partir de agora nós vemos duas
imagens produzidas pelos paulistas durante a Revolução Constitucionalista de 1932.
O estado de São Paulo é colocado em destaque pelo seu heroísmo e pela coragem de enfrentar
solitariamente as forças do governo federal. A imagem à direita do vídeo é uma referência
ao movimento MMDC. Trata-se de uma homenagem aos estudantes Martins, Miragaia, Dráuzio
e Camargo. Eles lutaram e morreram em luta durante a guerra civil.
Vamos analisar as origens desta guerra civil que marcou o governo Provisório de Getúlio
Vargas. O primeiro motivo da Revolução Constitucionalista
de 1932 foi a nomeação de um interventor de origem militar e que não pertencia ao
Estado de São Paulo. Mas o motivo mais importante foi a recusa de Getúlio Vargas em nomear
uma Assembleia Constituinte que, por sua vez, elaboraria a Constituição. Uma nova Constituição
faria o Brasil retornar ao Estado de Direito, pondo fim ao Governo Provisório de Vargas.
Esta pressão era feita pelas oligarquias retiradas do poder pelo golpe de 1930, principalmente
pelo estado de São Paulo. Cansado de esperar, São Paulo estourou no dia 9 de julho de 1932
um movimento armado pela constitucionalização do governo brasileiro. E para isso teve que
enfrentar sozinho as tropas do governo federal. A guerra civil terminou 3 meses depois com
a derrota de São Paulo. Os paulistas sofreram uma derrota no campo
militar, porém, obtiveram uma importe vitória no campo político. Assim que terminou a guerra
civil Getúlio Vargas nomeou um interventor civil e paulista para o governo de São Paulo.
Além disso, ele também convocou a Assembleia Constituinte. Ou seja, Vargas cedeu e aceitou
as reivindicações feitas pelo estado de São Paulo.
Este era o fim do Governo Provisório e o início do Governo Constitucional da Era Vargas.
Este é o tema de nossa próxima aula. Mais uma vez, obrigado pela sua preciosa atenção
e até o próximo vídeo!!!