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Caro Sr. Presidente,
Sinto-me honrado por ter pedido meus conselhos
quando assumiu as responsabilidades terríveis de sua função pública.
Posso oferecer várias regras de ouro,
que acredito que o tempo e a experiência tem provado serem úteis.
Aja com ousadia no começo.
O público tem atenção por pouco tempo
e isto vai fazê-los esquecer
as realizações do seu antecessor
e impressioná-los com o seu vigor.
Faça a sua primeira prioridade a proteção do seu poder.
Sem ele você é inútil.
Pareça rígido, mas seja flexível.
Lembre-se, alguns dos maiores dons de Deus são desrespeitados em promessas de campanha.
Uma divertida paráfrase de palavras escrito no ano de 1513
por um funcionário civil demitido em Florença, Itália.
O que ele realmente escreveu
se tornou um dos livros mais debatidos, pertubadores e importantes
da civilização ocidental.
Para alguns, era um verdadeiro guia para os tiranos e totalitários.
Mussolini adorou.
Marxistas reconheceram um companheiro revolucionário.
Para outros, ele abriu o caminho para a tolerância étnica e religiosa,
direitos individuais, e democracias modernas.
Mas, justa ou injustamente,
o nome, Maquiavel,
ecoou ao longo dos séculos como sinônimo para o mal.
"O Príncipe"
"Grandes Livros"
"Grandes Livros"
"O Mundo Real"
Comparo a fortuna a um desses rios violentos
que quando estão enfurecidos causam inundação na planície,
derrubam árvores e edifícios.
Todo mundo foge diante deles. Todos os rendimentos de seu ímpeto.
Não há possibilidade de resistência.
No entanto, embora seja a sua natureza,
podemos ainda tomar precauções quando eles estão fluindo tranquilamente,
construindo represas e diques para controlá-los em tempo de inundação.
Assim é com a fortuna.
Os rios não são confiáveis nem são homens.
Mas ambos podem muitas vezes serem controlados,
mostrando inteligência e poder
e a vontade de ter as mãos sujas.
Maquiavel é o primeiro pensador político da era cristã
que sistematicamente analisou as condições necessárias para o poder e a sobrevivência.
O Príncipe é um livro sobre o poder.
O poder político em um momento em que cidades-estados ou os principados
são governados por homens chamados príncipes.
O livro equivale a vinte e seis capítulos curtos de análise
e de opiniões, que vão desde a classificação do governo
ao conselho sobre a seleção de pessoal.
Ele foi escrito para chocar e re-educar o seu leitor
e ele ainda consegue fazer isso.
Para desafiar as crenças políticas do seu dia e explicar
aos Príncipes e os aspirantes a Príncipe como o jogo é realmente jogado.
Ele diz que o príncipe antes de mais nada,
deve saber como lutar.
Ele precisa aprender a ser impiedoso e cruel,
para mentir, quebrar sua palavra e estar pronto para violar tanto a moral
e princípios religiosos, quando for necessário.
Embora também saliente a necessidade de parecer compassivo,
defensor da moral e devoto.
Alguns dizem que Maquiavel inventou a política moderna
e quando lemos O Príncipe podemos ver as manchetes de hoje.
Acho que de muitas maneiras é um grande livro ...
... porque é um espelho do próprio tempo de Maquiavel
e porque ele continuar a perturbar, provocar
e nos faz pensar de novo e ver de que forma o livro
diz respeito ao nosso próprio tempo
e continuamos a fazer perguntas a ele.
Foi Maquiavel quem disse, "Compreendamos a realidade", em italiano, é claro.
Muitos têm sonhado repúblicas e principados que
na verdade nunca existiram.
A diferença entre o modo como se deve viver e como se vive é tão grande
que o homem que ignora o que é feito realmente e se orienta pelo que "deve" ser feito,
está a caminho da auto-destruição.
O Foco de Maquiavel em como as coisas são realmente, está em sintonia
com sua época.
Copérnico está estudando o céu
e Leonardo está dissecando cadáveres.
Ambos estão tentando aprender como Deus realmente fez isso,
não aprendendo por especulação mas pela observação direta.
Assim como Leonardo estava interessado em dissecar o mundo da natureza,
Maquiavel, em certo sentido estava interessado em dissecar
o mundo da política e o mundo da história.
Mas autópsias e dissecações nunca são bonitas.
Uma das descobertas mais feias atribuída a Maquiavel
é a idéia de que os fins justificam os meios.
Considerando que ele não escreveu examente deste modo.
Nas ações de todos os homens e especialmente dos príncipes
onde não há tribunal de recurso, alguém julga pelo resultado.
Maquiavel é muito claro que os "fins" é que importam.
Ele diz isso em vários lugares
e parece-nos um argumento muito forte.
Existem algumas situações em que quanto mais a sobrevivência está ameaçada,
menor torna-se o tempo de escolha a menos que
você prefira ter sua sociedade destruída
do que utilizar meios ilegais.
"Se você permiti este mal, que bem é o bem da sua vida?"
O que você faria para evitar que isso aconteça ao seu povo?
O que você preferiria não fazer?
Você mentiria?
Violaria tratados? Mataria pessoas?
Onde estaria o seu limite?
Em nenhum lugar?
Por outro lado,
se você ganhar uma guerra e seu inimigo estiver liquidado,
quão longe você iria para minimizar a suas próprias perdas?
"As bombas atômica de Hiroshima e Nagasaki, -August 6-9, 1945.
Mais de 200.000 civis japoneses mortos e feridos ".
Maquiavel estava familiarizada com a ambigüidade moral do poder.
Ele era um realista.
Maquiavel adotou o que alguns estudiosos chamam realismo amoral.
Antes de tudo o que ele estava tentando fazer era criar algo
que não existia até aquele momento,
o Estado-nação, neste caso a Itália.
Mas o que temos de nos perguntar é se realmente
estamos em um situação desesperadora,
se estamos realmente enfretando as duras leis da necessidade
que Maquiavel está descrevendo.
Eu acho que a maior parte do tempo assumismo que estamos ou não enfrentando.
Como os políticos de hoje,
Maquiavel justifica medidas desegradáveis e fraudulentas, como necessárias
para o bem comum.
Mas seu foco é sobre a presença ou ausência de poder.
O que é isto?
Como se consegue isto?
Como se mantém isto?
São boas perguntas em qualquer época,mas são urgentes e desafiadoras no tempo de Maquiavel.
Quando vim para esta entrevista deixei minha casa em Vermont
como um indivíduo isolado, dirigi um carro para Boston,
e peguei um avião para Nova York,
Vim para esta entrevista sem pessoas ao meu redor. E eu estou seguro.
Na Idade Média,
Os seres humanos não eram capazes de se mover de um lugar para outro
sem ter outras pessoas em torno deles protegendo-lhes
Florença, janela fabulosa para o passado.
Na descida destas mesmas ruas caminharam monges, soldados,
e os príncipes mercantes do tempo de Maquiavel.
Assim como artistas, cujos nomes e trabalhos são hoje tão famosos quanto o seu.
Estamos agora na era da Michelangelo, Leonardo, Colombo e Copérnico,
da Inglaterra de Henrique VIII,
e da Alemanha de Martin Lutero e da Reforma Protestante.
É um momento turbulento de conflito e contradição.
Novas idéias e novas tecnologias estão sacudindo a Europa
como um grande terremoto.
O sistema medieval está desmoronando
e a idéia de que o homem é senhor de seu destino
está apenas começando a criar raízes.
É o Renascimento, a primavera da civilização ocidental,
e o conceito de governo político como uma invenção puramente humana
é uma de suas flores.
Mas a primavera é cruel.
Giuliano de Medici,foi assassinado na grande catedral
por uma família rival, de Pasi.
Isto foi abençoado durante uma reunião do Papa para destruir o regime político
dos Medici, em Florença.
Assim eram os tempos.
A política era um assunto de família.
A vingança dos Medici foi rápida e brutal.
Vários conspiradores, incluindo um arcebispo,
foram masacrados e onde eles foram capturados
seus corpos foram pendurados nas janelas da prefeitura.
O último foi colocado como este enforcado pintado por Leonardo da Vinci.
A religião frequentemente parecia uma espécie de assunto de família.
Príncipes da igreja tinha concubinas.
Papas tinham filhos.
Lucrécia e César Bórgia,
irmão, irmã e amantes,
também tinha riqueza e poder graças ao seu pai, O Papa Alexandre VI,
que deu ao termo padrinho um significado completamente diferente.
A Itália era uma anarquia de Cidades-estado.
Papas e outros príncipes desfaziam constantemente alianças.
Assassinatos na catedral e orgias no Vaticano
eram os restos de uma ordem medieval em ruínas.
Este era o mundo de Nicolau Maquiavel.
A separação da política e religião se tornaria para ele
um tema importante.
Retirar a religião da política era uma ideia avançada.
Esta ideia apareceria na América, cujos pais fundadores
tentaram separar a política
da religião.
Eles escreveriam em sua Constituição sobre a separação
da igreja e do Estado.
Nós não vimos o fim das controvérsias suscitadas por essa idéia
e isto tem um lado sombrio.
Aquela separação, entre ética e política,
a crença de que o príncipe bom não é necessariamente um homem bom,
o que importa é a aparência mais do que a realidade,
que o engano pode ser praticado,
que é melhor ser temido do que ser amado,
todas essas conclusões famosas de "O Príncipe"
são aquelas que têm atingido eternamente pessoas com as mais difíceis,
e realmente dolorosas questões sobre política.
E eles não querem enfrentá-las. Não querem acreditar que
alguém pensou nessas coisas.
O homem que pensou essas coisas era um cristão,
um pagão, um ateu?
Maquiavel era um cristão de domingo.
Ele não contesta os dogmas essenciais da fé católica.
Ele simplesmente pois tais dogmas de lado quando foi pensar
e falar de política.
Se o príncipe de Maquiavel parece ter uma grande tolerância moral,
o preço que se paga por isso é bastante alto.
Ele deve amar o seu país mais do que sua alma.
Ele deve estar preparado para ir para o inferno por isso.
Para Matar um homem deve-se estar tranquilo para matar um homem.
E um príncipe tem também, que ser, e estar pronto para fazer isto..
Ele tem que estar pronto para ir para o inferno.
Ser responsável, ser um governante,
ser um príncipe é intrinsecamente ter um emprego trágico
e sem salvação, sem justificação.
Maquiavel considerou possível viver com opiniões contraditórias
e, portanto, não vemos como ele mesmo veio muito rapidamente
a ser visto como anti-cristão
ou qualquer coisa do tipo.
Alguns pensam que eu deveria ensinar aos homens o caminho do céu.
Mas eu preferiria ensinar-lhes o caminho para o inferno,
assim eles saberiam como desviar-se dele.
"Lições de poder"
Os Médici estavam exilados em 1494,
quando Charles VIII da França caminhou sem oposição em Florença, em seu percurso
para outras conquistas.
Nicolau Maquiavel estava com vinte e sete anos.
A cidade,
que durante muito tempo era uma república, só no nome, se tornou novamente uma república de fato.
Seu primeiro líder foi um impulsivo,
monge puritano, mais muito popular. Ele se chamava Savonarola,
Savonarola denunciou a corrupção da igreja
e foi responsável por duas das fogueiras mais notáveis da história.
Em uma, Savonarola queimou livros e obras de arte.
Por outro lado, em uma fogueira a igreja queimou Savonarola.
O local é marcado hoje em frente à prefeitura
onde algumas semanas depois
Nicolau foi trabalhar para o governo republicano
de Piero Soderini.
Maquiavel trabalhava para a comissão que estava no comando da defesa
e assuntos externos ...
Ele cuidou das necessidades dos militares
e foi para missões especiais em tribunais estrangeiros.
Ele também foi em todas as regiões da Itália, e conheceu
senhores e governantes
César Borgia.
Borgia é uma lenda em seu próprio tempo, por sua crueldade e depravação.
Em um caso, Bórgia convidou seus inimigos para negociações de paz
e todos eles foram assassinados.
Essa foi a principal impressão que ficou,
de Borgia para Maquiavel.
Este sangue frio e esta capacidade de usar a violência, vamos dizer assim,
para um objetivo político muito claro.
Não é apenas para mostrar seu poder mas,
porque é útil na política.
Quando Maquiavel volta destas missões,
um apaixonado, mais impaciente oficial confronta-lhe com uma montanha de
detalhes internos e problemas.
Mas Nicolau tem coisas mais importantes em sua mente.
Ele é um visionário.
Um patriota italiano convencido de que só um único
líder forte é capaz de unificar a Itália.
E ele sabe que a independência exigirá um exército de cidadãos.
Maquiavel acreditava que os exércitos de mercenários que
caracterizavam o sistema militar da Itália renascentista,
e de fato de grande parte da Europa,
foi um erro terrível.
Desta maneira os romanos usaram milícias populares, afim de que cada estado
utilizasse os seus próprios cidadãos,
pois só desta forma
se poderia obter o compromisso e hábitos
do civis para se manifestarem
na defesa do Estado, o que que teria resultados muito bons
em termos de leis internas, instituições
e costumes do Estado.
Maquiavel vende a idéia
e em uma guerra com o vizinho Pisa
seus soldados cidadãos combatem razoavelmente bem.
Mas em 1512 se encontram fortalecidas tropas espanholas em uma cidade chamada Prado.
Os mercenários espanhóis apavoram as milícias de Maquiavel
e um massacre sinistro acontece.
Com o resultado desse conflito os Médici voltaram e acabaram
com a República de Soderini
e com ela a carreira política de Maquiavel.
Na opinião de Nicolau,
o fraco Soderini poderia ter reprimido a volta dos Médici
se tivesse agido com crueldade.
Liderança exige mais do que planos e políticas.
A fim de manter seu estado,
um príncipe é muitas vezes forçado a agir desrespeitando a boa fé, a caridade,
a bondade, a religião.
Ele não deve desviar-se do que é bom se isso é possível.
Mas ele deve saber como fazer o mal se isso for necessário.
A noção de que a necessidade
poderia justificar um comportamento que não era virtuoso ou moral,
realmente foi aceita por quase todos os pensadores antigos.
Os críticos de Lincoln em seu tempo
pensavam que ele era ditador, que ele era um tirano
achavam que ele era antidemocrático,
pensavam que apesar de seu simples encanto de homem do campo
que ele era um egocêntrico e estava operando inconstitucionalmente
a maior parte do tempo.
No caso da suspensão do habeas corpus, por exemplo,
ele provavelmente foi.
Este é talvez um grande exemplo de liderança maquiavélica
em uma democracia.
Há uma física da política e mais cedo ou mais tarde todos os líderes
descobrem por si mesmo
as leis da relatividade e incerteza,
Também conhecida como a lei das conseqüências não intencionais.
Levando tudo em consideração,
os líderes econtrariam algumas coisas que parecem ser boas desejar
embora se eles as pratique, caiam em ruínas.
E algumas das coisas que parecem serem ruins lhe trarão
segurança e prosperidade.
Os Medici reinstalados em Floresnça descobriram um complô para derrubá-los
e eles têm uma lista de conspiradores que esperam convocar.
O sétimo nome da lista é de Nicolau Maquiavel.
Os conspiradores nunca se encontraram com Maquiavel.
Não importa.
Ele é um suspeito e os Médici não necessitam de muitas desculpas
para jogá-lo na prisão.
Esta é uma oração cantada pelos sacerdotes para aqueles prestes a morrer.
Este canto é para os que fizeram a lista.
A prisão aqui tem duas funções, execução e interrogatório.
Interrogatório significa tortura, completamente legal
e muito bem planejada.
O que espera por Nicolau é a "polé",
as mãos são amarradas atrás das costas,
levantado pelos pulsos se é jogado até uma parte da altura.
Assim a queda é o suficiente,
para arrancar os ombros das suas costas.
A queda de Niccolau é evidentemente, menos grave,
mas é tortura,
e ele aprende bem os usos da dor.
Os vínculos de amor é algo que os homens quebram
quando é para sua vantagem o fazer.
Mas o medo é reforçado por um pavor de punição que nunca os abandona.
Para Nicolau, a experiência dos últimos meses não
proporcionaram uma visão romântica da vida.
Mas elas foram instrutivas.
"O Livro"
Na primavera de 1513,
Giovanni de Medici torna-se o Papa Leo X
e Maquiavel é libertado pela anistia geral,
mas com restrições.
Ele está limitado a permanecer na região de Florença.
Barrado na prefeitura, banido da política.
Ele se muda para a propriedade da família a poucos quilômetros da cidade.
Lá, ele é livre em sua própria espécie de inferno.
Um viciado cortado de sua fonte.
Só quem esteve lá pode saber a dor.
Gary Hart era o possível candidato do Partido Democrata
antes da fortuna e sua própria indiscrição o interromper.
Em muitos aspectos, o inferno é, possuir um talento que não se pode usar.
E isto foi o inferno de Maquiavel.
E isto foi intenso para ele porque Maquiavel entendia
como ele era talentoso e visionário.
E eu acho que deve ter sido desesperadamente duro para ele,
como seria por exemplo, para um político hoje
que tenha igualmente tanto talento
e, aqui é o elemento crucial,
uma dependência gigantesca ao vício da participação na vida política.
Hum, falando apenas por mim,
eu tentei desesperadamente e com algum sucesso,
não se tornar tão dependente da política ou da adrenalina da participação
de tal modo que eu não pudesse viver sem isto.
Em uma carta para um amigo
Nicolau descreve os estreitos limites de sua vida atual.
Supervisionar o trabalho em sua propriedade
gastar o tempo com os os moradores da região na pousada local.
Com estes eu me afundo na vulgaridade todos os dia, jogando cartas.
E esses jogos trazem mil disputas com incontáveis insultos
e, geralmente, estamos brigando por causa de alguns centavos.
Assim envolvidos nestas bagatelas, eu mantenho o meu cérebro crescendo mofado.
O Maquiavel em sua vida particular parece inteiramente humano.
Ele é compassivo, espirituoso, profano, às vezes até obsceno.
Ele é casado,
mas ele é atraído por outras mulheres e elas por ele.
Maquiavel foi um grande cara.
Ele foi simpático, afável, leal aos seus amigos.
Ele gostava de sair pra beber.
Ele amava as mulheres.
Ele adorava uma boa conversa.
Apenas um cara comum agradável.
Bem, normal pode não ser a melhor palavra.
Mas, certamente, Maquiavel não parece nada maquiavélico.
Ele é bem-apessoado. Ele também é um cara muito talentoso.
Ele escreveu a melhor comédia de nossa literatura,
em 1518.
OK, uma comédia com um gosto amargo e até mesmo um sentido sombrio,
mas ela é animada e diverte.
A partir da próxima noite, eu volto para minha casa e inicio meus estudos.
À porta eu retiro as roupas do dia coberto de lama
e poeira, e coloco a vestimenta real da corte.
E re-vestido adequadamente,
eu entro nos tribunais antigos dos antigos homens onde
recebido por eles com carinho
Eu me alimento com a comida que é minha, a qual nasci para ela.
Nicolau começa a trabalhar no que ele chama de "Os Discursos
sobre as primeiras dez décadas de Tito Lívio".
É um livro de comentários sobre o trabalho deste historiador romano
e constitui um forte argumento para a forma republicana de governo.
Então, de repente, ele decide tentar voltar-se
para o sistema político.
E escreve em um ritimo furioso, dentro de três meses, "O Príncipe".
Ele interrompe a escrita de "Os discursos" para ter tempo
para escrever "O Príncipe".
Porque ele está ansioso para voltar a política, e para a vida no governo.
Existem dois Maquiavel aqui?
Um escrevendo um livro sobre a forma republicana de governo
e o outro quase em simultâneo escrevendo conselhos para tiranos.
Eu entendo que "O Príncipe" de Maquiavel é um trabalho sobre a arte de governar
e "Os discursos" são uma declaração de objectivos desejáveis.
E assim eu não acho que os dois são incompatíveis entre si.
A política era o seu interesse profundo
e se ele pudesse ter feito o mundo a maneira como ele queria que fosse,
ele teria preferido uma república.
Mas ele poderia viver tanto com repúblicas como com os principados
o seu ponto era que você começa de onde você está
e que você julga qualquer forma de governo por seus resultados
ao invés de simplesmente pela sua forma.
Todos os estados, todos os domínios,
sob cuja autoridade homens viveram no passado e vivem agora
são ou repúblicas ou principados
Principados ...
Assim começa o trabalho mais famoso de aplicação na história.
Ele se junta a paixão de Nicolau para uma Itália unida
com o fato do governo Médici.
O livro exorta o Medici reinante a ter um novo papel como fundador da nação.
Nicolau oferece um modelo para um novo tipo de líder.
Então, quem é esse príncipe ideal?
Quais são suas qualidades?
Aproximadamente uma combinação de força e caráter,
inteligência, coragem, habilidade e sorte
que chamamos de uma coisa a mais. Além de um toque de crueldade.
Maquiavel sublinhou dois conjuntos de atributos para o príncipe.
Uma era muito fascinante.
Ele usou a imagem da raposa e do leão.
O príncipe deve ter a habilidade da raposa para encontrar o laço
e a coragem do leão para afastar os lobos.
Em certos momentos particulares, que ele chama de fundação
ou re-fundação de um regime,
você precisará de um líder com inteligência excepcional.
Com a inteligência de um Lincoln, a inteligência de um Washington,
ou a inteligência de um Bonaparte.
A grande novidade em Maquiavel é que ele nos dá um indivíduo,
uma personalidade com realismo político.
Ele nos mostra a disciplina interior do estrategista.
E esta é uma disciplina que envolve uma grande quantidade de auto-controle
de tal modo que não pode haver divertimento na conquista,
não se pode atacar impulsivamente,
tem que estar constantemente examinando seus próprios motivos,
deve-se constantemente tratar os outros com atenção e civilizadamente
para que não, ofereça sua própria mão,
enquanto você está tentando discernir os seus próprios erros
ou os seus próprios enganos.
E assim o que temos, alguém que não é muito um cavaleiro cristão,
mas ainda assim é muitas vezes bem-comportado.
Ele também nos dá o ator político.
O príncipe pode ou não manter sua palavra,
pode ou não ser humano,
devoto, um homem de verdade,
um homem de família, dependendo das circunstâncias,
mas ele deve parecer ser todas essas coisas.
Os homens em geral julgam pelos seus olhos mais do que pela suas mãos
porque todos estão em uma posição de espectador.
Poucos estão em uma posição para chegar a ter um contato próximo com você.
Todo mundo vê o que parece ser.
Poucos conhecem quem você realmente é.
E para que haja uma maior opinião de que o príncipe está desempenhando seu papel,
que é parecer ser essas coisas, ele sabe que não deve ser necessariamente.
E pareça agir por princípios
quando na verdade está agindo baseado em cálculo
ou o que no mundo moderno seria classificado como estratégia a longo prazo,
porque de certa forma Maquiavel inventou a noção de
estratégia de longo prazo.
Fique concentrado. Você sabe. Fale sobre assuntos que interessam as pessoas.
É a economia, estúpido. OK?
Então, como sempre dizemos, você sabe, a velocidade mata.
E nós vamos morrer neste debate se não estarmos lá primeiro
com as nossas respostas.
Bush estava na defesa ...
Mas talvez o mais importante, príncipe de Maquiavel
é um artista político.
Ele vê o príncipe como alguém que toma um assunto como se fosse
uma pedra de mármore e impõe uma forma
como se essa pessoa fosse um escultor.
Ele molda uma pedra.
Ele põe Ordem no caos.
Ele civiliza os selvagens.
Michelangelo e o Príncipe de Maquiavel têm muito em comum.
O problema é, que a matéria-prima para o príncipe é sangue e carne humana.
Para isso, o príncipe deve aprender como e quando deve ser cruel
e ele deve ter estudado a guerra.
"Deja vu"
Os principais fundamentos de cada estado são boas leis e boas armas.
E porque você não pode ter boas leis sem boas armas,
e onde existem boas armas boas leis inevitavelmente existirão.
Não vou discutir leis mas dar minha atenção às armas.
A frase é de um dos enigmas mais maravilhosos
dentre todas as frases de Maquiavel.
Você precisa de boas armas.
Boas armas são as do exército de cidadãos , não as de um exército de mercenários.
Como você convence os cidadãos a servir o exército?
Eles têm que pensar que a sociedade reúne seus próprios interesses privados.
Então você precisa ter uma república a fim de ter um exército de cidadãos.
Você precisa ter boas leis para ter uma república.
Você não terá sorte se estiver desarmado
porque, entre outros motivos, as pessoas desprezam você. E esta é uma
das infâmias que um príncipe deve estar protegido.
Simplesmente não há comparação entre um homem que está armado
e o quem não está.
Bem, ele está certo sobre o dinheiro nesse ponto.
Maquiavel, na minha opinião, é mais útil
quando você está pensando sobre relações internacionais, em vez de
o governo de um estado ou cidade.
As relações internacionais são diferentes de assuntos internos, por uma razão,
não há lei entre nações.
Na realidade você tem uma selva lá fora.
E isso é diferente dos estados onde você tem uma lei que
tem legitimidade e que, monopoliza a força nas mãos
do governo.
O mundo lá fora não é como aqui.
E nós, nós, no mundo de hoje, no Ocidente, nos Estados Unidos,
odiamos essa idéia.
Tal ideia nos faz muito infelizes e desconfortáveeis
e nós nos recusamos a acreditar nela a maior parte do tempo.
E assim, este é o lugar onde Maquiavel é mais valioso. E nos lembrar que esta
realidade brutal não mudou.
Você tem que ter esse poder.
Nenhum governo deve imaginar que pode sempre adotar um comportamento seguro.
Esta é a maneira como as coisas são.
Toda vez que alguém tenta escapar um perigo, corre em direção a otro.
Prudência consiste em ser capaz de avaliar a natureza de
uma ameaça especial e em aceitar o mal menor.
Fazer julgamentos cuidadosos.
Isto é a prudência, como nos diz Maquiavel.
E é isso que utilizamos nos nossos governos.
No final, Maquiavel também diz que você não deve ser completamente cauteloso,
você não deve ser muito prudente nesse sentido.
Você vai ter de tomar medidas.
É fácil pensarmos num exemplo muito recente,
o caso da Bósnia.
Bush, na minha opinião, teve a melhor oportunidade de lidar com
o problema e resolve-lô,
tivesse desde o início a boa vontade de olhar para a realidade que é esta
não somos livres para permitir esse tipo de violência, esse tipo de
qual é a palavra que eu quero, violação do direito internacional
a acontecer bem no meio da Europa.
E eu acho que tinhamos uma grande influência sobre nossos aliados da OTAN na Europa,
mas não estávamos dispostos a exercer.
E lá foi, provavelmente, uma falha de liderança da nossa parte.
Não há nenhuma lei da natureza que diz que os Estados Unidos tem de ser
envolvidos em todas as crises.
Ao mesmo tempo nós tomamos a decisão final nós provavelmente não temos outra alternativa.
Mas no caminho para a decisão final
nós certamente não aplicamos as máximas de Maquiavel.
Nós nunca nos perguntamos, qual é o nosso objetivo aqui?
Qual é o nosso interesse aqui? Quais são os meios disponíveis?
Qual é a melhor coisa que pode acontecer?
Qual é a pior coisa que pode acontecer?
Algum presidente norte-americano realizou este tipo de análise
antes de envolver a nação em alguma crise no estrangeiro?
Acho que Roosevelt fez isso em sua mente
antes dele entrar com os EUA na Segunda Guerra Mundial.
Roosevelt teve a capacidade de fazê-lo.
Nixon tinha uma grande capacidade para isso.
Henry Kissinger foi chamado o Maquiavel americano por admiradores
bem como críticos.
Isso tornaria Richard Nixon seu príncipe.
Especialmente talentoso em política externa, muitas vezes brilhante, incisivo,
mas sigiloso e suspeito.
Nixon podia ter tirado profeito com os conselhos de Maquiavel
pelo menos de alguns trechos.
Um príncipe deve prestar atenção para não ficar com medo da própria sombra.
Seu comportamento deve ser moderado com bondade e prudência
de modo que a desconfiança excessiva não se torne insuportável.
Por mais de um século
os Americanos se beneficiaram do isolamento entre ricos recursos naturais.
Eles eram a exceção entre as nações.
Imunes do vírus da maquiavélica Europa, a política de sobrevivência.
E esta imunidade desapareceu agora?
Não podemos conceder ao americano puro uma abordagem excepcional por tempo indeterminado.
Não significa que todo fim justifica todos os meios.
Mas isso significa que a pureza dos americanos que temos tendência em afirmar,
assim como nossos intelectuais e alguns de nossos líderes,
será mais difícil de defender.
Nós desestabilizamos governos, tentamos assassinar líderes estrangeiros,
fizemos algumas coisas, eu penso novamente em particular
no governo Nixon,
que era uma violação dos nossos princípios, nossos ideais.
Acho que estamos sofrendo por isto hoje.
"Nos primeiros cem dias iremos levar a votação ..."
Embora a experiência real de Maquiavel pareça ser a política externa,
alguns de seus conselhos sobre assuntos domésticos também tem repercusão.
Pelo menos para os conservadores dias modernos.
Um homem não deve ter medo de melhorar as suas posses para
que não seja tirado algo dele.
Também não deve ser intimidado pelos impostos elevados, a começar um novo negócio.
Mas, acima de tudo, um príncipe deve evitar tomar a propriedade dos outros
porque os homens esquecem mais cedo a morte de seu pai
do que a perda de sua herança.
Em sétimo lugar, pediremos três quintos da maioria dos votos para acabar com o aumento de impostos.
Por outro lado, o príncipe ideal não se assemelha com Lênin.
Mate o velho príncipe e sua família,
criar novos títulos e poderes,
e dá-los a novos homens.
Ele devia ter feito dos pobres ricos e dos ricos pobres, como fez Davi
quando se tornou rei.
O conselho de Maquiavel parece tantas vezes ter diferentes sentidos.
Não é de admirar que haja diversos pontos de divergência na interpretação
de "O Príncipe".
Tomemos, por exemplo, a parte sobre o medo e o amor.
É muito melhor ser temido do que amado, se você não pode ser ambos.
Mas você deve evitar ser odiado.
O medo é útil.
O ódio não é produtivo.
A maioria dos executivos corporativos concordaria com isso.
O cumprimento rigoroso de virtudes cristãs está exatamente fora de questão.
E assim, o problema que ele levanta faz parte da distinção
que ele traz para o estudo moderno da política.
A resposta que Maquiavel dá é também particularmente marcante.
É uma resposta que impiedosamente discrimina entre a política
e tudo mais,
que afirma a autonomia da política
e a maneira como todos os outros valores humanos podem ser reduzidos
a luta pelo poder e a manutenção
ou estabelecimento da ordem.
"Maquiavel no inferno"
Uma cópia de "O Príncipe" é finalmente
apresentada a um Médici que não deu nenhuma sinal de que havia lido.
Ela nunca seria publicada durante a vida de Maquiavel
e quando ele morreu, ele foi para o inferno, de certo modo.
A demonização de Maquiavel começou muito rapidamente
após a morte dele
e que veio em um momento quando a crise da contestação
das religiões estava realmente no seu auge entre 1530 e 1540,
e ambos os lados viam um demônio em Maquiavel.
Pobre Nicolau.
Não só ele é agora um demônio, mas os Medici o atormentaram até no inferno
Suas idéias disseram os Médici, teriam inspirado o massacre de cinqüenta mil
protestantes franceses em 1572
quando Catarina de Médici foi rainha da França.
E a Inglaterra protestante fez de Maquiavel seu primeiro vilão.
Há a ideia de que tudo que é
italiano, do Sul e Católico é de alguma forma maquiavélico.
É nesse momento, o tempo de Marlowe e Shakespeare, que
esta associação com a maldade torna-se aparente.
Eles falam sobre Iago como um ser maquiavélico.
Eles falam sobre Ricardo III como um ser maquiavélico.
Depois há uma espécie de reabilitação
que ocorre na época do republicanismo clássico, inclusive,
incluindo o republicanismo clássico da Inglaterra,
quando as pessoas começaram a olhar para o Maquiavel republicano.
O estado de espírito de Maquiavel é muito menos importante para nós
do que a natureza do seu legado.
Os usos a que as suas ideias foram colocadas.
No século 20, viu-o por um lado, como um precursor de
teorias autoritárias totalitários de governo,
e de outro, como um bom republicano
e um excelente cientista social que nos ajuda a entender como as coisas funcionam.
Washington, Napoleão, Churchill, Lênin, filhos inteligentes
de um mesmo pai.
Quão maquiavélicos.
Agora, a história não nos pode dizer onde a alma de Nicolau se encontra.
Mas nós sabemos que ele acreditava em manter as aparências,
e que seus restos mortais foram colocados na Catedral de Santa Croce,
entre outros florentinos honrados.
Sabemos também que a sua influência está longe de ter morrido.
"O juízo final"
Maquiavel e "O Príncipe" parecem muito em voga hoje.
Por exemplo, um colunista do U. S. News e World Report
o usaram para criticar um presidente.
E esse mesmo presidente
citou Maquiavel e "O príncipe" no jornal Washington Post para defender suas políticas.
Deve-se considerar que não há nada mais difícil de realizar
nem de êxito mais duvidoso e perigoso de manejar
do que dar início a uma nova ordem das coisas.
Pois o reformador tem inimigos em todos aqueles que lucram
com a velha ordem.
E apenas defensores sem muito entusiasmo e aqueles que ...
Deste modo Maquiavel trabalha como escritor aconselhando a Casa Branca.
Há mais do que uma metáfora aqui.
Se Maquiavel inventou a política como nós a conhecemos,
a política como conhecemos nos mostrou nos útlimos tempos que se apóia em Maquiavel.
Conselheiros, estrategistas, realistas políticos,
Talvez não acima de um ou dois truques sujos.
Mas só em nome de uma boa vitória limpa.
E se Maquiavel parece trabalhar para dois sistemas muito diferentes,
esses caras também podem.
Nicolau está fazendo bem hoje.
Embora numa época passada despejaram finos vinhos em seu nome,
ele juntou-se a Átila, o Huno, nas fileiras dos
consultores de grandes nome das empresas.
E ele interessou a vários jogos no mercado.
Que mais ou menos utilizam seus ensinamentos.
Um deles começa a história de maneira errada.
E tem uma regra de ouro que pode ter vindo do Príncipe ...
"Quem tem o ouro faz as regras".
... se Maquiavel tivesse pensado nisso.
Talvez tudo isso é o purgatório de Nicolau.
A opinião final sobre o seu legado ainda está em disputa.
E até mesmo seus mais ferrenhos defensores vão admitir que ele tinha também algumas falhas.
Ele às vezes comprende a história equivocadamente também.
Ele invadiu a história, eu acho, produziu os exemplos
como ele compreendia
para considerar importante o que queria em vez de procurar primeiro descobrir
o que realmente aconteceu.
Ele era um, vamos colocar desta maneira,
produtor da história, e não um consumidor.
Eu acho que sua avaliação de que a natureza humana é imperfeita
é algo que qualquer pessoa concordaria.
Mas, para Maquiavel, ela é mais do que imperfeita.
Ela nunca é guiada por um bom motivo, o que eu acho que é
de facto, menos realista.
Como muitos realistas, ele achava que a realidade
era evidente
e, na verdade, a realidade é a coisa mais difícil de avaliar.
Maquiavel viveu quando novas idéias e tecnologias estavam mudando para sempre
as realidades do poder
e as noções de governo.
Assim como nós.
E seu conselho para analisar cuidadosamente as exigências para o sucesso
sem perder a coragem de agir
parece hoje dolorosamente relevante.
A outra coisa que é legada, que ele nos deixa,
é entender algum dia que,
vocês têm que por essa analogia a serviço de uma idéia
que ele abordou nos "Discursos",
onde descreveu sua idéia de governo republicano.
E eu acho que o "Príncipe" deve ser compreendido em conjunto com os "Discursos".
Porque eles são os dois lados da mesma moeda.
E essa foi uma intuição importante.
Há certos livros que são suficientemente complicados
eles têm uma mensagem para pessoas diferentes em momentos diferentes
porque de algum modo eles tocam
um aspecto fundamental da experiência humana.
A República de Platão é um exemplo disso,
o Contrato Social de Rousseau ou Locke.
O "Príncipe" de Maquiavel é um livro como esses.
Ele lida com um aspecto da vida humana de uma maneira muito profunda.
O aspecto central é a essência da função dos líderes
e porque os líderes são necessários em qualquer comunidade humana complexa.
Gary Hart escreveu um livro
que ele diz que Maquiavel poderia ter sido escrito
ele tinha sido um idealista.
Hart vê semelhanças importantes entre o tempo de Nicolau e o nosso.
Eu acredito que nós estamos vivendo uma mudança na história,
no limite da história.
E isto acontece mais frequentemente a cada cem anos,
às vezes a cada quinhentos anos,
e nós estamos assim no meio deste novo século, simbolicamente,
novo milênio,
na verdade uma nova era econômica, informação contra indústria ou máquinas,
e uma nova, uma nova ordem no mundo
que substitui a velha guerra fria.
E o que é importante é que este país encontre um novo príncipe,
encontre um patriota que pode nos ajudar a definir qual é a próxima era.
Alguns leitores de "O Príncipe" sentem cheiro de enxofre em suas páginas.
Outros acham que é mais parecido com amônia,
repugnante, mas profundamente esclarecedor.
Na verdade, grande parte do que Maquiavel escreveu
simplesmente descreve como as coisas realmente eram feitas em seu tempo.
O segundo aspecto em que acho que Maquiavel
desagrada é a conclusão fundamental
que ele chegou sobre a possibilidade de separação das questões políticas
de considerações éticas.
Na verdade, eu não acho que isso pode ser feito.
Independentemente se devia ser feito.
No entanto, poucos com alguma experiência, negariam hoje que muito do que ele escreveu
parece apenas o senso comun da política.
Há um outro sentido em que nós dizemos que Maquiavel está nos dando
o senso comum da política
e devemos ser mais desconfiados desse uso.
Aqui tudo o que estamos afirmando é que o que ele diz é o senso comum
porque já estamos a imitá-lo.
Portanto, Sr. Presidente,
Tendo descrito como as coisas realmente funcionam neste mundo perigoso,
Permitam-me encerrar com algumas palavras adicionais de cautela.
Escolha os assessores mais brilhantes.
Diga-lhes para lhe falar francamente e, em seguida, seja cautelosos com as suas opiniões.
Quando chega a hora da decisão, mantenha a sua própria opinião
E nunca se esqueça de que você está no "show business".
Que a liderança é 90% do tempo representar um papel.
Nunca saia dele em público.
Pelo amor de Deus, não carregue suas próprias malas.
Bem-vindo ao topo do monte e muita sorte.
Seu humilde servo e admirador, Nicolau Maquiavel.
P.S., não olhe para o céu para sua recompensa.