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LEGENDAS E TRADUÇ?O
....:::: P O W E R P L A Y ::::....
ILHAS HARBOR DE BOSTON
Recompġe-te, Teddy!
Recompġe-te!
É apenas água.
É muita água.
Anda lá!
- Estás bem, chefe?
- Sim, eu apenas...
...apenas fico indisposto com a água.
- És o meu novo parceiro.
- Isso mesmo.
N?o foi a melhor forma de me conheceres,
comigo de cabeça enfiada no w.c..
N?o encaixa bem com o homem
Teddy Daniels "a lenda", asseguro-te.
A lenda?
O que raio fumam
vocês lá em Portland?
Seattle.
Venho do posto de Seattle.
- Há quanto tempo és agente Marshall?
- Quatro anos.
- Portanto sabes o quanto é pequena.
- Claro.
E tu?
Tens namorada? És casado?
Fui.
Ela morreu.
- Jesus, eu n?o...
- N?o te incomodes.
Houve um incêndio no
prédio enquanto eu trabalhava.
Morreram quatro pessoas.
Foi o fumo que a matou, n?o o fogo.
- Isso é importante.
- Lamento o sucedido.
Onde est?o os
meus malditos cigarros?
Aceita um dos meus.
Era capaz de jurar que tinha
os meus no casaco antes de ir...
Os funcionários públicos
roubam-nos sem vermos.
Obrigado.
Deram-te informaç?o
da instituiç?o antes de partires?
Apenas sei que
é um hospital psiquiátrico.
Para loucos criminosos.
Bem, se fossem só tipos a ouvir vozes e
a caçar borboletas, n?o precisavam de nós.
- É para além que vamos?
- Sim.
O outro lado da ilha é só ribanceiras
de rochas, sempre até ao nível da água.
A doca é a única
forma de entrar ou sair.
Soltaremos as amarras
assim que desembarcarem.
E agradeço que
sejam rápidos a faze-lo.
- Porquê?
- Aproxima-se uma tempestade.
Nunca tinha visto
um distintivo de Marshall.
Sou o chefe dos
guardas McPherson, cavalheiros.
Bem-vindos à ilha Shutter.
Irei acompanhá-los até Ashecliffe.
Os seu rapazes parecem
enervados, Sr. McPherson.
Neste momento,
Marshall, estamos todos.
"LEMBREM-SE QUE NÓS TAMBÉM
VIVEMOS, AMÁMOS E RIMOS."
Perímetro electrificado.
Como é que sabes?
Já vi algo do género anteriormente.
Bem, senhores, ser-lhes-á prestada
toda a ajuda que pudermos,
mas durante a vossa estadia
obedecer?o ao protocolo.
- Entendido?
- Absolutamente.
O edifício vermelho à vossa
direita é o pavilh?o ĞAğ, o dos homens.
O pavilh?o ĞBğ, o das mulheres,
é aquele à vossa esquerda.
O pavilh?o ĞCğ,
é aquele edifício na ribanceira.
Um antigo forte da guerra civil.
Os pacientes mais perigosos est?o lá.
A entrada no pavilh?o ĞCğ é
proibida sem a permiss?o por escrito e
da presença de mim e do Dr. Cawley.
Perceberam?
Age como se a
loucura fosse contagiosa.
É-vos pedido aqui o favor
de entregarem as armas.
Sr. McPherson,
fomos indigitados como marshalls.
É-nos pedido para
andarmos sempre armados.
A ordem executiva 319 do
Código Federal das Prisġes afirma:
"Uma vez dentro da penitenciária
os agentes dessa instituiç?o
têm autoridade soberana."
Senhores, n?o passar?o deste
port?o com as vossas armas.
Certo, agora terminado este
assunto oficial, venham rapazes,
que tal irmos procurar o Dr. Cawley?
Quando é que ela escapou?
A prisioneira.
Receio que tenha de ser o Dr. Cawley
a informá-lo a respeito. Protocolo.
Guardas prisionais numa instituiç?o
psiquiátrica, é um cenário estranho,
se me permite dizer.
- É única do tipo em todo o país,
até mesmo no Mundo. Aceitamos só
os pacientes afectados mais perigosos.
Já que nenhum outro hospital está apto.
E deve-se tudo isso ao Dr. Cawley.
Ele criou aqui algo mesmo único.
É um hospital para pessoas
que a sociedade normalmente...
Identificaçġes, senhores.
Mostrem os vossos distintivos, senhores.
O Dr. Cawley é muitas vezes consultado.
Pela Scotland Yard, MI 5, OSS.
- Porquê?
Como assim?
Porque querem agências de
segurança consultar um psiquiatra?
Acho que terá de perguntar-lhe.
- Marshall Daniels.
- Doutor.
Marshall Aule.
Obrigado Chefe dos guardas, é tudo.
Sim senhor.
Foi um prazer, senhores.
Ele fala bastante de si.
O McPherson é uma boa pessoa.
Acredita no trabalho que aqui se faz.
E que trabalho é esse exactamente?
Uma fus?o moral entre a lei,
o bem-estar e o tratamento médico.
Desculpe-me Dr.,
uma quê entre quê e o quê?
Esses quadros s?o bastante realistas.
Era costume os pacientes
com que aqui lidamos serem
acorrentados e
deixados na própria porcaria.
Eram espancados.
Como se sangra-los pudesse retirar-lhes a
psicose, punham-lhes parafusos no cérebro,
mergulhavam-nos em água gelada
até perderem os sentidos ou...
...até mesmo afogarem-se.
- E actualmente?
- Tratamo-los.
Tentamos sarar, tentamos curar.
E se isso falhar, ao menos demos-lhes uma
dose de conforto nas suas vidas: - calma.
S?o todos criminosos violentos, n?o s?o?
Feriram pessoas,
assassinaram-nas nalguns casos.
Na maioria dos casos, sim.
E pessoalmente, Dr., devo dizer
que se lixe o sentir de calma deles.
O meu papel é tratar os meus pacientes, n?o
as suas vítimas, n?o estou cá para julgar.
- Portanto, essa prisioneira...
- Paciente.
Desculpe, paciente.
uma tal Rachel Solando,
escapou algures
durante as últimas 24 horas.
A noite passada.
Entre as 10 e a meia-noite.
- Ela é perigosa?
- Pode dizer-se que sim.
Matou os seus três filhos.
Afogou-os num lago, atrás da sua casa.
Levou um de cada vez,
prendeu-lhes a cabeça até morrerem.
Depois levou-os para dentro e sentou-os na
mesa da cozinha e comeu uma refeiç?o
antes de um vizinho aparecer por lá.
E o marido?
Morreu, nas praias da Normandia.
Ela é uma viúva de guerra.
Recusava-se a comer quando aqui chegou,
teimava que os filhos n?o estavam mortos.
- Desculpe Dr., por acaso tem uma aspirina?
- Costuma ter dores de cabeça, Marshall?
Às vezes, mas hoje eu...
...estou mais virado ao enjoo marítimo.
- Desidrataç?o.
- Estás bem, chefe?
- Estou.
Neste caso tem toda a raz?o,
o mais simples é o melhor.
Muito obrigado.
A Rachel, ainda acredita que
os seus filhos est?o vivos.
Acredita também que isto
aqui é a sua casa em Berckshires.
- Está a brincar comigo?
- Em dois anos nunca interiorizou que está
numa instituiç?o, acredita que somos todos
pessoas de entregas. O leiteiro, carteiros.
Para sustentar a ilus?o que
os seus filhos nunca morreram criou
uma história bastante elaborada
onde faz de nós personagens nessa ficç?o.
- Já fizeram alguma busca?
- O chefe e os homens vasculharam a ilha.
Nem um rasto.
O que é mais inquietante é que n?o
sabemos como conseguiu sair do seu quarto.
Estava trancado por fora.
E a única janela tem barras.
É como se ela se tivesse
evaporado pelas paredes.
Trouxe-a para cá depois da terapia
de grupo e fechei-lhe a porta à chave.
Voltei na ronda da meia-noite,
ela já tinha desaparecido.
Na verdade Dr., como é possível
a verdade nunca lhe penetrar?
Quero dizer, ela está
num hospital psiquiátrico, certo?
Parece-me algo que se perceba às vezes.
Quantos pares de
sapatos têm os pacientes?
Dois pares.
A insanidade n?o é uma opç?o, Marshall,
n?o se pode escolher ficar bom.
Portanto...
...ela foi-se embora descalça?
Ent?o Dr.? Ela n?o
aguentaria 9 metros naquele ch?o.
Marshall?
A LEI DE 4
QUEM É O 67?
Isso é seguramente a letra da Rachel.
N?o faço ideia nenhuma
o que é a lei 4.
- É algum termo psiquiátrico?
- N?o é.
Quem é o 67?
Lixem-me se eu souber.
Devo dizer que isso é
parecido à minha conclus?o clínica.
Acha que s?o rabiscos ao acaso?
N?o, de modo algum. A Rachel
é inteligente. De facto, é brilhante.
- Esse papel pode ser importante.
- Desculpe Dr., mas...
...vamos ter de ficar com isto.
- Claro.
Disse que ela
teria que passar por aqui?
Depois das luzes apagarem
os auxiliares jogam às cartas aqui.
A noite passada
estavam ali 7 homens sentados
a jogarem "stud poker" junto às escadas.
Ainda assim, dalgum modo a Rachel foi
capaz passar sem ser vista por eles.
Porquê?
Como?
Torna-se invisível?
Dr., precisamos ter acesso aos arquivos de
todo o pessoal médico, das enfermeiras,
dos guardas, dos auxiliares.
De todos que estavam de serviço.
- Vou pensar no seu pedido.
- Isto n?o é um pedido, Dr..
Isto é uma pris?o federal.
Uma perigosa prisioneira...
- Paciente.
- Paciente, fugiu.
- Agora irá colaborar ou...
- Apenas digo que verei o que posso fazer.
Dr., vamos precisar falar
com o pessoal. Está a entender?
Vou reuni-los na
sala comum após o jantar.
Se n?o tiverem mais questġes queiram
juntar-se ao Chefe dos guardas na busca.
S?o 11 milhas até à terra mais
próxima e as águas s?o geladas.
A corrente era forte a noite passada.
Com a maré a empurrar,
ter-se-ia afogado ou esmagada contra as
rochas e o seu corpo teria dado à costa.
E aquelas cavernas além?
Verificaram-nas?
É impossível lá ter chegado.
A base daqueles penhascos está coberta de
hera-venenosa, carvalho-venenoso e sumagre.
Por mil plantas com espinhos
do tamanho do meu "pau".
Você próprio o disse,
Marshall, ela n?o tem sapatos.
Muito bem!
Vamos lá verificar o outro lado!
- O que é aquela torre?
- É um velho farol.
Os guardas já o
vasculharam por dentro.
O que há lá dentro?
Mais pacientes?
É uma estaç?o de
tratamento de águas residuais.
Vai escurecer daqui a pouco.
Vou cancelar isto durante a noite.
Vamos, rapazes!
- Estava a guardar aquela ala, certo?
- Sim.
Ninguém podia sair ou entrar num quarto
e passar naquele corredor sem eu ver.
A Rachel Solando, por mais quem
teria de passar até aqui chegar?
Eu.
Glen Miga.
- Senhor, eu n?o vi nada.
- E esteve no seu posto toda a noite?
Sim. E n?o vi nada.
Glen.
Glen.
Diz-me a verdade.
Eu...
Eu talvez tenha ido ao w.c..
- O quê? Violaste o protocolo? Cristo!
- Nem demorei um minuto.
Muito bem,
recapitulemos, recapitulemos tudo.
A Sra. Solando foi posta no seu
quarto antes das luzes apagarem.
Alguém aqui sabe
o que ela fez antes disso?
Alguém sabe?
Ent?o? Alguém sabe...
Esteve numa sess?o
de terapia de grupo.
Ocorreu alguma coisa fora do normal?
- Defina fora do normal.
- Desculpe?
Isto é um hospital psiquiátrico, Marshall.
Para os criminosos loucos.
Normal n?o faz muito
parte do nosso dia-a-dia.
Refaço a quest?o.
Aconteceu algo a noite passada durante
a terapia de grupo que fosse mais...
...digamos, n?o sei, mais marcante...
- Normal?
Exactamente.
N?o. Lamento.
A Sra. Solando disse alguma
coisa durante a terapia de grupo?
Ela estava preocupada com a chuva.
E odiava a comida daqui.
Queixava-se constantemente.
Incluindo a noite passada.
Dado que lá estava,
havia algum médico presente?
Sim, o Dr. Sheehan orientou a sess?o.
Dr. Sheehan?
Sim. É ele que orientava a sess?o.
É o responsável pela Rachel.
O psiquiatra que
supervisiona o tratamento dela.
Vamos precisar
falar com o Dr. Sheehan.
Receio que n?o seja possível.
Ele partiu no ferry desta manh?.
As suas férias estavam já planeadas,
andava a adiá-las há muito.
Está num estado de bloqueio obrigatório,
uma paciente perigosa está em fuga,
e deixou o seu responsável ir de férias?
Com certeza. É um médico.
Tem o número de telefone,
para onde ele foi?
Estou? Estou?
Estou?
Está aí alguém?
Desculpe Sr.,
foi tudo abaixo, todas as linhas.
A tempestade atingiu
o continente forte e feio.
Se voltar a funcionar,
procure-me imediatamente.
Os marshalls precisam
fazer uma ligaç?o importante.
Sim senhor.
Está lá?
Em princípio farei uma
ronda nocturna pelos pavilhġes,
mas terei umas bebidas e um charuto
na minha casa por volta das nove.
- Gostariam de por lá passar?
- Óptimo, conversaremos ent?o, certo?
Temos estado a conversar, Marshall.
Parece que me enganei
a respeito da funç?o pública.
É um pouco imponente.
Foi construído durante a guerra civil,
ao mesmo tempo das casas-fortes
militares no pavilh?o ĞCğ.
Esta é a residência original do comandante.
Quando o estado recebeu a conta,
o comandante foi a tribunal militar.
- Posso ver a raz?o.
Bonita música.
De quem é? Brahms?
N?o.
É Mahler.
Está certíssimo, Marshall.
Desculpem-me senhores,
o meu colega, o Dr. Jeremiah Naehring.
Quarteto para piano
e cordas em Lá menor.
- O vosso "veneno", senhores?
- Um uísque de centeio seria bom.
Um refrigerante com gelo,
se favor. Obrigado.
N?o bebe álcool?
Estou surpreso.
N?o é comum as pessoas
na vossa profiss?o beberem muito?
Bastante comum.
E na sua?
Desculpe?
- Na sua profiss?o Dr., em psiquiatria.
- Sim?
Sempre ouvi dizer que está
cheia de esponjas e bêbados.
Nunca dei por isso.
O que é isso?
É chá gelado aí no seu copo?
Excelente, Marshall.
Tem uns mecanismos
de defesa notáveis.
Deve sentir-se bastante
à vontade nos interrogatórios.
Homens como o senhor,
s?o a minha especialidade. Sabia?
- Um homem de violência.
- É uma suposiç?o arrojada de se fazer.
N?o é suposiç?o, de todo. N?o me entendeu,
eu disse: - "É um homem de violência."
N?o estou a acusá-lo de ser um
homem violento, o que é diferente.
Por favor, por favor,
esclareça-nos, Dr..
Ambos serviram além mar.
N?o é difícil de se ver, Dr., tanto quanto
sabe, fomos lá oficiais de burocracia.
N?o, n?o foram.
Desde do recreio da escola nenhum dos dois
alguma vez fugiu dum confronto físico.
N?o, n?o por gostarem, mas porque recuar
é algo que n?o consideram uma opç?o.
- N?o fomos educados para fugirmos, Dr..
- Sim, educados.
- E quem o criou, Marshall?
- Eu?
Lobos.
Mecanismos de defesa
deveras impressionantes.
Acredita em Deus, Marshall?
Estou a falar a sério.
Isso é lixo.
Alguma vez viu
um campo de morte, Dr.?
Um "Konzentrationslager".
N?o?
Eu já, eu estive lá,
na libertaç?o de Dachau.
O seu inglês é muito bom, perfeito.
O seu inglês é de facto muito bom. Contudo
carrega ligeiramente nas consonantes.
É alem?o?
- A imigraç?o legal é um crime?
- N?o sei, Dr., diga-nos o senhor?
Ouçam, vamos precisar dos arquivos do
Sheehan e, do resto do pessoal também.
Nenhuns arquivos pessoais
ser-lhe-?o cedidos. Ponto final.
- Vamos precisar desses ficheiros.
- Está fora de quest?o.
Tretas!
Está fora de quest?o!? Tretas!
Afinal quem manda aqui?
O Dr. Naehring comunicou à administraç?o no
continente o vosso pedido e foi recusado.
Recusaram? N?o têm autoridade
para recusar. Nem o senhor.
Marshall, continue a sua investigaç?o
e faremos tudo para ajudar.
Ouça, esta investigaç?o acabou.
Vamos fazer relatórios e entregá-los ao...
- Ao pessoal do Hoover.
- Ao pessoal do Hoover. Isso mesmo.
Apanhamos o ferry de volta amanh?.
Vamos, Chuck.
Bela noite.
V?o pernoitar nos
dormitórios dos auxiliares.
Chefe! Vamos mesmo embora?
Porquê?
N?o sei.
É que... nunca desisti de nada.
Até agora, ainda n?o
ouvimos qualquer verdade, Chuck.
A Rachel Solando n?o pode ter escapado
duma cela trancada descalça sem ajuda.
Eu acho que teve muita ajuda.
Neste momento, talvez o Cawley
deva estar na sua mans?o acordado,
a repensar nos seus actos.
- Talvez, pela manh?...
- Estás a fazer bluff?
Eu n?o disse isso.
Encontrei um monte destas, Teddy.
Jesus! Vais ficar sóbrio alguma vez?
Matei muita gente na guerra.
É por isso que bebes?
És real?
N?o.
Ela continua aqui.
Quem?
Rachel?
Ela nunca se foi embora.
Lembras-te quando
ficámos na cabana no ver?o, Teddy?
Estava t?o feliz.
Ela está aqui.
N?o te podes ir embora.
Eu n?o me vou embora.
Amo-te tanto.
Sou apenas ossos num caix?o, Teddy.
N?o!
Sou.
Tens que acordar.
N?o quero ir.
Estás aqui.
N?o estou.
Tens de encarar isso.
Mas ela está.
E ele também.
Quem?
Laeddis.
- Eu tenho que ir.
- N?o.
N?o, por favor. Por favor,
deixa-me abraçar-te mais um pouco.
- Só por mais um pouco.
- Deus, Teddy.
Tens de deixar-me ir.
N?o consigo.
N?o vai haver
ferry com esta porcaria.
Doutor!
Doutor!
Precisamos interrogar os pacientes que
estiveram na sess?o de terapia da Rachel.
Pensei que a sua
investigaç?o terminara.
N?o parece possível
que apanhemos o ferry.
A Rachel recebia algum outro
tratamento para a sua doença?
Sabem qual é o estado no campo da
saúde mental hoje em dia, senhores?
N?o. N?o faço ideia.
De guerra.
A velha escola defende a
intervenç?o cirúrgica. Psicocirurgia.
Procedimentos como
a Lobotomia Transorbital.
Alguns dizem que os pacientes
passam a ficar bons, afáveis.
Outros dizem que
passam a ser zombies.
- E a nova escola?
- Psicofarmacologia.
Uma droga nova chamada
Thorazine foi aprovada.
A qual acalma os pacientes psicóticos.
Pode dizer-se que os domestica.
- E a que escola pertence, Dr.?
- Eu?
Tenho a ridícula ideia que, se se
tratar o paciente com respeito.
Se o ouvirmos.
Tentar compreendê-lo.
Talvez possamos ajudá-lo.
- Estes pacientes?
- Até estes.
O que deveria ser o último recurso
passou a ser a primeira resposta.
Dar-lhes um comprimido,
pô-los num canto e tudo irá passar.
A Rachel Solando tomava
uma combinaç?o de drogas
para impedir de tornar-se violenta.
Mas tinham só um efeito intermitente.
O principal obstáculo para a sua cura
foi a negaç?o daquilo que tinha feito.
Foi.
Há alguma raz?o para referir-se
ao seu paciente sempre no passado, Dr.?
Olhe lá para fora, Marshall.
O que acha?
O próximo é Peter Breen,
atacou a enfermeira
do pai com um copo de vidro partido.
A enfermeira sobreviveu, mas a sua
face ficou para sempre desfigurada.
Mal posso esperar!
Ela sorriu para mim, era t?o adorável.
Mas, podia-se ver-se nos seus olhos.
Ela gostava de ficar nua.
De fazer mamadas.
É tudo, Sr. Breen.
Depois pediu-me que lhe
desse um copo com água!?
Sozinhos? Na cozinha?
N?o se está mesmo a ver?
- O que n?o se estava mesmo a ver?
- Era óbvio.
Ela queria que eu tirasse para fora
o meu coiso, para poder rir-se dele.
Sr. Breen,
precisamos de fazer-lhe
umas perguntas, pode ser?
Quando a cortei ela gritou.
Mas...
...ela assustou-me.
Ela estava à espera do quê?
Interessante.
Mas estamos aqui para falar
da Rachel Solando, está bem?
Rachel Solando.
Sabiam que ela afogou
os seus próprios filhos?
Afogou os próprios filhos!
Estamos a viver num
mundo doentio, digo-vos.
Sabe? Deveriam ser gaseados! Todos!
Os retardados, os assassinos, os negros.
Matar os próprios filhos?
Gazeiem essa cabra.
Importa-se de parar com isso?
- A enfermeira.
- Por favor, pare com isso.
A enfermeira talvez tivesse filhos,
um marido.
Que tentava fugir às dificuldades,
viver uma vida normal.
E diz aqui no seu arquivo que...
...destruiu-lhe o rosto. N?o foi?
Parabéns, acabou a
normalidade para ela, para sempre.
Sabe do que ela tinha medo?
- De si.
- Pode parar com isso! Por favor!
Pare com isso!
Por favor! Pare!
Conheces uma paciente
chamada Andrew Laeddis? Conheces?
N?o! N?o.
Eu quero regressar.
- Agarrem-no!
- Já o tenho!
Eu nunca sairei daqui.
N?o tenho a certeza se devo.
- Desculpe por dizer isto, Sra. Kearns.
- Menina.
Menina Kearns.
Parece t?o...
...t?o normal. Quero dizer, em
comparaç?o com os outros pacientes.
Bem, eu tenho os meus dias maus.
Suponho que toda a gente tem.
A diferença é que a maioria das pessoas
n?o matam os maridos com um machado.
Apesar de pessoalmente,
pensar que se um homem bater-te e,
come metade das mulheres que vê e...
...ninguém ajudar-te.
Usar o machado n?o é a coisa
menos compreensível que possas fazer.
Talvez n?o devesse sair.
O que iria eu fazer se saísse?
Já n?o conheço o mundo.
Dizem que há bombas que
podem reduzir uma cidade a cinzas.
E aquilo a que chamam televisġes,
vozes e caras a saírem duma caixa.
Já ouço vozes que bastem.
O que pode dizer-nos da Rachel?
N?o muito. É... muito reservada.
Ela acreditava que
os seus filhos estavam vivos,
acreditava que ainda vivia em Berkshires.
E que todos nós éramos os seus vizinhos.
- O homem do leite, o carteiro...
- O homem das entregas.
O Dr. Sheehan estava lá nessa noite?
Sim.
Ele falou acerca da raiva.
Fale-me acerca dele.
Como é ele?
É...
bom, agradável.
N?o faz mal à vista,
é o que a minha m?e diria.
Alguma vez se meteu consigo?
N?o.
N?o, o Dr. Sheehan é
um bom doutor, ele nunca iria...
Posso beber um copo
de água, se faz favor?
Claro.
Obrigada, Marshall.
Só tenho mais uma
pergunta para si, Menina Kearns.
Alguma vez conheceu um
paciente chamado Andrew Laeddis?
N?o.
Nunca ouvi falar dele.
Foi preparada.
Ela usou quase as mesmas
palavras do Cawley e da enfermeira.
- Como se fosse instruída para falar.
- Quem é o Andrew Laeddis?
Perguntou a todos
os pacientes por ele. Quem é?
Que diabos, chefe,
sou o teu parceiro, por amor de Deus!
Acabámos de nos conhecer, Chuck.
Ando nisto há muito tempo.
Tens um dever, uma carreira.
E o que eu estou a fazer,
n?o segue à risca as normas.
Estou-me a lixar para as normas, chefe.
Só quero é saber o que raio se passa.
Quando este caso chegou via telex,
Solicitei-o em especial.
Estás a perceber?
Porquê?
O Andrew Laeddis.
era o homem da manutenç?o no
prédio onde morava a minha mulher e eu.
Certo.
Era também um pirómano.
O Andrew Laeddis acendeu o fósforo,
que causou o incêndio
que matou a minha esposa.
Deixem-nos sair!
O que aconteceu ao Laeddis?
Escapou. O Laeddis
escapou e depois desapareceu.
Há cerca dum ano abri
um jornal e ele estava lá.
Grande feioso filho da m?e.
Tem uma cicatriz enorme da
têmpora direita até ao lábio esquerdo.
Olhos de cores diferentes.
N?o é um tipo de cara que se esquece.
Incendiou uma escola
e matou duas pessoas.
Disse que as vozes
disseram-lhe para fazer aquilo.
Primeiro foi para a pris?o.
Depois foi transferido para aqui.
- E depois?
- E depois nada.
Desapareceu como se nunca tivesse
existido. N?o há registos, nem nada.
Tenho a certeza que n?o no pavilh?o B.
Resta-nos o C.
Ou pode estar morto.
Assim como a Rachel Solando, visto assim.
Há muitos sítios onde esconder um corpo.
Mas há um sítio
em que ninguém repararia.
Aquela paciente, a Bridget Kearns,
quando me pediu ir buscar água,
ela disse-te alguma coisa, n?o disse?
N?o.
Vá lá, chefe!
Escreveu.
"Foge"
Chefe!
Temos de nos abrigar.
Isto está a ficar como a porra do Kansas.
- Aguenta!
- N?o! Vamos embora!
Cuidado!
Jesus!
- Anda! Volta!
- N?o!
- Entremos ali!
- Vamos.
Empurra!
Jesus Cristo!
Chiça!
- Estás bem, chefe?
- Sim. Estou bem.
E se o Laeddis aqui estiver...
...o que pensas fazer?
N?o estou aqui para matar o Laeddis.
Se fosse com a minha mulher,
matava-o duas vezes.
Quando atravessámos os portġes
de Dachau, os guardas das SS renderam-se.
O comandante tentou
matar-se antes de lá chegarmos mas...
...fê-lo mal.
Levou-lhe uma hora para morrer.
Quando saí para a rua,
vi os corpos no ch?o.
Demasiados para serem contados.
Mais do que se possa imaginar.
Ent?o reunimos...
...os guardas que se renderam,
tiramos-lhes as armas, alinhamo-los.
Aquilo n?o foi uma acç?o de guerra,
foi um assassínio.
Já tive matança que chegue.
N?o é por isso que aqui estou.
Ent?o, qual é a raz?o de tudo isto?
Depois de o Laeddis ter desaparecido,
comecei a fazer umas
investigaçġes acerca de Ashecliffe.
Muitas gente sabe deste lugar,
mas n?o quer falar, sabes, é como...
...é como se tivessem
medo de alguma coisa.
Sabias que este lugar é
financiado por um fundo especial?
Através do Comité
das Actividades Anti-Americanas.
O HUAC? E...
como combatemos exactamente os comunistas
a partir duma ilha num refúgio de Boston?
Realizando experiências mentais.
- Pelo menos, é o meu palpite.
- E pensas que é o que passa aqui?
Tal como disse,
ninguém queria falar, certo?
Até que encontrei alguém
que foi um paciente aqui.
Um tipo chamado George Noyce.
Um *** universitário porreiro, socialista.
Ofereceram-lhe dinheiro para fazer uns
*** psíquicos. Adivinha o que testavam?
- Pasta de dentes?
- Começou a ver dragġes em todos os lados.
Quase matou seu o professor à
pancada e acaba aqui em Ashecliffe.
Pavilh?o C.
Libertaram-no um ano depois, certo?
E depois o faz ele?
Duas semanas no continente, entra
num bar, e mata três homens à facada.
O seu advogado alega
insanidade mas o Noyce, o Noyce,
levanta-se no tribunal e,
implora ao juiz a cadeira eléctrica,
qualquer destino menos
um hospital psiquiátrico.
O Juiz deu-lhe a perpétua
na pris?o de Dedham.
- E foste vê-lo?
- Sim, fui.
Bem, ele está feito em cacos.
Mas é bastante claro
face àquilo que me diz.
- O quê?
- Fazem experiências com pessoas aqui.
N?o sei, chefe.
- Como acreditar num doido?
- Essa é a beleza disto, n?o é?
Os doidos s?o cobaias perfeitas.
Falam e ninguém lhes liga.
Eu estive em Dachau.
Vimos o que as pessoas s?o capazes
de fazer umas às outras, certo?
Por amor de Deus, lutámos numa
maldita guerra para travá-los, e agora
descubro que talvez esteja
a passar-se aqui? No nosso ch?o?
N?o.
Ent?o o que fazes
aqui em concreto, Teddy?
Vou arranjar as provas.
Regressar e vou
rebentar com este lugar.
É isso.
Espera aí.
Começaste a fazer
perguntas sobre Ashecliffe.
À espera duma oportunidade de vir aqui,
e subitamente precisam dum U.S. Marchall?
Tive sorte, um paciente fugiu,
era desculpa perfeita.
N?o, n?o, chefe,
a sorte n?o funciona assim.
O mundo n?o funciona assim.
Eles têm uma vedaç?o electrificada
à volta dumas instalaçġes médicas.
O pavilh?o C fica dentro
dum forte da guerra civil?
Um chefe da direcç?o com ligaçġes à OSS?
Fundos da HUAC? Jesus Cristo!
Tudo acerca deste lugar
tresanda a operaçġes do governo.
- E se eles o queriam aqui?
- Disparate.
- Andou a fazer perguntas.
- Disparate.
Viemos aqui devido à Rachel Solando. Onde
está a prova de que tenha sequer existido?
Seria impossível saberem que eu
ia investigar este caso. Impossível!
Enquanto os vigiavas,
eles vigiavam-te.
Só precisaram de
simular uma fuga para vires.
E agora apanharam-te,
apanharam-nos aos dois aqui agora.
Marshalls, est?o aqui?
Daqui é o Chefe
dos guardas McPherson.
- Marshalls!
- E esta? Encontrou-nos.
Isto é uma ilha, chefe.
V?o sempre encontrar-nos.
Eu sei que est?o aí dentro!
Vamos sair desta
ilha maldita, tu e eu.
Anda!
- Anda!
- Vamos!
Sequem-se. O Dr. Cawley quer
falar convosco, imediatamente.
E despachem-se! Esta coisa está
a transformar-se num maldito furac?o.
Deixei os vossos fatos na lavandaria,
devem estar prontos amanh?.
Isso é se n?o formos
levados pelo tempo primeiro.
A propósito. Receio que os
vossos cigarros estejam estragados.
Por isso.
É a nossa única opç?o, certo?
Tenho algo num lindo
cinzento pris?o se n?o gostarem dessa.
Já que se refere a elas,
estas servem bem.
É por isso que volto a insistir
que todos os pacientes do pavilh?o C
fiquem presos manualmente.
Se as instalaçġes
inundarem-se, afogar-se-?o.
Sabe disso.
- Seria preciso uma grande inundaç?o.
- Estamos numa ilha no meio do oceano
em pleno furac?o. Grande inundaç?o
parece uma possibilidade plausível.
- É um risco, Steven. E se falha a energia?
- Há um gerador de segurança.
E se isso falhar?
As portas das celas ir?o abrir-se.
E para onde poder?o ir?
N?o podem saltar para um ferry, acelerarem
para o continente e ficarem curados.
Tens raz?o. É mais provável
que se curem aqui connosco.
Se os algemarmos ao ch?o, morrer?o.
Vinte e quatro seres humanos.
N?o consegues viver
com isso, consegues?
Francamente, comigo a decidir, punha todos
os 42 nos pavilhġes A e B algemados também.
- Desculpem! Desculpem!
- Marshall.
- Desculpe Dr., tenho uma pergunta rápida.
- Sim, vou ter consigo num instante.
Quando falámos esta manh?
acerca do bilhete da Rachel Solando.
A lei dos 4, gostei dessa.
Disse que n?o fazia ideia ao
que se referia a segunda linha, correcto?
Quem é o 67?
Sim, receio ainda n?o saber.
Ninguém de nós sabe.
N?o lhe ocorre nada?
Nada?
Porque ia jurar que ouvi-o dizer
que est?o... 24 pacientes no pavilh?o C,
e 42 pacientes nos pavilhġes A e B,
o que significa um total de quanto?
66 pacientes nestas instalaçġes?
Sim, está correcto.
O que parece que
a Rachel Solando sugere...
...é que o senhor
tem um 67ş paciente, Dr..
- Mas receio que n?o temos.
- Isto é ridículo.
- O que fazem aqui?
- Fazemos o nosso trabalho maldito!
O McPherson n?o
lhe contou as boas notícias?
N?o.
Quais s?o as boas notícias, Dr.?
A Rachel foi encontrada.
Está aqui.
S? e salva.
N?o tem nem um arranh?o.
Quem s?o estes homens?
- Porque est?o aqui na minha casa?
- S?o polícias, Rachel.
Eles... têm algumas perguntas.
Senhora.
Foi avistado um conhecido comunista...
...subversivo a distribuir
folhetos por estes lados.
Aqui?
Neste bairro?
Sim, receio bem que sim.
Agora, se pudesse dizer-nos
o que fez ontem e onde esteve,
iria de facto ajudar-nos
a estreitar a nossa busca.
Sim...
Bem, eu...
Fiz o pequeno almoço
para o Jim e as crianças,
e depois eu...
Embrulhei o almoço do Jim e ele saiu.
E depois mandei
as crianças para a escola.
E depois...
Resolvi tomar
um longo banho no lago.
Estou a ver.
E depois disso?
Depois disso...
Pensei em ti.
Desc...desculpe, Sra..
N?o sei do que está a falar.
N?o sabes o quanto
tenho estado só, Jim?
Tu partiste.
Morreste.
Choro todas as noites.
Como posso sobreviver?
Deus.
Rachel, vai ficar tudo bem.
Lamento muito, mas...
tudo irá ficar bem, está bem?
Eu enterrei-te.
Enterrei um caix?o vazio.
O teu corpo foi despedaçado e espalhado
comido por tubarġes no mar.
O meu Jim está morto.
Portanto, quem raio és tu?
Quem raio és tu?
Quem és tu? Quem és tu?
Desculpe aquilo,
n?o quis interromper.
Pensei que ela lhe
pudesse dizer algo, mas...
Encontrámo-la junto ao farol,
a atirar pedras.
N?o temos ideia como escapou mas...
Peço-vos que desçam para a cave.
Há comida, água e camas.
É o lugar mais seguro para se estar,
quando se é
atingido por um furac?o.
Sente-se mal?
Está pálido.
Estou bem, é apenas...
Chefe, estás bem?
É que há...muita claridade, n?o há?
Foto sensibilidade, dores de cabeça
por vezes. Está a ter uma enxaqueca?
Estou bem.
Tome isto, Marshall.
Um par de horas e ficará impecável.
- O que se passa com ele?
- Tem uma enxaqueca.
Imagine alguém serrar-lhe a cabeça,
enchê-la de lâminas e abanar fortemente.
- Tome os comprimidos, Marshall.
- N?o!
- N?o quero os comprimidos!
- Acabar?o com a dor. Tome os comprimidos.
Ele vai precisar de deitar-se.
Deus!
Cuidado. Já está.
Vai ficar bem. Descanse.
- Quem é aquele?
- Aquele?
É o director da pris?o.
N?o se preocupe com ele, está bem?
Parece um ex militar imbecil.
Sabe?
Nessa n?o vou discutir consigo.
Devias ter-me salvo.
Devias ter-nos salvo a todos.
Amigo.
Laeddis.
Pois.
Meu...
...meu amigo.
Sem ressentimentos, certo?
Sem ressentimentos.
Uma coisita para mais logo.
Porque eu sei
o quanto precisas dela.
O relógio n?o pára, meu amigo.
Estamos a ficar sem tempo.
Pode dar-me aqui uma ajuda?
Posso ficar metido em problemas.
Estou morta?
Lamento muito.
Porque n?o me salvaste?
Tentei, eu quis,
mas quando cá cheguei,
era tarde demais.
Vês?
N?o est?o lindos?
Porque estás toda molhada, querida?
O Laeddis n?o está morto.
Ele n?o se foi embora.
Ainda cá está.
Eu sei.
Precisamos de encontrá-lo, Teddy.
Precisas de encontrá-lo e matá-lo.
Está tudo bem.
- Percebi!
- A sala do gerador inundou-se!
Estás bem, chefe?
Maldita enxaqueca.
O gerador de segurança falhou.
Anda tudo num alvoroço.
O que queres fazer?
Cristo!
N?o, n?o, n?o!
Larga isso! Já!
Achas que o sistema
eléctrico foi-se por inteiro?
Diria que é bem provável.
Toda a segurança electrónica,
vedaçġes, portġes, as portas.
Um belo dia para
dar uma volta, n?o achas?
Até ao pavilh?o C, por exemplo?
Anda!
Talvez cheguemos
até ao Andrew Laeddis.
O tipo de quem
eu falei, o George Noyce?
Contou-me que é
aqui que mantêm os piores.
Aqueles de que até
os outros presos têm medo.
- O Noyce disse-te algo sobre a planta?
- Muito pouco.
Só se lembra de pessoas a gritar
dia e noite. N?o haviam janelas.
E barras de ferro por todo o lado.
Jesus Cristo!
A primeira vez no pavilh?o C?
- Sim.
- Pois, pois.
- Sim, ouvimos histórias...
- Acreditem, rapazes. N?o ouviram nada.
Já prendemos a maioria dos "lélés".
Mas alguns deles ainda andam à solta.
Se virem algum,
n?o tentem apanhá-lo sozinhos.
Esses "marados" ir?o matar-vos.
Perceberam?
Certo. Ent?o mexam esses rabos, andem.
Ele está aqui.
O Laeddis.
Posso senti-lo.
Apanhei-te! Agora ficas tu!
Ted!
Teddy!
Escuta-me!
Escuta-me!
Eu n?o quero sair daqui, está bem?
Porque iria alguém querer?
Ouvimos coisas aqui.
Acerca do mundo exterior.
Acerca dos atóis,
acerca dos ***
das bombas de hidrogénio.
Sabes como actua
uma bomba de hidrogénio?
- Com hidrogénio! Com hidrogénio!
- Que engraçado.
- Chefe?
- As outras bombas explodem, certo?
Mas a bomba de hidrogénio n?o.
Ela implode!
Provocando uma explos?o
com 100 milhġes de graus.
- Percebeste?
- Sim, sim!
- Mesmo?
- Percebi! Percebi!
Larga-o!
N?o!
O que estás a fazer?
Jesus Cristo, Teddy. Jesus!
Apanharam o Billings?
O que se passa com vocês?
É apanhá-los, n?o é matá-los!
Ele atacou-nos.
Tu, ajuda-me aqui com ele.
Temos de levá-lo à enfermaria.
Bolas! N?o! Tu n?o, tu n?o.
Vai dar uma volta.
Vamos lá!
O Paul vai ficar-me
com os tomates por causa disto.
Laeddis.
Laeddis.
Por favor!
Porque n?o consigo...
...parar-me antes que mate mais?
Vai-te embora!
Por favor! Por favor!
Laeddis.
Disseste-me que
me libertaria deste lugar.
Tu prometeste.
Tu mentiste.
Laeddis?
Laeddis!?
Essa tem montes de graça.
- A tua voz.
- N?o a reconheces?
Depois de tanto conversarmos?
Depois de todas
as mentiras que me contaste?
Deixa-me ver-te a cara.
Dizem que agora pertenço-lhes.
Dizem que nunca sairei daqui.
O teu fósforo está quase a apagar-se.
- Deixa-me ver já a tua maldita cara!
- Porquê?
Para que me possas mentir mais?
- Isto n?o é pela verdade!
- É sim.
- É pelo mostrar da verdade.
- É acerca de ti!
E do Laeddis.
É disto que sempre se tratou.
Eu fui um dano colateral.
Uma forma de entrar.
George?
George Noyce?
N?o, n?o é possível,
n?o podes estar aqui.
Gostas?
Quem te fez isso, George?
- Fizeste tu!
- Como assim?
Toda a tua conversa, toda a tua maldita
conversa. E voltei para cá por tua causa.
George, como
conseguiram tirar-te de Dedham?
Seja como for que aconteceu, vou achar
uma forma de remediar isto. Percebes?
Agora jamais sairei.
Saí uma vez, mas duas n?o, duas nunca.
- Conta-me como te puseram aqui?
- Eles sabiam!
N?o estás a entender?
Tudo o que ias fazer. Todo o teu plano.
Isto é um jogo. Isto tudo...
...é para ti.
N?o andas a investigar nada.
És um raio dum rato num labirinto.
George...
...George estás enganado.
A sério?
Tens andado muito
sozinho desde que chegaste cá?
Tenho andado com o meu parceiro.
Nunca trabalhaste
com ele anteriormente, trabalhaste?
Ele é um...
É um US Marshall de Seattle.
Nunca trabalhaste
com ele anteriormente, trabalhaste?
George, olha eu...
...conheço as pessoas.
Eu confio neste homem.
Sendo assim, eles já ganharam.
Porra!
Eles v?o...
...levar-me para o farol.
V?o cortar-me o cérebro.
E só estou aqui por tua causa!
George, eu... vou tirar-te daqui,
tu n?o vais para o farol. N?o vais!
N?o podes descobrir a verdade
e matar o Laeddis ao mesmo tempo.
Tens de escolher,
entendes isso, n?o entendes?
N?o vim cá para matar alguém.
- Mentiroso!
- N?o vou matá-lo! Juro-te, juro!
Ela está morta.
Esquece-a.
Esquece-a.
Diz-lhe Teddy.
Diz-lhe o porquê.
Tens de o fazer.
N?o há volta a dar-lhe. Esquece-a!
Conta-lhe do dia em
que trouxeste-me o medalh?o.
Tens de o fazer!
E disse-te como se me partia
o coraç?o e perguntaste-me porquê?
Ela está a dar-te cabo da cabeça.
E depois disse-te
que era por alegria.
Ela vai matar-te! Ela vai matar-te!
Queres descobrir a verdade?
Tens de a esquecer!
- N?o consigo.
- Tens de a esquecer!
N?o consigo!
N?o consigo.
Ent?o jamais sairás desta ilha.
Dolores?
Ele n?o está neste pavilh?o.
Foi transferido,
para fora daqui.
Se n?o está no pavilh?o A,
apenas pode estar num sítio.
O farol.
Que Deus te ajude.
Chefe, temos chatices.
O Cawley e o McPherson est?o cá dentro.
Ouviram dizer que um
auxiliar espancou um paciente,
procuram-no por todo lado.
V?o a caminho do telhado.
Vamos pirar-nos daqui.
Por aqui!
N?o pares.
Pertencemos aqui.
- O que te aconteceu?
- Como assim?
Onde estiveste?
Após termos levado aquele tipo
à enfermaria, fiz um pequeno desvio
até aos arquivos dos pacientes.
Chegaste a encontrar o Laeddis?
N?o.
N?o cheguei a encontrá-lo.
Encontrei a segunda melhor pista.
O formulário de admiss?o dele.
Era a única coisa no arquivo. Sem
apontamentos das sessġes, de ocorrências,
sem fotografias, era só isto.
Foi estranho.
Toma, dá uma olhadela.
Vejo isso mais tarde.
O que se passa, chefe?
Vejo isso mais tarde, é só.
- Ashecliffe é por este lado.
- N?o vou para Ashecliffe.
Vou até aquele farol.
Vou descobrir o
que raio se passa nesta ilha.
Ali está ele.
Bolas!
Estamos demasiado a sul.
Vamos ter de voltar.
É impossível passarmos
por aquelas rochas.
Podia haver uma forma
por detrás daquelas árvores.
Talvez um caminho passe
à volta das rochas e vá até ao farol.
O que fazemos aqui?
Temos o formulário de admiss?o!
Prova que há um 67ş paciente, o qual
disseram repetidamente que n?o existia.
Eu vou entrar naquele farol.
Estás a perceber?
Que raio posso
dizer para impedir-te?
Porque o irias querer, Chuck?
Porquê?
Porque descer assim no escuro é um
pequeno passo para o suicídio. É por isso.
Está certo.
Ent?o talvez seja
melhor ficares fora desta.
Tu meteste-me nisto, chefe.
E agora estou preso nesta rocha.
Nesta ilha. Sem confiar em ninguém
sen?o em nós. E agora estás a agir como...
A agir como? A agir como?
Estou a agir como?
O que raio se passou
há pouco naquelas celas, Ted?
Como achas que está
o tempo em Portland, Chuck?
Sou de Seattle.
Seattle?
Eu vou prosseguir... sozinho.
- Eu vou contigo, chefe.
- Eu disse sozinho!
Está bem.
Bolas!
Bolas!
Sabia que n?o demorava. Mas n?o
pude lá chegar porque a maré está cheia.
Chuck!
Chuck!
Anda lá!
Chuck!
Onde estás tu, Chuck?
Chuck!?
Chuck!
Quem é você?
Chamo-me Teddy Daniels.
Sou um polícia.
Você é o Marshall.
Correcto.
Importa-se de tirar as m?os
detrás das costas, por favor?
Porquê? Porquê?
Quero assegurar-me que
o que segura n?o me vai magoar.
Vou continuar com isto,
se n?o se importa.
De acordo.
Você é a Rachel Solando.
A verdadeira.
Matou os seus filhos?
Eu nunca tive filhos.
Nunca fui casada.
Antes de ser uma paciente
em Ashecliffe, trabalhei aqui.
Era uma enfermeira?
Era uma doutora, Marshall.
Acha que estou doida?
- N?o. N?o, eu...
- E se disser que n?o estou doida?
Isto pouco ajuda, n?o é?
É o génio kafkaesco da coisa.
Dizem a todos que está doido
e todos os seus protestos em
contrário só confirma o que dizem.
N?o estou a percebe-la,
peço desculpa.
Uma vez que seja declarado doido,
ent?o tudo o que fizer é tido
como parte da insanidade.
Os seus protestos
sensatos s?o negaçġes.
Medos justificados s?o paranóia.
Instintos de sobrevivência s?o...
...mecanismos de defesa.
É mais esperto do parece, Marshall,
isso n?o é provavelmente uma boa coisa.
- Diga-me uma coisa.
- Sim.
O que lhe aconteceu?
Comecei a perguntar acerca das
grandes remessas de sódio amital.
- E alucinogénios à base de sódio.
- Drogas psicotrópicas.
E também perguntei
acercas das cirurgias.
Já ouviu falar da
lobotomia transorbital?
Preparam o paciente
com choques eléctricos,
depois passam pelo olho
com um picador de gelo
e extraem algumas fibras nervosas.
Faz o paciente muito mais obediente.
Dócil.
É bárbaro.
Despropositado.
Sabe como a dor penetra
no corpo, Marshall, sabe?
- Depende onde se magoar.
- N?o.
Nada tem a haver com o corpo.
O cérebro controla a dor.
O cérebro controla o medo, a empatia,
o sono, a raiva, a fome, tudo.
E se pudesse controlá-lo?
- O cérebro?
- Para recriar um homem,
para que n?o sinta dor,
ou amor ou simpatia.
Um homem que n?o possa ser interrogado
por n?o ter memórias para confessar.
N?o se podem retirar todas
as memórias dum homem. Nunca.
Marshall, os norte coreanos usaram
prisioneiros de guerra americanos
nas suas experiências
de lavagem ao cérebro.
Transformaram soldados em traidores.
É isto que est?o aqui a fazer.
Est?o a criar
fantasmas para por no mundo
a fazerem coisas que
um homem s?o nunca faria.
Para ter esse tipo de habilidade,
esse tipo de conhecimento levaria anos.
Anos e anos de pesquisa,
centenas de pacientes como cobaias.
Daqui a 50 anos,
as pessoas olhar?o para trás
e dir?o que foi aqui
neste lugar que tudo começou.
Os Nazis usaram os judeus, os Soviéticos
usaram prisioneiros dos seus "gulags",
e nós...
...nós testámos pacientes...
...em Shutter Island.
N?o! N?o ir?o testar!
N?o.
Consegue perceber...
...que n?o o podem deixar partir?
Eu sou um Marshall Federal,
n?o podem reter-me.
Eu era uma psiquiatra de renome,
duma família respeitada.
N?o fez diferença.
Deixe-me perguntar-lhe,
teve algum trauma na sua vida?
Sim. Porque...
...porque teria isso importância?
Porque podem apontar para
um evento do passado e dizer
que essa é a raz?o
de ter perdido a sua sanidade.
Para que quando o prenderem aqui
os seus amigos, colegas digam:
"é óbvio que ele teve uma recaída".
"Quem n?o teria
após o que ele passou?"
Podem dizer isso de qualquer um.
De qualquer um.
A quest?o é
que v?o dizer acerca de si.
Como está a sua cabeça?
- A minha cabeça?
- Alguns sonhos estranhos ultimamente?
Perturbaç?o do sono?
Tem tido dores de cabeça?
Tenho tendência
a ter enxaquecas, sim.
Jesus!
N?o tomou
nenhuns comprimidos, pois n?o?
- Nem mesmo aspirina?
- Tomei aspirina.
Jesus!
E comeu comida da cantina e
bebeu o café que lhe serviram?
Diga-me que pelo menos tem
fumado o seu próprio tabaco.
N?o. N?o.
N?o, n?o tenho.
Leva 36 a 48 horas para
os narcóticos neurolépticos
fazerem efeito
na corrente sanguínea.
A paralisia
muscular surge em primeiro.
As pontas dos dedos em primeiro
e depois toda a m?o eventualmente.
Ultimamente teve algum
pesadelo que o acordasse, Marshall?
Diga-me o que
se passa naquele farol?
Diga-me.
Operaçġes cerebrais.
Tipo: "Abramos este crânio e vejamos
o que sucede se extrairmos isto".
N?o s?o diferentes do modo Nazi.
É assim que criam os fantasmas.
Quem sabe acerca disto?
Refiro-me na ilha. Quem?
Toda a gente.
N?o posso.
As enfermeiras, os auxiliares?
- É possível que n?o soubessem.
- Toda a gente.
N?o pode ficar aqui.
Pensam que eu morri, que me afoguei.
Se vierem à sua procura, podem achar-me.
Lamento, mas vai ter que sair.
Virei buscá-la.
N?o estarei cá. Ando durante
o dia, mudo de sítios cada noite.
Mas eu posso vir
buscá-la e levá-la desta ilha.
N?o ouviu nada do que eu disse?
A única forma de sair
é o ferry e eles controlam-no.
Nunca sairá daqui.
Eu andava com um amigo.
Estava comigo
ontem mas separámo-nos,
viu-o?
Marshall,
você n?o tem amigos.
Aí está você.
Estávamos curiosos em
saber quando iria aparecer.
Sente-se.
Venha.
Estava a dar uma
caminhada lenta? N?o estava?
Estava a ...apenas...
...apenas a dar uma vista de olhos.
Desfrutou do
último presente de Deus?
- O quê?
- Do presente de Deus?
Da violência.
Quando desci as escadas em
casa e vi uma árvore na sala,
ficou ao meu
alcance como uma m?o divina.
Deus ama a violência.
- N?o tinha dado por isso.
- É claro que tinha.
Sen?o porque existiria tanta?
Está dentro de nós.
É o que nós somos.
Fazemos guerras, imolaçġes,
pilhamos e saqueamos
e rasgamos a carne
dos nossos irm?os. E porquê?
Porque Deus deu-nos a violência
para a travarmos em sua honra.
Pensei que Deus
nos desse regras morais.
N?o existe regra moral t?o
pura quanto esta tempestade.
N?o existe de facto regra moral.
Apenas existe isto:
"Pode a minha violência dominar a tua?"
- N?o sou violento.
- É sim.
É violento por defeito.
Eu sei disso porque
também sou violento por defeito.
Se as restriçġes da
sociedade fossem levantadas e
se eu estivesse sempre
entre si e uma refeiç?o,
você esmagaria o meu crânio com
uma pedra e roubaria a minha refeiç?o.
N?o o faria?
O Cawley pensa que é inofensivo, que pode
ser controlado, mas eu sei que n?o é assim.
- Você n?o me conhece.
- De ginjeira.
- N?o, n?o conhece.
- Conheço, conheço.
Conhecemo-nos há séculos.
Se enterrasse os meus dentes
na sua vista neste momento,
seria capaz de
parar-me antes de o cegar?
Experimente.
É esse o espírito.
Onde esteve?
Por aí, a ver a sua ilha.
Esqueci-me que estava de partida,
agora que encontrou-se a Rachel.
Pois claro.
- Grande reuni?o.
- Sim.
Parece que esteve um homem
desconhecido ontem no pavilh?o C.
Pôs em depress?o um paciente
muito perigoso. Muito habilidoso.
N?o me diga.
Parece que teve uma longa conversa com um
esquizofrénico paranóico, George Noyce.
Este Noyce,
como disse que se chamava,
- Ele delira, certo?
- Bastante. Pode ser bastante perturbador.
De facto, há duas semanas,
um paciente ficou t?o incomodado
com uma das histórias
do Noyce que o agrediu.
Um cigarro?
N?o, obrigado.
Deixei de fumar.
Ent?o, vai apanhar o ferry?
Sim, de certeza. Eu...
Acho que já temos
tudo o que nos trouxe cá. Por isso.
"Nós", Marshall?
A propósito. Tem-no...
- Tem-no visto, Doutor?
- Quem?
O meu parceiro, Chuck.
Você n?o tem parceiro, Marshall.
Veio para cá sozinho.
Sabe, construi algo de valor aqui e as
coisas de valor tendem a ser mal entendidas
na sua própria época. Todos querem
uma cura rápida, sempre quiseram.
Tento fazer algo que as pessoas
incluindo você n?o entende.
E eu n?o vou desistir sem lutar.
Estou a ver que sim.
Ent?o, fale-me novamente
acerca do seu parceiro.
Qual parceiro?
Marshall!?
Vai a algum lado?
Vou apenas a caminho do ferry.
Receio... receio que
seja no sentido oposto.
Se esperar um momento, eu...
...posso arranjar
alguém para levá-lo à doca.
O que é isto, Doutor?
- O que é isto?
- É apenas um sedativo.
- É por precauç?o.
- Precauç?o.
O que vai fazer?
Matar-me? Vai, Marshall?
- Acha que merece?
- Pelo quê? Por provocá-lo?
E desculpe-me,
o que é que n?o o provoca?
Comentários.
- Palavras.
- Nazis!
E isso também?
E é claro, memórias, sonhos.
Sabia que a palavra "trauma"
deriva da palavra "ferida" em grego?
E qual é a palavra alem? para sonho?
"Traum".
"Einen traum".
As feridas podem criar monstros.
E você...
e você está ferido, Marshall.
Porque n?o concordaria que
quando vemos um monstro,
devemos travá-lo?
- Concordo.
- Sim.
O que estás a fazer, querido?
Tens de chegar ao ferry.
N?o. N?o, n?o.
Se todos pensam que o Chuck morreu, ent?o
ele é perfeito para as experiências deles.
Só o podem ter levado para um sítio.
- Vais morrer se fores até lá.
- É o meu parceiro.
Se est?o a magoá-lo, a prendê-lo
contra vontade, eu tenho de o libertar.
N?o posso perder mais ninguém.
N?o vás Teddy, por favor.
Por favor n?o faças isso. N?o vás.
Lamento, querida.
Adoro esta coisa
porque tu deste-ma.
Mas na verdade é...
...uma gravata feia como a porra.
N?o!
N?o te mexas!
Fica onde estás!
Vai matar-me?
N?o.
N?o vou matar-te.
Porque estás toda molhada, querida?
- O que foi que disse?
- Sabe muito bem o que eu disse.
A propósito,
a espingarda está descarregada.
Sente-se.
Por amor de Deus, seque-se.
Ainda vai constipar-se.
Está bem.
Com que gravidade magoou o guarda?
N?o sei do que está falar.
Sim, está aqui.
Deixe o Dr. Sheehan observar o
seu homem antes de o mandar subir.
Ent?o, o Dr. Sheehan.
Veio no ferry desta manh?.
N?o foi bem assim.
Fez explodir o meu carro.
Eu adorava bastante aquele carro.
Lamento que assim fosse.
Os tremores est?o
a ficar muito intensos?
Como est?o as alucinaçġes?
Sai daqui, Teddy.
Este lugar vai ser o teu fim.
- N?o est?o más.
- Ir?o piorar.
Eu sei.
A Dr.Ş Solando...
contou-me acerca dos antipsicóticos.
Ela sabia?
E quando foi isso?
Eu encontrei-a Dr., numa caverna
nos penhascos. Mas nunca dará com ela.
N?o duvido.
Considerando que ela n?o existe.
Mas as suas alucinaçġes s?o
mais severas do que pensava.
Você n?o anda a tomar antipsicóticos.
Na verdade, n?o anda a tomar nada.
Ent?o que porra é esta?
Que porra é esta?
- Abstinência.
- Abstinência?
De quê? N?o tomei uma maldita
bebida desde que estou nesta ilha.
Clorpromazina.
N?o sou adepto da farmacologia mas
tenho de reconhecer que no seu caso.
- Clorpro... o quê?
- Clorpromazina.
A mesma coisa que lhe temos
dado nos últimos 24 meses.
Ent?o nos últimos dois anos
tem tido alguém a
drogar-me em Boston, é isso?
N?o em Boston.
Aqui.
Está cá há dois anos,
como paciente desta instituiç?o.
Depois de tudo
o que aqui vi, Doutor,
pensa mesmo que vai
convencer-me que estou doido?
Sabe com que tipo de gente lido todos os
dias? Sou um US Marshall, por amor de Deus.
Foi um US Marshal.
Eis uma cópia do seu formulário de entrada.
Invadiu o pavilh?o C para
provar a existência do paciente 67.
Se tivesse chegado ao continente,
teria acabado com o segredo deste lugar.
- Espere. Espere.
- Mas dalguma forma n?o teve tempo
para olhar para ele ainda.
Leia-o agora.
Comece.
O paciente é muito
inteligente, delira muito.
Veterano condecorado do exército.
Presente na libertaç?o de Dachau.
Ex U.S. Marshall.
Conhecida tendência à violência.
N?o mostra remorso
pelo seu crime porque nega
que esse crime alguma vez ocorreu.
Altamente elaboradas e fantásticas
narrativas as quais evitam que
enfrente a verdade das suas acçġes.
Estou farto destas tretas.
Onde está o meu parceiro?
Onde está o Chuck?
Onde está ele?
Tentemos isto doutra forma.
O nome de solteira da sua
esposa era Chanal, n?o era?
- Nem sequer fale dela!
- Receio que tenha de o fazer.
Detecta algo em
comum nestes quatro nomes?
A sua regra 4.
- Andrew, o que vê?
- Se fez algo
- ao meu parceiro, Dr., é uma violaç?o...
- Concentre-se, Andrew. O que vê?
Os nomes,
têm as mesmas letras.
Edward Daniels tem exactamente
as mesmas 13 letras que Andrew Laeddis.
As mesmas que
Rachel Solando e Dolores Chanal.
Os nomes s?o anagramas entre eles.
Tácticas de induç?o.
N?o vai resultar comigo.
Veio cá pela verdade.
Aqui está ela.
O seu nome é Andrew Laeddis.
O 67ş paciente em
Ashecliffe é você, Andrew.
Tretas.
Foi enviado para cá por ordem do tribunal
há 24 meses. O seu crime foi terrível.
Um que a si n?o se consegue perdoar,
por isso inventou um outro eu.
Fiquemos pelos factos, certo?
Criou uma história onde n?o é um assassino,
é um herói ainda como U.S. Marshall.
Apenas aqui em
Ashecliffe devido a um caso
e descobriu uma conspiraç?o de
modo a que tudo o que lhe dizemos
acerca de quem é, do que fez,
possa ser visto como mentiras, Andrew.
O meu nome é Edward Daniels.
Ando a ouvir esta fantasia há dois anos.
Conheço cada detalhe.
O paciente 67,
a tempestade, a Rachel Solando.
O seu parceiro desaparecido.
Os sonhos que tem cada noite.
Esteve em Dachau,
mas talvez n?o matou guarda algum.
Gostaria de poder deixá-lo
viver no seu mundo de fantasia.
Gostaria mesmo.
Mas é violento, treinado, perigoso.
É o mais perigoso paciente que temos.
Agrediu auxiliares,
guardas, outros pacientes.
Há duas semanas
atacou o George Noyce.
N?o, n?o!
Estou-me a nas tintas para si, Dr..
- Você espancou o Noyce!
- É claro que n?o.
Dê-me uma raz?o
para que lhe tocasse.
Porque ele chamou-o Laeddis,
e você faz tudo para n?o o ser.
Tenho uma transcriç?o da conversa
que teve ontem com o Noyce.
Isto é acerca de si e do Laeddis.
Foi sempre em relaç?o a isto.
N?o, n?o! Diz aqui que
é entre mim e o Laeddis.
Quando perguntou-lhe o que aconteceu ao
seu rosto, ele disse e cito novamente:
"Fizeste tu!"
Nada disso, ele quer
dizer que foi culpa minha.
Você quase que o matou.
O Director e a direcç?o central
determinou que se faça algo. Foi decidido
a menos que consigamos trazer-te de
volta à sanidade já. Neste momento.
Ser?o tomadas medidas permanentes para
assegurar que nunca mais magoe alguém.
Ir?o lobotomizá-lo, Andrew.
Compreende?
Sim, eu compreendo.
Compreendo perfeitamente.
Se eu n?o alinhar
aqui no vosso joguinho,
o Dr. Naehring vai transformar-me
num dos seus fantasmas.
E em relaç?o ao meu parceiro?
Vai dizer à U.S. Marshall
que ele é um mecanismo de defesa?
Olá, chefe.
Mas que porra se passa aqui?
Trabalhas para ele?
Lamento, n?o havia outra forma, alguém
tinha de ficar contigo, de olhar por ti.
Tens andado a vigiar-me?
A vigiar-me o tempo todo.
Quem... quem és tu?
Quem és tu?
Diz-me.
N?o me reconheces, Andrew?
Tenho sido o teu psiquiatra
responsável nos últimos dois anos.
Sou o Lester Sheehan.
Falei-te da minha esposa.
- Eu sei.
- Escalei um penhasco para salvar-te.
Confiei em ti.
Arrisquei tudo para vir aqui por ti. Tudo!
- Eu sei, chefe.
- Estamos a ficar sem tempo, Andrew.
Jurei perante a direcç?o
central que podia construir
o mais radical, arrojado papel alguma
vez tentado na história da psiquiatria
para trazer-te de volta.
Julguei que se lhe deixasse fazer isto,
podíamos fazer com que visse o
qu?o inverídico, o qu?o impossível é.
Teve que percorrer
este lugar dois dias.
Diga-me,
onde est?o as experiências Nazis?
As satânicas cirurgias de ensaio?
Andrew, ouve-me.
Se fracassarmos contigo,
ent?o tudo o que tentámos
fazer aqui ficará desacreditado. Tudo.
Estamos aqui na linha da
frente duma guerra, rapaz?o.
E neste momento,
tudo se resume a ti.
N?o se mexam! N?o se mexam!
- Andrew, n?o! N?o!
- O meu é Edward Daniels!
Esta está carregada.
Posso dize-lo pelo peso.
Estou a ver. E essa é a sua arma,
Marshall? Tem a certeza?
As minhas iniciais est?o na lateral.
Há uma marca no tambor do dia
em que o Philip Stacks alvejou-me e n?o
vai baralhar-me a cabeça com esta, Dr..
Ent?o dispare, porque essa é a única
forma que terá de sair desta ilha.
Andrew, por favor, pare.
A minha arma!
O que fizeram à minha maldita arma?
É um brinquedo, Andrew.
Estamos a contar-te a verdade.
A Dolores estava insana.
Maníaco-depressiva suicida.
Tu bebias. Mantinhas-te afastado,
ignoraste o que todos te disseram.
Mudaste para aquela casa
no lago após ela propositadamente
ter incendiado o apartamento na cidade.
- Estás a mentir!
- Andrew! Andrew, pára!
Vocês só dizem mentiras!
Andrew, os teus filhos.
Andrew, os teus filhos!
O Simon.
- O Henry.
- Nunca tive filhos.
A sua esposa afogou-os
na cabana junto ao lago.
E aqui, a menina,
aquela com quem sonha
- todas as noites.
- Nunca tive uma filha.
Aquela que lhe diz vezes sem
conta que a deveria ter salvo,
salvo a todos.
A sua filha.
Chamava-se Rachel.
Vai negar que ela alguma vez existiu?
Andrew, vai?
Lamento tanto, querido.
Eu disse-te que n?o viesses aqui.
Eu disse-te...
...que isto seria o teu fim.
Estou de volta.
Apanhámo-lo mesmo
à saída de Oklahoma.
Deve ter parado nuns dez sítios daqui a
Tulsa. Estava capaz de dormir uma semana.
Dolores?
Dolores?
Dolores?
Dolores?
Querida!?
Porque estás toda molhada?
Tive saudades tuas.
Quero ir para casa.
Tu estás em casa.
Onde est?o os miúdos?
Est?o na escola.
É Sábado, querida.
N?o há escola ao Sábado.
Na minha há.
Meu Deus!
Meu Deus!
Meu Deus!
Meu Deus! N?o! N?o!
Vá lá!
Vá lá!
Anda!
N?o! Por favor, Deus!
Por favor, Deus! N?o!
N?o!
N?o!
N?o!
Anda pô-los à mesa, Andrew.
Secamo-los,
mudamos-lhes as roupas.
Ser?o os nossos bonecos com vida.
Amanh? podemos
levá-los a um piquenique.
Se alguma vez
me amaste , Dolores...
...por favor pára de falar.
Eu amei-te.
Insisto que me libertes!
Querida!
Damos-lhes banhos!
- Amo-te, querida.
- Eu também te amo.
- Amo-te tanto.
- Tanto, eu amo-te...
Andrew.
Andrew, consegues ouvir-me?
Rachel!
Rachel! Rachel?
Rachel?
Qual Rachel?
A Rachel Laeddis.
A minha filha.
Está aqui porquê?
- Porque matei a minha esposa.
- E porquê fez isso?
Porque ela matou os nossos filhos.
E disse-me que a deixasse partir.
- Quem é o Teddy Daniels?
- Ele n?o existe.
Nem a Rachel Solando.
Eu inventei-os.
Porquê?
Precisamos ouvi-lo a dizê-lo.
Após ela ter tentado
matar-se pela primeira vez,
A Dolores disse-me que ela...
...que ela tinha um insecto...
...a viver dentro do cérebro dela.
Conseguia senti-lo,
a soar pelo seu crânio,
a puxar os cordelinhos
só por mero gozo.
Ela disse-me isso.
Disse-me isso mas eu n?o liguei.
Eu amava-a tanto.
Porque raz?o os inventou?
Porque n?o consigo assimilar que
a Dolores matou os nossos filhos.
E eu...
...eu matei-a porque n?o...
...n?o a consegui ajudar.
Eu matei-os.
Eis a minha teoria, Andrew.
ultrapassámos isto uma vez,
há nove meses atrás,
e depois regrediu.
- N?o me lembro disso.
- Eu sei.
Voltou ao ponto de partida, Andrew.
Como uma cassete,
sempre a tocar numa espiral sem fim.
Espero que o que fizemos seja o bastante
para impedir que se repita. Mas...
...eu preciso de saber
que aceitou a realidade.
Veio em meu auxílio, n?o foi Doutor?
Tentou ajudar-me
quando mais ninguém o faria.
O meu nome é Andrew Laeddis.
E eu matei a minha
esposa na Primavera de 52.
Como vai isso esta manh??
Bem. E tu?
N?o me posso queixar.
Ent?o qual é
o nosso próximo passo?
Diz-me tu.
Temos de sair
deste rochedo, Chuck.
De volta ao continente. Seja o
que for que aqui se passa é mau.
N?o te preocupes, parceiro.
N?o v?o apanhar-nos.
É isso mesmo.
Somos espertos demais para eles.
Pois somos. N?o somos?
Sabes? Este lugar faz-me duvidar.
Sim? Do quê, chefe?
O que seria pior?
Viver como um monstro?
Ou morrer como um bom homem?
Teddy?
LEGENDAS E TRADUÇ?O
....:::: P O W E R P L A Y ::::....