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Só o tempo pode nos ensinar o que é
verdade e o que é lenda.
Algumas verdades não
sobrevivem aos anos.
Mas a lenda da criança de olhos azuis
viverá para sempre,
e será espalhada aos quatro ventos
das grandes montanhas brancas.
Nós, os Yagalhs, éramos caçadores da
mais poderosa das bestas,
o mamute. Mas o nosso mundo
começou a mudar.
Os mamutes demoravam cada vez
mais para chegar ao nosso vale,
e havia vezes em
que eles não chegavam.
Nosso caçadores se
tornaram obcecados,
e nosso povo cresceu com fome.
Somente um entre nós, a chamada
de Velha Mãe,
a última do seu tipo, só ela poderia
falar com os espíritos da Terra...
e pedir à sabedoria dos Pais para
salvar nosso povo.
Ela pediu por muitas vezes.
Até que uma noite, eles responderam ao
chamado e nos enviaram um sinal.
Um sinal do começo do fim.
Nós a encontramos nas montanhas. Ela
se segurava a uma mulher morta.
Os Pais a enviaram.
Ela veio para nos dizer...
que demônios de quatro patas irão
acabar com o nosso mundo.
Eles virão para o nosso vale
na hora em que...
sairmos em nossa última caça.
Mas não temam.
Dessa caça, um guerreiro vai surgir.
E essa será sua esposa.
Eles nos guiarão para uma nova vida,
onde os Yagahl irão esquecer
o que é a fome.
Naquela noite, a Velha Mãe não viu a
face do guerreiro que descreveu,
mas ela sabia que aquela criança
de olhos azuis...
era uma benção que ela deveria proteger.
Para nosso povo, ela era Evolet,
a promessa da vida.
Para um garoto chamado D'Leh, ela
era muito mais do que isso.
Somente uma pessoa do povo não
acreditava na profecia da Velha Mãe:
O pai do garoto,
aquele que carregava a Lança Branca e
liderava as caças.
Eu irei cuidar de seu filho como
se ele fosse meu.
Sei que irá. Mas prometa-me que não dirá
a ninguém porque eu fui embora.
Não podemos esperar pela última caça.
Jogue de novo! Bela jogada!
Ka'Ren.
Ka'Ren.
Não, você não.
Seu pai abandonou
nosso povo. Saia daqui.
Largue-o! Ka'Ren,
eu disse, largue-o!
- D'Leh...
- Ele é o filho de um covarde.
Nunca diga isso outra vez.
Qualquer um de vocês.
Você está sozinho. Como eu.
O que aconteceu com o seu povo?
Eles foram mortos.
Por demônios de quatro patas.
Você nunca estará sozinha, Evolet.
Você vê aquela luz? Aquela ali?
Ela não se move pelo céu como as
outras fazem.
Aquela luz é como você, em meu coração.
Ela nunca irá embora.
Ela nunca irá embora?
Não. Nunca.
Evolet, venha aqui.
Não se afaste da cabana sem me dizer.
E por muitas luas, Evolet e D'Leh
admiraram um ao outro,
e o amor em seus corações
se fortaleceu.
10.000 A.C.
Até que, finalmente,
depois de muitos anos...
o dia da última caça chegou.
D'Leh, por quanto tempo temos
que ficar olhando?
Até que os mamutes venham.
- E quando eles virão?
- Eu não sei.
- D'Leh, quando eu serei um caçador?
- Quando parar de fazer tantas perguntas.
O grande caçador Tic'Tic foi até a
cabana da Velha Mãe.
Ela acha que o tempo do profecia chegou.
Ela disse para não matar o mamute
nessa caça.
Ela acha que Ka'Ren irá vencer
a disputa pela Lança Branca
e exigirá Evolet.
Baku, olhe o que eu achei para você.
Você sabe que Ka'Ren é um bom caçador.
Temos que fugir. Juntos podemos cruzar
as Grandes Montanhas.
Abandonar o nosso povo? Como meu pai?
Não posso fazer isso.
Esperei por isso por tantas luas.
O único jeito de ficarmos juntos,
é se eu matar o mamute.
Eles estão aqui! Eles estão aqui!
Olhe!
Olhe em quantos eles são!
Hoje, eu não irei perfurar o
coração do mamute.
Será um de vocês.
Um de vocês irá reivindicar
a Lança Branca.
Que os Pais dos Yagahl e o espírito do
poderoso mamute escolha o melhor.
- Ka'Ren, você tem o primeiro arremesso.
- Ka'Ren, o mamute é seu.
Você será o nosso líder.
D'Leh, e você?
Eu quero ficar com a Evolet.
Todos juntos, de uma só vez!
Tic'Tic encontrou o líder do bando.
Calma! D'Leh!
Eles estão fugindo! Tragam-nos de volta!
Baku, eles estão vindo!
Eles estão vindo! Eles estão vindo!
Eles estão...
O último está vindo!
É um grande!
D'Leh está vindo! Ka'Ren, faça seu
arremesso!
Mantenham-no preso! Segurem a rede!
Ele é muito forte.
Vamos, Ka'Ren.
- D'Leh, temos que largar.
- Não posso. Minha mão está presa.
Olhe, olhe! É o D'Leh!
Você o matou! Sozinho!
Nunca ninguém fez isso.
Foi corajoso.
D'Leh matou o mamute. Ele não o
deixou escapar da rede.
Ele foi o único.
O que está esperando?
Sábio Espírito, eu matei o mamute.
Eu exijo a Lança Branca. E, com ela,
minha mulher, Evolet.
A partir desse dia, D'Leh não era mais
o filho de um covarde.
Agora, os Yagahl iriam honrar seu nome
por ter trazido à eles as bênçãos
do mamute pela última vez.
E apesar da Velha Mãe estar
satisfeita em seu coração
ao ver Evolet tão feliz,
ela temia em sua alma que aquele que
tinha acabado com a poderosa besta
não teria coragem para o que
estava por vir.
Porque o Tic'Tic não celebra conosco?
- D'Leh?
- Tem algo que eu preciso fazer.
O que você quer?
Eu não fui corajoso. E não
cacei sozinho.
Os Pais de Yagahl brincaram
conosco hoje.
O que eu devo fazer?
Se eu deixar a Lança Branca, eu estarei
deixando Evolet. Não posso fazer isso.
Ela é ao menos sua, para ser deixada?
Não é do feitio dos Yagahl reivindicar a
Lança Branca com uma mentira.
- Eu dei a Lança Branca ao Tic'Tic.
- Porque você faria uma coisa dessas?
- Eu não matei o mamute, Evolet.
- Matou sim. Você segurou àquela rede.
Não, eu menti!
Eu tentei largar como todos os outros.
Minha mão ficou presa.
E o mamute deu de
encontro com minha lança.
Eu não fiz nada!
Evolet, você se lembra do que eu lhe
disse sobre nossa luz?
Eu ainda sinto a mesma coisa.
Você sempre estará em meu coração.
E isso nunca irá embora.
Mas mesmo assim...
você está me deixando.
Naquela noite, a grande chuva branca
veio até o vale dos Yagahl.
E como uma chuva de granizo, a tristeza
tomou conta do coração de D'Leh.
E com a chuva branca, vieram os
demônios de quatro patas.
Fique aqui.
Moha! Cuidado!
Não os mate...
...capture-os!
- Baku, se esconda.
- Sim, mãe
Não podemos ajudá-los.
Amarrem-na ao meu cavalo.
Deixe-me...
Deixe-me ir!
- O que você está fazendo?
- Estou indo atrás deles!
Através das Grandes Montanhas? Isso
é impossível!
Eles vieram através das Grandes
Montanhas, não vieram?
- Eles são demônios. Talvez eles voem.
- Eu não vi asas neles, você viu?
Você acha que pode acabar com um deus
sozinho? Quem é você?
Ele não está sozinho.
Eu irei com ele.
Sem os outros caçadores,
todos morreremos.
Eu irei também.
Não, Baku, você ficará aqui.
Mas você, Ka'Ren, você deve ir com eles.
Não me toque!
E enquanto eles diziam adeus aos idosos
e às crianças de nosso povo,
o Sábio Espírito dos Yagahl
abençoava-os assim como as lanças
aos seus lados.
A Velha Mãe sabia que eles nunca mais
seriam caçadores,
mas guerreiros a partir de então.
Irá escurecer, então ficaremos aqui.
Não, vamos continuar.
Estamos chegando.
Eu não posso ver no escuro, você pode?
Ficaremos aqui.
Comemos e dormimos.
Porque você não carrega a Lança Branca?
Está com medo?
- Responda!
- Ka'Ren, vá dormir.
Baku? Baku!
O que você está fazendo aqui?
- Vá para casa!
- Eu posso lhes ajudar!
- Eu posso carregar a bolsa de água.
- Vá para casa!
Eles mataram minha mãe!
Ele está sozinho.
Ele só irá nos atrasar.
D'Leh, estou com sede.
- O fogo ainda vive nessas pedras.
- D'Leh!
Ela está viva. Temos que correr!
Porque a Velha Mãe está com frio?
A Chuva Branca não é amiga do caçador.
Ela engole todas as marcas dos irmãos
e irmãs que foram levados.
Agora era responsabilidade dos Pais
dos Yagahl guiá-los.
E eles andaram por muitos dias e
noites para uma terra distante,
onde as Grandes Montanhas terminavam,
e onde a história da criança dos olhos
azuis começou.
O lugar onde os demônios de quatro
patas mataram o povo de Evolet.
Nós andamos por dias. E ainda assim,
nenhuma marca!
- Talvez eles tenham asas mesmo.
- Talvez eles tenham.
Mas nosso irmãos e irmãs não têm.
Não esqueça de mastigar.
Essa bruxa deixa marcas.
Ela é um sinal de azar.
Eu gosto do seu espírito...
...mas terei que quebrá-lo.
Talvez ela o tenha perdido.
- Está quente aqui.
- Baku, fique por perto.
O que foi isso?
- Temos que libertá-los esta noite.
- Não esta noite.
Esse não é um bom lugar.
Eles sabem que há perigo por aqui, e eles
mantêm o olho aberto.
Faremos o mesmo.
Eu irei primeiro, depois
Ka'Ren, depois você.
D'Leh! Venha!
Eu entendo sua dor.
Mas você precisa ser paciente.
Para o meu mestre...
...seu feitiço do mal pode funcionar.
Mas para mim...
...não funciona.
D'Leh!
Eu nunca mais irei te deixar.
Por aqui!
Vá!
D'Leh!
Corra!
Aqui! Por aqui!
Ka'Ren!
Corra!
Tic'Tic! Corra!
Tic'Tic!
D'Leh, Evolet, aqui em cima!
- D'Leh!
- Eu pegarei o garoto!
- Não, não vá!
- Eu voltarei por você. Eu prometo.
Baku!
Você não deveria estar aqui.
Quem é ele?
Eu acho que ele se refere a D'Leh.
Tente isso outra vez...
...e matarei vocês dois.
Nunca...
...nunca mais fuja de mim.
D'Leh irá voltar. Ele me prometeu.
- Ka'Ren, acha que ele continua vivo?
- Não importa mais agora.
Ele tentou nos salvar!
Desculpe-me, Tic'Tic. Deveria
ter lhe ouvido.
Hoje a noite, trarei comida para você.
A Velha Mãe estava cuidando da jornada
deles com todas as suas forças,
e o seu espírito estava sempre
ao lado deles.
Mas naquela noite, ela não pôde comandar
as forças da Terra,
e não pôde parar as águas dos céus.
D'Leh teria que enfrentar sozinho a
poderosa besta que comanda essas terras.
Não me coma quando eu te deixar ir!
- Temi que você estivesse morto.
- Não tema por mim.
Olhe, ali.
Aconteceu um ataque. Eu os ouvi gritar.
É por ali que eles foram.
Tic'Tic, saia da frente. Venha!
D'Leh, volte aqui!
Saia da frente!
Você deve se lembrar de mim.
Eu lhe dei vida.
Fala com o Dente de Lanças?
Como sabe falar nossas palavras?
Não gosta da comida Naku?
É diferente, mas é bom.
- Nós viemos de lá das montanhas.
- Sabemos de onde vocês vieram.
Como você sabe? Como você sabe
falar nossas palavras?
Um homem veio das montanhas antes.
Ele procurava uma nova terra. Nosso
sábio disse para aprender as palavras.
Você, você tem o rosto dele.
O que aconteceu com ele?
Ele foi levado muito tempo atrás.
Levado para onde?
Venha.
Quando o seu pai veio até nós, ele
se tornou meu amigo.
Aí os espíritos do mal roubaram seu pai,
como muitos do nosso povo.
Eles os trazem para o ninho
dos grandes pássaros,
e voam pelas areias.
Aonde eles os levam?
Para a Montanha dos deuses.
Ninguém nunca retornou.
Nosso sábio disse que você nos
guiará até lá.
Eu?
Temos uma profecia que,
um dia o escolhido aparecerá,
e irá libertar nosso povo.
Aquele que fala com a Dente de Lanças.
E assim que o corajoso povo de Naku
enterrava seus mortos,
eles notificaram todas as
tribos da terra
que aquele que falava com a Lança dos
Dentes tinha chegado.
Era uma chamada para a guerra.
Porque eles acham que eu posso
libertá-los?
Há algo que você precisa saber sobre
seu pai.
Quando sua mãe morreu lhe
trazendo à vida,
seu pai tomou não apenas o peso
da sua criação,
mas de todo nosso povo.
Estávamos famintos.
Ele não podia esperar que a profecia da
Velha Mãe se tornasse real.
Seu pai não fugiu.
Ele foi embora para salvar nosso povo.
Como você pôde me deixar acreditar
por todo esse tempo
que meu pai havia nos traído?
Porque ele queria que fosse
desse jeito.
Seu pai carregava a Lança Branca.
Ele temia que quando ele se fosse,
outros o seguiriam
e abandonariam nosso povo.
E porque você me conta isso agora?
Um bom homem...
desenha um círculo à sua volta e cuida
daqueles inseridos nele.
Sua mulher, seu filho.
Outros homens desenham um círculo maior
e trazem consigo seus irmãos e irmãs.
Mas alguns homens,
tem um grande destino.
Ele devem desenhar à sua volta
um círculo que abriga muito, muito mais.
Seu pai... era um desses homens.
Você tem que decidir se você o é também.
Esse é Kawu, nosso corredor mais rápido.
Ele traz as mensagens do povo
que vive para lá.
Eles roubaram muito mais homens.
E estão indo até os pássaros, rápido.
Devemos achá-los antes que eles
cheguem à esses pássaros.
Você não tem mulher?
No dia anterior à sua chegada,
eles a mataram.
E roubaram nosso filho.
Eu sou Baku.
- Tudu.
- Não, eu sou Baku.
Baku, Tudu.
Baku, Tudu.
Ele está matando-o!
Você precisa ajudar!
Largue-o!
Para agradar sua bruxa...
...você me bate?
Tente...
Você irá se arrepender disso.
A palavra dos Naku viajou rapidamente
e de todos os ventos vieram guerreiros.
Os TukTuk, que se movem como pássaros
corredores e escondem-se nas árvores.
A tribo de Kuura, que são pequenos
como nossas crianças.
E do vale sem sol vieram aqueles
com sangue em sua cabeças.
Mas os mais fortes eram os Hoda.
O seu líder falava por todos os
guerreiros das terras.
Diga a ele que se seu povo vier
conosco, iremos acabar com eles.
Ele disse que você é só um garoto.
Diga que eu sou mais velho
do que pareço.
Quina é um Hoda. Hodas não riem.
Eles andaram cada vez mais rápido e não
pararam para comer ou descansar.
E mais lanças se juntaram à eles
a cada dia que passava.
Para o rio... rápido!
Essa palavra "yahala", o que significa?
São suas palavras: " Temos que
acabar com eles. "
Os grandes pássaros chegaram.
Evolet!
Evolet!
Baku, D'Leh está aqui!
Pai!
Filho!
Tudu, aquele homem com a lança,
ele não irá desistir.
Ele e ela.
Talvez o garoto esteja certo.
D'Leh não pode voar pelas águas
como eles podem.
Mas quem poderia lutar contra
tantas lanças?
O rio se move como uma cobra no sol.
Ele diz que o olho da cobra
descansa sob o sol
e sob a lua não se move.
Tem um caminho menor para
chegar à cabeça da cobra?
Temos que olhar além da Grande Areia.
Mas ninguém pode andar tanto.
As montanhas e a areia são parecidas.
E nos perderemos.
Morreremos todos.
Encontraremos a cabeça da cobra.
E libertaremos nosso povo!
Temos que descansar.
O homem do rio tinha falado a verdade.
Eles andaram em círculos por vários dias
e se perderam.
E o olho da cobra estava longe
de ser encontrado.
Você deve esquecer...
...o homem que lhe segue.
Ninguém nunca...
...cruzou o mar de areia.
Eles todos irão morrer.
Tic'Tic, Tic'Tic... encontrei
o olho da cobra!
Você vê aquela luz? Aquela ali?
Lembra-se do que as pessoas
do rio disseram?
Descansa sob o sol, mas sob a lua
não se move.
Nakudu, diga a eles o que eu falei.
Irá nos guiar até a cabeça da cobra.
E assim que a última lua chegou ao vale
dos Yagahl,
parecia que todos os espíritos haviam
abandonado a Velha Mãe.
Ela não comeu ou falou por muitas luas,
porque ela sabia que havia um último
destino a ser cumprido.
Sábio Espírito...
Sou eu, Katan.
As montanhas dos deuses...
...e a cabeça da cobra.
- Evolet, você está bem?
- Fique quieto.
Baku, aqui!
Como um homem pode fazer tal coisa
a um mamute pai?
Eles não são homens como nós, Baku.
Então o que eles são?
Alguns dizem que eles vieram das estrelas.
Outros acreditam que eles voaram
pela Grande Água
quando sua terra afundou no mar.
Eles precisam trabalhar mais rápido!
O que eu devo fazer,
Todo Poderoso?
Sacrifique um.
O Todo Poderoso não está satisfeito...
Tragam-lhe uma oferenda.
Há muitos deles para cada um de nós,
ninguém pode derrotá-los.
Não, D'Leh.
Aqueles que eles forçam a
fazer seu trabalho,
eles são ainda mais.
Você acha que eles irão lutar conosco?
Cabe a você descobrir.
Guarde isso para si.
D'Leh! D'Leh!
Não tenha medo, Baku. Eu te levarei
para casa.
- Onde está a Evolet?
- As mulheres dormem em outras cabanas.
Mas eu a vi hoje.
Tic'Tic está esperando com muitas
lanças nas areias.
Eles mataram Moha hoje.
Ele foi sacrificado.
É por meu erro que
estão nesse lugar terrível.
Preciso de seu perdão.
Os Pais o escolheram
para nos guiar.
E ficaremos ao seu lado.
Conte-nos quantas
lanças nós temos.
O número de lanças não importa.
Homens não podem derrubar deuses.
Ele tem poderes mágicos.
Ele fala com o Dente de Lanças.
Ele disse que o cego sabe
muito sobre os deuses.
Ele foi servente deles uma vez,
mas fugiu.
Eles o esconderam
aqui desde então.
Sábio...
Conte-nos mais
sobre esses deuses.
Eles eram três, mas
agora só um restou.
Deve haver um
jeito de derrotá-lo.
Ele disse que uma vez, só uma vez
ele ouviu o deus...
falar de um de seus medos.
Eles têm uma profecia de
que aquele que tem uma marca
que você pode ver no céu a noite.
Eles chamam de Uruana,
"A marca do Caçador".
A estrela mais brilhante
de todo o céu.
Ele pergunta se você tem
a Marca do Caçador.
Sem a marca, você não pode
acabar com o deus.
Espere, espere. A
faixa no seu braço.
Onde você a conseguiu?
- O homem que salvou sua vida.
- Onde ele está?
Seus ossos estão enterrados na areia
assim como todos os outros.
Ele quer saber por que
você pergunta desse homem.
Ele era meu pai.
Pergunta a ele
onde está o Tic'Tic.
Ele nos encontraram!
Meus dias chegaram ao fim.
Por favor, grande caçador,
não diga isso.
Precisamos de você.
Eles não lutarão conosco.
Eles têm a própria profecia.
Uma profecia tem muitas faces, muitas
maneiras de se tornar realidade.
Seu pai, seu pai
me deu isso.
- Não, grande caçador, isso é seu.
- Fique com ela.
Seja como seu pai.
Seja como seu pai.
Venha até mim.
Eu te libertei...
agora você será minha.
Você roubou uma escrava do
Todo Poderoso.
Eu a possuo.
Não diga isso.
Dê para mim.
Nos dê a faca.
Olhem para
suas cicatrizes...
elas formam...
a Marca!
Encontramos a Marca!
Na mão de uma escrava!
Todo Poderoso...
não me atrevo a contar
o que encontramos.
Fale comigo!
A Marca...
do Caçador!
Não pode ser!
D'Leh, eu sei como é
perder um bom amigo.
Seu pai era meu amigo.
Eu mal me lembro dele.
Ele lembrou de você.
Seu coração doeu quando ele falou de
um garoto além das Grandes Montanhas.
Ele estava se preparando para
voltar para você.
Foi quando ele foi levado.
D'Leh,
os homens estão esperando.
Nós, o povo de Yagahl,
caçamos a mais poderosa das bestas,
o mamute.
Ele é grande e nós pequenos, mas
mesmo assim nós o capturamos.
Porque caçamos
juntos. Como um só.
Quando o sol nascer,
nos juntaremos aos nossos irmãos
e irmãs na Montanha do deus,
e os convenceremos
a lutar conosco...
juntos, como um só!
O que está acontecendo?
Ouça, Baku, hoje você deve se
tornar um caçador.
Eu?
"Yahala."
Por favor pegue de
volta, Todo Poderoso.
Silêncio, traidor.
Como podem cicatrizes
serem a Marca?
Você as mediu?
Muito cuidadosamente,
Todo Poderoso...
várias vezes.
O que mais os
cavalgadores sabem?
Um homem das montanhas...
a segue com muitos
outros guerreiros.
Então o Caçador chegou!
Olhe, Ka'Ren. Aquele ali.
Baku, encontramos o líder. Vá.
Agora!
Ainda não.
Agora!
Ka'Ren, olhe!
Temos que subir todos pela rampa!
Vamos, vamos!
Ka'Ren! Não!
Os escravos estão vindo!
Ela vai pará-los...
Levem-na para fora...
e rasguem-na ao meio!
Parem!
Ele diz que aquele que segue
essa mulher deve dar meia volta,
ou ela morrerá.
Como esse traidor.
Voltem para suas montanhas.
Podem levar suas mulheres.
Diga a ele que
aceito a oferta.
Diga que eu aceito.
Diga a ele!
Mas eu levarei todo
meu povo comigo.
Cada um dos Yagahl.
Diga a ele!
Eles são seus!
Pergunte-o o que irá acontecer
com os outros!
Eles pertencem
ao deus, diz ele.
Eles farão seu
trabalho. Para sempre.
Não...
Eles não farão!
Ele não é um deus!
D'Leh!
Baku!
Tudu, não!
Não!
Socorro! Socorro!
Ela está sangrando!
Você também não a terá.
Você veio por mim.
Não, por favor.
Você veio por mim.
Por favor, não. Por favor.
Por ter ido tão longe,
por ter andado
até o fim do mundo...
para derrubar aquele que eles
chamavam de Todo Poderoso...
só para voltar sem Evolet,
não era o que a Velha Mãe
tinha previsto.
Mas no momento em que ele
a tinha perdido para sempre,
a lenda da criança
dos olhos azuis começou.
Evolet tinha trazido a promessa da
vida ao nosso povo.
E agora, com
seu último suspiro,
a Velha mãe devolveu
a promessa a ela.
Seu pai queria que isto fosse
trazido de volta para você.
Eles irão alimentar seu povo.
Diga a eles que o povo de Yagahl
agradece ao povo de Naku.
Obrigado, irmão Nakudu.
Meu coração caminha
com você, irmão D'Leh.
Essa foi a última vez que eles viram
seus amigos de Naku.
E então a longa jornada de volta
para casa começou.
Eles voltaram! Eles voltaram!
E como sendo aqueles que eram
guiados pelos Pais,
seguiram suas ordens
e conseguiram voltar,
os Yagahl olhavam
para Evolet e D'Leh...
para guiar o seu povo.
E quando a primeira lua nasceu de
novo em seu vale,
trouxe consigo os primeiros frutos
de sua terra.
Olhe quão rápido
estão crescendo.
E então pode-se ver
que a promessa da vida...
foi cumprida.