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ENTREVISTA COM O VAMPIRO
Quer que eu conte a história
da minha vida.
Como eu disse, é o que eu faço.
Entrevisto pessoas.
Sou um colecionador de vidas.
Rádio FM. KFRC.
Precisará de muitas fitas
para a minha história.
Não há problema.
Tenho uma sacola cheia delas.
Me seguiu até aqui, certo?
Acho que sim.
Você me pareceu bastante interessante.
Mora aqui?
É apenas um quarto.
Que tal começarmos?
Então, o que você faz?
Sou um vampiro.
É algo que ainda não tinha ouvido.
Devo entender isso literalmente?
Absolutamente.
Esperava por você naquele beco.
Observava você me olhando.
E aí começou a falar.
Bem, que golpe de sorte.
Talvez para nós dois.
Disse que...
estava me esperando.
O que ia fazer? Me matar,
beber meu sangue, essas coisas?
Sim.
Mas não se preocupe mais.
Você realmente acredita que é um vampiro,
não é?
Não podemos começar assim.
Vou acender a luz.
- Mas os vampiros não odeiam a luz?
- Adoramos.
Só queria prepará-Io.
Cristo!
Não tenha medo.
Quero essa oportunidade.
Como consegue fazer isso?
Do mesmo jeito que você.
Uma série de gestos simples.
Só que me movo rápido, e não percebe.
Sou de carne e osso...
mas não sou humano.
Não sou humano há 200 anos.
Por favor...
Como posso explicar?
Devo começar como "David Copperfield"?
"Eu nasci...
"cresci."
Ou quando eu nasci para a escuridão,
como chamo.
É onde devemos começar, não acha?
Não está mentindo, está?
Por que eu mentiria?
Aconteceu em 1 791.
Eu tinha 24 anos.
Mais novo do que você é hoje.
Os tempos eram diferentes.
Eu já era homem naquela idade.
O responsável por uma grande
plantação em Nova Orleans.
Minha esposa tinha morrido ao dar a luz.
Ela e o bebê estavam mortos há 6 meses.
Eu gostaria de estar com eles.
Não suportava a dor da perda.
Queria me livrar dela.
Queria perder tudo:
minha riqueza...
minha propriedade...
minha sanidade.
Quantos ases existem no baralho?
Está me chamando de trapaceiro?
Não, estou chamando de lixo humano.
Perdeu sua convicção, senhor. Faça!
Mais do que tudo, eu queria morrer.
Eu sei agora.
Eu a atraí.
Uma libertação da dor de viver.
Meu convite estava aberto a qualquer um.
À prostituta a meu lado.
Ao cafetão que seguia.
Mas foi um vampiro que o aceitou.
Me dê o dinheiro ou você morre.
Ainda quer morrer?
Ou já experimentou o suficiente?
Suficiente.
Ele me deixou lá,
na margem do Mississippi.
Em algum lugar entre a vida e a morte.
Quem é você? O que faz em minha casa?
Vim atender ã suas preces.
A vida não tem mais sentido...
certo?
O vinho não tem sabor.
A comida provoca enjôo.
Não há razão para mais nada...
certo?
Mas se eu devolver isso a você?
Acabar com a dor...
e dar a você vida nova?
Uma que nunca imaginou.
E seria...
para sempre.
Doença...
e morte...
nunca mais se aproximarão de você.
Não tenha medo.
Vou dar a você a escolha...
que eu...
nunca tive.
Naquela manhã, ainda não era vampiro...
e vi meu último amanhecer.
Lembro-me muito bem...
mesmo que não me lembre
de nenhum anterior a esse.
Vi toda a magnitude
do amanhecer pela última vez...
como se fosse a primeira.
Então me despedi da luz do sol...
e me preparei para me tornar...
o que me tornei.
Despediu-se da luz?
Drenei seu sangue até...
a fronteira da morte.
Se eu deixar você aqui...
você morrerá.
Ou...
pode ser jovem para sempre, meu amigo...
como somos agora.
Mas precisa me dizer...
você virá...
ou não?
Sim.
Sim.
Seu corpo está morrendo.
Não se preocupe.
Acontece com todos nós.
Olhe...
com seus olhos de vampiro.
O que viu?
Não há palavras para descrever.
É melhor perguntar como é o paraíso.
Nenhum humano pode saber.
A estátua parecia se mover,
mas não se movia.
O mundo mudou,
apesar de continuar o mesmo.
Eu era um vampiro recém nascido,
lamentando a beleza da noite.
Talvez queira outro cigarro.
Sim, quero. Não incomoda, certo?
Não sei por que deveria.
Não pode morrer de cãncer, certo?
Acho que não.
- E sobre os crucifixos?
- Crucifixos?
Pode olhar para eles?
Na verdade, gosto de olhar para crucifixos.
E sobre as estacas no coração?
Besteira.
E sobre os caixões?
Caixões.
Infelizmente, são necessários.
Não se preocupe.
Logo...
vai dormir bem como sempre dormiu.
E quando acordar...
estarei esperando por você...
como estará também, todo o mundo.
Sangue. Eu descobriria que
era uma necessidade também.
Acordei na noite seguinte
com uma fome enorme.
Depois de provar isso...
nunca mais irá a outra taverna.
Você acha?
Se eu preferir os seus lábios?
São ainda mais doces.
Meu amigo...
deve provar esses lábios.
O beijo...
dele...
é profundo...
como o seu?
Ainda mais, querida.
Não vou matá-la.
Fiz isso por você.
Ela está morta...
mesmo, meu amigo.
É tão fácil, que quase sente pena.
Se acostuma a matar.
Esqueça essa perturbação mortal.
Vai acostumar-se ãs coisas bem rápido.
Não está com fome?
Pelo contrário, querida.
Ele comeria a colônia inteira.
Acabarei com isso.
Deixe-nos.
Não pode fingir, seu tolo.
Não entregue o jogo.
Temos sorte em ter um lar.
Finja beber, pelo menos.
Um cristal tão bom não
deve ser desperdiçado.
Eu sei.
Esfria rápido.
Não podemos viver assim?
Com sangue de animais?
Não chamaria de vida,
mas de sobrevivência.
É um bom truque se fica
um mês em um navio.
Não há nada nesse mundo que não seja...
Fascinante.
Sim.
- Esta conversa está chata.
- Viveremos sem matar.
É possível.
Qualquer coisa é possível.
Mas experimente por uma semana.
Vamos para Nova Orleans e mostrarei
a você o que é diversão.
Lestat matava dois,
ãs vezes três, por noite.
Uma garota bem jovem...
era seu prato favorito para abrir a noite.
Depois, preferia um belo jovem.
Mas seu lado esnobe adorava
caçar na sociedade.
O sangue da aristocracia era seu favorito.
O truque é não pensar nisso.
Vê aquela?
A viúva St. Clair.
Contratou aquele jovem
almofadinha para matar o marido.
Como sabe?
Leia o pensamento dela.
Leia o pensamento dela.
Não posso.
O presente das trevas
é diferente para cada um.
Mas uma coisa é para todos.
Nos tornamos mais fortes com o tempo.
Confie no que eu digo.
Culpou um escravo.
Imagine o que fizeram com ele.
Os maus são mais fáceis
e têm melhor sabor.
Aonde vamos?
A lugar nenhum.
Agora, meu jovem, você me surpreende!
Tenho idade para ser sua avó.
É essa a melodia.
Eu me lembro.
Assassino!
Minhas borboletinhas!
Minhas borboletas, ele as matou!
Você...
vampiro lamurioso e covarde...
que mata ratos e poodles.
Poderia ter acabado conosco.
Condenou-me ao inferno.
Não conheço o inferno.
Bem melhor assim!
Raiva! Fúria!
Por isso escolhi você.
Mas não pode me matar, Louis.
Alimente-se...
do que quiser.
Ratos, galinhas...
poodles.
Vou deixá-Io ã vontade...
e vê-Io aproximar-se.
Lembre-se...
a vida sem mim...
seria ainda mais...
insuportável.
Considere-se com sorte.
Em paris, um vampiro precisa
ser inteligente, por muitas razões.
Paris?
Aqui, só precisa de um par de presas.
Você veio de Paris?
Como o homem que me transformou.
Fale sobre ele.
Deve ter aprendido algo com ele.
Não aprendi absolutamente nada.
Não me deram escolha, lembra-se?
Deve saber de algo sobre
o sentido de tudo isso.
Por quê?
Por que deveria saber essas coisas?
Você sabe?
Esse barulho...
está me enlouquecendo!
Estamos aqui há semanas rodeados
por esse barulho.
Eles sabem sobre nós.
Vêm-nos comendo em pratos vazios
e bebendo em copos vazios.
Vamos...
para Nova Orleans então.
A Ópera de Paris está na cidade.
Podemos ir provar...
a comida francesa.
Perdoe-me por ter algum
respeito pela vida.
Em breve vamos ficar sem galinhas.
Senhor Louis?
Não quer jantar?
Não, minha querida.
Estamos preocupados com o senhor.
Quando vai cavalgar no campo?
E há quanto tempo não vai ã senzala?
Lá só tem morte.
Ainda é nosso senhor?
Já chega, Yvette.
Não vou até que me escute.
Deve mandar embora esse seu amigo.
Os escravos todos estão com medo dele...
e com medo do senhor.
Eu estou com medo de mim.
Ouçam!
Esse lugar está amaldiçoado.
Maldito!
Sim, seu senhor é o diabo.
Saiam enquanto podem!
Vocês estão livres!
Ouviram-me?
Corram!
Corram!
Salvem-se!
Perfeito! Perfeito!
Queime o lugar!
Queime tudo o que possuímos!
Vamos viver no campo, como gado.
Pensou que poderia ter tudo.
Cale-se, Louis!
Vamos!
Onde estamos?
Onde acha, meu amigo idiota?
Estamos em um belo asqueroso cemitério.
Isso faz você feliz?
É bastante apropriado?
Pertencemos ao inferno.
E se não existir inferno?
E se não nos quiserem lá?
Já pensou nisso?
Mas existiu o inferno.
Não importa para onde formos,
estarei nele.
Alugamos quartos na zona
portuária de Nova Orleans.
Sua pele é gelada.
Sua amiga não agüenta o vinho.
Não se preocupe.
Posso aquecer sua pele
melhor do que ela faria.
Você acha?
Porque...
você está quente agora!
Mas o preço é alto.
Sua bela amiga, deixei-a exausta.
Macia.
Muito macia.
Imagino-a em uma cama de cetim.
Diz cada coisa.
Sabe em que tipo de cama?
Podemos apagar a luz?
Então apague a luz.
Mas uma vez apagada tua luz...
eu não posso...
dar-te outra vez o sopro da vida.
Inevitavelmente se enfraquecerá.
Para você, Louis.
Pode fingir que é vinho.
Ela não está morta.
Ama sua natureza mortal.
Resiste ã única coisa que pode dar-lhe paz.
Chama isso de paz?
Somos predadores, cujos olhos
foram feitos para dar objetividade.
- A garota, Lestat.
- Pegue-a! Acabe com essa fome!
Agora, minha criança.
Você está cansada, quer dormir!
É um caixão!
Um caixão! Deixe-me sair!
Não estou morta!
É seu caixão, aproveite. Muitos
de nós não conseguem saber como é.
Por que faz isso?
Gosto de fazer isso. Me satisfaz. Guarde
seu senso estético para coisas mais puras.
Mate suavemente se quiser, mas mate!
Não duvide de que é um assassino, Louis!
- O que é aquilo?
- Um caixão.
Então é. Deve estar morta.
Não estou morta, estou?
Não, você não está morta.
Ainda não.
Acabe com isso agora!
Você acaba!
Salve-me dele!
Salve-me!
Vai me deixar ir?
Não posso morrer assim.
Preciso de um padre.
Meu amigo é um padre.
Vai ouvir seus pecados antes que morra.
A menos... que a torne uma de nós.
Então dê fim a isso, acabe com
o sofrimento dela, e com o seu!
Agora...
está feliz?
Deus!
E pensar que você...
é tudo que tenho para aprender algo.
No velho mundo...
o chamavam de "presente das trevas".
E eu dei a você.
Não vá por aí, senhor. É a praga.
- Volte por onde veio!
- Por onde vim...
Por favor, nos ajude.
Papai nos abandonou e não voltou.
Por favor, acorde minha mãe, senhor.
Meu filósofo. Meu mártir.
"Nunca tire uma vida humana."
Sim, isso merece uma comemoração.
Ainda há vida na velha senhora.
Volte!
Você é o que é.
Morte piedosa.
Como ama sua preciosa culpa.
O sangue dela corria em minhas veias...
mais doce que a vida.
E as palavras de Lestat
começavam a fazer sentido.
Só tinha paz quando matava.
Quando ouvi o coração dela
naquele ritmo terrível eu conheci a paz.
Para achar você, é só seguir os corpos
dos ratos.
A dor é terrível para você.
Sente-a como nenhuma
outra criatura porque é um vampiro.
Não quer continuar.
Então faça o que manda sua natureza...
e vai sentir-se como quando
estava com a criança nos braços.
O "mal" é um ponto de vista.
Deus mata indiscriminadamente...
e nós também.
Nenhuma das criaturas de Deus é
como nós. Nenhuma é parecida com Ele...
como nós.
Tenho um presente para você.
Venha.
Por favor.
- Ela está aqui.
- O que está dizendo?
Você precisa de...
companhia...
mais agradável que a minha.
Lembra-se de como a queria?
Do gosto dela?
Pensei tê-la matado.
Não se preocupe.
Sua consciência está limpa.
Cláudia.
Escute.
Você está doente, minha preciosidade.
Vou dar a você o que
precisa para melhorar.
Então, quer que ela morra?
Isso mesmo. Sim.
Pare!
Pare!
Chega!
Eu quero mais!
Claro que quer mais.
Gentilmente, querida.
São muito inocentes.
Não foram feitas para sofrer.
Bom.
Sim. Tudo bem.
Pare.
Já chega, querida.
Precisa parar antes que o coração pare.
Eu quero mais.
Eu sei.
É melhor no começo...
para que a morte não a leve junto.
Você fez muito bem. Olhe para você.
Não desperdiçou uma gota. Muito bom.
Onde está mamãe?
Mamãe foi...
para o céu, querida,
como aquela gentil senhora...
bem ali.
Todas vão para o céu.
Menos nós.
Quer assustar nossa filha?
Não sou sua filha.
Sim, você é.
É minha filha e de Louis agora.
Sabe, Louis iria nos deixar.
Ía embora.
Não vai mais.
Ele vai ficar...
e fazê-la feliz.
Louis.
Seu demônio.
Uma família feliz.
Ele fez isso para forçá-Io a ficar?
Talvez.
Ele me conhecia. Saberia que eu a amaria
mais que qualquer coisa.
Mas havia mais que isso.
Ele esbanjava afeição por ela, sem dúvida.
Talvez, no fim das contas, tenha feito
por sentir-se sozinho também.
Preciso de mais luz.
Vou ficar cega se não
trouxer outra lãmpada.
Ou me deixe tirar as
medidas durante o dia.
Lamento, senhora,
mas meus dias são sagrados.
Ela era uma criança pequena.
Mas também uma assassina fria...
capaz de uma busca cruel por sangue
com toda exigência infantil.
Deixe-me beijar.
Agora...
quem vai terminar seu vestido?
Um pouco de prática, querida!
Lembre-se, nunca em nossa casa.
Primeiro, ela dormia em meu caixão...
enrolando os dedos em meus cabelos...
até o dia em que quis seu próprio caixão.
Ainda assim, quando acordava...
ia direto para o meu.
Elas morriam rápido naqueles dias,
antes dela aprender a brincar com elas...
e atrasar o momento até ter o que queria.
Porque está chorando, criança?
Está perdida, meu amor?
Mamãe!
Acalme-se, não chore.
Vamos encontrá-la.
Atenção com o polegar.
Atenção com o polegar. O pequeno dedo.
São caras, minha querida.
Talvez cara demais para
uma garotinha como você.
Cláudia! O que eu disse?
Nunca em casa.
Me dê lugar.
Para mim, era uma criança.
Mas, para Lestat, uma pupila...
uma criança-prodígio com
uma ãnsia de matar como a dele.
Juntos, eles mataram famílias inteiras.
Maravilhoso, maravilhoso.
Agora tente algo mais sombrio.
O tempo passa rápido para os mortais
quando estão felizes.
Conosco aconteceu o mesmo.
Os anos passaram como minutos.
A cidade cresceu.
Os barcos a vapor apareceram...
derramando uma variedade
de magníficos estranhos.
Um novo mundo surgiu ã nossa volta.
E éramos todos americanos agora.
Essa maré de modernidade.
Deus, o que eu não daria
por um pouco do velho sangue crioulo!
Não gosta dos ianques?
O sabor democrático não combina
com meu paladar, Louis.
Essa mulher é crioula pura.
Cláudia encontrou-a.
O quê?
Não a quer?
Quero ser como ela.
Eu posso...
ser como ela algum dia?
Que besteira melancólica.
Cada vez mais parecida com Louis.
Logo estará comendo ratos.
Ratos? Quando comeu ratos, Louis?
Foi há muito tempo.
Antes de você nascer.
E eu não recomendo.
Trinta anos se passaram,
ainda que seu corpo fosse infantil.
Os olhos contavam a história de sua idade,
olhando fixamente...
com perguntas...
que algum dia precisariam de respostas.
Outra boneca?
Eu tenho dúzias, você sabe.
Pensei que gostaria de mais uma.
Por que sempre nesta noite?
O que quer dizer?
Sempre me dá uma boneca
na mesma noite do ano.
Eu não percebi.
É meu aniversário?
Me veste como boneca.
Me penteia como boneca.
Por quê?
Algumas delas estão tão velhas...
esfarrapadas.
- Deveria jogá-las fora.
- Farei isso.
O que você fez?
O que me disse que fizesse.
- Deixou um corpo aqui para apodrecer.
- Eu a queria!
- Queria ser como ela.
- Ela está louca.
Ela profanou nossa casa!
Quer que eu seja uma
boneca para sempre?
Não!
Por que não? Não posso mudar...
como todo mundo?
Quem de vocês fez isso?
Quem fez isso?
Quem me fez ser como sou?
O que você é?
Uma vampira louca que
profana seu próprio leito.
E se eu cortar meu cabelo de novo?
Crescerá de novo.
Mas não foi sempre assim.
Eu tive uma mãe, e Louis uma esposa.
Ele era mortal, como ela.
E como eu era!
Você nos transformou, não foi?
Faça-a parar.
Fez isto comigo?
Como fez isto?
Por que deveria dizer?
Está em meu poder.
Por que apenas seu?
Diga-me como fez!
Agradeça-me...
por ter feito o que fiz.
Senão, estaria morta agora.
Como aquele maldito corpo. Livre-se dele!
Você se livra dele!
Louis, por quê?
Precisa me contar.
Vê aquela senhora?
Nunca vai acontecer com você.
Nunca vai envelhecer.
E nunca vai morrer.
Isso quer dizer mais, certo?
Eu nunca vou crescer.
Eu o odeio.
Diga-me como me transformei nessa...
coisa.
Evitei esse lugar por trinta anos.
Mesmo que tenha encontrado o caminho...
sem precisar procurar muito.
Você...
se alimentou em mim?
Sim.
E ele me encontrou com você.
E ele cortou o pulso, alimentou-a nele...
e tornou-se vampira...
e tem sido assim desde aquela noite.
Ambos fizeram.
Eu tirei sua vida.
Ele deu uma nova.
E aqui estamos.
Odeio os dois.
Andei a noite toda.
Andei como andava anos antes...
quando a culpa por matar me agoniava.
Pensei em tudo que fiz
e não podia desfazer.
E pedi por um segundo de paz.
Aprisionados juntos pelo ódio.
Mas não posso odiar você, Louis.
Louis, meu amor.
Eu era mortal até você...
me dar seu beijo imortal.
Tornou-se minha mãe e meu pai.
E serei sua para sempre.
Mas é hora de acabar com isso.
É hora de deixá-Io.
Nunca nos deixará partir.
Mesmo?
O que é agora? Você me irrita.
Sua presença...
me irrita!
Mesmo?
Encontrarei alguém que será um vampiro
melhor que vocês!
Está querendo me ameaçar?
Você é mimada, porque é filha única.
Precisa de um irmão.
Ou eu preciso.
Estou cansado de vocês.
Acho que podemos povoar
o mundo com vampiros...
nós três.
Não, você não...
minha pequena Cláudia.
Você é mentiroso.
Mas estragou meus planos.
Que planos?
Vim fazer as pazes com você.
Mesmo que seja o pai das mentiras...
quero que as coisas sejam como antes.
Então pare de me atormentar.
Preciso fazer mais que isso.
Trouxe um presente para você.
Então espero que seja...
uma linda mulher...
com encantos que você nunca terá.
Por que diz essas coisas?
Não se alimentou bem.
Posso dizer por sua cor.
Venha ver.
Não se zangue comigo.
Quando os vi, sabia que eram para você.
Bêbados...
com vinho. Um golinho.
Você realmente...
se superou.
Prometo que me livro dos corpos.
Então nos perdoamos?
Sim.
Absinto?
Deu a eles absinto?
Láudano.
Láudano.
Sim. Matou-os, infelizmente.
Mas mantém o sangue quente.
Deixou que eu bebesse...
sangue morto?
Deixou que...
eu bebesse...
Uma coisa que me ensinou...
nunca beber de mortos.
Coloque-me em meu caixão.
Coloque-me em meu caixão.
Eu vou colocá-Io em seu caixão.
Meu Deus!
Levante-me!
Boa noite, doce príncipe.
Que as asas do demônio
levem-no para seu descanso.
Devemos queimá-Io?
Devemos enterrá-Io?
Como ele gostaria?
O pãntano?
Aqui estará bem, com os répteis.
Ele merecia morrer.
Então, quem sabe
nós também merecemos.
Ele foi meu criador.
Deu-me essa vida...
o que quer que ela seja.
Não poderia ter sido assim.
Fiz isso por nós.
Podemos ser livres.
Sentia falta dele?
Ele era tudo que eu conhecia.
Simples assim.
Éramos dois órfãos aprendendo a viver.
Reservamos passagens para a Europa.
Enquanto esperávamos o navio...
ela estudou os mitos e lendas
do Velho Mundo...
obcecada pela busca
de sua "própria espécie".
Olhe de quem esquecemos.
Vamos libertá-Ios.
Sim. É a carruagem.
Escute, Louis...
ainda há vida...
nessas velhas mãos.
Não tanto furioso.
Moderado...
cantante, talvez.
Como pode ser?
Pergunte ao crocodilo.
O sangue dele ajudou.
Então, uma dieta de sangue de cobras...
sapos...
e toda a vida pútrida...
do Mississippi...
lentamente...
tornou Lestat...
novamente como era.
Você tem sido...
muito...
muito...
malcriada, garotinha.
O navio está partindo sem nós.
Apesar de o fogo parecer se espalhar...
fiquei no convés, com medo
que ele aparecesse de novo...
do rio, como um monstro,
pronto para nos destruir.
E o tempo todo pensei...
"Lestat...
"merecemos a tua vingança.
"Deu-me o presente das trevas...
"e entreguei-o ã morte pela segunda vez."
Apesar de o navio estar livre de ratos...
uma estranha praga atacou os passageiros.
Cláudia e eu parecíamos imunes.
Ficávamos sozinhos...
mantendo o segredo um do outro.
Chegamos ao Mediterrãneo.
Queria que as águas fossem azuis.
Mas eram negras.
Águas da noite.
E como sofri então...
tentando me lembrar a cor que,
quando jovem, imaginava.
Procuramos em cada cidadezinha...
em cada ruína...
em cada país.
E nunca encontramos nada.
Comecei a crer que éramos os únicos.
Havia um estranho conforto
nesse pensamento.
O que um maldito diria a outro?
Não descobriu nada?
Alguns rumores...
superstições sobre alho...
cruzes...
a velha estaca no coração.
Mais um de nós?
Nem um sinal.
Não existem vampiros na Transilvãnia?
Não há um Conde Drácula?
Ficção, meu amigo.
Ficção vulgar de um irlandês louco.
Paris,
setembro de 1870.
A cidade com que sempre sonhei.
Eu era crioulo e Paris era
a mãe de Nova Orleans.
Um universo inteiro dentro dela.
Estávamos vivos de novo.
Apenas nós dois.
Estava tão eufórico que
atendia todos os seus desejos.
Foi então...
que desisti da busca por vampiros...
e um me encontrou.
Bufão!
Santiago!
Procurei o mundo inteiro
por um imortal e o que achei.
Leve a pequena beleza com você.
Ninguém vai machucá-Io.
Não vou permitir.
E...
lembre-se de meu nome:
Armand.
Lembre-se do que disse.
Eles têm poderes diferentes.
Lêem pensamentos.
É ele, é o vampiro.
Dois amantes...
passeando em seu caminho de violetas...
cujos abraços, fruto de seu romance...
não permitem nenhum pensamento...
até que se encontrem...
a meu alcance.
Vampiros que fingem ser humanos
que fingem ser vampiros.
Que vanguarda!
O monge cuja alma comunga com o céu...
e passa os dias...
em zelosa contemplação...
descobre que logo encontrará seu Criador.
Para suas orações não tem recompensa.
A lição acaba aqui...
e é a seguinte:
Em cada um de vocês,
minhas mãos frias vão tocar.
Cada um deve se curvar a meu beijo.
Ouçam!
Acho que um mortal se aproxima!
O que temos aqui?
Que beleza a meu lado.
Um botão de rosa, uma violeta tímida?
Talvez queira ser minha noiva.
Talvez minha lição não tenha acabado!
Não quero morrer!
Mas estamos mortos e sempre estivemos.
Alguém me ajude!
Por favor!
- O que eu fiz?
- Todos morremos.
Mas sou jovem!
A morte não respeita idade! Pode
vir a qualquer hora, em qualquer lugar.
Assim como essa carne está rosada...
vai tornar-se cinza e
enrugada com o tempo.
Deixe-me viver! Não ligo!
Então por que ligaria se morresse agora.
E suponha que a morte possa
amar e libertar você.
Para quem deverá dar esse amor?
Escolheria alguém da platéia.
Uma pessoa para sofrer como você?
Senhor Vampiro, pegue-me!
Adoro o senhor!
Espere a sua vez.
Bem...
Sabe o que significa ser
amada pela morte?
Tornar-se nossa noiva?
Sem dor.
Sem dor.
Monstruoso.
Moramos embaixo.
Deixe-me mostrá-Io.
Monstruoso.
Sim.
E muito bonito.
Bem-vindo a meu lar.
Prove-o.
Dois vampiros...
do Novo Mundo...
vieram nos levar a uma nova era...
aonde tudo o que amamos...
apodrece e desaparece.
É você o líder desse grupo?
Se houvesse um líder...
seria eu.
- Então tem a resposta?
- Então tem perguntas?
O que somos nós?
Nada...
senão vampiros.
Quem nos fez ficar assim?
Claro que conhece quem o transformou.
Sim, mas quem o transformou.
A fonte...
de todo esse...
mal.
Eu entendo.
Vi você no teatro.
Seu sofrimento...
sua simpatia pela garota.
Você morre...
quando mata.
Sente que merece morrer
e que não tem limites.
Mas isso o torna diabólico?
Mesmo compreendendo o que chama
de bondade...
não o torna bom?
Então não há nada?
Talvez.
Mas talvez...
isto...
seja o único mal que resta.
Então Deus não existe?
Não sei nada sobre Deus.
Ou sobre o Diabo.
Nunca tive uma visão,
ou soube um segredo...
que não condenasse ou
salvasse minha alma.
Pelo que sei...
depois de 400 anos...
sou o vampiro vivo...
mais velho...
do mundo.
Então é como sempre temi.
Teme demais.
Tanto que me sinto...
Aquele que transformou você...
deveria ter contado.
Aquele que deixou o
Velho Mundo pelo Novo.
Ele não sabia nada.
Ou não ligava.
Sabia?
Venha, querido.
É hora de irmos embora.
Estou com fome...
e a cidade nos espera.
O lugar estava vazio quando saímos.
Silencioso como um túmulo.
E enquanto saíamos, pensei de novo:
"Errei com Lestat.
"Odiei-o pelos motivos errados."
Como errou com ele?
Disse um nome.
Sim, um nome que não me
importo em dizer de novo.
Só existe um crime...
entre nós, os vampiros.
É um crime que condena
ã morte qualquer vampiro:
matar alguém da minha espécie.
- Acha que eu deixaria que a ferisse?
- Não, eu sei que não.
O perigo me prende a você.
O amor me prende a você.
- Amor?
- Amor.
Você me deixaria por Armand
se ele acenasse.
Nunca.
Ele quer você como você o quer.
Ele espera você.
Quer você como companhia.
Ele apenas aguarda naquele lugar.
Ele acha entediante e sem vida, como nós.
Talvez sim.
Sabe o que a alma dele me disse
sem dizer uma palavra?
"Deixe-o ir", ele disse.
"Deixe-o ir."
É isso o que devo fazer?
Deixá-Io ir?
Meu pai...
meu Louis...
quem me transformou?
Vai ficar tudo bem.
Acredita mesmo nisso?
O soldado...
quando volta da guerra...
pensa que a vitória deu
forças a ele contra a dor...
até que a morte...
o arranque do cavalo.
Estava esperando você.
Escute-me.
Cláudia é muito querida por mim.
É minha filha.
Sua amante.
Não, é minha querida.
Minha criança.
Se você diz. É inocente.
Ela está em perigo, não está?
Está.
Mas por quê?
Por várias razões.
O silêncio.
Ajuventude.
É proibido transformar alguém tão jovem...
tão indefesa...
que não pode sobreviver sozinha.
Culpe quem a transformou.
Matou o vampiro que transformou vocês?
Santiago acha que sim.
- Não queremos brigar com ele.
- Já começou.
Se quer salvá-la...
- Mande-a embora.
- Então vou também.
Tão cedo?
Sem nenhuma das
respostas que esperava?
Não havia nenhuma.
Mas fez as perguntas erradas.
Sabe...
que poucos vampiros...
têm a energia da imortalidade?
Morrem por sua própria vontade.
O mundo...
muda.
Nós, não.
Aí mora a ironia...
que finalmente nos mata.
Quero que faça contato com essa época.
Eu?
Você não vê?
Não tenho época.
Estou em constante desvantagem.
Sempre estive.
Esse é o espírito de sua época.
O coração de tudo.
A sua descrença...
na graça...
é a descrença de um século.
Mas os vampiros no teatro?
Decadentes...
inúteis...
Não refletem nada.
Mas...
você, sim.
Reflete...
a decepção.
Um vampiro...
com alma humana.
Um imortal com a paixão dos mortais.
Você...
é...
lindo, meu amigo.
Lestat deve ter chorado
quando o transformou.
Conheceu Lestat?
Sim.
Eu o conheci.
Conheci o suficiente para
não lamentar sua morte.
Senti um pouco de paz.
Encontrei o professor que,
Lestat nunca seria.
Sabia que Armand não
esconderia conhecimentos.
Passaria por ele como por uma vidraça.
Madeleine...
Louis é tímido.
Beba.
Faça, Louis.
Porque eu não posso. Não tenho o poder.
- Sabia disso quando me criou.
- Não compreende o que está pedindo!
Eu tenho.
Encontrou sua nova companhia.
Faça-a ser minha.
Como lhe parecemos?
Acha-nos belos?
Mágicos?
A pele branca, nossos olhos impetuosos?
Tem idéia do que vai se tornar?
Seu mal é que não consegue ser diabólico.
E não vou sofrer mais por isso!
Não me force! Eu não posso!
Mas pôde fazer comigo.
Arrancando-me das mãos de minha mãe
como dois monstros em um conto.
Agora você chora.
Não há lágrimas o suficiente
para o que me fez!
Dê-me, Louis!
Faça antes que me deixe!
Meu Deus!
Ainda amo você!
É esse o meu tormento!
Quem vai cuidar de mim, meu amor...
meu anjo das trevas, quando se for?
O que pensa que ela é, Madeleine?
Uma boneca?
Uma criança que não pode morrer.
E que criança morreu?
Minha filha.
O que está acontecendo com ela?
Ela está morrendo.
Aconteceu com você também...
mas era jovem demais para se lembrar.
Mas, se ela morrer...
É a morte humana.
Não me deseje nenhum mal, querida.
Agora estamos quites.
O que quer dizer?
O que morreu naquele
quarto não foi aquela mulher.
O que morreu foi...
o úItimo sopro em mim...
que era humano.
Sim, papai.
Finalmente estamos quites.
É tempo de justiça, garotinha.
Chame Armand. Ele não permitiria isso.
Morte para elas.
Para você...
a eternidade em um caixão.
Preso em uma caverna.
Sua única companhia será seu lamento.
Talvez leve séculos.
Levem-nos!
Bons sonhos!
Ajuda!
Acorde!
Onde está Cláudia?
Cláudia. Não posso ajudá-la.
- Onde está Cláudia?
- Não posso salvá-la.
Só vou me arriscar a perdê-Io!
Não!
Venha, Louis.
Aqui não.
Então um vampiro pode chorar?
Uma vez...
talvez duas, em sua própria eternidade.
E talvez para apagar aquelas lágrimas
para sempre eu me vinguei deles.
Detenham-no! Está queimando!
Peguem-no! Detenham-no!
Não avisou a eles, avisou?
E sabia o que eu faria.
Sabia.
Eu resgatei você, não resgatei?
Do terrível amanhecer.
Era o líder deles. Confiavam em você.
Você me fez ver as falhas deles, Louis.
Eles eram...
fadados, presos em seu tempo decadente.
Eles esqueceram a primeira lição...
que devemos ser poderosos...
belos...
e sem arrependimentos.
Pode me ensinar isso?
Sim.
- A não me arrepender?
- Sim.
Então seríamos um belo par.
E se eu não me importasse com a lição?
O que quer dizer?
E se tudo que eu tiver for meu sofrimento?
Meu arrependimento?
Não quer perdê-Io?
Também pode tê-Io?
O coração que chora por aquela...
que você queimou até as cinzas?
Eu juro que eu não...
Eu sei que fez.
Eu sei...
que você...
não se arrepende de nada.
Não sente...
nada.
E se é tudo que tenho para aprender...
posso fazer isso sozinho.
Eu vou morrer.
Você já está morto.
E quer que eu devolva a tua vida.
Apesar de seu convite me fascinar...
devo, pesarosamente...
declinar.
Por anos eu vaguei pela Europa:
Itália, Grécia...
todas as terras antigas.
Mas o mundo era uma tumba para mim...
um cemitério de estátuas quebradas.
E cada uma me lembra o rosto dela.
Então, por curiosidade...
tédio, quem sabe...
eu deixei o Velho Mundo...
e voltei para a minha América.
E uma maravilha mecãnica
permitiu-me ver o sol nascer...
pela primeira vez...
em 200 anos.
E que alvoradas!
Vistas como o olho
humano não poderia ver.
Primeiro, prata...
depois, com o passar dos anos,
em tons de púrpura...
vermelho...
e meu saudoso azul.
Na primavera de 1988,
voltei a Nova Orleans.
E logo que respirei fundo,
soube que estava em casa.
Era rico...
quase doce...
como a fragrãncia de jasmim
e rosas em nossa casa.
Andei pelas ruas sentindo aquele perfume.
E, na Rua Prytania...
a quarteirões do Cemitério Lafayette...
senti o cheiro da morte.
E não vinha dos túmulos.
O cheiro aumentava
conforme eu caminhava.
Morte antiga.
Um perfume muito leve
para mortais sentirem.
Que bom que está aqui!
Sonhei com...
este momento.
Ela não poderia ter sido uma de...
nós.
É tudo passado, Lestat.
Passado.
Ainda bonito, Louis.
Sempre foi o mais forte.
Não tenha medo.
Não vou feri-Io.
Voltou para mim, então?
Lembra-se de como eu era?
O vampiro...
que eu fui?
Sim, eu me lembro.
Ninguém...
podia me evitar...
nem mesmo você, Louis.
Eu tentei.
Sim, tentou.
E quanto mais tentava...
mais eu o desejava.
Não consigo suportar.
Essas luzes...
e o barulho!
Tem mais luz de noite que de dia.
É uma luz falsa.
Não pode atingi-Io.
Se ficar comigo, Louis...
posso me aventurar de novo.
Tornar-me o velho Lestat.
Preciso ir.
O que aconteceu a Lestat? Eu não sei.
Eu continuo...
noite após noite.
Alimento-me daqueles
que cruzam meu caminho.
Mas toda minha paixão se foi
com o cabelo dourado dela.
Sou um espírito em um
corpo sobrenatural.
Desapaixonado.
Imutável.
Vazio.
Vazio?
Acabou?
Não, não pode terminar assim.
Mas precisa.
Não há mais o que contar.
Claro que há o que contar.
Você não se compreende. Não é vazio.
O que eu não daria para ser como você,
ter o seu poder...
ser capaz de ver tudo que viu.
Não prestou atenção.
Sim, prestei atenção.
A história que me contou é incrível.
- É maravilhosa.
- Faça o que quiser com ela.
Mostre a outros. Aprenda o que puder.
Só há uma maneira de me
fazer aprender e sabe qual é.
Trouxe-me aqui por alguma razão.
Não foi?
E qual seria essa razão?
Quer companhia.
Um elo com o mundo exterior. Eu.
Possua-me. É o que eu quero.
- Não pode terminar assim.
- Meu Deus. Falhei de novo.
Você quer companhia.
Deus não tem nada com isso.
Gosta disso?
De ser comida para imortais?
Gosta de estar morrendo?
Chega!
Aconteceu em 1791.
Eu tinha 24 anos. Mais novo do que é hoje.
Os tempos eram diferentes.
Eu já era homem naquela idade.
O responsável por uma grande
plantação em Nova Orleans.
Minha esposa morreu ao dar ã luz.
Alguém mude minhas calças.
Ela e a criança tinham menos de 6 meses
na sepultura.
Bom material.
Bom material.
Acho que não preciso de apresentação.
Já me sinto melhor.
Mais do que tudo, eu queria morrer.
Eu a atraí.
Uma libertação da dor de viver.
Ainda se queixando, Louis.
Já ouviu o bastante?
Tive de ouvir isso por séculos.
Não tenha medo.
Vou dar a você a escolha...
que eu nunca tive.
À MEMÓRIA DE RIVER PHOENIX
1970 - 1993