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Controla-te Teddy!
Controla-te!
É apenas água.
Muita água.
Vá lá!
Tudo bem, chefe?
Sim, eu apenas...
apenas enjoado.
O meu novo parceiro!
Exactamente.
Desculpa lá, não podermos
estar a falar, estou enjoado.
Custa a crer! "Teddy Daniels: o homem, a lenda, dizem".
A lenda?
Que droga tomam em Portland?
Seattle.
Venho de Seattle.
Desde quando com os Marshall?
Quatro anos.
Então és um bebé. Certo.
E o senhor? Tem namorada? Casado?
Fui.
Morreu.
Desculpe, não sa...Deixa lá.
Um incêndio em casa. Eu estava
no trabalho.
Morreram quatro pessoas.
O fumo matou-a, não o fogo.
Isso é importante.
Os meus pêsames.
Os meus cigarros?
Tome um dos meus.
Era capaz de jurar que os tinha
comigo.
Funcionários públicos são rascas.
Obrigado.
Foi informado da instituição
antes de vir?
Apenas que é um
Hospital psiquiátrico.
Para criminosos loucos.
Bem, se fosse por causa disso não
nos chamariam.
É para ali que vamos?
Sim.
O outro lado da ilha é inacessível.
Ali é o único sítio ao nível
da água.
Aquela doca é a única entrada e... saída.
Mal desembarquem, vou embora.
Agradeço que façam-no rápido.
Porquê?
Vem aí uma tempestade.
Placa de marshall, é a primeira vez
que vejo.
Sou o chefe de segurança McPherson, cavalheiros.
Bem-vindos à ilha Shutter.
Acompanhá-los-ei a Ashecliffe.
Os rapazes parecem nervosos Mr McPherson?
Ainda não estamos malucos.
LEMBREM-SE QUE NÓS TAMBÉM
VIVEMOS, AMAMOS E RIMOS.
Perímetro electrificado.
Como sabe?
Já vi antes iguais.
Bem, cavalheiros, contem connosco,
mas enquanto aqui estiverem
têm de obedecer ao protocolo.
Percebido?
Absolutamente.
O edifício vermelho o «A», é o
dos homens.
O «B» aquele ali é o
das mulheres.
O «C», um forte antigo da guerra
da Sucessão.
É onde estão os mais perigosos.
Para lá entrar é preciso uma autorização
especial.
E a minha presença e do Dr. Cawley.
Perceberam?
Até parece que a loucura
é contagiosa.
Façam o favor de entregar-me as armas.
Sr. McPherson, somos marshalls.
Não podemos entregar as armas.
Regulamento 319 das Prisões Federais.
Diz que os guardas prisionais,
detém a máxima autoridade
dentro da prisão.
Cavalheiros, não podem entrar
armados.
Certo, cumprido o protocolo rapazes,
que tal irmos conhecer o Dr. Cawley.
Quando deram pela falta?
Da prisioneira.
Desculpe, o Dr. Cawley, falará
consigo a esse respeito.
Protocolo.
Guardas prisionais numas instalações
militares,
é um cenário estranho. Não concorda?
É o único em todo o País...
talvez do Mundo. Temos aqui os
«pacientes» mais perigosos.
Nenhum outro local é habilitado para tal.
Deve-se isso ao Dr. Cawley.
Ele criou aqui uma Instituição única.
Um local para este tipo de pessoas...
As suas identificações, cavalheiros?
Os distintivos, cavalheiros.
O Dr. Cawley é muitas vezes consultado.
Pela Scotland Yard, MI 5, IOSS...
Porquê?
Desculpe?
Porque é que Agências de Segurança
consultam um psiquiatra?
Isso, é melhor perguntar-lhe.
Agente Daniels. Doutor.
Agente Chuke.
Obrigado, pode retirar-se.
Sim senhor. Muito prazer, senhores.
Um guarda competente e fiel.
McPherson é boa pessoa.
Empenha-se nas funções que faz aqui.
Já agora, que funções são essas?
Uma fusão entre a lei, a moral e
cuidados médicos.
Desculpe, Dr., uma fusão entre quê e o quê?
Esses quadro são o reflexo da realidade.
São o tipo de pacientes daqui.
Antigamente, deixavam-nos na própria porcaria.
Davam-lhes pancadaria e faziam-lhes
punções cerebrais,
mergulhavam-nos na água gelada até
perderem os sentidos ou...
afogarem-se.
E actualmente?
Tratamo-los.
Tentamos.
E se não conseguimos, ao menos
damos-lhes uma vida digna...calma.
São presos violentos, não são?
Ferem pessoas e são assassinos, certo?
A maioria sim.
Pessoalmente Dr., que a vida
digna e calma deles, que se lixe.
O meu trabalho é tratá-los, não julgá-los.
Ora bem, essa prisioneira...
Paciente.
Desculpe, paciente.
Chamada Solando Rachel,
escapou nas últimas 24 horas.
A noite passada.
Entre as 22 e as 24 horas.
É perigosa?
Em certa medida.
Matou os seus três filhos.
Afogou-os num lago, atrás da sua casa.
Submergiu um a um, até os matar
a todos.
Depois, sentou-os à volta da mesa da cozinha e comeu com eles.
Até ser descoberta por um vizinho.
E o marido?
Ele morreu. Na Normandia.
Ela é uma viúva de guerra.
Recusava-se a comer, quando veio...
Insistia que os filhos estavam vivos.
Desculpe, Dr. por acaso tem uma aspirina?
Costuma ter enxaquecas?
Às vezes, mas hoje ...
estou meio estonteado, enjoei...
Desidratação...
Aguenta-se, chefe? Sim.
Tenho este medicamento. É o melhor.
Muito obrigado.
Rachel, acredita que
os seus filhos estão vivos.
Acredita também que isto aqui é
a sua casa, Berckshires.
Sim?
Em dois anos nunca acreditou
que estava aqui.
Dizia que somos caixeiros viajantes.
Fantasiava que os filhos estavam vivos ...
e criava histórias muito elaboradas,
alimentando a ilusão, que os
filhos estão vivos.
Já realizaram alguma batida?
Já batemos a ilha toda,
sem resultados.
O mais preocupante é que não sabemos
como conseguiu sair do seu quarto.
Fechado por fora...
e janelas com barras.
Parece que se evaporou pelas paredes.
Trouxe-a para aqui às 22, depois da sessão
e fechei a porta à chave.
Na ronda da meia-noite, já tinha
desaparecido.
Na verdade Dr., custa a acreditar
a fantasia dela?
Quer dizer, isto é um hospital psiquiátrico, certo?
Em algum momento ela tinha de
dar-se conta disso, não?
Quantos pares de sapatos têm os pacientes?
Dois pares.
A doença mental é permanente, agente,
não podemos escolher estar bom ou não.
Então...fugiu descalça?
Como pode ser Dr.? Não aguentava 10 metros.
O que foi?
A etiqueta da roupa dela.
Não faço ideia do significado.
A lei dos 4
Algum termo psiquiátrico?
Não é.
Quem é o 67?
Quem diabo será!
Pode ser algum tratamento clínico meu.
Será algo sem sentido?
Não, em absoluto. Rachel é inteligente.
Brilhante de facto.
Isto pode ser importante.
Desculpe Dr., mas...
ficaremos nós com isto.
Claro.
Diz que talvez tenha passado por aqui?
Depois das luzes apagarem
os enfermeiros ficam a jogar às cartas.
A noite passada estavam ali
7 pessoas a jogar poker.
No entanto a Rachel, conseguiu
passar por eles sem ser vista.
Porquê?
Como?
Tornou-se invisível?
Dr., precisamos de aceder aos arquivos
de todo o pessoal,
médicos, enfermeiros e guardas.
De todos quantos trabalham aqui.
Vou pensar nisso.
Isto não é um pedido, Dr..
Isto é um assunto federal.
Uma perigosa prisioneira...
Paciente.
Paciente...
Que escapou.
Vai colaborar...
Eu disse que farei os possíveis.
Dr., temos de falar com
o pessoal. Percebe, não?
Vou convocar todos, depois do jantar.
Depois podem, pela manhã, acompanhá-los
nas suas rotinas.
São 18 km. de águas geladas.
As correntes são fortíssimas.
Seria jogada contra as rochas, ali.
E cavernas aí em baixo. Procuraram bem?
Ninguém podia aguentar-se aí escondido.
Essa rocha é pontiaguda, escorregadia,
e outras tantas coisas perigosas.
E como viram, ela não tinha sapatos.
Muito bem!
Vamos ver o outro lado!
E aquela torre?
É um velho farol.
Os guardas já vasculharam todo
o interior.
E ali? Têm mais pacientes?
É uma ETAR.
Em breve anoitecerá.
Aqui é muito fria a noite.
Vamos, rapazes!
Estavam de guarda no corredor, certo?
Sim.
Seria impossível alguém passar
por nós sem ser visto.
Vá lá, a Rachel Solando,
por quem passaria mais
antes de chegar aqui?
Eu.
Glen Miga.
Senhor, não vi nada.
Estiveste sempre no teu posto?
Sim. E não vi nada.
Glen.
Glen.
Diz-me a verdade.
Talvez...tenha ido à retrete.
O quê? Violaste o protocolo? Cristo...
Foi por pouco tempo.
Muito bem, recapitulemos, voltemos ao princípio.
A Sra. Solando foi para o quarto
antes das luzes apagarem.
E antes, o que ela esteve a fazer?
Alguém sabe?
Vamos lá? Alguém sabe...
Esteve numa sessão de terapia de grupo.
Viram alguma coisa estranha?
Defina "estranho".
Desculpe!
Isto é uma instituição de doentes mentais,
para criminosos loucos.
Aqui "estranho", é o pão nosso de cada dia.
Reformulo a pergunta.
Ontem, na terapia de grupo, aconteceu...vamos dizer...
«Normalmente estranho»...
Normal?
Exactamente!
Não. Desculpe.
A Sra. Solando falou na sessão?
Estava preocupada com a chuva.
E queixava-se da comida.
Queixava-se constantemente.
Incluindo a noite passada.
Então...havia algum médico presente?
O Dr. Sheehan orienta a sessão.
Dr. Sheehan?
Sim. É ele que orienta a sessão.
É o psiquiatra da Rachel.
É ele que supervisiona o tratamento.
Preciso de falar com o Dr. Sheehan.
Lamento, mas não será possível.
Ele foi no ferry esta manhã.
Foi de férias. Já as planeava
há muito tempo.
Deixa ver se percebi.
Deixou uma perigosa paciente escapar,
e deixou o seu psiquiatra ir... de férias?
Com certeza. É médico.
Tem o número de telefone, de onde ele está?
Estou? Estou?
Estou?
Está alguém aí?
Desculpe, senhor, não temos linha.
É da tempestade que assola a região.
Quando tiver linha,chame-me imediatamente.
Os agentes precisam de fazer uma chamada.
Sim senhor.
Está lá?
Preciso de fazer uma ronda pelos pavilhões,
estarei em casa para um copo aí...
pelas nove,
Querem fazer-me companhia?
Óptimo, falaremos mais logo, certo?
Estivemos a falar, marshall.
Parece que enganei-me acerca do
serviço público.
Impressiona um pouco. Foi construído
durante a guerra civil,
como um forte militar. Hoje é o pavilhão «C».
Era a residência do comandante.
Quando apresentou as despesas,
levaram-no a uma corte marcial.
Vejo porquê.
Bonita música.
O que é? Brahms?
Não.
É Mahler.
Tem razão, marshall.
Permitam-me apresentar o meu colega...
O Dr. Jeremiah Naehring.
Quarteto para piano e cordas
em A menor.
Que bebem, cavalheiros?
Whisky seria bom.
Para mim só soda. Obrigado.
Então é abstémio?
Surpresa.
Pensava que beber era comum
na sua profissão?
Alguns bebem.
E na sua?
Desculpe!
Na sua profissão de psiquiatria...Sim?
Ouço dizer que está cheia de bêbados.
Não tenho notado.
Isso que bebe, é chá?
Excelente, que maravilha.
Tem uns espantosos mecanismos
de defesa.
Deve ser um expert em interrogatório. Há?
Pessoas como o senhor...são a minha especialidade. Sabe?
Pessoas da violência.
Assumo que eu também?
Presumiu mal.
Entendeu-me mal. Eu disse no sentido
de quem lida com a violência.
Eu não disse que eram violentos.
É muito diferente.
Por favor, por favor, espante-nos, Dr.
Ambos estiveram na guerra, na Europa.
Isso é lógico, Dr. Não é preciso
ir verificar isso.
Não, não será preciso.
Desde a escola que não evitam
o confronto físico.
Não, não porque gostem, mas porque
nunca consideraram outra opção.
Não nos criaram para fugirmos, Dr.
Há...criaram.
E quem o criou, marshall?
Eu?
Lobos.
Impressionante mecanismos de defesa.
Acredita em Deus, marshall?
Não é brincadeira.
Já alguma vez viu um campo
de concentração, Dr.?
Konzentrationslager...Não?
Significa um inglês perfeito, rápido.
O seu inglês é muito bom.
É alemão?
Pensa que imigração é crime?
Não sei, Dr., diga lá a nós se é?
Ouça, precisamos dos arquivos da Sheehan
e do pessoal, também.
Ficheiros pessoais não podem ser
cedidos. Pronto.
Preciso desses ficheiros.
Não será possível.
Como, não será possível!
Merda!
Quem manda aqui
afinal de contas? Há?
Há?
O Dr. Naehring já comunicou a vossa
pretensão ao Conselho de Administração.
mas recusaram.
Recusaram? Não têm autoridade para recusar. Nem o senhor.
Continue a sua investigação, faremos
Esta investigação acabou.
Vamos reportar a situação a...
Hoover (FBI)...Pessoal do Hoover. Isso mesmo.
Apanharemos o ferry amanhã.
Vamos, Chuck
Boa jogada.
Dormirão nos dormitórios dos funcionários.
Ei, chefe! Verdade que acabou?
Porquê?
Não sei.
É que... nunca antes desisti de uma investigação.
Tudo mentiras, até agora, Chuck.
A Rachel Solando não pode ter
fugido sem ajuda.
Ela teve muita ajuda.
Neste momento o Dr. Cawley deve de estar,
a reconsiderar a sua atitude.
Talvez, pela manhã...
Fez bluff?
Não era isso.
Encontrei um monte de garrafas, Teddy.
Jesus, alguma vez vais ficar sóbrio?
Matei muita gente na guerra.
É por isso que bebes?
És real?
Não.
Ela continua aqui.
Quem?
Rachel?
Ela nunca foi.
Lembras-te quando ficamos no chalé,
naquele dia de verão?
Estava tão feliz.
Ela está aqui.
Não podes ir.
Como posso ir?
Amo-te tanto.
Estou num caixão, Teddy. Não!
Estou.
Tens de acordar.
Não quero ir.
Estás aqui.
Não estou.
Tens de encarar isso!
Mas ela está.
E ele também.
Quem?
Laeddis.
Tenho de ir.
Por favor, deixa-me abraçar-te
mais um pouco.
Não!
Deixa-me mais um pouco.
Oh, Teddy...
Tens de deixar-me ir.
Não consigo.
Com este tempo o ferry
não virá.
Dr.
Dr.
Preciso de falar com os pacientes
que estiveram na terapia de grupo.
Pensei que as investigações tinham acabado.
Hoje não há o ferry.
A Rachel recebia outro tratamento
diferente?
Conhecem a realidade actual destas
instituições, cavalheiros?
Não. Não somos doutores.
É uma guerra.
A velha escola defende a intervenção cirúrgica.
Psico-cirurgia.
Procedimentos como a Lobotomia Trans-Orbitária.
Alguns dizem o paciente fica razoavelmente bem, outros que ficam como zombies.
E a nova teoria?
Novas drogas que acabam de ser aprovadas..
Provocam uma relaxamento dos pacientes.
E qual é a que defende Dr.? Eu?
Tenho a ridícula ideia que devemos tratar
os pacientes com respeito.
Ouvi-los.
Tentar compreendê-los.
Isso tem efeito nele.
Estes pacientes?
Mesmo estes.
O último recurso deverá ser
a primeira resposta.
Dar-lhes comprimidos pô-los num canto
e logo tudo voltará a acalmar-se.
Rachel Solando tomava uma combinação
de fármacos,
que prevenia ela de tornar-se violenta.
Tinham um intermitente efeito.
O principal obstáculo foi a negação
daquilo que tinha feito.
"Foi".
Há alguma razão para referir-se
a ela no passado, Dr.?
Olhe lá para fora, marshall.
O que acha?
O próximo Peter Breen,Atacou a enfermeira
do pai com um copo de vidro partido.
A enfermeira sobreviveu, mas
ficou permanentemente desfigurada.
Mal posso esperar!
Ela tinha um sorriso tão doce, meu..
Mas...podia-se ver nos seus olhos.
Ela gostava de ficar nua.
E fazer broche.
Certo, Sr. Breen. Pode ir.
Pediu-me que lhe desse um copo
de água.
A sós, na cozinha?
Acham normal?
Porque não era normal?
Era óbvio.
Queria que eu mostrasse
o meu «coiso», para rir-se dele.
Sr. Breen,
precisamos de fazer-lhe umas perguntas, compreende?
Quando a cortei ela gritou.
Mas...
ela assustou-me.
O que ela esperava?
Interessante.
Mas queríamos falar da Rachel Solando, está bem?
Rachel Solando ...
sabiam que ela afogou os seus próprios filhos?
Afogou os próprios filhos.
Isso foi impróprio, digo-vos.
Deveria ter gazeá-los! Todos!
Os retardados, criminosos, pretos...
Matar os filhos?
Gazeiem essa puta.
Por favor...pare com isso.
A enfermeira. Por favor, pare.
Essa enfermeira talvez queria
ter filhos...
O marido...
trabalhava afincadamente,
a tentar levar uma vida normal...
Diz no seu ficheiro...
você desfigurou-lhe o rosto. Não foi?
Parabéns, para ela acabou a normalidade
para ninguém...
Sabes do que ela tinha medo?
De ti.
Por favor, pode parar com isso!
Por favor!
Pare, por favor! Por favor!
Conheces uma paciente chamada Andrew Laeddis? - Não! Não!
Chefe...Não quero vir mais aqui.
Nunca sairei daqui.
Tenho a certeza.
Desculpe por dizer isto, Sra Scuza...
Menina Kearns ...
Menina Kearns.
Parece tão tranquila...
parece normal...
em comparação com os outros.
Bem, tenho os meus maus dias
todos têm-nos.
A diferença é que todas não matam
os maridos com machados.
Pessoalmente, defendo que se um tipo
bate na mulher...
e tu pedes ajuda e ninguém ajuda-te,
não é assim tão incompreensível matar
esse tipo.
Talvez saia um dia.
Morta.
Não sei, o mundo lá fora
para mim é estranho...
dizem que há bombas
que arrebentam com uma cidade inteira.
E...como se chamam "televisores"...
vozes e caras a sair duma caixa.
Já ouço vozes que chegam.
O que nos pode dizer da Rachel?
Não muito. É...muito reservada.
Ela...acreditava que os filhos estavam vivos,
acreditava que vivia em Berkshires.
E que todos nós éramos seus vizinhos.
O homem do leite, o carteiro...
O homem das entregas...
O Dr. Sheehan estava lá, na terapia?
Sim.
Ele falou acerca do controlo da ira.
Fale-me acerca dele...
Como é que ele é?
É...
Normal, simpático...
Não fazia mal à vista, como dizia
a minha mãe.
Ele metia-se consigo?
Não.
Não, o Dr. Sheehan é um bom doutor, ele nunca...
Posso...tomar um pouco de água?
Claro.
Obrigado, marshall.
Gostava de fazer-lhe uma última
pergunta Menina Kearns.
Já alguma vez viu uma paciente
chamada Andrew Laeddis?
Não.
Nunca vi essa pessoa.
Foi preparada.
Ela ousou as mesmas frases que o Dr.Cawley
e a enfermeira.
Exactamente as mesmas.
Quem é Andrew Laeddis?
Perguntou a todos os pacientes por ele. Quem é?
Que diabos, chefe, sou o seu parceiro
por amor de Deus!
Neste assunto, Chuck...
levo muito tempo na polícia...
você tem um dever, uma carreira.
E eu...
não sigo exactamente as normas.
Quero lá saber das normas, chefe.
O que quero é saber o que se passa aqui.
Quando li a notificação do caso,
Solicitei que me destacassem
para ele. Percebe?
Por quê?
Andrew Laeddis,
era o encarregado da manutenção do
edifício onde morava a minha mulher.
Fico a saber.
Era pirómano.
Andrew Laeddis acendeu o fósforo,
que causou a morte da minha mulher.
Podem sair!
O que aconteceu com o Laeddis?
Escapou.
Laeddis escapou e desapareceu.
Há um ano atrás. Li nos diários.
Um grande filho da puta.
Ele tem uma cicatriz na têmpora
e no lábio.
Olhos de cores diferentes.
Não do tipo que se olha e esquece-se.
Ele queimou uma escola e matou duas pessoas.
Disse que as vozes tinham-lhe dito
para fazer isso.
Primeiro foi para a prisão.
Depois transferiram-no para aqui.
E agora?
Agora, nada.
Desapareceu como se nunca tivesse existido.
Sem ficheiros, nada.
Não está no pavilhão «B».
Pode estar no «C».
Pode estar morto.
Assim como Rachel Solando. Aqui há
muitos lugares para esconder um corpo.
Mas há um, que ninguém faria buscas.
Aquela paciente Bridget Kearne,
que pediu água,
ela disse-te alguma coisa?
Não.
Diga lá, chefe!
Escreveu.
«Foge»
Chefe!
Temos de voltar.
Isto está mesmo feio!
Certo. Vamos!
Cuidado!
Jesus!
Vamos! Vamos voltar!
Jesus Cristo.
Está bem, chefe?
Sim. Estou bem.
E esse Laeddis...
O que quer fazer?
Quero matá-lo.
Se fosse a minha mulher...
Matava-o duas vezes.
Quando atravessamos os portões de Dachau,
os guardas das SS renderam-se.
O comandante tentou suicidar-se
antes de chegarmos, mas...
fez mal.
Levou um tempo a morrer.
Quando saí e vi os corpos no chão...
demasiados para serem contados.
Demasiados...
Então...
Os guardas que se renderam, tiramos-lhes as armas,alinhamo-los...
Aquilo não foi uma acção de guerra...
Foram assassinados.
Sim...já matei muitas pessoas..
Não é para isso que estou aqui.
Então, trata-se do quê?
Depois de Laeddis ter desaparecido,
comecei a fazer umas investigações
acerca de Ashecliffe.
Muitas pessoas sabem deste lugar, mas não
querem falar, sabes, é como...
se tivessem medo de alguma coisa.
Este lugar foi fundado por
uma supervisão especial,
do Comité de Actividade Americano.
Incrível. E como combatíamos os comunistas
a partir desta ilha?
Com experiências na mente.
Suspeito disso.
E isso acontecia aqui?
Tal como disse, ninguém fala, certo?
Até que conheci um antigo
paciente desta instituição.
Um tipo chamado George Noyce.
Universitário e socialista.
Ofereceram-lhe dinheiro para fazer uns ***.
Adivinha que ***?
Pasta de dentes.
Começou a ver dragões por todos os lados.
Quase matou o professor e desapareceu
aqui em Ashecliffe.
Pavilhão C.
Libertaram-no um ano depois.
E depois fazem o quê?
Duas semanas depois, entrou num bar,
pumba, apunhalou três tipos.
O advogado alegou insanidade e ele...
faz um escândalo no tribunal...
implorando ao juiz que o mande
para a cadeira eléctrica,
ou o que for, menos ir para o hospital psiquiátrico.
O Juiz deu-lhe prisão perpétua em Dedham.
E foi vê-lo? Sim, fui.
Bem, ele está destroçado.
Mas foi bem claro naquilo que disse-me. O quê?
Que aqui fazem experiências com pessoas.
Não sei, chefe.
Acreditar num louco.
Aí está a beleza disto.
Loucos são perfeitos para fazer experiências.
Eles falam e ninguém lhes liga.
estive em Dachau.
Vi o que as pessoas são capazes
de fazer umas às outras, entendes?
Por amor de Deus,
eu lutei na merda de uma guerra,
para pará-los e agora vejo
que se passa o mesmo aqui?
No nosso país?
Não.
O que pretende fazer, Teddy?
Tenho de conseguir provas.
Voltarei com elas e vou fechar este lugar.
É isso.
Um momento.
Começou a fazer perguntas sobre Ashecliffe.
À espera de uma oportunidade de vir aqui,
e depois de repente precisam U.S, Marshalls?
Sim, claro, tive sorte,
uma paciente escapou, era a desculpa perfeita.
Não, não, chefe, não pode ser sorte.
O mundo não funciona assim.
Eles têm o perímetro electrificado.
O pavilhão «C» está num forte da Sucessão.
Têm contactos,
com o IOSS. Jesus Cristo.
Tudo neste lugar cheira a coisa do Governo
Eles queriam-no aqui.
Disparates. Andou a fazer perguntas. Disparate.
Viemos aqui por causa da Rachel Salada.
Há alguma evidência que ela existiu?
Seria impossível que alguém investigasse
este caso.
Investigassem a si.
Simularam uma fuga,
E agora têm-nos onde querem. Aqui!
Marshall está aí?
Aqui é o guarda McPherson.
Marshall!
Encontrou-nos. Hã?
Isto é uma ilha, chefe.
Porque não nos haviam de encontrar-nos?
Sei que estão aí!
Vamos sair desta ilha, tu e eu.
Vamos.
Vamos! Vamos!
Saiam agora. O Dr. quer falar consigo, agora.
Despachem-se! Maldito tempo!
Deixem a vossa roupa a lavar...
Amanhã já estarão boas..
Se esta tempestade não acabar connosco primeiro.
A propósito. Os vossos cigarros estão
inutilizados.
Ofereço-vos...
Não temos escolha, certo?
É uma oferta, mas se não concordarem...
Já que insiste, aceito.
Por isso peço que mantenham presos
os pacientes do pavilhão «C».
Se as instalações inundarem, afogar-se-ão.
Sabe disso.
Se houver uma inundação.
Estamos numa ilha, no meio do oceano.
Pode acontecer uma inundação.
É um risco. E a energia?
Temos geradores.
E se falha?
As portas não poderão fechar.
E para onde irão?
Não podem apanhar o ferry e irem
para o continente.
Tem razão. Provavelmente ficarão aqui, soltos,connosco…
Se houver uma inundação, morrerão.
Vinte e quatro pessoas.
Podia viver com isso?
Francamente, se dependesse de mim,
prendia todos os 42 presos
dos pavilhões A e B.
Desculpem! Desculpem!
Marshall.
Queria fazer uma rápida pergunta.
Um momento.
Falamos esta manhã acerca dos
apontamentos da Rachel Solando.
A lei dos 4, gostei disso.
Disse que não fazia ideia do significado
da segunda linha, correcto?
O que é 67?
Sim, não sei.
Ninguém sabe.
Não lhe ocorre nada?
Nada?
Porque pareceu-me ouvir que tem...
24 pacientes no pavilhão C,
e 42 pacientes no pavilhão B,
o que significa um total de
66 pacientes.
Correcto.
Parece que a Rachel Solando sugere...
que tem 67 pacientes Dr..
Lamento, mas não temos.
É ridículo.
O que fazem aqui?
O nosso trabalho!
Acaso McPherson não lhe disse nada?
Não, e que notícias são essas, Dr.?
Rachel foi encontrada.
Está aqui.
Sã e salva.
Não tem feridas.
Quem são estes homens?
Porque estão na minha casa?
São polícias, Rachel.
Querem... fazer perguntas.
Senhora.
Dizem que viram um conhecido comunista,
subversivo, a entregar propaganda
por estes lados..
Aqui?
Neste bairro?
Sim, temo que sim.
Agora, podia-nos dizer onde esteve ontem,
para ajudar-nos nas nossas buscas..
Sim...
Bem, eu...
Preparei o pequeno almoço para o Jim
e as crianças,
e depois eu...
Embrulhei o lanche do Jim
e ele saiu.
Depois as crianças foram para a escola.
E depois...
Fui nadar longamente no lago.
Compreendo.
E depois disso?
Depois...
Pensei em si.
Desc...desculpe, Sra.
Não sei do que está a falar.
Não sabes porque fiquei só, Jim?
Tu foste...
Morreste.
Choro todas as noites.
Agora como vou sobreviver?
Deus.
Rachel...ficarás bem.
Lamento muito, mas...
tudo ficará bem, acredita
Eu enterrei-te.
Dentro de uma caixa. O teu corpo
ficou despedaçado no mar,
comido por tubarões.
O meu Jim morreu.
Quem diabos és tu?
Quem diabos és tu!
Quem és tu? Quem és tu?
Desculpe eu queria interromper, pensei
que ela fosse dizer alguma coisa, mas...
Encontramo-la junto ao farol, a jogar pedras.
Não sabemos como escapou.
Peço-vos que vão para os andares de baixo.
Há comida, água e camas.
É o lugar mais seguro que temos,
quando se aproxima um furacão.
Sente-se mal?
Está pálido.
Estou bem, apenas...
Chefe, está bem?
É que há...muita luz, não há?
Sensibilidade à luz, leva tempo.
Vai ter uma enxaqueca?
Estou bem.
Tome isto, engula. Duas horas de sono
e acordará bem.
Tem uma enxaqueca.
Como alguém a agarrar o cérebro,
cheio de lâminas e a ser sacudido violentamente.
Pastilhas, marshall.
Não... não quero.
Acabará a dor. Tome.
Precisa de descansar.
Cuidado. Sente-se.
Ficará bem. Relaxe.
Quem é aquele?
Aquele?
S keeper.
Não se preocupe com ele, certo?
Parece...parecido..com um filho da puta de militar...
Sabe, não quero discutir consigo, tubo bem.
Devias ter-me salvo.
Devias ter-nos salvo a todos.
Ei, amigo...
Laeddis.
Yes.
Amigo.
Nada de ressentimentos, certo?
Sem ressentimentos.
Isto é para mais logo
Eu sei o quanto queres.
O relógio não pára, meu amigo.
Pode não haver tempo.
Pode ajudar-me, aqui?
Posso arranjar problemas.
Estou morta.
Peço desculpa.
Porque não me salvaste?
Tentei, quero dizer,
quando cheguei,
era tarde demais.
Vês?
Não é tão bonita?
Porque estás toda molhada, querida?
Laeddis não morreu.
Ele não foi embora.
Continua aqui.
Eu sei.
Precisamos de encontrá-lo, Teddy.
Encontra-o e mata-o.
Está tudo bem.
Outra vez!
O gerador falhou...
Está bem, chefe?
Uma maldita de uma enxaqueca!
O gerador falhou. Andam todos malucos.
O que vamos fazer?
Cristo!
Não, não, não!
Põe-no no chão.
Agora! No chão!
O perímetro eléctrico está desligado.
Não sei, penso que sim...
Todo o sistema electrónico...
Vedações, portões, portas...
Oportunidade para um passeio...no pavilhão C, por exemplo...
O tipo, que te falei, o George Noyce,
Disse que ali estão os piores.
Todos têm medo deles.
O Noyce descreveu-lhe este lugar?
Pouco.
Disse que só ouvia gritos, noite e dia.
Não há janelas.
Barras por todo o lado.
Jesus Cristo!
Primeira visita ao «C», hã?
Sim, Sim...
Tenho ouvido histórias...
Acredite, filho, aqui é pior do que lhe disseram.
A maioria já estão fechados,
alguns ainda andam soltos.
Se virem algum, não tentem agarrá-lo,
ele os mataria.
Perceberam?
Mexam esses rabos. Vão lá.
É aqui.
Laeddis.
Sinto-o.
Malditos, raptaram-me!
Teddy!
Ei, Ei!Teddy!
Ouve!
Ouve!
Eu não quero ir, topas?
Quero estar aqui, é seguro!
Ouço coisas aqui.
Sobre o mundo exterior.
*** de bombas de hidrogénio.
Sabes como é uma bomba
de hidrogénio?
Tem...hidrogénio.
Engraçado!
Chefe!
Bombas explodem, Hã?
Mas as de hidrogénio não. Implodem.
Um milhão de vezes mais potente
que uma explosão.
Entendes?
Sim, sim...
Certeza? Percebi, Sim!
Chefe!
Não!
O que está a fazer?
Jesus Cristo, Teddy.
Jesus!
Apanharam o Billings?
Que merda é esta...
Que se passa convosco, rapazes?
Podiam matá-lo.
Atacou-nos.
Ajudem-me. Vou levá-lo à enfermaria.
Maldição!
Não! Tu não, tu não! Relaxe.
Vamos!
Laeddis...
Laeddis...
Isto é o inferno. Estamos no inferno...
Por favor...
Vão matar-me...
Por favor, por favor!
Laeddis...
Ele disse-me que sairia deste lugar.
Prometeste.
Mentiste.
Laeddis?
Laeddis?
Essa teve graça.
A tua voz.
Não a reconheces?
Depois de tantas conversas
que tivemos?
De todas as mentiras que
disseste?
Deixa-me ver a tua cara.
Dizem que eu pertenço-lhes.
Dizem que nunca sairei daqui.
O fósforo vai-se apagar.
Deixa-me ver a tua maldita cara!
Porquê?
Para continuares a mentir-me?
Isto não é acerca da verdade.
É sim!
Quero arrancar-te a verdade.
Trata-se de ti!
E de Laeddis.
É disso que sempre se tratou.
É um pretexto.
Uma forma de entrar.
George?
George Noyce?
Não, não é possível estares aqui.
Gostas?
Quem te fez isso, George?
Tu!
Que queres dizer?
O que dizes?
Que raio estás a dizer!
Estou aqui por tua causa!
George, vou tirar-te daqui.
Não sei como aconteceu.
Vou arranjar maneira de resolver isto.
Percebeste?
Isso não sei.
Uma talvez. Duas difícil. Três impossível.
Porque é que te trouxeram.
Eles sabiam!
Não percebes?
Conheciam os teus planos.
O que querias fazer.
É tudo uma farsa. Tudo isto...
é por ti.
Não investigas nada.
Caíste numa armadilha.
George...
Estás errado, errado.
Há é?
Viste só até aqui?
Com o meu parceiro.
Nunca tinhas trabalhado com ele?
Não, não, calma lá...
Ele é um U.S. Marshall.
Nunca tinhas trabalhado com ele. Trabalhaste?
George, ouve...
Eu conheço as pessoas.
Confio neste tipo.
Então, eles já ganharam.
Merda!
Vão levar-me...
Ao farol.
Meter-me coisas na cabeça.
E estou aqui... por causa de ti!
George, vou tirar-te daqui.
Não irás para o farol. Não.
Não podes matar o Laeddis
e revelar a verdade ao mesmo tempo.
Tens de escolher. Percebes. Não?
Não estou aqui para matar alguém.
Mentiroso!
Não o matarei. Juro-te, juro!
Ela morreu.
Deixa-a ir.
Deixa-a ir!
Diz-lhe Teddy.
Diz-lhe porquê.
Tens de o fazer. Não há outra maneira.
Deixa-a ir.
Diz-lhe quando trouxeste-me aquelas flores...
Tens de fazê-lo!
E disse-te que o meu coração estava triste. E perguntaste-me porque?
Ela está a manipular-te.
E disse-te que estava infeliz..
Ela vai matar-te, matar-te!
Queres tapar a verdade?
Tens de a deixar ir.
Não posso.
Tens de deixá-la ir!
Não posso! Não posso!
Então nunca sairás desta ilha.
Dolores?
Não está neste pavilhão.
Foi transferida...
Para outro sítio.
Se não estiver no pavilhão A.
Só pode estar num lugar.
O farol.
Ei!
Que Deus te ajude.
Chefe!
Temos problemas.
Cawley e o McPherson estão aqui.
Um paciente está desaparecido,
estão a procurá-lo por todo o sítio.
Vamos sair daqui.
Por aqui.
Vamos. Não pertencemos aqui.
O que aconteceu contigo?
O quê?
Onde estiveste?
Depois de levar o paciente à enfermaria,
estive a dar uma olhada nos ficheiros dos pacientes.
Encontraste o Laeddis?
Não.
Não, não o encontrei.
Eu encontrei.
O seu formulário de internamento.
Não há nada nos ficheiros.
Registos, sessões, relatórios,
fotos, nada. É estranho.
Dê uma olhada.
Mais tarde.
O que foi, chefe?
Vejo isso mais tarde, só isso.
Ashecliffe é nesta direcção.
Não vamos para Ashecliffe.
Vamos ao farol.
E descobrir que merda se passa
nesta ilha.
Ali está.
Merda!
Viemos muito para o Sul. Temos de voltar.
É impossível passar por estes penhascos.
Vamos ver se encontramos um caminho
que conduza ao farol,
talvez por detrás destas árvores. Vamos.
Porque estamos aqui?
Tenho o formulário de admissão.
Demonstra que existem 67 pacientes, coisa
que tem sistematicamente negado.
Eu vou ao farol, percebes?
O que posso dizer-lhe para que não vá.
Queres que eu pare, porquê, Charlie?
Porque passar por aí no escuro, é suicídio, é por isso!
Está bem.
Talvez seja melhor ficares aqui sentado.
Trouxe-me até aqui, chefe
Agora estou aqui preso.
Nesta ilha.
Não confiamos em mais ninguém.
E agora... age assim...
Assim como?
Como ajo?
Que diabos se passou naquelas celas, Ted?
Como julgas que é o tempo em Portland, Chuck?Sou de Seattle.
Seattle?
Eu vou...sozinho.
Vou consigo, parceiro.
Eu disse sozinho.
Está bem.
Maldição!
Maldição!
Pensava que ir chegar, antes da maré alta... Agora é tarde demais.
Chuck!
Chuck!
Vá lá!
Chuck!
Onde estás, parceiro!
Chuck!
Chuck!
Quem és tu?
Eu sou o Teddy Daniels.
Sou polícia.
É o marshall.
Exactamente.
Não esconda...
As suas mãos atrás das costas?
Porquê?
Porquê?
Para saber se esconde algo que me possa magoar.
Vou ficar com isto...
Se não se importar.
Está bem.
É a Rachel Solando.
A verdadeira.
Matou os seus filhos?
Nunca tive crianças.
Nunca casei.
E antes de ser paciente de Ashecliff
trabalhava aqui.
Você...você era enfermeira?
Era doutor, marshall.
Pensa que estou louca?
Não, eu ...
E se lhe dissesse que não estou.
Não me acreditaria, não é verdade?
Tudo isto é algo de kafkiano.
As pessoas dizem que és louco.
Se dizes que não estás,
elas reforçam o seu diagnóstico.
Desculpe, mas não percebo o que diz.
Uma vez que és declarado louco,
seja lá o que fizeres, fará parte dessa...insanidade.
Se protestas estás em estado de negação,
mostras medo, estás paranóico.
É o Instinto de sobrevivência...
São mecanismos de defesa.
É mais do que isso, marshall. Isso não o irá favorecer.
Diga-me uma coisa...
Sim?
O que aconteceu consigo?
Não me pergunte acerca........
Ou acerca de alucinogenos.
Drogas psicotrópicas.
Também acerca das cirurgias.
Já ouviu falar da Lobotomia Trans-Orbitária?
Aplicação de choques eléctricos aos doentes,
Metem agulhas pelos olhos...
E extraem partes do cérebro.
O paciente fica mais submisso.
Melhor de tratar.
É uma barbaridade.
Inconcebível.
Sabe como a dor entra no corpo, marshall? Sabe?
Depende da zona.
Não.
Não tem nada a ver com a carne.
O cérebro controla a dor.
O cérebro controla o medo, empatia
sono, ira, fome... tudo.
E se o pudesse controlar?
O cérebro?
Recrear uma pessoa,
para não sentir dor.
Ou amor. Ou simpatia.
Uma pessoa que não se pode interrogar
porque não tem memórias.
Ninguém vai tirar-me as minhas memórias.
Nunca.
Marshall.
Os norte coreanos usaram americanos capturados,
em experimentos cerebrais.
Converteram soldados em traidores. É o que fazem aqui.
Criam fantasmas e enviam-nos para o mundo.
Para fazer coisas que ninguém pode fazer...
Mas, essas habilidades, esse conhecimentos...
pode levar anos.
Anos e anos de experimentos em
milhares de cobaias.
Daqui a 50 anos, as pessoas vão olhar
para este local...
E dizer que foi aqui que tudo começou.
Os Nazis usaram os Hebreus
os soviéticos...
usaram prisioneiros dos Gulags, e nós...
Fazemos *** nos loucos.
Em Shutter Island.
Não, não fazem...
Não.
Compreende agora?
Eles não podem deixá-lo ir.
Sou um U.S. Marshall...
Não podem impedir-me.
Eu era uma reputada psiquiatra,
de uma respeitável família.
Isso não os impediu.
Deixe-me perguntar-lhe...
Sofreu algum tipo de trauma?
Sim.
Porque é que isso importa?
Porque esse passado,
poderá ser a razão porque perdeu a sanidade.
E quando o meteram aqui ...
Os seus amigos, colegas, dirão...
Claro que ele rebentou.
É normal com o que sucedeu.
Podiam fazer isso a qualquer um.
Quem é que não teve traumas?
Pois, é o que vão dizer de si.
E na cabeça?
A minha cabeça?
Tem tido sonhos estranhos ultimamente?
Insónias... dores de cabeça...
Sim tenho tido enxaquecas.
Jesus!
Deram-lhe pastilhas?
Aspirinas? Sim, aspirinas.
Jesus!
Comeu a comida da cantina e o café.
Diga-me ao menos que tem
fumado dos seus cigarros.
Não...Não.
Não tenho.
Leva aproximadamente 36 a 48 horas para
as drogas neurolépticas fazerem efeito...
Começará a sentir paralisias.
As mãos começarão a tremer.
Seria parecido com algum fantasma
dos seus pesadelos?
Diga-me o que fazem no farol?
Diga-me.
Operações cerebrais.
Do tipo, "Abrir o crânio e ver o
que se passa por dentro"
Aprenderam com os nazis.
E depois criam fantasmas.
Quem mais sabe disto?
Refiro-me aqui na ilha. Quem?
Todos.
Não seria possível...
Todos.
Não pode ficar aqui.
Não quero que me encontrem se
o vierem buscar.
Desculpe, mas tem de ir.
Voltarei para vir buscá-la.
Não estarei aqui. Mudo de lugar todas as noites.
Mas posso vir buscá-la e
levá-la para fora da ilha.
Ouviu alguma coisa do que lhe disse?
A única maneira é por ferry. E eles controlam-no.
Você nunca sairá desta ilha.
Tenho um amigo.
Estava com ele ontem, mas separamo-nos.
Viu-o?
Marshall...
Não tem amigos.
Onde tem andado.
Estamos felizes, por ter aparecido.
Sente-se.
Vá lá.
Então resolveu dar um passeio?
Fui...
Dar uma vista de olhos.
Veio desfrutar das ofertas divinas?
O quê?
Dádivas de Deus.
A violência.
No quintal da minha casa, está uma árvore,
e ela tem um ganho estendido assim...
uma mão divina.
Deus ama a violência.
Já notei isso.
Pode ter a certeza.
Porque existe tanta violência?
Está em nós.
É o que somos.
Declaramos guerra, queimamos sacrifícios...
E porquê? Porque Deus deu-nos a violência
para honrá-lo.
Pensava que Deus nos tinha dado uma
ordem moral.
Não há ordem moral em toda esta tempestade.
Lei moral não existe.
Não mais do que isto:
O meu pau é maior que o teu.
Não sou violento.
És sim.
És do piorio.
Eu sei disso porque também eu
sou do piorio.
Se não houvessem as restrições sociais,
e se não houvessem polícias como eu e tu
as pessoas matavam-se umas às outras.
Não seria assim?
O Dr. Cawley acredita que se pode controlar.
Mas eu não.
Não me conhece. Ó se conheço...conheço-o pois.
Conhecemo-nos desde há séculos.
Se eu lhe desse uma dentada num olho,
tentava imobilizar-me antes de o cegar?
Experimente para ver.
É mesmo essa reacção que esperava.
Onde tem andado?
Passeando por aí.
Óptimo. Partirá. A Rachel foi encontrada.
Claro.
Problemas...
Ó, sim...
Ontem esteve um homem desconhecido
no pavilhão C,
e submeteu um paciente perigoso a tortura.
Não me diga?
Parece que ele teve uma longa conversa com
um paranóico esquizofrénico, George Noyce.
Esse tal Noyce, é assim como disse
sofre de delírios?
Sim, extremos.
De facto, um paciente ficou tão chocado,
com uma história dele, que lhe deu
uma pancadaria.
Um cigarro?
Não, estou a tentar deixar.
Então, tomará o ferry.
Sim, absolutamente..
Penso que está resolvido aquilo
que nos trouxe aqui.
"Nós" Marshall?
Falando disso...
Viu-o Dr.?
Quem?
O meu parceiro, Chuck.
Marshal não tem parceiro, veio
para a ilha só.
Sabe, fazemos algo importante aqui,
e coisas importantes são mal compreendidas.
Todos querem soluções imediatas.
Sempre foi assim.
Eu tenho estado a fazer coisas que
mais ninguém compreende,
e agora não vou desistir, sem dar luta.
Já vi isso...
Fale-me outra vez do seu parceiro.
Que parceiro?
Marshall ...
Indo a algum lugar?
Não. Vou...para o ferry.
Lamento mas é para o outro lado.
Encontre alguém que o leve à doca.
O que é isto, Dr.? Hã?
É um sedativo.
Por precaução.
Precaução?
O que vai fazer-me?
Matar-me?
Pensa que não o merece?
Porquê? Por provocar-lhe?
Desculpe-me, que mais o provoca?
Comentários...
Palavras...
Nazis!
Há isso também.
E claro, memórias, sonhos...
Sabia que a palavra "trauma" significa
«ferida» em Grego?
E a palavra alemã para «sonho»
é «trauma»..
Feridas podem criar monstros.
e você...
tem feridas, Marshall.
Penso que concorda, que monstros...
devem ser contidos.
A ira.
Sim...
O que estás a fazer, querido?
Tens de apanhar o ferry.
Não. Não...Não.
Se o mundo pensar que o Chuck está morto, é um bom espécime para experiências.
E só há um lugar para onde o levaram.
Se fores lá, morrerás.
Ele é o meu parceiro. Não vou abandoná-lo.
Vou lá buscá-lo.
Não posso perder mais ninguém.
Não vás. Por favor não. Não vás Teddy.
Desculpa, querida.
Gosto desta gravata, porque foi
um presente teu.
Mas a verdade é que ...
É uma merda de gravata feia.
Não!
Não te mexas!
Fica onde estás.
Vai matar-me?
Não. Não te vou matar.
Porque estás molhado, querido?
O que disse?
Sabes perfeitamente aquilo que disse.
a espingarda está descarregada, já agora.
Queira sentar-se?
Por amor de Deus, seque-se.
Vai apanhar uma constipação.
Está bem.
Feriu muito o guarda?
Não sei do que fala.
Sim. Está aqui.
Diga ao Dr. Sheehan, para ver o guarda
antes de vir, se faz favor.
Então, Dr. Shehan...
Ele foi esta manhã no ferry.
Não exactamente.
Rebentou com o meu carro.
Gostava muito daquele carro.
Desculpe, lá por isso.
Cada vez treme mais.
E as alucinações?
Sai daqui, Teddy.
Este lugar será o teu fim.
Nada mal. Piorará.
Eu sei.
Dr. Solando...
Ela falou-me dos neurolépticos.
Sério... Quando?
Encontrei a Dra. numa gruta.
No barranco. Não a descobrirá.
Acredito que sim.
Ela não é real.
São delírios mais graves do que
suponha.
Não está a tomar neurolépticos.
Não está a tomar nada.
Então que merda é esta? Hã?
Que merda é isto?
Abstinência..
Abstinência?
De quê? Ainda não bebi desde que
estou nesta ilha.
Chlorpromazine.
Não defendo muito a farmacologia,
mas no seu caso...
- Chlor...Chlo...o quê?
Chlorpromazine.
O medicamente que subtilmente toma
desde há 24 meses.
Desde os últimos dois anos,
estiveram em Boston
dando-me drogas?
Não em Boston...Aqui.
Tem estado aqui nos últimos 2 anos.
Como paciente desta instituição.
Depois do que tenho visto aqui, Dr...
Pensa que vai-me convencer
que eu estou louco? Hã?
Sabe com que classe de pessoas lido todos os dias?Sou um U.S. Marshall...
Foi um U.S. Marshall...
Eis aqui uma cópia do formulário...
pertencente ao pavilhão C.
É o 67 paciente
Caso queira se por a par de todo
este assunto.
Espere aí...
Mas se,
não leu o formulário.
Pode lê-lo agora.
Vá leia-o!
Paciente muito inteligente
que sofre de delírios,
veterano condecorado de guerra.
Presente na libertação de Dachau
Ex-marshall e propenso à violência...
Não sente remorsos pelos seus crimes,
porque se nega...a aceitar o que aconteceu com ele
inventa histórias muito elaboras
para desresponsabilizar os seus actos.
Já estou farto destas montagens...
Onde está o meu parceiro?!
Onde está Chuck?!
Onde!
Vamos tentar doutra maneira.
O nome de solteira da sua mulher era Chana, não era?
Nem se atreva a falar dela!
Lamento, mas tenho.
Tinha estes quatro nomes em comum?
É a regra dos 4.
Andrew, o que é que vê?
Se fizeram alguma coisa ao meu parceiro!
É uma violação...
Concentra-te, Andrew! O que vês?
Os nomes...
Têm as mesma letras.
Edward Daniels tem exactamente
as mesmas letras que Andrew Laeddis,
as mesmas que Rachel Sonando, Dolores Chanal,
são anagramas entre si.
Isso são tácticas...comigo...
Veio aqui para saber a verdade.
Ei-la.
O seu nome é Andrew Laeddis.
O paciente 67 de Ashecliffe é você, Andrew.
Tretas!
Ingressou aqui por ordem judicial
há 24 meses atrás,
O seu crime foi terrível.
Não pôde se perdoar a si mesmo...
Então inventou outra personalidade.
Vamos...nos cingir aos factos.
Inventou uma personalidade não assassina.
É um herói,
e ex-U.S. Marshall.
Está em Ashecliffe por causa de um caso,
de uma conspiração,
e qualquer coisa que lhe digamos, ou que
tenha feito
considera sempre mentiras, Andrew.
Chamo-me Edward Daniels,
Há dois anos que ouço as suas fantasias
com detalhe,
paciente 67, tempestade, Rachel Solando.
o parceiro desaparecido, os sonhos todas as noites,
esteve em Dachau, mas não matou ninguém.
Muito gostaria que deixasse esse mundo
imaginário.
Acredite que sim.
É violento, treinado, perigoso.
É o nosso paciente mais perigoso.
Atacou os guardas e outros pacientes,
há duas semanas atrás atacou o George Noyce.
Não fiz isso!
Ordenou ao Noyce atacar-me!
Não fiz isso.
Dê-me uma razão porque não o agredi.
Porque chamou-o Laeddis,
E tudo faria para não ser ele.
Tenho a transcrição da conversa de ontem
entre si e Noyce,
isto é acerca de si e Laeddis,
e desde sempre que é.
Exacto diz que se trata de mim e de Laeddis,
quando perguntou-lhe quem lhe fizera aquilo na cara.
Textualmente ele disse «foste tu».
Força de expressão....
Quase o matou!
O Concelho de Administração decidiu que
se deve fazer alguma coisa.
Se não voltar à sanidade...Agora.
Serão tomadas medidas de forma a
não prejudicar mais ninguém.
A Lobotomia, Andrew.
Percebeu?
Sim, percebi.
Percebi perfeitamente.
Se não entrar neste jogo,
O Dr. Naehring transformar-me-á num
dos seus fantasmas.
E o meu parceiro?
Vai-me dizer que U.S. Marshalls é
um mecanismo de defesa?
Olá, chefe.
Que merda se passa aqui?
Estão feitos os dois?
Desculpe não havia outra maneira.
Alguém tem de ficar consigo a protegê-lo.
Vigiar-me, hã?
Vigiar-me em todos os momentos.
Quem ...és tu?
Quem és? Diz-me.
Não me reconheces, Andrew?
Tenho sido o seu psiquiatra nos últimos
dois anos.
Eu chamo-me Lester Sheehan.
Até falei-lhe na minha mulher...
Eu sei.
Até desci pelo penhasco, por ti.
Confiava em ti. Arrisquei tudo
para vir aqui, contigo, tudo!
Eu sei, chefe.
Está-se a acabar o tempo, Andrew,
Prometi ao Conselho de Administração,
usar todos os meios...
da psiquiatria moderna para tentar
trazer-lhe de volta.
Realizamos esta experiência...
....
E assim resolvemos soltá-lo durante dois dias.
Diga-me...onde estão os experimentos nazis.
As operações satânicas?
Andrew, ouça-me.
Se eu falhar consigo.
Tudo o que fizemos aqui consigo, será desacreditado.
Tudo.
Aqui, estamos na frente de batalha, rapaz herói...
e agora, tudo depende si.
Não se movam!
Andrew, não!
O meu nome é Edward Daniels.
Esta arma está carregada.
Vejo pelo peso dela.
E essa é a sua arma?
Está seguro?
As minhas iniciais estão gravadas,o tambor está riscado
desde que o Phillip Stanton me alvejou.
Desta vez não brincam com a minha cabeça.
Então dispare, porque é a única
maneira de sair desta ilha.
Andrew, não o faça.
A minha arma...
O que fizeram à minha arma?
É um brinquedo, Andrew.
Dissemos a verdade.
A Dolores era louca. Maníaca-depressiva.
Tendências para o suicídio.
Estava sempre bêbado. Ignorava os conselhos de todos.
Foi para a casa do lago, quando ela tentou suicidar-se,
e pegou fogo no apartamento da cidade.
Basta desta montagem!
Mentirosos!
Os seus filhos. Andrew veja os seus filhos.
Serena...
Henry...
Não tenho filhos.
A sua mulher afogou-os,
no lago junto à cabana,
aqui a menina que sonha...
Todas as noites.
Não tenho filhos...
Sempre a dizer o quanto queria salvá-la.
Salvá-los a todos.
A sua filha...
Chamava-se Rachel. E nega sempre que ela existiu.
Vai continuar a negar, Andrew?
Desculpa, querido...
Disse-te que não viesses ao farol.
E disse-te...
Que queria estar sempre contigo.
Voltei!
Tive de ir ao Oklahoma.
Parei mais de 10 vezes, daqui a Tulsa.
À uma semana que não durmo bem.
Dolores?
Dolores?
Dolores?
Dolores?
Querida...
Porque estás molhada?
Tive saudades tuas.
Quero ir para casa.
Estás em casa!
Onde estão as crianças?
Estão na escola.
Hoje é Sábado, querida.
Ao Sábado não há escola.
Na minha escola há.
Meu Deus!
Meu Deus!
Meu Deus!
Meu Deus, não!
Vá lá!
Por favor, Deus, não!
Não!
Não!
Não!
Não!
Vamos pô-los à mesa, querido.
Sentamo-los...
Mudamos-lhes as roupas...
Serão os nossos bonecos.
Amanhã, vamos todos a um picnic.
Se me amas, Dolores...
Por favor, para de falar!
Amo-te.
Liberta-me!
Querida...
Dar-lhes-emos um banho...
Amo-te tanto.
Amo-te também. Amo-te.
Andrew...
Andrew, ouves-me?
Rachel!
Rachel, Rachel...
Rachel.
Rachel quê?
Rachel Laeddis...
Minha filha.
Porque está aqui?
Porque matei a minha mulher.
E porque fez isso?
Porque ela matou as nossas crianças.
E disse-me para libertá-la.
Quem é Teddy Daniels?
Não existe.
Nem a Rachel Solando.
Eu inventei.
Porquê?
Precisamos de ouvir da sua boca.
Quando pela primeira vez tentou
suicidar-se...
Dolores disse-me que ela...
Tinha um insecto...
Vivendo no seu cérebro.
Ela sentia-o...
A andar no seu cérebro...
Movendo-se sem parar.
Ela disse-me isso.
Ela disse-me e eu não fiz caso.
Amava-a tanto.
Porque inventou as histórias?
Porque não aceitei que a Dolores
tivesse morto as nossas crianças.
Matei-a...como única forma de ajudá-la.
Matei-a...
Tenho uma dúvida, Andrew.
Já esteve melhor,
nove meses atrás, depois regrediu.
Não me lembro disso.
Eu sei.
Reinicia, Andrew.
Como uma cassete,
a tocar continuamente sem parar.
Espero que com isto, possamos por fim às crises
e parar de vez.
Preciso de saber...
Se aceita a realidade.
O senhor está aqui por mim, Doutor.
Tem tentado ajudar-me, onde ninguém consegue.
Chamo-me Andrew Laeddis ...
E matei a minha mulher
na Primavera de 1952.
Como está esta manhã?
Bem. E você?
Não me queixo.
Então o que se segue?
Diga-me qual.
Tenho que sair desta ilha, Chuck.
Regressar ao continente. Contar
o que se passa aqui, meu. É mau, mau.
Não te preocupes. Não nos apanharão.
Somos demasiado espertos que eles.
Sim, somos, não é?
Este lugar faz-me perguntar.
Sim, o quê, chefe?
O que seria pior?
Viver como um monstro...
ou morrer como uma pessoa decente.
Teddy?