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Embora eu seja ateu, prefiro pensar em mim como um agnóstico fundamentalista.
Em outras palavras, eu não sei, não acho que alguém mais saiba,
e quem quer que discorde de mim é um porco imundo infiel.
Desculpe por essa última parte, mas aparentemente essas são as regras.
Claro que é divertido especular, e essa tem sido a natureza humana desde que o primeiro homem das cavernas
observou uma águia levantando vôo acima das nuvens e pensou consigo mesmo:
“Que gosto terá? Talvez fique bom com batatas e molho.”
Nós sempre especulamos sobre o que jaz além das estrelas,
uma atividade não diferente da teologia, mas sem todas as certezas férreas.
E é divertido especular sobre as grandes questões, como o sentido da vida,
porque, nunca se sabe, alguém pode realmente aparecer com a resposta.
Até agora ninguém conseguiu, o que explicaria por que há tantas opiniões de especialistas sobre o assunto.
Só que tem uma coisa com os seres humanos quando se trata do desconhecido,
que nós não parecemos ser capazes de só nos perguntarmos sobre algo e especularmos criativamente,
talvez nos divertirmos um pouco com isso. Não, nós não.
Em vez disso, gostamos de decidir além de toda dúvida possível
sem uma única lasca de evidência.
Preferimos pregar nossas cores ao mastro antes mesmo de sabermos se há um navio preso a ele.
E freqüentemente defenderemos essa posição até a morte.
Agora, se isso não se qualifica como uma doença mental séria
eu adoraria ser instruído sobre como isso se qualifica, e por quê.
É uma pena que tantas pessoas neste planeta pareçam acreditar na primeira coisa que se lhes dizem,
e se agarram a ela pelo resto de suas vidas.
Não só ela nunca é examinada, mas qualquer tentativa de desafiá-la
é tomada como um grave insulto.
Claramente aqueles poucos primeiros meses e anos da vida são um tempo muito sensível,
e quaisquer idéias que sejam impressas na *** mole da mente não formada
naquele estágio ficam lá quase que para sempre.
E no entanto, por alguma razão, aqui no mundo civilizado
ainda é perfeitamente legal doutrinarmos nossos filhos com os mais odiosos
e divisivos absurdos que se possa imaginar.
E nós os temos imaginado, criando neles não jovens mentes brilhantes, saudáveis e curiosas,
mas extravagantes mentes-bonsai atrofiadas que são inúteis para qualquer um
exceto para um pregador sanguessuga.
Não só nós permitimos esse abuso, como o encorajamos ativamente.
Jogamos dinheiro público nele, quando estaríamos melhores subsidiando a indústria do tabaco
porque faz menos mal.
Pelo menos os cigarros trazem uma advertência de risco à saúde. Que tal uma advertência de risco à saúde mental nas escrituras sagradas?
Especialmente agora que, pela primeira vez desde a Idade Média, fé e política
andam juntas como sexo e violência,
só que desta vez armas da Era Espacial são controladas por mentes da Idade da Pedra,
e agora mesmo, especialmente no Oriente Médio, as coisas estão se arranjando direitinho
para nos explodir para o reino que virá.
Só que nenhum reino vai vir, porque este é o reino,
ele já veio, e nós já estamos vivendo o sonho.
A religião sabe disso, mas não quer que saibamos,
porque aí ela não teria mais razão alguma para existir.
Então, em vez disso, ela busca se posicionar entre nós e a nossa experiência,
um filtro auto-nomeado. Um parasita.
Bem, talvez isso esteja bem para você. Talvez isso não o incomode, porque
talvez você não queira experiência. Talvez você prefira sonhos.
Talvez você queira que sua cabeça vá para aquele lugar especial onde Deus exerce vingança
contra qualquer um cujo estilo de vida você pessoalmente não aprove
e onde Jesus te acaricia como a um cachorrinho.
Bem, se este é o caso então você poderia igualmente tomar drogas,
porque você ja está usando a droga mais perigosa que há.
A certeza absoluta é uma droga que pode fazer as pessoas fazerem as coisas mais estranhas.
É a droga do demônio, e você não quer estar perto de gente que usa esse negócio,
porque eles não estão mais no controle. Dá pra ver nos olhos deles.
A droga os está controlando,
de modo que de repente nenhuma ação é insensível demais, ou maldosa demais, ou cruel demais para ser justificada.
E se você fica dependente dela, e se você continua tomando-a, você também pode acordar um dia
tão cheio de virtude que de repente a única coisa que faz sentido então
é a morte de outra pessoa.
E você perceberá que a sua mente não é mais sua melhor amiga.
Então se alguém lhe oferecer certeza absoluta, suas palavras serão atraentes,
e você se sentirá tentado, mas simplesmente diga “não”.
A sua mente e as mentes de seus filhos lhe agradecerão por isso,
e essa, sim, é uma certeza absoluta. Paz.