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>> CRISTINA: Vossa Alteza poderia nos responder
como o Imperador poderia neutralizar investidas globalistas
tão em voga no mundo contemporâneo?
>> D. BERTRAND: A globalização é uma manobra revolucionária
que visa dissolver as várias nações.
E, dissolvendo as várias nações, os povos perdem sua identidade.
A vantagem monarquista é exatamente
que ela ressalta o que ser uma nação.
E o que é uma nação na realidade?
Uma nação é uma grande família,
com [...] comum a realizar.
E a grande vantagem da Monarquia sobre o regime republicano
é exatamente este aspecto familiar,
porque ressalta os valores da família.
E, com isso, se cria a identidade de uma nação.
O fato de ser um regime familiar,
tem um efeito psicológico sobre o corpo da nação,
semelhante à presença do pai ou da mãe junto aos filhos.
Por quê?
Assim como a presença do pai ou da mãe, junto aos filhos,
estimula as qualidades dos filhos e inibem suas travessuras,
assim também, a presença de um Imperador,
como um chefe de família,
tende a estimular as qualidades das nações,
as virtudes do seu povo
e a diminuir as suas más tendências.
Então, com isso, se restaura a consciência de uma nação
que deve resistir a esta tendência globalizante
que visa fundir todas as nações num grande magma e,
com isso, teremos uma imensa tirania.
E, também eleva uma nação para o seu papel.
>> CRISTINA: Como a Monarquia poderia neutralizar as tentativas de acabar com a família?
>> D. BERTRAND: Exatamente pelo exemplo.
Pelo exemplo que tem a família imperial.
A função de um chefe de estado é uma função simbólica
que é chamada a encarnar a atitude do seu povo.
E é chamada a ser o exemplo que sustenta o corpo da nação.
E esta é a proposta da Monarquia para exatamente defender a família.
[...] em que eles visam dissolver a família que é a célula-base da sociedade.
Toda a família é uma sociedade.
A malha do tecido social é a família.
Se a família está dissolvida, o tecido social se rasga.
>> CRISTINA: Como a Monarquia resolveria questões relacionadas à reforma agrária?
>> D. BERTRAND: A questão da reforma agrária é um mito.
Eu tenho costumo lançar o desafio
que se apresente uma reforma agrária na história do mundo que tenha dado certo.
Não houve! Não há!
O problema é muito mais que um problema.
A carga tributária que existe no Brasil é muito alta.
As pessoas não têm possibilidade nenhuma.
Eu passei toda a minha infância no campo.
Era uma fazendinha pequena de 63 alqueires
o que daria 140 hecatares, mais ou menos.
Nós vimos quantos empregados da fazenda de papai
depois de 3, 4 ou 5 anos saíam, compravam a sua terra.
Era preciso criar condições para que estas pessoas
que realmente tem vocação para a terra, possam ter acesso à terra,
como era no meu tempo de infância.
Pelo contrário, a reforma agrária, qual foi o resultado?
O fracasso mais extraordinário da história do Brasil.
Segundo o Incra, já tem 84 milhões de hectares de reforma agrária.
Qual o resultado,
não são capazes nem de suprir a sua própria subsistência.
A prova disso foi que o Lula se vangloriava,
não somente da reforma agrária,
mas, depois, trazia cesta-básica para os assentados.
Nem com a própria cesta-básica eram capaz de produzir.
O problema, no Brasil, não é a distribuição de terra.
O problema está em estimular a agricultura
e criar condições para as pessoas realmente capazes,
de serem capazes de ter acesso à terra.
Nós vemos o gaúcho, um exemplo tão claro de incentivo,
que são os novos bandeirantes.
Estão colonizando o norte do Mato Grosso, o sul do Piauí,
o oeste da Bahia, Rondônia, até no Amapá, se encontra o gaúcho.
Roraima.
Os gaúchos até foram injustiçados
com aquela questão da Raposa Serra do Sol,
que foi muito mal o que fizeram com o pequeno gaúcho
que fizeram daquilo uma Canaã e depois perderam tudo...
e o resultado?
Os índios desta terra Raposa Serra do Sol estão nas favelas catando lixo...
[...] um desastre total.
O problema é muito mais garantir a propriedade,
do que fazer uma distribuição artificial.
>> CRISTINA: E quanto à religião católica,
ela seria, novamente, declarada a Religião Oficial do Brasil quando restaurado o Império?
>> D. BERTRAND: Era no Império. É normal que seja!
Assim como na Inglaterra a religião é anglicana
e ninguém protesta contra isso,
nos países islâmicos também e ninguém protesta contra isso,
não vejo por que não haver uma religião oficial,
desde que haja a tolerância com muita coisa da religião católica e com as demais religiões.
Ninguém pode ser forçado a mudar de religião.
Mas que haja uma religião oficial...
[...] é a coisa mais natural.
Está na Constituição que é a coisa mais normal do mundo.
Pelo contrário, o que nós estamos vendo em um Estado laico
é a distorção de todos os valores.
É preciso que haja uma colocação,
uma troca [...] com a Igreja e o Estado
...e sempre foi assim.
E assim como Estado não tem o direito de intervir nas questões eclesiásticas,
nas questões temporais, a Igreja também não deve intervir.
Apenas serve, em matéria de fé e moral, aí sim,
declarar sua posição, porque a Igreja tem o direito e o dever de,
em matéria de fé e moral, apresentar sua posição.
Por exemplo sobre essa questão da família,
da propriedade e tantos valores
que estão sendo destruídos no Estado laico de hoje.