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Sapateado:
uma das maiores contribuições americanas para o mundo da dança de percussão,
nascido da mistura de tradições de dança Africanas e Européias.
Existem tantas variações no sapateado,
tantas abordagens quanto sapateadores.
E já houve muitos!
Desde seu surgimento, há mais de 125 anos,
o sapateado cresceu
no mundo do entretenimento popular americano.
Dos shows de trovadores e vaudeville,
a clubes noturnos, teatro musical, e filmes musicais,
o sapateado tem tido um papel de destaque.
E sua abordagem depende de a partir de quando na linha histórica
você quer se conectar.
O panorama do entretenimento americano mudou nas décadas de 1950 e 60.
O custo das grandes orquestras tornou-se proibitivo,
o rock and roll estava se tornando popular,
e o teatro musical americano mudou
para um formato que incorporou ballet com narrativa
em vez da extensão de shows de variedades
que havia sido no passado.
Todos esses fatores levaram o sapateado
para a periferia do mundo do entretenimento.
O sapateado ainda existia;
havia dançarinos,
mas estava fora do gosto popular.
Havia cada vez menos lugares para dançar,
e pouca necessidade de mais sapateadores,
então, aqueles que dançavam nas décadas de 1920, 30 e 40,
não tinham para quem passar sua arte.
Na década de 1970, teve início um ressurgimento multifacetado.
Dançarinos modernos se interessaram pelos sapateadores antigos,
os retirando da aposentadoria para ensinar.
Festivais de sapateado organizados pela comunidade começaram a surgir,
com os sapateadores antigos ensinando a técnica
e a história do ofício.
Os dancarinos mais velhos também deixaram a aposentadoria para se apresentarem
com grupos como The Copasetics e The Original Hoofers, viajando o mundo.
Até a Broadway voltou a ter interesse na forma,
com Gregory Hines se tornando uma personalidade pública
do sapateado no palco e em filmes.
Desde então, esse ressurgimento gerou um interesse mais popular,
com Savion Glover como elo com o público.
Considerado o mais complexo sapateador,
Glover apresenta a forma como um músico puro.
Desde os anos 1990,
e graças em grande parte ao trabalho de Savion Glover,
nós testemunhamos um aumento no interesse dos jovens em sapateado.
Eu faço parte dessa geração.
Hoje, à medida que começamos a redescobrir a arte,
nós continuamos a olhar para trás
e usar exemplos das gerações passadas do que foi o sapateado,
e, ao mesmo tempo, descobrindo nossas abordagens únicas.
Existe tanta liberdade hoje em dia.
Nós podemos pegar o que existe
e usar exemplos passados no nosso contexto único -
a perspectiva atual sobre o sapateado.
Tudo acaba se resumindo a
dois pedaços de metal em um sapato de sola de couro,
o tablado sobre a qual dançar,
o público para assistir e ouvir,
e algo a dizer.
É o equilíbrio destes elementos
que é o ofício de um sapateador.