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número 5 do mundo, venceu um jogo recheado de altos e baixos contra o argentino David
Nalbandian, o 93, neste domingo, garantindo o bicampeonato do Brasil Open. A partida disputada
no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, foi definida por 2 a 0, com parciais de 6/2
e 6/3, em uma hora e 18 minutos.
Marcado por muitos erros de ambos os lados, o segundo set teve andamento estranho. Nalbandian
abriu rapidamente 3/0, mas perdeu seis games consecutivos até cair por 6/3. A sequência
configurou um "pneu moral" - "pneu" é o nome dado no tênis quando um jogador é derrotado
por 6/0.
No último ponto, Nadal encaixou um forehand na paralela a qual Nalbandian tentou responder
com um slice. A bola flutuou até sair por pouco, o que provocou uma grande reação
do público que lotava o Ginásio do Ibirapuera, com capacidade para 9.300 espectadores.
Nalbandian havia ganhado fama por ser um dos únicos tenistas com retrospecto positivo
diante do espanhol, mas agora tem sequência de cinco derrotas
Foto: Fernando Borges / Terra Neste momento, o espanhol ergueu ambos os
braços para festejar o 51º título da carreira, sendo o 37º no saibro e o segundo no Brasil,
onde já havia triunfado em 2005, quando o único ATP nacional era organizado na Costa
do Sauípe.
Em São Paulo, o espanhol comemorou o primeiro título desde voltar às quadras. Ele esteve
afastado entre junho de 2012 e fevereiro de 2013, recuperando-se de uma inflamação no
tendão patelar (síndrome de Hoffa) e uma ruptura parcial no tendão rotuliano do joelho
esquerdo.
Ele havia retornado ao circuito na semana passada, sendo vice-campeão do ATP 250 de
Viña del Mar, sendo derrotado na decisão pelo argentino Horacio Zeballos. Nesta semana,
admitiu que ainda sofria com dores no joelho esquerdo - atua com uma faixa logo abaixo
dessa região do corpo - e lamentou que o sábado, quando venceu o argentino Martín
Alund na semifinal do Brasil Open, havia sido o "pior" dia em termos de dores.
Apesar de ainda não estar 100% fisicamente, Nadal venceu Nalbandian pela quinta vez na
carreira, a quinta consecutiva. Antes disso, o argentino havia ganhado fama por ser um
dos únicos tenistas com retrospecto positivo diante do espanhol - derrotou o colega duas
vezes em um intervalo de três semanas em 2007, vencendo por 6/1 e 6/2 nas quartas de
final do Masters Series de Madri e por 6/4 e 6/0 na decisão do Masters Series de Paris.
O encontro deste domingo foi o primeiro dos rivais em uma quadra de saibro.
Durante as rodadas anteriores da competição, Nalbandian havia recebido grande apoio do
público, mas a maioria dos fãs neste domingo se mostrava favorável a Nadal. Os espectadores
se manifestaram bastante na virada do quinto para o sexto game do segundo set, quando os
ex-jogadores de futebol Ronaldo e Djalminha, além do lutador de artes marciais mistas
Anderson Silva, chegaram às tribunas do ginásio. Assim como já havia ocorrido no último sábado,
alguns torcedores chegaram a se sentar nas escadas das arquibancadas do Ginásio do Ibirapuera,
tanto no setor inferior quanto no setor superior. Tentando contornar a situação, seguranças
liberaram a entrada dos fãs em quatro fileiras de cadeiras, em uma das laterais do ginásio,
que eram destinadas à imprensa.
Nadal, 26 anos, liderou o ranking mundial por 102 semanas na carreira e ocupava a terceira
posição no momento em que se afastou do circuito, após a derrota na segunda rodada
de Wimbledon. No retorno, ele repete a história de 2005, quando conquistou o Brasil Open na
até então última vez em que havia jogado como profissional no País.
Naquela oportunidade, na Costa do Sauípe, o espanhol tinha 18 anos de idade, era o número
48 do mundo e venceu o compatriota Alberto Martín na decisão. Aquele título, o segundo
da carreira do jogador, marcou o início de uma grande fase para ele, que ainda em 2005
conquistaria Roland Garros e mais nove competições (Acapulco, Monte Carlo, Barcelona, Roma, Bastad,
Stuttgart, Montreal, Pequim e Madri), fechando o ano como o vice-líder do ranking.