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Alguma vez você já se perguntou
como as coisas são construídas dentro de nossos corpos?
Por que nossos corpos podem crescer e curar a si mesmos
e como podemos passar adiante os genes
de uma geração para a seguinte?
Pois é, nenhum dos objetos feitos pelo homem tem essas características;
eles são simplesmente jogados fora quando quebram
e, definitivamente, não conseguem reproduzir-se.
A resposta encontra-se em algo chamado de automontagem.
Automontagem é um sistema no qual partes desordenadas
juntam-se em uma estrutura organizada,
completamente sozinhas.
Isso significa que uma pilha de partes em sua escrivaninha deveria,
em teoria, ser capaz de mover-se por si mesma ao redor,
encontrar uma outra
e construir algo útil.
Isso parece impossível,
como Transformers
ou o Homem de Areia,
mas é exatamente como nossos corpos são construídos,
como nosso sistema de imunidade funciona
e por que conseguimos reproduzir.
Automontagem é a fábrica e a máquina copiadora dentro de nossos corpos
que produzem proteínas e replicam o DNA.
É um processo que não acontece apenas
no mundo biológico e químico,
mas também é um fenômeno que pode ser visto em ímas
em flocos de neve,
em robótica,
em redes sociais,
nas formações de cidades e galáxias,
para citar apenas alguns.
Em biologia e química,
a automontagem está em toda parte,
de interações atômicas e
replicação celular
a DNA, RNA e formatos de proteínas.
Proteínas são como correntes de bicicleta
com sequências de ligações de aminoácidos.
Eles constroem a si mesmos em estruturas 3D
por causa da interação
entre os aminoácidos ao longo da cadeia,
e também entre a relação
da cadeia com o meio ambiente.
Essas forças fazem com que a cadeia flexível
dobre-se no formato 3D
que governa a função nas proteínas.
Os vírus, de outro lado, são como bolas de futebol.
São feitos de uma série de subunidades com formatos específicos.
Esses formatos têm atração um pelo outro,
então eles se ajustam de forma exata.
Imagine que você queira construir uma esfera perfeita.
Acontece que fazer uma esfera exata
através dos meios tradicionais é realmente muito difícil.
Como alternativa, você poderia tentar automontar a esfera.
Uma forma seria inflar a esfera
como uma bolha ou um balão.
Outra opção seria criar muitas peças idênticas
que se juntariam para fazer a esfera perfeita.
Você poderia tentar juntar as peças uma a uma,
mas isso levaria um longo tempo
e você ainda teria os erros humanos.
Por outro lado, você poderia projetar uma conexão
entre os componentes como ímãs
e jogá-los em um recipiente.
Quando você agitasse o recipiente
todas as partes encontrariam umas às outras
e construiriam a esfera para você.
A automontagem está sendo usada como um novo 'design',
ciência
e ferramenta de engenharia
para tornar as tecnologias de próxima geração
mais fáceis de construir,
mais adaptativas
e menos dependentes de combustíveis fósseis.
Agora, os cientistas estão fazendo 'microchips' moleculares para computadores,
nos quais aos elementos moleculares são dadas
as condições adequadas para que formem a si mesmos em caminhos organizados.
De maneira similar, agora podemos usar a automontagem
como uma forma de construir estruturas 3D com DNA,
como cápsulas que poderiam conduzir drogas dentro do corpo,
liberando-as somente se certas condições são encontradas.
Em breve, a automontagem será usada para maiores aplicações
nas quais os materiais consigam corrigir a si mesmos,
encanamentos podem reconfigurar-se de acordo com a demanda,
edifícios podem adaptar a si mesmos
ao ambiente ou à carga dinâmica,
e estruturas espaciais podem automontar-se sem humanos.
Imagine se nossas fábricas fossem mais como organismos ou cérebros
e os locais de construção fossem como jardins
que crescem e se adaptam independentemente.
As possibilidades são infindáveis
e agora depende de nós
criar um mundo melhor através da automontagem.