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Este quadro: Campo de Trigo com Corvos, é uma obra de arte revolucionária.
É o quadro que deu origem à arte moderna.
Sem dúvida, um dos seus quadros mais impressionantes,
Campo de Trigo com Corvos.
Não pelo que aparentemente diz sobre a fragilidade de van Gogh,
por que não acredito que o artista que pintou isso estivesse fragilizado,
mas pelo que ele diz sobre as convenções da arte.
Mostra Vincent em controle total,
nunca antes tão feroz em seu desprezo pelas regras.
Em sua apressada corrida para descartar toda a história da pintura de paisagens.
Começando pela perspectiva.
A questão toda foi criar uma ilusão de espaço profundo,
de modo que o olho pudesse vagar com confiança pelo horizonte distante.
Mas aqui a perspectiva é inversa, é uma estrada que vai a lugar algum.
E os dois rastros ladeados parecem subir verticalmente
pelo quadro, como o bater de asas.
E o que são aquelas bordas verdes? Capim, cercas, o canto de uma árvore?
Todos os sinais, nossa concepção de como ler sinais visuais
foram maldosamente misturados.
Então para o quê estamos olhando?
Asfixia, com certeza, mas altivez também.
Aqueles corvos talvez venham em nossa direção,
mas também parecem se afastar, demônios partindo,
à medida que mergulhamos em total imersão no poder da natureza.
E dentro de uma sólida parede retorcida, cores brilhantes
nas quais a própria cor parece tremeluzir, pulsar e oscilar.
E é com essa vida independente de formas em bloco de cor
que Vincent van Gogh cria a arte moderna.