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Bem, optei por usar toda a minha energia nos outros.
Como conseguiste isso?
Apenas tentando permanecer positiva, demonstrar que tinha fé nas minhas colegas, fé na equipa.
Foi certamente muito importante para mim não me focar na
minha própria desilusão em estar lesionada.
Porque isso é tão contagiante para uma equipa, ter uma pessoa a só andar por ali triste.
E isso também não faz o meu estilo, porque era algo do qual eu não tinha controlo.
E tudo o que podia fazer era tentar ajustar a situação e esperar
que eu pudesse jogar mais um pouquinho.
Durante esta fase, o que aprendeste, em termos de lidar com dificuldades?
Bem, tenho um livro, no qual eu escrevo de vez em quando.
E escrevi bastante quando regressei a casa depois desse campeonato.
E, bom, agora rio-me um pouco quando leio o que escrevi porque parece que...
o mundo inteiro está a cair em cima de ti, porque não conseguiste chegar aos Jogos Olímpicos.
Escrevi um pouco, durante e depois do campeonato. E antes do campeonato...
a escrita era bastante dominada pela ansiedade e felicidade que sentia,
e pela fé que tinha nele, e depois...
Quando me sinto muito deprimida ou chateada, às vezes sinto que escrever sobre isso ajuda.
Acho que tínhamos uma óptima equipa e que nos tínhamos preparado bem.
O caminho estava todo aberto para o sucesso, isto era algo que podíamos atingir.
O que escreveste?
Bem, escrevi algumas coisas que não podem ser repetidas numa entrevista.
Tão literalmente. Muita desilusão e...
perguntei-me: "Será que alguma vez sentirei o que é estar no pódio com a Noruega?", por exemplo.
Tens outras técnicas relacionadas com trabalho mental?
Bem, algumas pessoas são muito concretas e investem tempo em treino mental.
Elas, por exemplo, ouvem cassetes de relaxamento e isso...
mas eu já me apercebi que, para mim, o meu modo de relaxar ou de preparar,
tem muito a ver com música. Eu oiço música a toda a hora.
E sinto que essa é a melhor maneira de carregar as minhas baterias.
Apenas a ouvir música que gosto.