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>> CRISTINA: Como Vossa Alteza vê o progresso do caminhar da restauração monárquica no Brasil
que é um país onde a cultura, a educação e a religião é praticamente inexistente,
desde há mais de 70 anos
no qual o gramscismo espalhou suas raízes nos meios culturais,
universidades, na mídia, etc?
>> D. BERTRAND: Na realidade, hoje em dia há algo de interessante:
ninguém, no Brasil de hoje, afirma que a república deu certo.
Eu não encontro ninguém que tenha procurado fazer esta afirmação.
Pelo contrário, as pessoas começam a ter saudades de algo
que eles não conheceram mas já ouviram falar.
O estado psicológico do povo brasileiro é muito semelhante
ao do filho pródigo da parábola do Evangelho,
que saiu de casa, pediu sua parte na fortuna,
achou que ia encontrar a felicidade e que ia se realizar na vida
e que tendo abandonado exatamente a família
que é a estrutura monárquica da sociedade,
ele algum tempo depois estava na miséria,
mas total e reduzida...[...]
e aí ele veio a saudar da casa paterna.
O mesmo fenômeno se vê no Brasil atual, muitas vezes
tanta saudade de um período histórico que eles não conheceram,
mas avós conheceram, os bisavós conheceram, etc.
está na memória histórica de todo o brasileiro
a Monarquia.
E hoje ninguém duvida que o maior dos brasileiros,
o maior Chefe de Estado que nós tivemos
foi o Imperador Dom Pedro II.
E, algo de muito interessante, o mito da Princesa Isabel.
Agora o fato de ser inclusive
(e estamos recomeçando os trabalhos)
do processo de beatificação da Princesa Isabel.
Não há nenhum processo de beatificação de uma primeira-dama.
Muito pelo contrário. A vida do brasileiro tem saudade da Monarquia.
E há um aspecto interessante,
que por maior que tenha sido esta revolução cultural,
a gramsciana, exatamente,
que visa a destruição de nossas instituições,
as várias pesquisas que há no Brasil
mostram que há uma guinada conservadora no país.
A Folha de S.Paulo, que é de esquerda,
fez uma pesquisa há algum tempo atrás,
sobre a orientação política do povo brasileiro.
Num país em que a imprensa está continuamente satanizando a direita,
47% dos brasileiros, se declararam de direita;
23% centro
e só 30%, de esquerda.
E há uma outra série de outras pesquisas
muito interessantes no mesmo sentido.
que estão valorizando a família,
que são contra o aborto,
que são contra todas estas medidas de dissolução de,
dissolução não,
que eles chamam agora "nova família"
de parceiros do mesmo sexo
que é simplesmente um pecado e brado aos céus
e clamo à Deus por vingança
mas tudo isso o povo brasileiro repudia, não aceita.
E se vê que, num sentido contrário, há minorias ainda,
aguerridas, esperançosas,
lutando pela restauração da Monarquia.
Se eu fosse republicano eu temeria pelo futuro da república.
>> CRISTINA: E qual seria a primeira medida,
o primeiro ato do Imperador do Brasil, uma vez restaurada a monarquia?
E qual mudança constitucional seria mais visível?
>> D. BERTRAND: A primeira atitude de um Imperador,
educado para reinar numa Monarquia, seria uma virar de páginas.
Com grande perdão do quadro passado
e um chamamento à restauração da Cristandade.
E de uma atuação que seja, ao mesmo tempo,
católica e monárquica.
Quer dizer, reavivar os valores religiosos,
os valores familiares, aquela estrutura tradicional da sociedade.
E eu tenho certeza de que o povo brasileiro acolherá isso com grande satisfação.
Quando há uma coisa de esquerda é um caos;
quando é uma coisa conservadora, há um enorme alívio da nação.
>> CRISTINA: Seria benéfico, ao sentir de Vossa Alteza,
a instituição do denominado "recall político" quanto ao Congresso Nacional?
>> D. BERTRAND: É uma coisa esquisita não comum no Brasil,
mas existe no Estados Unidos e é uma coisa sadia.
Que quando um político não corresponde à expectativa é normal que haja o recall.
Aliás no Estados Unidos existe isso.
E tentaram fazer um recall, recentemente,
no governo de um estado que normalmente é democrata, mas que o governador é republicano
e que começou fazer campanha contra, exatamente,
o casamento homossexual, e muitas das barbaridades...
então a esquerda toda se uniu e, infelizmente,
por ser mobilizado por freiras católicas de esquerda,
foram casar a alma desta campanha pelo recall
e quando foi feito o recall, ou referendo,
o governador venceu largamente e manteve as posições conservadoras.