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"CRISE"
"Manuscrito" por Ingmar Bergman, 1946
Tradução/ Legendas "espantalho"
A cidadezinha é realmente pequena!
Aqui, mergulha-se os pés na água do rio
e se descansa suavemente nessa amplidão verde!
Não há nem estação de trens que possa romper com essa paz meditativa.
Sem indústrias, sem cais de porto
que apresse a sólida paz do dia a dia
ou a tranqüila paz do anoitecer.
O acontecimento do dia é a chegada do ônibus.
Ele traz jornais, cartas e às vezes feições pouco familiares.
É possível discernir um traço de perigo, de vida agitada.
Hoje, uma senhora nunca vista desceu passo a passo do ônibus.
Tudo nela é estranho e discretamente preocupante.
- O vestido, o rosto, as unhas, o chapéu e os olhos -
tudo nela fala de um grande e distante mundo.
Quem é bem informado em festas pode facilmente supor
quem e o quê aconteceu à senhora.
É a Sra. Jenny, que depois de 18 anos, vem ver a filha Nelly,
que cresceu sob os cuidados da Srta. Ingeborg Johnson.
Muito de acordo com o Tio Edward, a família do doutor Ingeborg, que disse:
"Está se aproximando um golpe terrível para os Ingeborg."
A Srta. Ingeborg é professora de piano
e aluga uma sala para um jovem veterinário, de nome Ulf,
que ela usualmente chama de "Uffe".
Deixemos o jogo começar!
Não gostaria de chamar essa peça de um grande ou angustiante drama.
É meramente uma peça de todo dia.
Quase uma comédia.
Vamos levantar as cortinas.
Você toca com os dedos, não com os cotovelos. Um, dois, três, quatro...
Eu pergunto, Malin, você limpa essas almofadas batendo?
Oh, isso não é importante, não é?
Não, não é!
Kalle, não pode se tornar um bom pianista
se o seu coração não está afim.
Deus sabe se há ou não um coração quando se toca.
Fiquemos felizes, pois Beethoven é surdo!
- Malin, você irá polir a chaleira. - Aquelas também serão polidas?
Não importa. Sempre trabalhou duro antes de chegar aqui.
É porque sou muito barata!
Agora, então! Os pagamentos básicos estão feitos, minha cara!
Façamos uma pausa! Tudo de bom!
Tudo de bom, também.
Limpe os seus dedos no lenço, se tem algum!
- Alô! - Nelly... Já está em casa?
Oh, Mutti, estou com uma pressa danada, cheia de embrulhos...
e estou indo encontrar o Uffe.
Ele disse que precisa falar comigo.
- Está muito ansiosa para essa noite? - Estou feliz com minha dor de barriga!
Queridíssima criança!
Essa é a Tia Jessie, terá que tocar com ela ao invés de ...
- Olá, Tia Jessie! - Bem, eu nunca...
Olá, cara Jessie!
- Ingeborg, eu... - Seu cabelo está bonito.
- O que fez de especial nele? - Não sei...
- A cor lhe faz parecer mais jovem. - Isso não é justo!
- Quer dinheiro emprestado? - Alguém quer falar de outras coisas.
Me deve um pouco... 73 coroas e 50 centavos.
- Algum sapato para se lustrar? - Não se preocupe!
Então, está feito!
- Quanto lhe devo? - 2.25.
Não tenho dinheiro hoje!
Pode me emprestar cinco coroas? Realmente preciso...
É você quem tem uma carteira adorável... Nunca vi uma mais adorável!
- Tenho 2 coroas no meu lenço. - Cinco, Malin, cinco...
- Minha mãe costumava dizer... - Deixe-a descansar em seu túmulo.
- O que anda procurando? - Só tenho 10.
Serve para mim!
- Oh, Ingeborg... - Jessie!
Precisa me emprestar 60 coroas.
- Você enlouqueceu? Por que? - Pode ir agora, Kalle.
- Vai ou não vai me emprestar o dinheiro? - Posso emprestar 30 coroas.
- É tudo o que tenho. - Abençoada seja!
Confiei em dividir com você mas pedi o dobro.
Uma Sra. quer vê-la.
Provavelmente alguma aluna de sua mãe.
Pode ir ao Anderson
e conseguir um vestido para mim?
- É para Nelly? - Sim, é para ela.
Se apressa!
- Como vai você? - Oh, é você...
Bem-vinda!
- O que tem no embrulho? - Uma surpresa.
Uma surpresa...
Não pode me dizer o que é? A curiosidade cresce com a idade.
Uma surpresa para você e Mutti.
Me diga de onde ela vem.
- O embrulho. - Vem do ônibus, se quer saber.
Abelhudo!
Eu disse, Nelly...
Você é terrivelmente afiada na dança.
A única coisa que tem na cabeça é aquele tradicional baile à noite.
Imagino que será um sucesso!
Nelly... gostaria de ir lá comigo?
- O que? - Quer ir comigo?
Querido Uffe! Acha que pretendo ir com um homem mais velho?
É assim tão inconcebível?
- Nelly... - O quê?
- Então, não vê? - Está querendo me propor novamente?
Não vê porque voltei e ocupei uma sala com a Srta. Ingeborg?
Posso ir agora?
Tudo o que pode pensar agora é naquele baile antigo.
- Não significo nada para você. - Seu tolo!
Amo minha pequena Mutti e também gosto muito de você,
como gosto do piano
e da velha cômoda, mas isso é tudo!
Não posso ficar aqui por toda a minha vida.
Preciso experimentar outras coisas.
- Realmente sabe o que quer? - Sim, uma delas é sonhar...
Não parece estar preocupado com isso. Não está preocupado, está?
Oh droga, me esqueci de comprar grampos!
Diga a Mutti que logo estarei em casa! Até mais, velho...
Como vai?
A garota é minha,
não sua.
De novo redescobrindo, clamando por Nelly.
É impossível compreender... Não sei o que dizer.
Tem algum motivo?
Sou a mãe dela, não é suficiente?
Percebe isso, agora, depois de 18 anos?
A minha vida não tem sido exatamente fácil.
Ela tem, possivelmente teve, uma vida mais pacífica contigo.
Mas agora estou em uma melhor situação.
Parabéns!
Poucas pessoas podem dizer isso, hoje em dia.
E existe um lugar melhor para uma criança do que perto de sua mãe?
Uma mãe verdadeira, quer dizer, não aquela que deu à luz!
Realmente nos quer como inimigas,
Srta. Johnson?
Como poderemos ser inimigas, passando sobre a felicidade de Nelly?
Seria melhor para Nelly ficar comigo.
Acho que ela fica melhor aqui.
Ela tem tudo o que precisa e alguém que se importa com ela.
Melhorou de emprego, melhorou o salário e conhece pessoas da sua idade.
E teria estado com a sua mãe,
Srta. Johnson.
A mãe que por 18 anos a negligenciou...
Não creio que possa defender a sua posição.
Devemos deixá-la escolher.
Ela fará do modo que dissermos a ela.
Deixe-me dizer uma coisa...
mas não precisará dizer a Nelly ou a outra pessoa...
Estou doente.
Nelly é tudo para mim.
Sinto que fui de algum valor, quando ela precisou de mim.
Não pode me deixar a guarda dela por mais algum tempo, até que...
Até que...
Então pode ficar com ela. Tem a sua vida toda!
Não pode, por favor, ir embora e deixar as coisas acontecerem?
Então, não é por causa da garota, mas por sua causa,
que quer ficar com ela.
Não somente por mim...
Nelly está confortável aqui, ela é feliz!
Não a tome de mim. Eu não posso ter filhos!
Tomar de você?
Portanto não pensa se Nelly gostaria de ficar?
Estou certa de que poderá ter filhos. Eu também sofri por isso.
- Mas, para mim passou... - Isso é apenas um capricho para você.
Por favor, escolha com mais cuidado as suas palavras!
Bem... Deixaremos que ela decida.
Poderemos nos falar amanhã!
Me perdoa, se feri os seus sentimentos.
Nelly e eu somos imensamente agradecidas a você.
Realmente perco o meu juízo facilmente. Me perdoe...
Precisa de um comprimido? Parece um pouco indisposta.
Não? Até mais, então.
Entre!
Entre!
Que diabo!
É você, Jack? Por deus, o que faz aqui?
Está maluco! O que está fazendo aqui?
Estava entediado e a segui até aqui para ver se não estava chateada comigo.
Uma roupa para o baile à noite.
Roupas especiais...
O seu cabelo está feito... o Baile na Prefeitura, não é?
- Não estou incomodando? - Seu tolo, estou contente que esteja aqui.
Como um garoto bonito, não é?
- Querida. - Sim.
Jenny... vem aqui!
Claro.
Claro, querido.
Agora me diga que negócios escusos você tem nesse buraco.
- O que o ciumento Jack queria saber? - Nada!
Jack está faminto pois foi deixado sozinho na cidade sem dinheiro.
Diga-me tudo, do contrário cortarei a sua garganta
e ponho você em um baú!
Bem? O que vai fazer?
Tenho uma filha aqui, se quer saber.
O que, sua velha pecadora? Então teve uma filha?
- Adulta? - 18 anos.
Jenny tem uma filha de 18 anos...
Jenny tem uma filha que está com 18 anos.
Pela primeira vez em dois anos você me interessa.
Interessante... Muito interessante.
Nelly vai a uma baile, para se divertir.
E você a pediu em casamento antes dela se divertir... idiota!
- Vou dançar todas as músicas com ela. - Mantenha-a dominada!
Os homens não são lá muito astutos...
Você veio para ganhá-la essa noite. Ela o verá depois dos outros.
Quão elegante e maravilhoso você é.
Nunca fui maravilhoso.
Um homem que propõe casamento à luz da lua, sempre é.
Nunca proponha à luz do dia!
- Não é adorável? - Nada mal.
Nelly, pode vir aqui?
- Temos uma surpresa para você! - Estou bem aqui!
- Segure aqui, Uffe. - Tenho uma surpresa também.
Então ela verá agora mesmo.
É isso... combinamos isso também.
O Senhor e eu sempre temos uma ótima idéia no último momento.
O que está vestindo, amada criança?
Mutti...
Me comprou um vestido também?
É apenas um tecido simples.
Eu lhe prometi um...
É tão bonito!
Onde conseguiu aquele outro?
Tia Jenny me mandou. Escrevi a ela e lhe disse que estava indo a um baile.
Não é adorável?
Tia Jenny está na cidade e quer se encontrar contigo.
Tia Jenny está aqui?
- O que será que ela quer? - Falaremos sobre isso amanhã.
Não acha que ela quer as coisas prontas para a sua visita?
Senhoras e Senhores!
Em um momento cheio de dor, sofrimento e escassez...
...nós, com toda a nossa abundância,
fazemos a nossa obrigação
para ajudar a aliviar o sofrimento de outros, dentro do possível.
A festa dessa noite,
iniciativa verdadeiramente de vocês, é parte dessa campanha.
Dito isso, declaro aberto o baile
e espero que todos se divirtam,
passem bem e sejam felizes com o melhor de suas habilidades.
E com isso convido a orquestra a começar! O Danúbio Azul!
- Não sou muito bom em valsa. - Não...
- Disse alguma coisa? - Eu? Oh não, nada!
- Pensei que tivesse dito algo. - Não, nada. Por quê?
Apenas pensei que tivesse dito algo...
Não faz mal!
É a garota com o cara alto?
Comprei o vestido. Ela não é linda?
Eles não podem tocar outra coisa a não ser valsa?
O prefeito adora dançar, mas só sabe dançar valsa!
Posso?
- Acho que está um pouco bêbado! - Acho que é recíproco, Mami!
Todos estão cansados dessa valsa, mas nós estamos nos divertindo!
- Estamos? - Claro!
Ficou amargo, de repente!
O que acharia se eu chamasse a sua filha para dançar?
Sem problema. Pode fazer o que bem entender!
Posso?
É muito bonita!
- É a mais bela do baile! - É muito agradável da sua parte.
A beleza feminina me faz melancólico.
Estou muito feliz por ter encontrado você.
Acho que precisamos nos ver um pouco mais.
- Parece entristecida! - Eu? Não sou de todo triste!
Não desse jeito.
Mostra uma tristeza profunda no olhar.
Talvez o seu coração esteja triste.
- Fala como em uma novela! - Tinha a intenção de ser um padre.
- É daqui da cidade? - Moro aqui!
- Que sorte! - Por quê?
Por viver em paz, longe do barulho e aborrecimentos.
- Pode ser um pouco pacífico demais. - Isso é o que diz!
- Sou Jack. Qual é o seu nome? - Já nos trataremos pelo primeiro nome?
Não podemos ser bons amigos e dizermos tudo um ao outro?
Olha para aquela... Olá, olá!
Vamos brindar aos bons amigos.
Um copo, por favor!
Aqui está o seu...
Você também, meu amigo! Mais um copo, por favor.
Por favor, segura isso por um momento.
Deve provar disso, querida menina.
É minha criação!
O chamo de "A Música Noturna de Jack o Estripador, Parte Dois."
Desliza facilmente. Estou certo que gostará!
Senhoras e Senhores!
Tendo em vista o "atrasar" da hora,
faremos algumas brincadeiras e descansaremos os nossos pés.
A Música Noturna de Jack o Estripador, última parte!
Amem!
Para com isso!
Para, eu disse!
- Quer dançar, Prefeito? - Que diabo?
Ela beijou o meu marido?
Jack! Jack!
Que grupo de marionetes irado! E quem os deixou irem embora?
Fui eu! Vamos!
Onde está Ulf? Você o viu, aquele alto?
"O que o amor pode fazer desafia a tentativa de amar.
- "Teu parente não está mais comigo!" - Ele o mataria!
"Há mais perigo nos teus olhos que em vinte das espadas deles.
"Se olha docemente... sou a prova contra a inimizade deles.
"Minha vida foi melhor finalizada pelo ódio deles
"então a morte acabou esperando pelo amor de Julieta."
Está muito divertido. É diferente de tudo!
Não sou...
Pode ouvir um motor zunindo? É o mecanismo do meu relógio.
Você me gira com uma chave!
- Quem te faz girar? - Não gostaria de saber?
Coitado de você!
Não tenha piedade!
Um dia deixo o teatro de fantoches e entro na escuridão.
A primavera vai chegar, tudo irá cair e as pessoas dirão:
"Aquele Jack, o que aconteceu a ele?"
Nunca está verdadeiramente feliz?
- O que acha? - Feliz. Precisa saber...
Estou feliz agora, Nelly.
Posso beijá-la, Nelly?
Uma vez vivi sob os degraus das ruínas de um velho castelo.
Em frente havia uma grande janela quebrada.
Através dela eu podia ver os campos sob o luar.
O mar e as florestas... e duas fábricas de refeição de osso.
Naqueles dias eu era feliz!
Agora eu sou tudo, mas não feliz.
Estou sendo vigiado por um dragão.
Ele me dá tudo o que preciso em troca de
algumas gramas do meu corpo e algumas "onças" do meu cérebro por semana.
Como você é estranho...
Não haverá mais nada daquilo, agora.
Posso beijá-la de novo?
Isso é justamente uma vida à luz do luar.
Ainda não é para você, mas brevemente a descobrirá.
A luz irreal, a escuridão e as sombras e toda a sorte, terão receio de...
Nelly!
Seu grande bastardo!
Me deixe quieto! Não me bata!
- Não... Oh! - Não, Ulf!
O que está...? Deixe-me!
Por que está me seguindo?
Pare com isso!
Por que se exibir aqui?
Assassino!
- É uma bela confusão! - Não me segure desse jeito!
E que galanteador! Fiz isso por causa da Srta. Ingeborg.
- Não pode dizer isso! - Teve algum tipo de sucesso?
- Mas, me deixa explicar! - Por que deveria?
Vai a um baile e comporta-se como... Bem, exatamente!
Não compreende! Estava muito feliz no baile.
- Esse vestido me fez querer cantar! - Não pude dissimular esse desejo.
- Eu não cantei muito. - Bêbados esquecem facilmente.
Não cantei no salão e não estava bêbada!
Estava cega de tão bêbada!
Ulf!
Grite então, se acha que adianta alguma coisa!
Não pretendo dizer que é falha sua,
mas vive dizendo "siga os desejos do seu coração".
Eu e minha grande boca...
- O que mais? - Nada mais, de verdade.
Oh sim... O prefeito veio se antecipar.
E pus os meus braços ao redor do pescoço dele...
Não sei...
- E Uffe se levantou boquiaberto. - O que o pobre rapaz pode fazer?
Oh, Mutti!
É tão bom estar com você de volta.
Sinto como se estivesse voltando de uma longa jornada.
É muito bom também tê-la de volta em casa.
Sempre quero estar com você.
Jamais quero me separar...
Não a deixarei ir, minha criança, sustento e asseguro isso.
Não a deixarei ir.
Só tenho você. Ninguém mais significa algo para mim.
Estou tão feliz, agora!
Não faz idéia do quanto me fez feliz!
A cidade acordou na manhã de domingo
com novidades sensacionais.
As chaleiras estavam borbulhantes nas casas pequenas.
Algo terrível havia acontecido no baile.
Lá estiveram estranhos, desconhecidos...
Uma devastação, uma dança obscena.
E algo havia acontecido a Nelly, da Srta. Johnson.
Algo chocante
e inexplicável...
Por certo algo não muito agradável para Nelly se estivesse na cidade
depois daquele escândalo.
- O que andou ouvindo, Malin? - Bem!
A Srta. Nelly tocou trompete no baile!
Não acha isso inteligente? Você mesma nunca aprendeu...
- Nunca a vi tocar trompete. - Não era trompete.
Seria então um órgão?
Olá...
Olá!
- Soube que eu estava chegando? - Sim.
Esperei até a Srta. Johnson sair, pois queria estar só com você.
Mutti está tocando em um funeral, e...
Parece muito ansiosa, querida.
É uma grande garota, Nelly.
Não tem nada para me dizer?
Sinto algo estranho...
Não irá acreditar, mas muitas vezes penso em você.
Também penso em você, Tia.
Tia...
Poderia considerar e me chamar de "Mamãe"?
Talvez, eu...
Bem, vamos nos contentar com Tia, por enquanto.
Não era muito mais velha que você é hoje quando tive você.
Sei que sempre se empenhou muito por mim.
Todos nós temos os nossos problemas...
No meu salão de beleza se faz um trabalho muito interessante.
Gostaria de vir comigo e aprender um pouco sobre isso?
Naturalmente não há motivo para ficar para sempre...
Nelly, talvez esteja noiva...
Não seria tão estranho na sua idade, minha querida.
Terá um bom salário, poderá comprar belas roupas.
E partirá desse lugar.
Poderá vir e ver Mutti em suas férias,
e ela poderá nos visitar.
Desculpe-me.
- Adoraria ir com você. - Então, estamos combinadas.
- Tão logo quanto possível. - Podemos partir hoje à noite.
Quero partir hoje à noite, se possível.
Nelly decidiu ir comigo.
Espero que a deixe ir sem palavras ásperas.
Não uso palavras ásperas sem razão.
Seremos capazes de mantermos boas relações.
Acho que deve ir agora.
Falaremos em boas relações de uma outra vez.
- A Titia me prometeu férias... - Precisa merecê-las, antes.
- Quando estará partindo? - Essa noite, se possível.
- Está indo, Mutti? - Preciso arrumar as suas roupas.
- Olá, está nesse trem? - Engraçado, não é?
- É você quem diz. - Deixe-me apresentá-los.
Jack, meu meio-sobrinho, minha filha Nelly.
- Não há razão para ser formal. - Sou parte da família.
Tentei arranjar uma mãe para ele desde que seus pais morreram.
Morreram...? Oh, certo, febre tifóide, em Londres.
Vieram em um barco de bananas de Antananarivo.
Não nos conhecemos?
- Já? Que gentil! - O rosto da garota é familiar.
- Já está um pouco enrugado. - Me encharquei a noite toda.
Isso leva fatalmente às rugas!
Especialmente em um túnel longo, desses!
O sensacional e embaraçoso incidente foi eventualmente esquecido.
O verão se foi.
A Srta. Ingeborg Johnson parecia a mesma
quando ia à capela ou dava aulas de piano.
Talvez um pouco mais velha, um pouco mais solitária.
Ulf desistiu de sua sala e deixou a cidade.
Malin, a pobre moça,
de repente adotou um casal de gêmeos saudáveis da população local.
O pai havia desaparecido com as economias dela.
Ela mesma estava muito feliz!
O homem ficou com o dinheiro e a diversão.
Malin, com as crianças e a desgraça. É isso o que acontece quando se é pobre.
- Lembre-se disso! - De preferência não, obrigada!
Me dê 5 dólares para as lãs. Estou tricotando para os gêmeos.
Não vou dar! Tenho dinheiro suficiente graças a mim mesma.
- Vai receber as suas 20 coroas. - 25!
Fique viva, 25! Só estava testando a sua memória.
Se ao menos pudesse fazer para fora. Fui comprometida com o seu irmão.
A minha vida toda sempre soube que estava por perto.
Sortudo do Harold que morreu jovem!
Ingeborg! Me preocupo com você, por que não pode me levar a sério?
Emagreceu e está pálida!
Alguma novidade de Nelly?
Sim.
Recebi uma carta gloriosa essa manhã.
Bastante longa... seis páginas.
Expandiram novamente o salão.
- Ela tem saído lá como aqui? - Oh, sim!
Ela estava indo a um jantar na terça-feira à noite.
Sim, terça-feira... Eles têm um grande circulo de amigos.
Ela gosta do trabalho e conhece muitas pessoas...
Ela se foi há muito tempo atrás. Gostaria que...
- O que há de errado? - Me sinto um pouco incomodada.
Ingeborg, o que está acontecendo?
Edward, ambos somos pessoas equilibradas.
O que está acontecendo comigo?
Sente-se aqui e deixe de ficar estranho.
Nos conhecemos há muito tempo, não podemos ser sinceros?
- Sim, certamente! - Então?
O negócio é operar e se restabelecer em seguida.
Está certo de que uma operação ajudaria?
Serei perfeitamente honesto contigo...
Esse é um assunto sério!
É um procedimento cirúrgico complicado
que talvez atrase a evolução das coisas por mais alguns anos.
- E sem a operação? - Terá pouco tempo...
Talvez um pouco mais, um pouco menos. É duro dizer.
Agora sabe quais são as condições.
Estou muito agradecida.
Me diga outra coisa... O que posso esperar, ficar de pé?
Poderá se mover livremente até alguns meses antes...
- E os espasmos? - Terá a medicina para isso.
As coisas são realmente o que teriam que ser. Isso me consola!
Mutti... Mutti!
Meu Deus, é você... me assustou!
Jessie...
Jessie, acha que posso ir ver Nelly?
O que há com você? Nunca me pediu um conselho.
Algumas vezes precisamos dos amigos. Não é minha amiga?
- Sabe que sou. - Bem, posso ir vê-la?
- Pode fazer o que quiser. - Não posso ir.
- Por que não? - Não tenho nenhum tostão!
- Lhe empresto o dinheiro. - É tão generosa, tão generosa!
E quando voltar me sentarei e farei tricô todas as noites.
Acenderemos o fogo no outono frio.
Ingeborg, minha querida!
Não posso suporta isso por muito tempo!
Obrigada, querida Jessie. Vai me ajudar? Estou partindo hoje.
Ele correu com seu chapéu para trás, cabelos tingidos
e seu casaco abriu em pleno inverno,
parecia ter 20 anos.
Acredito que tivesse 38.
Depois, quando nos envolvemos, descobri que tinha 60.
Para citar Catharine a Grande: "Quando já tiver tido 100 homens,
"vai entender que não há diferença real entre eles."
Posso ajudar?
Tem algum compromisso?
Nelly, venha aqui!
Srta. Johnson!
Bem-vinda!
Que surpresa agradável! Nelly ficará muito feliz.
- Espero não ser inconveniente. - De jeito nenhum.
Só entendi pela minha cabeça que precisava vir.
Que sensato!
Nelly não está em casa, mas estará aqui a qualquer minuto.
Ficará muito feliz em vê-la!
- Quer conhecer o quarto dela? - Sim.
Nelly parece gostar daqui.
Ela está sempre fora se divertindo.
Ela tem muitos amigos e todos gostam dela.
Isso é bom!
Ela tem escrito, não tem?
Sempre digo a ela para lhe escrever.
É muito simpático da sua parte.
Mas quem sabe ela não encontre tempo para fazê-lo.
- Então, o que acha do quarto dela? - Muito agradável!
E aqui está o armário de roupas dela.
Tenho comprado coisas novas feitas só para ela. Veja essa...
Um vestido adequado a uma princesa. Sinta a seda!
Um vestido adequado a uma princesa...
E veja os sapatinhos dela... Ela tem aqueles pés pequenos.
E ela tem novas roupas de baixo também.
É muito bom dar a ela coisas bonitas.
Essas coisas a transformam e a fazem muito feliz.
Poderíamos nos sentar?
Aqui está o diário dela.
- Lê o diário dela? - Apenas dou uma folheada!
É muito divertido. Ouça isso, por exemplo:
"Estive com mamãe essa manhã quando ela se vestia. Ela se parece muito jovem.
"A sua pele parece mais jovem que a minha, que é acinzentada."
- Isso não é fofinho? - Não quero ouvir mais nada.
Não? Não leio mais, então!
Sempre a vi escrever o seu diário, mas nunca o li.
Essa é você, Srta. Johnson. Mas então é muito íntegra.
- Como você está, parece pálida? - Obrigada, estou bem.
- Novidades da província? - Oh sim, comprei um gerânio.
Que coisa mais adorável! Adorável!
Minha querida, minha adorada pequena...
Me perdi muito de você.
Está mais velha e mais bonita!
- Muito mais bonita. - Está me embaraçando!
E o seu cabelo. Atrás estava sem corte nenhum, é sério.
Tive um pressentimento que estava vindo. Saiu essa manhã?
E Tia Jessie deixou você vir? Como está ela?
O cabelo dela está da mesma cor?
Nada de novo aconteceu por lá, somos as mesmos de sempre.
- Gostaria de me falar das coisas? - Meu trabalho é muita diversão.
Sempre conheço pessoas divertidas... e alguns bizarros.
Alguns são muito bizarros. Sabe, Mutti...
Jenny é muito boa para mim, sempre me dando coisas... me mimando.
Acho que era muito sozinha antes... Antes o salão a ocupava muito.
- Tem visto Ulf? - Não.
Ele está aqui na cidade? Eu nem sabia.
- Bom e velho Uffe. - Ele se mudou quando você saiu.
Se mudou? Entendo...
Sinto muito por saber disso.
Com quem está deixando a sala agora?
A sala espera pelo retorno dele.
Mutti!
O que está tentando me dizer? É tão difícil assim, dizer?
O que é? Nada.
O que poderia ser? Não pode ver que estou feliz?
- Que tudo aqui é agradável? - Não está me dizendo a verdade.
Precisa me dizer o que é!
Nada de importante, minha querida Mutti.
O jantar está servido.
Querida Nelly.
- Não entendo onde Jack está. - Nunca chega na hora.
Meu meio-sobrinho, está sempre por aqui.
Ele é um ator.
Mas está sem trabalho há algum tempo.
Ele ficou de aparecer na rádio, a semana passada.
E está fazendo parte de um filme.
- O que houve com o trabalho da rádio? - Foi cancelado.
Um papel em um filme parece interessante.
Mas pode ser uma de suas invenções.
Por que diz isso?
Disse a si mesma que ele é um grande talento.
Está certa de que não tenha sido ele mesmo quem disse isso?
Não pode falar de Jack na frente de Mutti.
Por que tão esquentada, Nelly? Acho que está ficando vermelha.
Jack é um bom garoto, um pouco imaginativo, às vezes.
É um artista, mas você não compreende que...
se ele pega a participação no filme pode começar a pagar por si mesmo.
Nunca aceitou o dinheiro dele antes.
Porque sabia que não tinha nenhum.
Era mentira... a imaginação artística dele, se prefere.
Podemos nos levantar?
Preciso me entender... Preciso ir à estação de trem.
É uma pena, não verei você sair. Voltará em breve?
Daqui a um tempo.
Obrigada, posso ajeitar-me.
Então terei que restabelecer-me contigo.
É sempre bem-vinda, sabe disso.
Me desculpa, mas não é a Srta. Ingeborg?
Sou Jack.
Moro na casa de Jenny... de vez em quando.
- Já esteve com elas? - Sim.
Mas estou pegando o trem de volta essa noite.
- Posso vê-la partir? - Não se preocupe comigo.
Sem problema algum. Vamos!
Aqui está o seu bilhete e outro para o carro leito e algumas balas.
E uma revista.
Muitíssimo obrigada pela sua ajuda!
Não há de quê!
Mas não pode ficar aqui por muito tempo!
O mais demorado me parece o melhor.
Não quer ir àquela festa com Nelly?
- Não é isso... - Não?
Não seria indiscreto para você perguntar.
O que perguntaria?
"Jenny também está indo à festa?"
E eu direi "não, não está".
E tudo é uma baita de uma confusão.
E até eu conhecer a sua pequena garota...
Digo "sua", porque ela é sua,
mesmo que Jenny tenha dado à luz a ela.
Bem, desde então,
há muito tempo não sou uma criatura romântica em uma vida romântica.
- Me compreende? - Não de fato.
Não é fácil compreender.
- O que quero dizer é que... - Está apaixonado por Nelly?
Não é isso. Não é isso de maneira nenhuma...
Não posso me apaixonar... Só amo a mim mesmo.
Mas Nelly... é de certo modo real, se entende o que penso.
Entendo.
Ela é tão real que eu sempre me torno mais e mais irreal
e já quer saber porque vivo essa minha vida fascinante em tudo.
Talvez eu entenda!
Posso na verdade fazer dela a minha âncora.
Em meu próprio benefício, é isso.
É puramente um ponto de vista egoísta.
- Existe um preço a se pagar por isso. - Oh, sim.
A pena para quem sempre recebe sem dar é extremamente severa.
Pode me dar um cigarro? Suas palavras são meio preocupantes.
- Com prazer. Aqui está. - Obrigada.
- Devo dizer que a admiro. - A mim?
Você tem dado e dado sem pensar em si mesma.
Tenho?
Nelly sempre fala de você. Ela a ama.
Um dia ela voltará para você, então terá a sua recompensa.
Jenny e eu teremos que pagar então.
Jenny... mora comigo.
E eu moro separado de Nelly. É tudo especialmente infernal.
Temos que estar contentes porque a temos emprestada.
E vou lhe dizer algo mais.
Essa noite vou retirar esse paletó listrado,
fazer um embrulho com ele e enviá-lo a Jenny.
Agora me pergunta o que irei fazer depois disso.
Me vestirei com os meus velhos trapos.
Vou deixar Jenny e tudo isso.
Viverei sob alguns degraus onde a lua irá brilhar.
Estarei olhando para todo o campo,
a baia... e duas fábricas de alimentos de osso.
Bem, precisamos nos separar, se não quiser perder o trem.
- Obrigada por me fazer companhia. - Imagina...
Tenha todos os cuidados com a menina. Ela o estima muito...
Não sei se está apaixonada...
Estou muito preocupada.
Algumas coisas estão para acontecer mas não sei o que serão.
Atenção!
Passageiros do expresso noturno,
por favor tomem os seus assentos.
Por favor fechem as portas.
Vou dormir agora. Muito cansada...
Vim aqui para estar com a minha neta.
Veja bem, não sou a sua mãe verdadeira.
O outro garoto me disse isso há muito tempo atrás.
Mas nunca quis lhe dizer, pois só lhe faria aborrecer.
É verdade?
Me lembro da confirmação dela. Vendi os meus livros, aí ela pode ter um vestido.
-Eu e você sempre a amamos. -Só amo a mim mesmo.
Na realidade, posso fazer dela a minha âncora.
Para o meu próprio benefício.
Não é por causa da garota, mas por si mesma,
que a quer sustentar...
Caro Senhor, por que isso foi acontecer justo comigo, uma velha mulher?
Sempre acreditei que amasse a menina por ela mesma.
Para que mais eu existir?
Caro Senhor, tire esses pensamentos de mim!
Não quero ter esses pensamentos, não posso sofrer por eles!
Socorro! Eu não quero morrer! Não quero morrer!
Por favor, me ajude! Não posso suportá-los!
Calma!
Provavelmente alguma coisa que comeu.
Sempre sonho com um grande e estranho homem me mordendo quando isso ocorre.
Qualquer um pode sentir isso. Aqui está, beba um pouco de água.
Mais um gole.
Estamos aqui...
Oh, meu deus!
Deixe a luz acesa e dormirá tranqüila.
Olá, Uffe!
- Bem-vindo de volta! - Escreveu que a sala estava livre.
- Vai ficar? - Sim, acho que sim.
E então, gostou da cidade grande?
Na verdade, não muito.
E sempre andava e pensava na falta de Nelly...
acho que talvez possa fazer isso aqui.
- Nelly escreveu para você? - Não... Sim...
Recebi um postal. Esteve com ela?
Sim.
- Como estava ela? - Não estou certa, Uffe.
- Não creio que esteja feliz. - Posso fazer alguma coisa?
- Não. - Por que não?
É algo que todos devemos vasculhar pessoalmente.
Ninguém pode ajudar.
- O que mais depois disso? - Depois?
Então será bom que estejamos aqui.
Por favor não fume aqui, Jenny não gosta!
- Que lugar fantástico, esse! - Por que?
Por causa de todas essas cabeças cortadas.
- Que música é essa? - Vem do teatro, a casa ao lado.
Gostaria de vir aqui quando estiver cheio de mulheres.
Olharia nos olhos delas e diria: "Agora, diga ao Jack alguma coisa."
- Por que não pergunta a Jenny? - Não fala de Jenny!
O que há com você? Não está do seu jeito de sempre?
Já lhe pedi para não fumar!
Claro...
Do meu jeito de sempre, você disse?
Também não está do seu jeito de sempre.
Não está feliz, Jack. O que há com você?
Alguma coisa aconteceu? Algo para contentar Jenny?
Se há uma pessoa que amo essa pessoa é ela.
- Por que não a deixa? - Tentei ficar longe por um tempo.
- Não tenho força para isso. - Por quê?
Não me pergunte quando eu não quiser responder ou irei embora de novo.
Não me toque!
Permaneci longe até aqui e continuarei assim!
Por que me atropela desse modo?
Não amamos um ao outro.
Não sei.
Você trocou tudo por mim,
esse foi o seu erro.
Pobre Jack!
Digo isso com freqüência a mim mesmo. Não pode continuar!
Não posso tolerar outro dia de ironia. Vou me matar!
Mas é só pelo meu lado de ator...
Embora sempre esteja carregando...
...um revolver em meu bolso.
Não sei se há algo mais que me impressione
ou que assuste a uma "coisa" jovem como você.
Ou se estou muito sério, ultimamente, com tudo isso.
Realmente não sei.
Pobre Jack!
Claro... claro!
Mas não precisa sentir pena de mim.
Você consegue o que quer da vida.
E deve pagar o preço.
O que não pode parar é essa piedosa e doce música para os meus ouvidos.
Desejo... quero ajudá-lo.
- Pode me ajudar, Nelly. - Como?
Pode me pegar pela mão, me levar até à polícia e dizer:
"esse cara quer se confessar por assassinato".
O Oficial de Polícia dirá:
"Assassino?"
"Sim," você dirá.
"Ele matou a garota que vivia com ele.
"Ela estava grávida."
"Ele abriu o botijão de gás
"e fez tudo parecer um acidente."
"Foi tudo muito inteligente... muito!"
Não se arrepende de maneira nenhuma?
Foi mais forte do que eu, Nelly.
Eu irei à polícia com você, prometo!
- Amanhã? - Sim...
Amanhã.
- É tão agradável comigo, Nelly. - Não...
Posso beijá-la?
Assustada?
- Eu te amo, Nelly! - Não diga isso, não acredita nisso.
Sim, eu te amo!
Gosta disso?
Vista-se, Nelly. Deixe-me ajudá-la.
Não tenha medo, minha querida, só quero ajudá-la!
Fique tranqüila que tudo correrá bem!
- Até quando isso irá continuar? - Não responda a ela!
- Vá embora! - Não, acho que vou ficar!
É sério? Então, fique!
Me perdoa, Nelly!
Se sente um pouco melhor, agora?
Não dê ouvidos a Jack.
Fui uma tola em pensar que poderia tê-lo em casa.
- É um homem doente. - Não dê ouvidos a ela!
Ele lhe falou sobre o assassinato da garota que mora com ele?
Ela teve dois filhos.
Ele os matou com gás e fez tudo parecer um acidente.
Ele a chamou para ir à polícia com ele?
Para ajudá-lo a relatar o seu crime?
Ele lhe mostrou uma arma, dizendo querer muito acabar com a sua vida?
Jenny, isso é suficiente!
Talvez tenha lhe dito que era a sua âncora, na realidade.
Que não pode forçar um riso. Que tem que morrer ou ir à polícia.
Ele disse isso? Para quantas pessoas ele disse isso também?
Quantas cabeças ele não fez com as suas delirantes fantasias?
Até eu encontrá-lo e enviá-lo a um médico.
Não está dizendo a verdade, Jenny!
Me comprou como um amante.
Estava ficando muito velha, ninguém mais a queria.
Estava com medo de ficar sozinha e fui a sua salvação.
E precisamente pela mesma razão, trouxe Nelly.
Mas não haverá mais essa trapaça maldita!
Nunca foi alguém bom.
Só o deixei ficar fora da caridade. Poderia já tê-lo descartado!
Como faria com Nelly.
Se ela tivesse trilhado o caminho dela e não o seu.
- Estou indo embora. - Está?
Adeus!
Certo... suponho que esteja indo acabar consigo!
Espero que sua arma esteja apropriadamente carregada.
Sabe onde está a sua cabeça, então não precisa atingir mais nada!
Está absolutamente certa, cara Jenny.
Provavelmente não quero acabar comigo.
Pessoas como eu...
não se matam.
Não é parte do nosso estilo!
Adeus, Nelly.
Adeus, Jenny.
Obrigado por tudo.
Se pudesse pagar de volta o que gastou comigo, eu não o faria.
Mulher tola feito você têm só a si mesma para culpar!
- Ele irá se maltratar? - Não, sua pateta!
- Irei também. - Certo...
Então vá... e deixe-me aqui, completamente só.
Acredita em mim, sou resistente.
Estive sozinha antes e fui punida, talvez muito melhor.
Quando vi Ingeborg tão velha e feia e acabada,
então conclui: "eu sou tão velha quanto ela."
Não se pode descobrir o outro lado,
mas por trás desse rosto...
Meu Deus!
As pessoas sempre têm fugido de mim. Por que isso?
Nunca entendi porque!
Seu pai era o pior porque o amava.
Depois dele todos me deixaram. E agora você e Jack...
Por que você não vai?
Vá com Jack!
Posso lhe dizer que em algum lugar, no fundo do coração, ele é um bom sujeito!
Ele não pode gostar de mim como gostei dele.
Tem dinheiro para a sua viagem para casa? Casa!
Viagem para casa...
Ouvi um disparo?
Disparo?
Ouvi dois tiros!
Jack!
Não, não, deixe-me ir!
Deixe-me ir!
Ele estava lendo junto a um amontoado de pessoas no teatro.
De repente ele sacou de uma arma e disparou contra a própria cabeça.
Estava amaldiçoado, sujo!
Pus aquele jornal e cobri a sua cabeça.
É tão bom estar de volta!
- Em nome de deus, por que se mudou? - Precisava me ver do lado de fora!
Apesar de que aqui é muito tranqüilo, ainda hoje!
Sim, é verdade!
Oh, como é sossegado!
- Não posso perturbá-los... - De modo algum, estamos acostumados.
Ulf tem um parto de uma vaca e nós temos um chá!
Posso ajudar se quiser...
Obrigado pelo chá, foi tudo muito agradável.
Divirta-se!
Ulf é um rapaz adorável!
Então, por que não faz um "atalho" até ele?
Ele precisa de alguém que cuide dele...
Um companheiro, para uma mulher mais velha como você.
Ingeborg!
- Alguma novidade sobre Nelly? - Oh, sim.
- Ela está bem? - Sim.
- Alguma notícia especial dela? - Nada do seu interesse.
Ingeborg...
Estive terrivelmente fascinada sobre uma coisa.
Sempre haverá alguma coisa entre Nelly e Ulf?
Ele só é muito entusiasmado por ela.
Ouça, Jessie... Nelly está bem.
Ela é feliz e tem saudades... não anda longe de voltar!
Não sei de nada entre ela e Ulf.
Estava sendo esperada em casa hoje?
Nelly?
Apreciaria se subisse ao seu apartamento, Jessie.
Desço depois!
Não tem problema!
Não estou doente!
Te empresto o meu casaco.
Chegou na hora do chá.
Que surpresa!
Tudo está como sempre por aqui.
Tudo em seu lugar!
O piano, a cadeira de balanço...
- Uffe está aqui também? - Sim.
Ele saiu por enquanto, mas daqui a pouco estará de volta.
- Posso dizer olá para ele? - Claro que pode!
- Vou preparar alguma comida... - Não quero saber de nada.
Não, claro que não. Mas já está na mesa e acho que vai devorar.
O quê, está em casa?
Sim... vim inesperadamente.
Você mudou. Mas é a mesma para mim.
- Não diga mais nada! - Eu preciso.
- Tenho muito a lhe dizer. - Como pode, Ulf?
Você exagerou muito mas posso dizer que está aqui para ficar.
Eu a esperei desde que era uma garota e enquanto esteve fora.
- Não esperei por muito tempo. Somos bons amigos.
Mas não quero que sejamos apenas bons amigos,
pode entender?
Mal cheguei e já está "propondo"!
Não vê que já não sou a mesma Nelly que o deixou?
Sou completamente diferente!
Me pegue, se ousa! Você me ama muito!
Não ousa?
- Nelly, você não está bem. - Não, não estou bem, não sou eu mesma,
que o amedrontou um pouco, não é?
Não, não estou com medo de você.
Mas estou com medo de pensar no que esteve pensando.
Por que não me segurou então? Por que me deixou ir embora?
- Foi essa a minha falha? - Não.
Que eu era parte da vida diária de um velho homem?
- Sei que sou injusta contigo. - Nelly...
Deixe-me ser o que sou!
Tem mais alguém?
É muito ingênuo. Precisa perguntar muito mais?
- Não pode entender nada? - Me perdoa!
Não quero te magoar.
Vou dar uma caminhada!
Eu a tinha perdido muito. Posso dizer isso, pelo menos?
Tudo foi temeroso, difícil!
Ela sabe que está aqui?
- Disse à moça com quem ia para casa. - Então podemos desarrumar as malas.
Não sei se posso me restabelecer.
Duas coisas vão e voltam constantemente...
O rosto da Tia sobre aquele manequim...
...e Jack caído na rua com um jornal sobre o seu rosto.
Repetidamente...
O que eu faria?
Se lembra dos dias em que não tinha nenhum dinheiro?
Gostaria de dizer o que era?
Talvez algo agradável aconteça amanhã.
Precisamos continuar vivendo!
Não precisamos perder a cabeça quando as coisas ficam difíceis.
E Uffe?
Você enfrentou a vida sem ele!
Sim, acho que sim!
Vamos tomar um chá.
Estou fora da capela por enquanto.
Tocarei um monte de músicas aqui.
Adorável Mutti...
Ingeborg!
Então está fora dessa adorável noite.
Sim, tenho coisas a cuidar!
- E você tem Nelly de volta. - Sim, eu a tenho emprestada...
- E como você está? - Muito bem.
Não estou mais ansiosa.
É como um bom curto-circuito!
- Nos falamos! - Sim, nos falamos.
Podemos deixar a Srta. Ingeborg aqui, parada ao sol.
Ela olha para duas pessoas jovens,
caminhando rua abaixo.
Caminhando um pouco separadas, mas ambas são um único ser:
Nelly e Ulf.
O silencio da noite de sábado
põe suas mãos delicadas sobre essa pequena cidade,
que é assim tão... pequena!
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