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Boa tarde
Isso não é uma galinha.
É realmente um objeto de arte,
Se você olhar com bastante cuidado,
você verá que existe um passaporte,
Normalmente, galinhas são um dos mais puros animais no mundo.
Também os mais domesticados.
Esta que vocês estāo vendo aqui é um híbrido.
É um cruzamento entre a Bélgica, a França e a Inglaterra.
Para entender mais sobre esse projeto,
nós temos que entrar na história da galinha.
Existe apenas uma galinha no mundo
e ela vive aos pés do Himalaya.
É a ave vermelha da selva.
Ela espalhou seus genes por mutação e manipulação
por todo o mundo.
Pelo interesse humano nós criamos em cada país
uma galinha que diz algo específico sobre esse país.
Na verdade, nós criamos um espelho de nós mesmos.
Deixem eu me explicar.
Na Bélgica nós temos a "Mechelse Koekoek",
que foi trazida em 1958 na World Expo em Bruxelas.
Nós estávamos muito orgulhosos de mostrar ao mundo
esta nova galinha para consumo,
na França eles criaram a "Poulet de Bresse",
que é vermelha na cabeça, branca no corpo e azul nas pernas.
É a bandeira da França.
Na verdade, o que nós fizemos foi criar uma moldura
ao redor de um objeto vivo.
Eu não tenho certeza se podemos fazer isso.
Por isso, quando eu comecei meu grande projeto de melhoramento,
o Cosmopolitan Chicken Project,
eu comecei com a Mecheise Koekoek da Bélgica
para cruzar com a Poulet de Bresse da França
e eu usei isso como uma metáfora para nossas vidas.
Porque isso não tem nada a ver com a galinha em si.
É sobre nós.
Aí eu fui para a Inglaterra.
Eu fui para a América com o resultado,
Eu fui para a Alemanha,
e agora, 13 anos depois, eu presenteei a Mechelse Silky,
o cruzamento com a China,
na World Expo de Shangai neste momento.
Nós mostramos ao mundo novamente
13 diferentes países gerados em 1 galinha.
Tudo começa em Watou, aqui na Bélgica,
na fronteira da Bélgica com a França.
Quero dizer, tudo vem do ovo.
E depois de tantos anos eu posso apresentar
todas estas gerações de galinhas,
todas diferentes.
E o que é mais importante para mim
é o anel na perna.
Porque para mim o anel
mostra que a humanidade está entrando neste projeto.
Por isso eu aumentei este anel
seis metros de altura, aqui no canal,
na Biennal de Veneza, ano passado.
Isto é ciência, isto é biologia, isto é arte?
Com certeza eu penso que é arte,
porque existem tantas surpresas neste projeto.
No começo, tinha um galo preto nascido no dia de eclipse.
Muito importante para mim, e eu entendo exatamente minha posição.
De um lado, a galinha está se doando ao projeto.
Por outro lado, é revoltante.
E eu estou no meio de tudo. Você sabe?
Eu estou gritando para o projeto
porque eu sou o observador do meu próprio projeto.
De volta a este galo preto que nasceu no dia do eclipse.
Eu o trouxe à Inglaterra, este híbrido,
para cruzar com uma típica cabeça vermelha Inglesa.
Você tem que saber que nos anos 60 essa cabeça vermelha era tão popular
que se tornou estéril por cruzamento congênito.
Eu cruzei este híbrido,
deixei-o cruzar e gerar novos pintinhos.
Quero dizer, no outro dia estava na capa do Times
porque isso é melhor do que a União Européia.
É tudo sobre fertilidade.
O que eu estou falando? Isso é melhoramento natural
ou isso é engenharia genética?
Eu tenho certeza que está no meio.
Está entre o melhoramento natural e a engenharia genética
É por isso que apresento minhas instalações
com elementos científicos,
como aqui o incubador transparente
com o ovo de outro dentro.
E talvez uma das fotos mais importantes
de toda esta apresentação de Power Point é essa aqui.
Você vê na superfície, depois de tantas gerações,
você vê a diversidade.
E tudo isso é: diversidade.
E se você perceber diversidade na superfície,
o que está acontecendo dentro do animal?
Com meus amigos científicos, nós fazemos pesquisas
em galinhas mortas,
mas também em galinhas vivas.
Nós montamos todo o DNA para controlar
e para ver o que está dentro.
E a imunidade, fertilidade?
Outro projeto é sobre cirurgia plástica.
Um dos meus galos perdeu sua espora.
Uma espora é muito importante para um galo
porque ele tem que impressionar as fêmeas, claro,
e ele tem que se defender.
Com a mais nova técnica de implantes
nós fizemos uma operação.
E desta operação
nós demos a ele uma espora de ouro.
Quero dizer, ouro é importante.
Porque quando é ouro, a percepção é
que ele se torna rei.
Por isso que eu também apresento esta escultura no museu,
para dar a ele esse nível.
Algo banal (recupera).
Minha colaboração com artistas
começa desde 1999, quando nós começamos o Ovo Andante.
É uma caixa, é um recipiente,
é uma fonte de pensamento entre arte e ciência,
filosofia e por aí vai.
Depois de dez anos de colaboração
acaba em uma instalação permanente
em uma clínica de fertilidade, com a chamada:
este híbrido, este cruzamento
entre um falcão e uma galinha.
O poder e a força.
Eu acredito, se você trouxer elementos em conjunto,
novas coisas podem nascer.
Como aqui, na capa da Nature.
Eles apresentam uma galinha porque eles pensam
que pelos próximos 50 ou 100 anos
será o animal mais importante para a ciência.
Eu acredito que o mundo deve estar aberto,
transparente, e nós temos que trazer
todos os elementos em conjunto,
como países, profissiões, e por aí afora.
Se nós fizermos isso, uma nova geração pode começar.
Isso me lembra um dos meus trabalhos,
que eu penso ser muito importante.
É um Globo Salvador.
Normalmente este fica no topo da igreja.
A bola representa o mundo,
a cruz é a religião,
e no topo de tudo tem um galo,
gritando no topo de tudo.
Quero dizer, eu acho que é muito poder para este aqui.
Ele volta, no meu Globo Salvador, para o mundo.
Através do cruzamento e da comunicação, cria novas chances.
Eu acho que é um animal divisor.
Está continuamente se transformando,
da mesma foram que a ave vermelha da selva,
que vive na fronteira entre a selva e a civilização.
Está mudando.
Quem vem até quem?
A galinha veio a nós ou nós fomos até a galinha?
Quero dizer, o que ela nos dá?
Pense sobre comida.
Pense sobre isso.
Se a galinha vai bem, nós vamos bem.
Se a galinha vai mal, nós vamos mal.
Eu, em confronto com minhas instalações,
Construção, destrução,
Comendo a galinha.
Uma galinha pode voar apenas 15 metros de altura
e 100 metros de distância.
Este talvez seja um bom limite,
porque ela pode voltar para a terra
e dizer o que está entre o céu e a terra
melhor do que a águia
que queima suas asas no sol
e cai no chão.
Nisso eu vejo uma configuração completamente nova
para o meu Globo Salvador.
Desta vez está virado e você vê
a ciência da mulher chegando.
E esta é a nova configuração,
nesta construção
ou nesta destruição?
Eu acredito nisto: dualidade.
Trazendo duas partes juntas,
a galinha e o ovo.
Eu acredito em símbolos.
Eu acredito, que se as coisas estão se aproximando,
que estamos olhando para o outro lado da lua.
Que nós podemos encontrar novas chances,
coisas que estavam no passado
e coisas que estarão no futuro.
Porque, senhoras e senhores,
eu realmente penso que cada organismo
está buscando outro organismo para sobreviver.
E o mesmo se aplica a homens e galinhas.
Obrigado.
(Aplausos)