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Bom dia a todos.
Primeiro, eu gostaria de agradecer a presença de todos vocês aqui,
agradecer ao Helder, e toda a equipe do TED
pelo profissionalismo da organização
e pela honra de estar podendo falar com vocês aqui
um pouquinho da solução que a gente chegou.
Pegando o gancho do quê o Dennis falou, do quê os meus colegas anteriores falaram
dos problemas que o Brasil tem...
A gente acha que não só o Brasil, mas que o mundo inteiro tem muitos problemas.
E o quê a gente tem para oferecer?
O primeiro ponto, eu não sou o inventor daquilo do que vou falar.
Mas eu sou, digamos, o porta-voz.
Porque eu sou um pouco menos tímido do que o inventor, mas tudo bem.
E esse inventor, que é o Norman. Por quê ele chegou nessa solução da qual vou falar?
Por causa de uma coisa chamada inconformismo.
Ele precisava de um negócio,
o que estava sendo oferecido no mercado
não era aquilo que ele queria, não chegava dentro daquilo que ele queria.
Daí que ele começou a pensar: "Como é que a gente vai solucionar o problema da água?"
Existem "n" situações interessantes, a questão da cisterna, que a gente conhece,
é muito legal esse projeto.
Ele traz uma solução a um custo muito baixo, mas as vezes...
Isso funciona muito legal na questão do semiárido, onde existe chuva.
Existe o problema é de distribuição, mas existe chuva, existe água.
Em alguns lugares do mundo, nem isso existe.
Você pega regiões como a Arábia, regiões como o deserto do Chile, não têm água.
Mas você tem bastante água.
As pessoas tendem a achar que a água ela é meio... infinita.
É assim: "Se tem um rio, tem a água".
"Se eu abro a torneira na minha casa, tem água".
Mas não é tão simples assim.
O Brasil hoje possui o maior aquífero do mundo,
eu não sei se vocês sabem disso, que é o aquífero Guarani.
Ele pega uma região muito grande, e você tem regiões do Brasil, como Ribeirão Preto, por exemplo,
que com três, quatro, cinco metros, você consegue ter água potável através de poços artesianos.
Mas ao mesmo tempo você tem lá o Nordeste.
Você tem o semiárido, que é uma região super complicada:
desde 90 a 100 anos que esse problema persiste.
Até se criou a "indústria da seca" em virtude disso.
Então, onde está o grande problema?
Se ao mesmo tempo a gente tem muita água no Brasil, tem lugares que a gente não tem.
Então está em quê? Na distribuição de água.
Como que eu faço a água chegar?
Cisterna é uma solução muito legal também. Mas eu também posso pensar numa solução tecnológica.
Essa solução tecnológica, em quê a gente está pensando, serve para uma série de situações.
Por exemplo, você tem países da África, você tem uma série de rios, cachoeiras,
mas você não tem distribuição de água, é muito complicado.
Você pega países ricos que têm muito petróleo, e consequentemente, hoje ainda, muito dinheiro,
como os Emirados Árabes, Arábia Saudita, porém, você não tem distribuição de água.
A cidade de Riade, na Arábia Saudita, antigamente era um oásis.
Hoje não tem mais, hoje ela é abastecida com caminhões pipa.
Hoje, o dinheiro do petróleo, como foi muito bem colocado aqui, é uma dependência química do mundo,
ele subsidia água mineral.
Então, hoje você vai na Arábia Saudita e você compra água mineral a US$ 0,17.
Daí você fala: "Pô, mas isso não custa em lugar nenhum!"
Você vai na Europa, você paga 2, 3 euros uma garrafinha de água.
As vezes mais caro que um vinho.
Mas lá não. Hoje ainda tem isso.
Só que, esses países ricos, e outro país rico também que tem sérios problemas, que é a Rússia,
eles estão muito preocupados, porque hoje eles têm dinheiro, têm petróleo,
mas não tem água.
No caso da Rússia, o problema de distribuição é porque congela a distribuição de água.
Então, como é que você vai fazer para chegar água às pessoas?
E pensando nisso, o Norman, através de uma informação muito interessante,
que cerca de 1 bilhão de pessoas hoje têm dificuldade de ter água potável em casa,
o Norman chegou numa seguinte conclusão:
"Por quê a gente não pode, se a gente não consegue distribuir, por quê a gente não produz água?"
Você fala assim: "Como é que eu vou produzir água?"
"Eu vou fazer dança da chuva?"
"Eu vou..."
É, você vai falar assim: "como é que vou fazer, produzir água?"
Não tem muita coisa.
Eu vou produzir através de tecnologia.
E que tecnologia a gente pode usar para isso?
A gente vai usar uma tecnologia interessante, porque
onde tem mais água no mundo?
No ar.
Uma coisa tão simples.
Porque você pega o oceano, você tem que dessalinizar.
É um processo caríssimo, e raramente chega numa água com potabilidade satisfatória ao ser humano.
E quando a gente fala em potabilidade, não é somente você pegar água para beber, mas você
produzir alimento.
Então, hoje, a gente chegou à conclusão, através de anos de pesquisa
em 2007 a gente formou a empresa, e esse ano a gente conseguiu todas as certificações
de uma máquina que produz água.
Tem gente que acha: "Pô, isso não existe, isso é um disco voador".
Mas ela existe, ela está ali fora.
Quando tiver um intervalo, vocês fiquem à vontade para conhecer.
Ela produz água através do ar.
Ela pega a umidade do ar e transforma essa umidade em água.
Água 100% pura.
Quais são as aplicações que a gente tem hoje para esse tipo de equipamento?
Por exemplo, o uso em hemodiálise.
ela é uma água extremamente leve, ela não contém minérios.
A máquina, vocês vão ver, ela filtra o ar e depois filtra a própira água.
Certo?
Outra aplicação, são em questões de emergência.
Por exemplo, a questão da seca e a questão de enchentes também.
É um paradoxo, você ter uma enchente e faltar água potável.
Até porque você contamina todo o sistema de distribuição de água público,
através dessas enchentes, e o caso foi do Katrina, onde muita gente morreu de sede.
Não foi divulgado, mas muita gente morreu de sede.
E as questões de secas fortes.
Outra aplicação: alimentação, como eu havia falado.
Nós estamos desenvolvendo, junto com o governo da Arábia Saudita, grandes estufas
para a produção de alimentos.
Produção de legumes, frutas... Porque eles importam tudo hoje.
Então, eles estão buscando alternativas, porque hoje ainda têm muito dinheiro,
para poder alimentar o povo sem ter que buscar alimentos de fora.
Outra aplicação final em que a gente está pensando já para o ano que vem, é o consumo doméstico.
Desenvolver uma máquina pequena, para você ter em casa, assim como tem hoje um filtro, um purificador.
Sempre geram-se dúvidas.
"Pô, mas isso não dá um impacto ambiental?"
Não.
A grande pergunta do governo da Arábia foi:
"Se eu colocar, trinta, quarenta, cinquenta mil máquinas, hoje, dentro de Riade,
vai secar mais o ar?"
Não, não vai.
A máquina tem um software, que equaliza o ar que ela pega para poder produzir a água.
E naturalmente, existe um balanço através da movimentação de massas de ar,
para que essa umidade seja reposta.
A gente tende a achar que no deserto é só seco. Não é.
Desertos têm uma variação muito grande.
À noite, a umidade passa de 60%.
E de dia, ela chega em 15%, 20%.
Números muito parecidos com o nosso inverno
aqui de São Paulo em virtude de toda essa questão de poluição.
Outro ponto: a água pura, sem minerais, ela faz mal?
Não, ela não faz mal.
Porque o mineral, você o tem em todas as formas de alimentação:
na carne, nas verduras, no peixe, no leite, você tem minério.
Então, a água não necessariamente precisa conter minérios.
Mas uma vez eu relembro do caso da hemodiálise:
que ela é uma água mais leve, e ajuda o processo de filtragem
e não prejudica quem tem uma deficiência nessa filtragem.
Outro ponto: consumo de energia.
O consumo de energia é muito baixo, e esse é o grande negócio.
Você conseguir produzir a água com baixo consumo em quantidade intressante.
A máquina que está lá fora produz cinquenta litros de água por dia.
A máquina em que estamos fechando o desenvolvendo dela para a agricultura e para a construção civil
ela produz até dez mil litros por dia.
E hoje, o custo da produção de cada litro gira em torno de R$ 0,07 para a máquina grande
e R$ 0,15 para a pequena.
É um custo muito baixo.
Basicamente é isso, a gente convida vocês, no intervalo, para degustarem a água
para sentirem que é uma água leve.
E é uma solução que a gente tenta trazer respondendo à pergunta do TED.
Ok?
Muito obrigado.