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Agora vamos falar sobre Murray Rothbard, David Friedman, e anarcocapitalismo.
Murray Rothbard, famoso por várias coisas mas particularmente por seu livro Por uma Nova Liberdade.
David Friedman, filho de Milton Friedman, escreveu um livro chamado As Engrenagens da Liberdade.
A primeira coisa a dizer é que quando as pessoas ouvem a palavra
anarquismo elas tendem a pensar em ideias de esquerda e de certa forma coletivista.
Mas existe uma escola de pensamento anárquica dentro do liberalismo clássico que baseia suas ideias no capitalismo.
É sobre ela que iremos falar.
Murray Rothbard defendeu sua posição baseando-se na ideia de direitos naturais.
Nesse sentido, foi similar a Rand, Nozick e outros defensores dos direitos naturais.
Mas ele também foi fortemente influenciado por Mises,
e desenvolveu o que chamou de axioma não coercitivo, verdade não coercitiva.
É sempre errado utilizar de força, exceto em legítima defesa.
É sempre errado usar de violência exceto se você está se
protegendo contra alguém tentando usar de violência contra você.
Ele diz que esse é o princípio que deveríamos usar para estabelecer o que o governo deve fazer.
David Friedman, de um ponto de vista diferente, ele praticamente segue a
mesma metodologia de seu pai: a análise empírica da escola de Chicago.
Ele diz que respondemos a essa questão ao compararmos a eficiência relativa
entre deixar o mercado cuidar das coisas e deixar o governo cuidar das coisas.
Dois tipos de metodologias bem diferentes, uma claramente baseada
em direitos naturais, outra claramente baseada em consequências.
Por que acham que o governo deveria ser limitado?
Na verdade vão além disso, acreditam que não deveria haver estado algum.
Isso levanta a questão, o que é o estado?
A definição clássica de estado vem de Max Weber, sociólogo Alemão.
Um estado é uma instituição que reivindica um monopólio no uso legítimo da força em um dado território.
Então dentro de uma sociedade que um governo cobre, ninguém mais tem permissão de usar a força.
Apenas o governo teria permissão para usar a força.
Rothbard criticou isso porque disse que os governos violam nossos direitos.
Eles obtêm o que querem por meios coercitivos.
Se não fizermos o que o governo quer, eles nos jogarão na prisão.
Por exemplo, ele diz que imposto é roubo.
Se alguém vier e pegar 25 porcento, 40 porcento de nossa renda e disser que se
você não o der ele irá lhe jogar na cadeia, nós chamaríamos essa pessoa de ladrão, de criminoso.
Rothbard diz, por que nos comportamos diferentemente quando é
o estado que vem e diz que quer 25 porcento ou 50 porcento de nossa renda?
O estado é simplesmente um criminoso violando nossos direitos.
David Friedman, com sua abordagem de eficiência, diz que o estado é inevitavelmente ineficiente.
Tudo bem, fizemos a abordagem empírica. Medimos a eficiência do governo contra a eficiência do mercado.
Ele conclui que o mercado é sempre mais eficiente do que o governo.
Enquanto seu pai, Milton Friedman, viu que em algumas circunstâncias isso não era verdade,
David argumenta que empiricamente isso é sempre verdade.
Até mesmo nas coisas que a maioria das pessoas assume que só o governo pode fazer,
como defesa e construção de estradas, David Friedman diz que o mercado pode fornecer essas coisas com mais eficiência.
É isso que ele argumenta em seu livro, As Engrenagens da Liberdade.
Então eles concluem que a melhor sociedade é anárquica, sem governo algum.
O governo é ilegítimo - não tem sobre nós qualquer reivindicação moral específica que outros indivíduos não tenham.
E também é ineficiente - não consegue fornecer bens e serviços mais eficientemente do que o mercado é capaz de fornecer.
Existem alternativas.
Costmumamos esquecer, por exemplo, que há mais pessoas empregadas no setor de segurança privada do que na polícia.
A maioria das pessoas são protegidas por instituições privadas e não pela polícia.
Nós simplesmente tendemos a ignorar isso.
Ignoramos o fato de que muitos litígios entre empresas não vão para tribunais do estado.
Na verdade, muitos litígios entre empresas são resolvidos em
tribunais privados porque os tribunais do estado são muito lentos.
São ineficientes, duvidosos.
Muitas empresas preferem usar agências privadas para isso.
Então eles pensam que as outras alternativas ao estado fornecem esses bens.
Também argumentam que se criarmos um estado mínimo, ele nunca ficará mínimo.
Será instável.
E irá para uma direção, que é a mais provável: irá começar como um estado mínimo e então irá crescer e crescer,
ou - o que preferem - vamos para o anarquismo, sem estado algum.