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Torre de Los Angeles,
aqui Transworld 22 Heavy.
Vamos despenhar-nos!
Repito, o motor dois e...
Torre de Los Angeles,
daqui fala...
Mayday! Mayday!
22 Heavy, suba! Suba!
Andrew é o teu pai.
Está?
Olha, não me telefonas,
por isso não sei como fazer isto.
Se não me ligas de volta...
Então não há forma de comunicarmos...
Olha, não sei como fazer isto...
Mas tens de regressar para casa agora.
Ontem à noite...
A tua mão faleceu ontem à noite, Andrew.
Ela afogou-se.
Ontem à noite, ela afogou-se no banho.
Dez currículos só por hoje.
Eles aparecem todos os dias
de Idaho ou Milwaukee ou Florida.
E sabes o que eles querem, bem mais do que
um lugar de convidado em "Everybody Loves Raymond"?
Querem o teu emprego. Isto não pode voltar
a acontecer. Isto não vai voltar a acontecer.
Tu tens duas mesas.
Tu estás 30 minutos atrasado.
E se eu voltar a dizer isto,
o teu emprego vai para...
...Todd Slauson de Duluth, Minnesota.
Com ou sem gás?
Empregado 10 tem o seu auricular colocado?
Esqueceu o pedido 41 para a mesa 101.
Que merda meu? Que se passa, estás de folga?
Estou só a meter-me contigo.
Queremos quatro Ketel Red Bulls e...
E eu quero uma Ketel Cosmo com
Red Bull e algum pão rapidamente.
Nós não temos pão.
O que quer dizer? Como podem não ter pão?
Somos um restaurante
vietnamita. Nós não temos pão.
Mas você não é vietnamita.
Não, não sou.
Pode dar-me alguma coisa para
mastigar? Foda-se. Bambu, o que for.
Vou ver o que posso encontrar.
Empregado número 12...
Voo número 121 com ligação directa a...
...Newark Internacional irá
partir do terminal 32.
Merda.
Que merda.
Como estás meu?
Largeman, que fazes por aqui?
É a minha mãe.
- Foda-se.
- Oh, foda-se.
Sinto muito.
Sim.
Então, bem-vindo a casa.
Obrigado.
Então o que tens feito.
Ainda representas, certo?
- Sim.
- Em L.A., certo?
- Sim.
- É porreiro.
Ouvi dizer que esse sítio é mesmo louco.
O meu primo é lá escritor.
Diz que aquele local é loucura total.
Ele está a escrever um filme sobre
snowboarders ou uma merda assim.
Eu não... eu não sei.
Mas eu devia apresentar-to Largeman.
Talvez pudessem fazer alguma coisa juntos.
Sim, definitivamente.
O que fazes hoje à noite meu?
Nada. Sem planos a sério.
Estou na cidade só por uns dias...
Devias vir sair connosco.
Vamos até à casa dos
Gleason. Eles vão dar uma
grande festa ou algo parecido.
- Supostamente.
- Bem, sim. Supostamente.
- A sério?
- Ele vive no cimo da colina.
É provável irmos até lá depois
de enterrarmos a tua mãe.
- Bem, tenho de tomar um ***.
- Eu também.
Sabia que a sua mãe
modificou o banheiro de corredor.
O quê.
Desculpe, o quê?
Desde que a conheci nunca
mostrou interesse por nada.
E de repente, há cerca de um mês, acorda
e quer redecorar a casa de banho.
Eu ajudei-a.
- Deve ter sido divertido.
- Bem, eu costurei.
Eu fiz-te uma coisa.
É uma camisa.
É... Isso é bom. Obrigado.
Vai experimentá-la agora?
Agora?
Para o caso de ter que
arranjá-la antes de partir novamente...
E não o vermos por mais nove anos.
Quero ter a certeza que serve.
Está bem.
Vai adorar o material.
Usei os restos do padrão
da sua mãe. Lindíssimo.
Olá.
- Olá.
- Como vai?
"Bem, além disso Sra. Lincoln,
como foi o espectáculo?"
Sabe, eu não estou certo do
que dizer pai, por isso desculpe.
Como estás?
Estou bem.
No entanto tenho andado com
estas terríveis dores de cabeça.
São muito rápidas.
É como... como um pequeno
relâmpago na minha cabeça.
Só por um segundo, e depois desaparece.
Eu pensei que talvez pudesse ajudar-me
e ver isto enquanto estou por casa.
Vai ver o Dr. Cohen logo pela manhã.
É um neurologista do meu prédio.
Eu ligo-lhe.
Ele encaixa-te por lá. De
certeza não é nada de preocupante.
A casa parece bem.
Que simpático. Sim, temos
feito alguns melhoramentos.
A sério?
Na verdade não. Não sei
porque acabei de dizer isso.
Alguém modificou o
banheiro do corredor. Eu vi isso.
Sim. Isso é novo.
Estou feliz por estares aqui.
Dizer adeus é importante.
Estou feliz por teres arranjado tempo.
- Ponha as mãos na cabeça, por favor.
- O quê?
Eu disse, põe a puta das mãos
na cabeça! Por favor.
82 num limite de 25.
O que vai dizer-me? Que está
atrasado ou apenas cansado?
- Eu ia...
- Cale-se...
- Largeman.
- Kenny?
Que merda!
Oh, meu. Como tens passado?
Eu... estou óptimo.
- A tua mãe acabou de morrer!
- Eu sei.
- Quer dizer, é por isso que voltaste a casa.
- Sim.
És um polícia, Kenny?
- Sim, eu sei. Eu sei.
- Porquê?
Não sei. Não consegui pensar
em nada melhor para fazer.
Não, mas é muito porreiro, meu.
As pessoas ouvem-te mesmo. Quer dizer...
Elas são obrigadas!
- Vê só esta merda. Isto é a segurança.
- Fixe.
E mais, os benefícios, meu.
Se for atingido, fico como que...
Rico!
Mas Kenny, a última vez que te vi,
fazias linhas de coca num urinol.
Não, tive de crescer, meu.
É tempo de crescer. E depois não
ganhava merda nenhuma naquele mercado.
Ninguém sabia quem eu era, nada de quecas.
É uma situação muito melhor para mim, meu.
Por falar nisso, como me saí?
O que queres dizer?
Não faço ideia. Sabes, todo aquele...
Queres dizer. Como um polícia?
Sim. Todo aquele "Cale-se!"
Bem, pensei que fosses um polícia,
por isso acho que está bem.
Lindo. Então o que se passa meu?
És uma grande estrela de cinema
agora? Ouvi dizer que fizeste...
...que representaste um grande
jogador de futebol.
- Não vi isso.
- Foi só uma pequena...
- A merda do De Niro e tudo.
- O quê?
- Ele é extraordinário.
- Sim.
- "Deer Hunter"?
- Sim.
Meu, devíamo-nos sentar e falar...
Porque tenho algumas ideias
mesmo boas para filmes.
Podias fazer de mim e tudo.
- Histórias da Força.
- Sim.
Sim, definitivamente.
Parece-me bem.
- Que merda!
- Que se passa?
Como é que andas, meu?
Como é que andas, meu?
Que se passa?
- Ei, como andas? É bom voltar a ver-te.
Tragam uma cerveja. Este gajo não
tem que esperar. É uma estrela de cinema.
Como... do género da Jersey
Com o De Niro e tal.
- Largeman, meu, o que fazes em casa?
- Eu...
"Pressione junket".
Isso é fixe, pá.
Foda-se!
Coisas como o Serpico.
"Attica!"
Cala-me essa boca, meu.
Gostaste disso?
Como tipo, conferência de imprensa?
Não me parece cabra.
Não podes usar isso, ok?
Ok. Deixa-me mostrar-te uma cena.
Largemen!
Está tudo bem, meu?
Como tens estado?
- Jess como estás mano?
- Como tens passado, meu?
Não te vejo há muito.
Ouvi dizer que andas a abalar.
O gajo trouxe-me a patente
do velcro silencioso.
- Como?
- Desenvolvi este pequeno adereço.
É como velcro mas não faz aquele...
...barulho de velcro.
- Pagaram bem por isso?
- Bastante, meu.
Então o que tens feito de ti?
Nada, nada.
Nunca estive tão aborrecido a vida toda.
Sim. No primeiro mês saí.
Comprei montes de cenas.
Mas...
Nada.
Alguém tem um charro para mim?
Aqui tens.
Não obrigado, meu.
A sério? Pensava que eras
uma grande estrela de cinema.
- Não!
- Bem, então toma.
Come isto.
Bem-vindo a casa.
Bem, vejo-vos mais tarde.
Vamos jogar um jogo?
Vamos jogar ao
"Roda a garrafa."
Eu não vou jogar ao "Roda a garrafa."
Qual é a nossa idade?
- Ou melhor, qual é a idade delas?
- Elas estão legais.
Acho.
Bem, acabámos de comer esta merda do "X",
o que é que mais havemos de fazer?
A miúda tem razão.
- Podes ter a certeza.
- Contem comigo!
Large!
Large!
- Largeman, esta é a Dana.
- Olá.
Olá.
Quem é o próximo?
Esta vai ser uma boa noite.
"Bolas"
Está bom, não está?
Tento sempre guardar uns
tantos cogumelos até ao final...
Mas nunca consigo.
Acabo sempre com...
...um monte de coisas moles
e leite cor-de-rosa.
A minha mente vagueia.
Então, Tim...
Há quanto tempo trabalhas
nos Tempos Medievais?
Há três anos.
Mas apenas sou cavaleiro há dois.
Tens que pagar as tuas dívidas.
Trabalhei nos estábulos e ajudei na cozinha.
Quando comecei, ele estava a fazer saladas.
Não tem sido o mesmo desde
que te tornaram cavaleiro.
Mas fiquei muito surpreendido.
Não sejas modesto.
O Sr. Modéstia ganhou o duelo ontem à noite.
- Parabéns.
- Não foi nada de especial. É arranjado.
O que é que se passou contigo no secundário?
Tinhas uma cena.
Esqueci-me do que era.
- Levou um enxerto de porrada.
- Não levou nada.
Como é que sabes? Levou
um enxerto do Tyrell Freedmen.
- Também lhe dei na boca.
- Ele arrancou-te os dentes.
Só lascou um dente.
Então, que se passa contigo, Mark?
Andas a cavar sepulturas?
O Mark está no negócio de arrendamentos.
- O Tim sabe falar Klingon.
- O quê?
- Não consigo não.
- Consegues sim.
- Mas o que é que é Klingon?
- Tipo, como os gajos do Star Trek?
- Sim, ele sabe falar a língua deles.
- Não, ela está a brincar.
Não estou não.
Porque é que estás a ser tímido?
- Sim, não sejas tímido, Tim.
- É só porque... É inventado.
Há um gajo que faz de mágico
no trabalho fanático. Eu não sei...
- Não sejas tímido. Diz-lhes o que
me disseste ontem à noite.
Diz o que lhe disseste ontem à noite.
Só podem estar a gozar comigo.
Quer dizer, "Eu quero acasalar
depois da batalha."
- Não foi isso que eu disse.
- Sim.
Não. Não foi essa que eu disse.
Esta quer dizer, "Mata o Kirk"...
...ou então "Aleluia," dependendo do contexto.
Deves ter confundido com...
- Também és bom, querido.
- Sabes o que quer dizer, Tim?
Bem, eu sei. Quer dizer:
"Desaparece da minha casa
antes que te corte a puta da cabeça."
Mark, ele é um cavaleiro.
É apenas uma cavaleiro da comida rápida.
Devia ir andando.
Obrigado, pelos cereais.
Tive uma noite estupenda.
De qualquer das maneiras, tens escrito
"Bolas" na tua cara.
- Otário.
- Foi a minha mãe.
Na Primavera...
O crocodilo esfomeado tem que
encontrar uma forma de comer.
Contaste ao Large sobre... as cassetes?
Não, mãe. Não vou entrar no
esquema das estúpidas cassetes.
- O que são as cassetes.
- Cassetes de arrendamentos.
Podes chegar aos $100,000 no teu
primeiro ano.
Havias de ter visto o barco que
aquele oriental tinha.
Até tinha o seu próprio concurso
na China, tinha tanto dinheiro.
Acho que o Mark seria perfeito nisso.
Mãe cala-te com a merda das cassetes.
Ok? São um embuste.
Bem, eu vou fazê-las.
Ando a guardar para as cassetes.
Porque sei o que poderias ser,
se apenas te aplicasses.
Sabes que mais?
Eu aplico-me todos os dias, mãe.
Trabalho que me desunho
a enterrar mortos. Ok?
Tenho apenas 26. Não tenho pressas.
Tens pressa do quê?
Não me chateies.
Eu não te apresso.
Ok. Então vou fazê-las sozinha.
Porreiro. Fá-las.
Ok, mas depois não te deixo entrar
no meu iate.
Excepto o Large.
Large podes vir quando quiseres.
Só te peço que não tragas esse teu amigo.
Merda! Tenho de ir para o meu encontro.
Ok.
Amo-te.
- Eu também te amo.
- Amo-te.
- Large foi bom ver-te.
- Igualmente.
Oh, rapazes,
não fiquem aqui o dia todo...
Porque tirei as pilhas do
detector de monóxido de carbono.
Esteve a apitar a noite toda.
Ela deixa-me louco!
Ela fica toda arranjada e faz-me
sentir que eu tenho de impressioná-la.
E sabes que mais?
Sinto-me bem em não ser
impressionante. Durmo melhor.
- Que horas são?
- Não faço ideia.
Tenho de ir.
Olá, Sou Andrew Largeman.
Desculpem.
- Estou mesmo atrasado para os meus compromissos.
- Andrew. Andrew.
Ok, Andrew. Preciso que me preenchas isto.
Logo que estejamos prontos, chamamos-te.
- Ok. Obrigado. Desculpem.
- Tudo bem. Sente-se.
- Olá, menina Lubin.
- Olá.
Sente-se aí. Nós vamos já ter consigo, ok?
- Obrigada.
- De nada.
Como vai isso?
Desaparece.
Desaparece.
De joelhos.
De joelhos.
Alguma sugestão?
O quê?
- Tem alguma sugestão?
- Sim, dá-lhe um pontapé nos tomates.
Dá-lhe um pontapé nos tomates?
Sim, mas não quero prejudicar
gerações futuras de cães de caridade.
Não te preocupes com isso.
Tenho três Dobbermans.
Se não lhes desse um pontapé nos tomates
de vez em quando nunca aparecia nada feito.
Mas já deve estar perto de acabar.
Ainda não.
Aqui vem o batom.
Senhora Lubin?
Vamos lhe atender agora.
Ok. Vamos Arthur.
Sinto-me abusado.
Obrigado pela tua ajuda ou
pelo menos pelas boas intenções.
- Lembro-me de ti.
- Estudou no liceu de "Columbia"?
Não, não é do liceu. É da TV.
- Não fez o quarterback retardado?
- Sim.
É mesmo retardado?
Não, não sou.
Fixe.
Bom trabalho, meu! Quero dizer,
pensei mesmo que fosse retardado.
É tão bom como aquele miúdo
atarracado, e ele é mesmo retardado.
Foi uma espécie de Óscar retardado...
Podia ter ganho tipo sem mãos,
chutar-lhe o traseiro.
Bem, obrigado.
Obrigado, muito agradecido.
Tenho de preencher este formulário,
por isso...
- Entendido.
- Obrigado.
O meu primo é actor.
Jake Ryan Winters.
Duvido que tenho ouvido falar dele.
Ele era tipo um gnomo na Xena ou isso.
Muito fixe.
Obrigado.
Oh, meu Deus.
Aquela cena.
A última cena...
Em que faz o discurso para todo o estádio...
E o seu pai... o seu pai faz-lhe
o sinal dos dedos.
Foi tipo...
...foi emocionante.
Então, tem mais alguma carta na manga?
Não, sabe ando em audições...
Não posso acreditar que não
seja mesmo retardado.
Quero dizer, o Jake não é um bom actor.
Não podes afiançar na Xena
porque o tipo estava num fato peludo...
Mas quando éramos miúdos, ele
costumava dar-nos estas encenações baratuchas...
...dos musicais de Andrew Lloyd Webber
no nosso sótão.
E eram terríveis!
Tipo, tão más.
É chato porque não há assim tanto
trabalho para pessoas baixas, sabe?
Estou a falar demais.
Vou só... Tem de preencher os impressos.
O que está a ouvir?
Os "The Shins".
- Conhece-os?
- Não.
Tem de ouvir esta música.
Vai mudar a sua vida. Juro.
Oh desculpe. Tem de...
preencher os impressos.
Conundrum.
Achas que podes...
- Talvez ouvir enquanto preenches?
- Penso que sim.
Sim? Ok.
É bom.
Eu gosto.
- Então, está aqui porquê?
- Porque está aqui?
Espero um amigo. E você?
Eu...
Foda-se, isto foi chato. Desculpe.
Sou tão chata. Eu não...
Eu não queria. Desculpe.
Não eu tenho estas dores de
cabeça. Só quero que me consultem.
Porreiro.
- Andrew Largeman?
- Sim.
- Estamos prontos para ti agora.
- Oh, ok.
- Obrigado! Prazer em conhecê-la.
- De nada. Eu sou a Sam.
Andrew.
Prazer em conhecê-lo.
As melhoras para a sua cabeça.
Obrigado.
Não te preocupes, Sam.
A seguir és tu.
- Sr. Andrew Largeman?
- Sim, olá.
- Não há absolutamente nada de errado consigo.
- O quê?
Estava a brincar.
Como saberei isso?
Sou o Dr. Cohen.
O que poderemos fazer por si, Andrew.
Tenho dores de cabeça intensas.
Duram uma fracção de segundo.
É como um relâmpago, como uma
descarga eléctrica e depois desaparecem.
Lithium?
Há quanto tempo está a tomar Lithium?
Desde os meus 10 anos.
E o Paxil,
Zoloft, Celexa,
Depakote?
Ajudaram-no em alguma coisa?
Não.
Quero dizer, não sei...
Ocorreu-me recentemente
que posso nem ter um problema.
Apenas nunca soube porque desde
que me lembro estive sob medicamentos.
Deixei-os em Los Angeles.
Esta é a primeira vez em que não tenho
medicamentos no organismo... desde há muito.
Sabes que isso deixa o
teu corpo rapidamente.
- Posso te passar uma receita.
- Mas, estava a pensar em tirar umas pequenas férias.
Já falaste com o teu
psiquiatra acerca disto?
Bem, o meu psiquiatra é o meu pai.
Sim, por isso penso que ele
preferia que os tomasse.
Ele... gosta de pensar
que isso me põe feliz.
Tu sabes, os nossos corpos são capazes
de fazer muitas coisas engraçadas...
Quando estão cheios de stress e ansiedade.
Encontrei os botões de punho do meu
ex-melhor amigo na bolsa da minha esposa.
Não consegui uma erecção
durante um ano e meio...
Por exemplo.
Mas não acredito que seja porque eu não...
...não acho que esteja ansioso ou com stress.
Por causa do Lithium que ele lhe prescreveu.
É espantoso que ainda me consiga ouvir agora.
Olha Andrew, para começar...
Acho que precisas de encontrar
um psiquiatra que não seja o teu pai.
É uma coisa que devia ter
sido feita há anos.
Ele conhece-me melhor.
E depois não estou em
posição de aconselhar...
Se deves continuar a medicação ou
não porque não conheço o teu historial.
Mas a minha opinião e já
que estás a pagar-me...
...é que sim, essas drogas podem-te
ajudar como um meio para um fim...
...mas cedo ou tarde, se não
fizeres uma espécie de terapia...
...o que quer que seja que está
na tua mente vai vir ao de cima.
- Estás bem?
- Sim.
Sim estás bem.
Estás vivo.
Vamos.
Vou observar-te. Vem.
Preciso que tires os sapatos.
Tenho de arranhar os teus pés.
Porque estavas lá?
Carregando. Sou um Robô.
- Mentes muito?
- O que chamas muito?
O suficiente para te chamarem de mentirosa.
- Chamam-me muitas coisas.
- Inclusive mentirosa?
Podia dizer que não, mas
como saberás senão estou a mentir?
Acho que posso escolher confiar em ti.
- Podes fazer isso?
- Posso tentar.
De quem é essa moto?
Era do meu avó.
Foi a única coisa que deixou a
alguém da minha família, e deixou-a a mim.
Gosto dela.
Então é agora que me perguntas
se quero uma boleia para casa.
- É?
- Sim.
Queres uma boleia para casa?
Claro, mas não no carrinho.
- Porque não?
- Esses carrinhos são para prostitutas.
Qualquer uma que ande nisso é
automaticamente a tua prostituta.
Assim sendo, vou atrás.
Segura-te bem.
Ok, estou a segurar.
O meu cabelo está a esvoaçar ao vento.
O quê? És como um papagaio?
O meu namorado vinha
buscar-me por isso trouxe-o.
- Mas não pôde.
- O que ele tem? Uma daquelas vespas?
Não ele tem uma Ninja.
Anda muito mais que isto.
- Mas que tipo de capacete é esse?
- Podes usar na moto.
- Já agora, como está a tua cabeça?
- Devo sobreviver a este dia.
Fixe.
Vira à direita aqui.
Vais fazer alguma coisa agora?
- Podes descrever "alguma coisa"?
- Conheço este tipo, Jesse.
Comprou esta mansão aqui mesmo...
E quer que o vá visitar.
Mas não quero demorar.
Pensei que podias vir comigo...
Podia dizer que vou te dar
boleia quando quiser vir-me embora.
Isso é bastante criativo
da tua parte, Andrew.
- Eu sei.
- "Prazer em conhecer-te. Posso-te usar?"
- Não.
- É o teu lado Hollywwod suponho.
Não, vamos. Não é nada disso.
Vai ser divertido.
Vamos combinar. Podemos ter um... um sinal.
Tipo, quando te puxar
a orelha esse é o código.
E depois digo: "Oh, Tenho de
levá-la a casa." E depois vamos embora.
Podemos ter nome de código também?
Se quiseres.
Ok. Mas não me raptes ou assim...
Porque o meu padrasto é caçador de
recompensas e ia caçar-te e matar-te.
És tão mentirosa.
Ok, estás pronta?
Fico bem. Sou o primeiro
tipo que trazes a casa?
Não mas...
Menti antes quando disse que
o meu namorado tem uma Ninja.
- Ele não tem moto?
- Não, eu não tenho namorado.
Mas sabes, ele bem pode ter uma Ninja.
- Onde quer que esteja.
- Começamos bem.
OK, então... às vezes minto,
quero dizer, sou estranha, meu...
...sobre coisas ao acaso
também. Não sei porque o faço.
É como... É como um tique.
Às vezes oiço-me a dizer
uma coisa e depois penso:
"Isto nem era de longe verdade".
Como é que as pessoas sabem o que é verdade?
Bem. Eu sinto-me mal depois e
acabo por admitir que era mentira.
Podes acreditar nisso?
Abre a porta.
Ok.
Kevin desce.
Mãe!
Vamos. Chuta-o nas partes.
Chuta-o nas partes.
Mãe!
Tudo bem! Todos sentados!
Quem quer comer?
Tu queres comer?
Então senta-o.
Kevin sai daqui!
Desculpa. Não temos tempo para os treinar.
Quem tem tempo para os treinar?
- Mãe, este é o Andrew.
- Bem-vindo.
Bem-vindo.
Desculpa, mas isto está uma confusão.
Querida, pedi-te para tirares a
roda de metal da gaiola dos hamsters.
- Esqueci-me.
- Bem, esqueceste-te e agora o Jelly está morto.
Por sorte tirei o Peanut Butter a tempo.
Nós temos de comprar sempre
os únicos hamsters na Terra...
Que não conseguem compreender
uma estúpida roda para hamsters.
Está uma caixa de metal
no balcão da cozinha.
Tu podes fazer as honras.
Eu tenho que ir trabalhar.
- Prazer em conhecer-te. Andrew, certo?
- Sim.
Andrew.
Muito gosto em conhecê-la.
Samantha mete as roupas
no secador e enterra o Jelly.
Então é isto.
- É giro.
- Não, não é.
Não digas isso apenas porque não
te lembras de mais nada para dizer.
Não estou. Não estou.
É...é muito acolhedor
Vocês puseram a árvore um bocado cedo
Sim, nunca a tiramos.
Quando voltou o Outono...
Pensámos,
"Vamos deixar ficar."
Oh, meu Deus. Estás totalmente assustado.
Estás totalmente assustado.
- Estás com vontade de ir embora.
- Não estou. Não estou. Eu gosto.
- É muito porreira.
- Queres ir ver o meu quarto?
Claro.
Titembay, este é o meu amigo Andrew.
Andrew, este é o meu irmão, Titembay.
- Olá. Muito Prazer em conhecer-te.
- Prazer em conhecer-te também.
- Peço desculpa acerca da Jelly.
- Não faz mal!
Guardei-te um pouco de mac
e queijo. Estão no frigorífico.
Obrigado.
De qualquer maneira, estou atrasado para a aula.
Foi bom conhecer-te.
- Muito bom conhecer-te.
- Vejo-te depois.
Então aqui estamos.
Não é nada extravagante,
mas tu sabes... O quê?
É... Titembay, certo?
Sim, é estranho?
Tu estavas, tão esquisito como agora.
Tu estavas a correr para a porta. Tudo bem.
Podes ir. Não te sintas mal. A sério...
- Pára de fazer isso.
- O quê?
Toda a cena que acabaste de fazer. Eu quero
estar aqui. Se não quisesse, não estava.
Confia em mim, a minha família é
bem mais marada que a tua. Ok?
Ok.
Então, Titembay.
- Sim, ele é o meu irmão.
- Ele é adoptado ou...
Mais ou menos. A minha mãe adoptou-o
no "Sally Struthers" à uns anos atrás.
Num daqueles negócios tipo "pelo preço
de um café por dia leve qualquer coisa".
Ela é do tipo "Como podes ficar aí
quieto sem ajudar a criança?"
E nós não podíamos. Não podíamos ficar
ali sentados e não ajudar aquela criança.
Então nós começamos a enviar-lhe fotos
e cartas e coisas durante anos...
...mas depois entrei na patinagem no gelo
e esquecemo-nos do assunto.
Então um dia recebemos um
telefonema e era o Titembay.
E ele está na lavandaria
ao virar da esquina.
E ele diz, "Estou no Rutgers.
Ando a viver em dormitórios,
mas estou habituado a viver com a
minha tribo, e preferia ter uma família."
E ele tem vivido connosco desde essa altura.
Sim, eu sei.
Ele é o rapaz mais espantoso.
Tens de ouvir as histórias dele.
Lutou tanto porque queria aprender.
Quando penso no que
ele conquistou, eu...
...eu sinto-me preguiçosa, sabes?
Ele está a estudar Justiça Criminal
no Rutgers, e quando ele era bebé...
...era um daqueles miúdos
cheio de moscas na cara.
Quero dizer, é uma história maluca.
Sim, eu sei. Quero dizer, é uma história real.
Não sou assim tão boa.
Isto é o “Tickle”.
- O que é o “Tickle”?
- “Tickle” é a minha coisa favorita.
É tudo o que resta da
Nanny, o meu cobertor.
“Tickle” é tudo o que restou.
- Era como um furacão ou parecido?
- Cala-te.
Não, quero dizer, tenho isto
desde que eu era bebé.
Foi onde eles me trouxeram do hospital.
- É igual ao "Wailing Wall".
- O quê?
O "Wailing Wall" é igual a isto...
É o sítio mais sagrado onde os
Judeus vão rezar, em Israel.
É tudo o que resta de um enorme
templo que foi destruído pelos romanos.
Então tu és um
judeu de verdade.
- O quê?
- Tu és, não és?
- Tu és.
- Não, não sou.
Eu sou judeu, mas não sou realmente judeu.
Não faço nada de judeu.
Não vou a templos nem nada.
Mas não conheço nenhum
judeu que vá a um templo.
Os judeus que conheço vão um dia.
É o Yom Kippur, o dia do arrependimento.
Sabias que a maioria dos templos
estão feitos com muros movíveis...
Para que num dia do ano
quando todos vêm para rezar...
Eles podem efectivamente fazer o quarto grande,
o suficiente para caber toda a gente?
Na realidade eu não acredito em Deus.
- Só no “Tickle”.
- Eu acredito no “Tickle”.
- Nós não vamos namorar nem nada.
- O quê?
Desculpa. Eu arruinei
completamente o momento, não foi?
- Não, Não.
- É só porque nós não estamos a namorar, está bem?
- Ah não, eu nem sequer pensei em tentar.
- Oh meu...
Sou tão idiota.
Isto foi como realmente... Eu sou...
Desculpa. Esquece que eu disse isto.
Eu sou...
Isto foi burrice, e...
- Sabes o que faço quando não me sinto nada original?
- O quê?
Eu faço um barulho ou eu faço alguma
coisa que nunca ninguém fez antes.
E depois eu sinto-me única outra
vez mesmo que seja por segundos.
Então, nunca ninguém fez isso?
Não, não aqui. Testemunhas-te
um momento único na História.
- É refrescante. Devias tentar isto.
- Oh, não. Obrigado.
- Não, vá lá.
- Eu penso que bom o suficiente para nós os dois.
Vá lá. O quê? És tímido?
Esta é a tua oportunidade para fazer algo...
Que ninguém tivesse feito antes e que ninguém
o vai repetir enquanto o ser humano existir.
E de qualquer forma serás lembrado
como o único tipo que fez isto.
Isto mesmo.
Que tal isto?
Oh, já fiz isso uma vez.
Então...
Tenho de enterrar este hamster
antes que os cães o devorem.
Queres ajudar?
- Quero dizer, isto é...
- Eu sei.
Não é que sejamos maus
donos de animais ou isso.
É que, sabes, tivemos
tantos ao longo dos anos.
Aliás muitos foram peixes.
Depois de si.
Muito bem.
Senta-te.
Em que é que estás a pensar?
- Agora?
- Sim.
- Agora mesmo?
- Sim.
Agora mesmo, estava a pensar que tenho estado
a passar por muitas destas coisas recentemente.
- O quê, namoros?
- Namoros não.
Isto é um namoro?
Isto não é um namoro.
Funerais.
Porquê? Quem morreu?
É por isso que estou em casa.
Acho que não te disse que...
...a minha mãe faleceu.
Meu Deus, é esquisito dizer
isto em voz alta mas...
...a minha mãe faleceu. E...
...sim, é por isso que estou em casa.
Sinto muito.
Meu Deus, desculpa.
E cá estou eu, tipo,
a fazer passar por isto.
Não que o Jelly está perto da tua mãe,
quero dizer, amávamos o Jelly mas...
Desculpa.
Não, tudo bem. Está tudo bem.
Sinto-me bem com isso.
De qualquer maneira, acho que
era o que ela queria, por isso...
Como é que ela morreu?
Afogada.
Sim, a minha...
a minha mãe era paraplégica.
Ela estava numa cadeira
de rodas portanto ela...
...sabes, e...
...acho que estava a tomar banho...
...e deve ter escorregado ou assim.
Isso é o que eles dizem.
Eu não... Eu não sei. Mas...
Escusado será dizer que ela afogou-se e...
...foi assim que ela... morreu.
Quando?
Isto foi...
Domingo.
Oh, meu Deus.
Por que é que estás a chorar?
Não sei.
Desculpa.
Porque...
normalmente eu não sou assim.
Só que...
é tão triste.
Sabes, é como...
É tão trágico, não é?
É mesmo. É como...
...é como tragédia da
vida real ou assim.
De qualquer maneira, vamos
mudar de assunto, está bem?
Vamos falar do Jelly...
Porque o que pode ser pior do que
falar de alguém que já morreu...
quando se está no enterro
de um amigo íntimo?
- Bem, o que devemos fazer?
- Não sei. Só estive uma vez numa coisa destas.
Pareces ser a entendida.
Bem, normalmente diz-se qualquer coisa.
Está bem. Eu começo...
Não te conhecia bem, Jelly.
Pelo que ouvi eras um bom animal de estimação.
- Problemático com a roda mas...
- Isso não tem piada.
Jelly eras um bom animal de estimação.
Desculpa não ter tirado a roda da gaiola.
Lamento mesmo muito por isso.
Adeus.
Espero que tenhas gostado de mim.
Merda! Pregaste-me um susto de morte.
- Porque estás sempre a fazer isso?
- Não te vi durante uns tempos.
Eu sei. Tive a recuperar o
tempo perdido com o pessoal.
O Dr. Cohen ligou. Passa-se algo contigo.
Penso que estou a começar a descobrir isso.
- Quando é que pensas em partir?
- Provavelmente amanhã.
Sabes, tenho muitas coisas
para tratar em L.A.
- Provavelmente tenho que procurar um novo emprego, por isso...
- Precisamos de falar.
Sim, como?
Quero dizer, quando?
O que é que estás a fazer... agora?
Agora não é bom. Disse ao meu amigo
Mark que ia encontrar-me com ele.
Mas e que tal... hoje à noite?
- Está bem. Então logo falamos.
- Sim.
Devemos isso um ao outro.
Sim.
Devemos isso a ela.
Sim.
Boa.
Desculpa ter-te assustado.
Como é que podes deixar todo aquele Lithium?
Ia mesmo te cravar algum, meu.
Este gajo do caneco.
Ainda bem que voltas-te meu.
Esta cidade está tão tramada.
Cada um tem a sua droga à escolha.
É como "Brave New World"
alguma vez leste esse livro?
Quem é que escreveu isso?
Aldous... Aldous qualquer coisa.
Aldous...
De qualquer maneira...
...existem como Alfas e Betas e
Epsilons e todo o tipo de pessoas.
Huxtable.
Aldous Huxtable.
É isso, meu.
Andrew gostavas de ver
a cassete da Sam a esquiar?
- Mãe, não.
- Com certeza.
Ela era tão avançada para a sua idade.
Podia ter chegado aos Jogos Olímpicos.
Não, não, não, não.
Não conseguia.
Sim, tu conseguias.
Não culpes a epilepsia.
- Tu tens um dom.
- Vá lá. Deixa-me ver.
Deixa só mostra-lhe a abertura das
"Estrelas da Florida em gelo". O traje de aligator.
- Mãe estou a pedir-te, a sério.
- Vá lá. Não sejas envergonhada. Deixa-me ver.
Oh, ela quer que tu vejas. Como é que não
queres que ele veja o quanto eras talentosa?
- Era.
- Vá lá.
Vá lá.
- Querido, o que estás a fazer?
- Estou a procurar por impressões.
Bem, podias mover para
a cena do crime para cozinha?
Quero mostrar ao Andrew a Sam a esquiar.
Mas alguém andou a mexer na minha
Game Cube, e eu estou quase a desvendar o caso.
Não fui eu, Sua Excelência.
A pegada aponta para um canino.
Andrew vamos.
Senta-te aí no sofá.
Não posso acreditar que
estás a mostrar-lhe isto.
Olha, lá está ela.
- Tu és o crocodilo?
- Consegue-se ver pelas mãos.
- Aí vem o duplo machado.
- E...
- Aterra! Quero dizer, vamos lá.
- Ela é fantástica.
Muito bem.
- Cala-te.
- Não, quero dizer, a tua mãe tinha razão. Tu és mesmo boa.
- Isto é óptimo, mas temos que ir.
- Tens razão.
- Eu só queria mostrar-lhe o talento que tu tens.
- Mãe vamos!
Meu bebé!
Tens razão, vai!
Vai. Vai-te embora.
Espera um minuto.
Dá-me um abraço.
Eu amo-te tanto.
Tenho tanto orgulho em ti.
- Eu também te amo.
- Tem uma boa noite.
- Obrigado pelo jantar.
- Vá lá! Tu também me dás um abraço.
- Mãe! Vá lá.
- Eu dou-lhe um abraço.
- Boa noite. Vejo-te logo, Tim.
- Adeus, Tim.
Cuida-te, jogador.
Eu não sei.
Foi a única coisa que gostei de fazer.
Fingir ser outra pessoa.
Estou tão fora de mim, que só me
oferecem papéis de deficientes.
Isso não tem graça.
Oh, vá lá.
Tens que ver aquilo como uma piada.
Se não consegues rir de ti próprio, a vida
vai parecer um buraco muito maior que não vais gostar.
Tens razão, então de que
é que estamos a rir de ti?
Estou a mentir outra vez.
- Eu tenho epilepsia.
- De que parte é que estamos a rir?
Eu...
...eu tinha uma tomada no
escritório de advocacia onde eu trabalho.
E eles disseram-me que o seguro deles não me
cobria a não ser se tivesse uma protecção.
- O que é a protecção?
- O capacete que estava a usar.
Vá lá.
Teve piada.
Teve mesmo piada.
Isto é, eu sou a única pessoa
que usa o capacete no trabalho...
...a não ser, como quem apaga fogos,
ou como faz corridas de Nascar.
Bem, o que se pode fazer? Quero dizer, não posso desistir.
O seguro deles é espectacular.
O que é que fazes?
Tu ris-te, tu sabes?
Eu não digo que não choro.
Mas entretanto rio-me.
E eu apercebo-me é estúpido
levar alguma coisa demasiado a sério.
Mais, desejo um bom choro.
Sabe bastante bem.
Já não choro desde criança.
Não chorei no funeral da minha mãe.
Tentei, sabes?
Eu pensei em todas as coisas
tristes que podia imaginar.
Como, coisas nos filmes, isto...
...existe uma imagem da revista
Life que sempre me assombrou.
Eu concentro-me só naquilo,
tu sabes?
Mas não veio nada.
Actualmente isso entristece-me
com qualquer coisa...
...o facto de me sentir tão incapaz.
- O que queres dizer?
- Aquela...
***!
O que é que se passa, malta?
Sam é o Mark, Dave e tu lembras-te do Jesse.
- Olá
- Tudo bem?
Prazer em conhecer-te.
Desculpa-me eu disse "***" mesmo agora.
- Eu não sabia que estavas aqui.
- Oh, tudo bem.
Boa. Vamos ficar fodidos.
Um, dois, três!
- O que é que estás a fazer?
- Largeman entra na merda da piscina.
Está tão quente.
Tu sabes nadar?
Claro que sei nadar.
Meu, talvez seja melhor ficares nos degraus.
Eu não sei primeiros socorros.
Pareces um castor molhado.
Há uma mão cheia de coisas
normais de criança que eu perdi.
Há uma mão cheia de coisas
normais de crianças que gostaria ter perdido.
Sabes aquele ponto da vida em que
te apercebes que a casa onde cresceste
já não é na realidade
a tua casa.
De repente, mesmo que tenhas um
sítio onde pões as tuas porcarias...
...aquela ideia de
"casa" desaparece.
Ainda me sinto em
casa no meu lar.
Vais ver um dia quando te mudares.
Acontece um dia, e desaparece.
Sentes-te como se nunca
pudesses voltar atrás.
É como se te sentisses doente de casa
por um sítio que não existe sequer.
Talvez é como aquele
ritual de passagem, sabes?
Não voltarás a ter esse sentimento até
criares uma nova ideia de casa para ti.
Tu sabes... para os teus filhos.
Para a família que começares.
É como um ciclo.
Não sei. Mas sinto a falta
dessa sensação, sabes?
Se calhar é só isso que
a família significa.
Um grupo de pessoas que sentem
a falta de um lugar imaginário.
Talvez.
E que tal arranjares
móveis, meu?
Comprei uma cadeira,
mas não gostava dela.
- Onde é que está?
- Está a aquecer-nos.
Velcro silencioso.
Seu sacana sortudo.
Acho que se um dia na escola
apresentasse a ideia de velcro silencioso
teriam-me mandado embora
muito mais cedo.
- Porque é que te mandaram embora?
- Ouçam esta rapariga.
- Eles não me "mandaram embora".
- Acabaste de dizer que sim.
Quer dizer, mandaram-me embora.
Puseram-me num internato.
"Mandaram-me embora" parece
que puseram-me num asilo.
- Não tinha correntes.
- Porque é que te puseram num internato?
Puseram-me num
internato porque...
...pensaram que eu
era perigoso.
"És maluco? Estás
a correr para a porta."
- "Podes ir, não me sinto mal".
- Isso é muito engraçado.
Muito engraçado.
Porque é que pensavam
que eras perigoso?
És como que um
pequeno detective.
- Querem saber?
- Sim.
És maricas.
Não. Palhaço.
Eu era a razão por ela estar
numa cadeira de rodas.
Empurrei-a.
E foi por isso.
- Cala-te!
- Não inventes.
- Não, essa é a verdade.
- Porquê?
Foi apenas um
acidente, sabes?
É uma daquelas coisas que repetes
mil vezes na tua cabeça...
...e vês claramente que foi
uma coisa mesmo maluca.
Durante toda a minha vida, ela estava
deprimida sem razão nenhuma.
E um dia, sabes...
...era uma criança, tinha
cerca de nove anos...
...e odiava-a por isso.
E... empurrei-a.
E foi tão inocente.
Sentia-me frustrado.
- Porque não conseguias
fazê-la feliz?
Sim! Merda, sim!
E noutra altura qualquer...
...outro dia qualquer, ela apenas teria
gritado comigo e pôr-me-ia no quarto.
Mas naquele dia...
...naquele dia em especial...
...a porta do lava-loiça...
...estava aberta...
a mola estava partida.
E aquilo abria-se
ao calhas.
Aquela maldita mola.
É incrível como a maior parte da minha
vida foi determinada por um plástico.
Mas...
...continuando, ela caiu
de costas ao pé da porta e...
...bateu com o pescoço no balcão da cozinha,
paralisando-a da cintura para baixo.
Ainda queres comparar
famílias maradas?
Mas a tua mãe já estava na cadeira
de rodas antes de te ires embora.
Sim. Bem, eu tinha nove anos.
Então enviaram-me para terapia e
puseram-me a tomar estas drogas...
...que seria suposto
"acalmar a minha raiva",
e vivo praticamente neste
estado desde então.
E quando tinha 16, o meu pai
psiquiatra chegou à conclusão que
provavelmente não vivia no melhor
ambiente familiar para crescer, então
ele enviou-me para
um internato.
- E desde aí não estive em casa.
- Até agora.
- Para o funeral dela.
- Até agora para o funeral dela.
Não acredito que o defesa deficiente
é um agarrado a drogas.
Jesse?
Onde fica a sauna?
- Eu mostro-lhe.
- Não, eu trato disso.
- Não, vai buscar-lhe uma toalha.
- Espera.
Queres boleia, querida?
Estás "metido" agora
mesmo, não estás?
- Que queres dizer?
- A minha mãe diz que quando vê...
...que eu estou a trabalhar mentalmente,
ela diz: "estás metida neste momento".
E olho para ti, e tu
dizes-me essa
história, e...
...estás definitivamente
"metido" neste momento.
Acho que tens razão.
Estou metido.
Quero dizer, tanto faz. Está bem.
Podemos mudar de assunto, ok?
Vamos... vamos apenas
falar de coisas boas.
- Coisas boas?
- Coisas tipo "copo meio-cheio".
- O que é que tens?
- Estou meio acelerada. Tenho isso.
- O que é que tu tens?
- Estou um pouco acelerado.
E gosto de ti.
Também tenho isso.
Acho que tenho isso.
Posso fazer uns passos.
Queres ver-me a dar uns passos?
Adoraria ver-te a
dar uns passos.
O que estás a fazer?
Coleccionas cartões da
"Tempestade no Deserto"?
Sim. Essas coisas são
itens de coleccionador.
Sabes quanto é que isso
irá valer um dia?
- A sério?
- Sim. É como um investimento.
Tenho montes de pequenos
investimentos por todo o lado.
Um dia vou vender tudo e
viver do que ganhar deles.
Então quanto é
que vale este?
- Qual?
- "Visão nocturna".
Não sei. Milhares?
Talvez dois ou três.
- Dólares?
- Sim.
Mas ainda é cedo para os vender.
Não percebes nada de investimentos?
Vou viver dessa porcaria.
Se tiveres uma caderneta
completa, vale milhões.
- E tens a caderneta completa?
- Quase.
Tenho a borda dobrada no "Fogo Amigável"
e alguém me roubou o "Blitzer".
Olha, o que é que vais
fazer hoje? Porque...
Tenho um pequeno presente
de despedida para ti...
...mas tenho de o
encontrar primeiro.
- Então podes dar-me uma boleia?
- Sim, mas eu...
- O quê?
- Nada, eu...
Diz. Fala.
Eu disse à Sam que
estaria com ela hoje.
Ela pode vir, eu não me importo.
Não acredito que estamos
na porcaria do Handi-World.
Eu não quero estar
no Handi-World.
Viemos buscar dinheiro para a tua
prenda, não te sintas culpado.
- Como é que pareço culpado?
- Andrew Largeman?
- Oh não. Benson.
- Oh não.
- Quem é aquele?
- Não lhe dês o teu número.
Então meu, como vais?
- Grande merda!
- Como é que vai tudo?
Não te vejo desde o
primeiro ano do secundário.
- Pensava que te tinhas suicidado.
- O quê?
Pensava que te
tinhas suicidado.
- Não foste tu?
- Não, não fui eu.
- Quem é que se suicidou?
- Esse foi o miúdo de Gleason.
E a Tina.
- Qual Tina?
- Tu lembras-te da Tina.
- Ela era anoréctica, fazia ginástica.
- A Tina da ginástica?
- Como é que ela fez?
- Não sei, ela não era Judia. Não a enterrei.
Acho que foram comprimidos, ou
aquela coisa do carro na garagem.
Desculpa, esta é a Sam, Karl.
Karl, esta é a Sam.
Tenho de ir procurar
aquela tal coisa.
- Fiquem os dois aqui, volto já.
- É pesado, ou...? Está bem.
- Não estiveste na TV ou algo parecido?
- Sim, foi apenas um programa.
Então estás a trabalhar aqui.
Isso é porreiro.
Só por um tempo, vou
abrir um negócio só meu.
Realmente, devia falar-te sobre isso.
Ando à procura de pessoas
espertas como tu Large.
- Devia ficar com o teu número.
- Sim, sem dúvida. Isso seria... seria muito bom.
Gostava de falar
contigo... convosco...
...sobre uma boa oportunidade para
vocês e os vossos queridos.
Todos temos sonhos.
Eu sei que tenho!
Gostava de vos falar de uma excelente
oportunidade que todos falam.
- Temos de ir andando.
- Está bem. Foi bom rever-te, Karl.
- Devias dar-me o teu número.
- Sim, definitivamente.
Eu telefono-te, acho que ele tem
o teu número na agenda dele.
Prazer em conhecer-te.
Porque é que só os perdedores é
que aparecem à frente das pessoas?
Porque é que não pode ser uma charmosa,
tipa boa a chatear-te para comprares algo?
- É isso que ele faz?
- Sim. É sobre detergentes ou isso.
Porque é que vamos comprar facas?
Eu não preciso de facas.
- Gostaria de devolver isto.
- Tem o recibo?
- Na verdade não, foram um presente.
- E porque é que as vai devolver?
- Não são suficientemente afiadas.
- Não são suficientemente afiadas?
Não. Não para o
que eu preciso.
- Não cortam latas.
- Comprou-as para cortar latas?
Não, mas no anúncio, dizia que
podia cortar latas se quisesse.
- Com estas facas, não consigo.
- Vem com um afiador.
- Experimentou-o?
- Sim, apenas...
- Eu não as quero. Não são afiadas.
- Está bem.
Uma grande falha na política de
devolução do Handi-World é que permitem
devoluções sem recibo
abaixo dos 40 dólares.
Quantas vezes fazes isto?
Uma vez a cada funcionário, e a seguir
espero que eles contratem novos.
Felizmente, ninguém fica muito
tempo no Handi-World.
- Excepto o Karl Benson.
- Sabes Mark, é o meu último dia cá.
- Se precisas de dinheiro, podia emprestar-te.
- Eu não preciso do teu dinheiro.
- Estou a fazer o meu neste momento.
- Pede ao Jesse. O tipo é um milionário.
Eu não peço dinheiro a
ninguém, está bem Andrew?
Faço o meu próprio.
Favores são maus.
A única coisa pior que um favor é um
favor que envolva dinheiro, está bem?
Vamos. Tenho de ver um tipo por
causa de um tanque nitroso.
Que sítio é este?
Acho que podes espreitar
os quartos de hotel.
"O que se passa, meu?"
Oh, sim!
Oh! Oh sim!
"Estou com um bocado de pressa."
"Pode esperar."
"Ele está-se quase a vir"
Estou a vir-me!
Aquilo foi escaldante...
Tenho de deitar as mãos
naquela prostituta ali.
Como é que sabes que
ela é uma prostituta?
Claro que ela é
uma prostituta.
Tipas iguais aquela não
comem gajos iguais aquele...
...a não ser que seja por
cocaína, dinheiro ou fama.
Bem, a Julia Roberts casou com a Lyle Lovett
- Quem raio és tu?
- Esta é a Sam. Este é o Large.
Sem ofensa meu, mas porque é que
trazes este pessoal para aqui?
Este é o tipo que
precisa daquilo. Espera.
Comprei-te o tanque.
Está bem?
- Podes dizer-me onde ir agora?
- Aquela coisa vem com balões?
O que é que eu sou, um palhaço?
Não. Não vem com balões.
E preciso daquilo de volta
quando acabares porque
o tipo tem os meus 39 dólares.
- Está bem.
Espera aí! Espera aí!
Quem é que aqui acabou
de ver umas mamas?
Levantem a mão quem
acabou de ver umas mamas.
Obrigado! Então tenham
todos calma.
Agora... sabes onde é que
está o Kiernan Quarry?
- Em Newark, certo?
- Sim.
Está no fundo do
Hillside Rivington.
Não consegues vê-lo
da rua, mas está lá.
Estaciona o carro na
porta e salta a vedação.
No fundo tem uma lixeira
controlada por um tipo chamado Albert.
Ele é o tipo que encontrou a peça
que andavas à procura, está bem?
Vou-lhe telefonar agora
e dizer-lhe para te esperar.
Está bem, pára. Para onde
raio é que vamos?
- Tem paciência, meu.
- Temos sido pacientes o dia todo...
...mas é o meu ultimo dia e não
nos disseste onde é que vamos.
Se dissesses que íamos procurar
droga em seis horas, preferia não vir.
Se fosse para droga, teríamos
ido ao pátio da escola.
Estaríamos a fumar
há já cinco horas.
Acho que já corrompemos esta
rapariga inocente o suficiente.
- Eu não sou inocente!
- Sim, és. É o que gosto em ti.
Não quero que este tipo te
leve para um bosque ou isso...
...no meio de nada para encontrar
drogadas deitadas por aí...
...ou pitbulls a violarem-se
ou o que quer que seja!
Isto foi o momento mais vivo
que alguma vez vi em ti.
- Ele estava a proteger-me.
- E daí?
- Ele gosta de mim.
- Não sejas engraçada.
Ele é o meu cavaleiro
numa armadura brilhante.
Não fales de cavaleiros à frente do
Mark é um assunto delicado.
- Vou dar cabo daquele filho-da-mãe.
- No sentido literal?
Oh, seu sacana...
Meu Deus.
Nem sabia que
isto estava aqui.
Ouvi falar disto. Era suposto
construírem um centro comercial aqui.
Sim, lembro-me de ler acerca
disso no jornal, que eles
estavam a escavar, e encontraram
este fenómeno natural.
É como um Grand Canyon
subterrâneo ou algo parecido.
Agora estão numa guerra judicial
acerca de construírem aqui ou não.
Consegues imaginar o trabalho do
tipo a tentar construir o centro comercial
sobre um fenómeno geológico?
Eles adoram centros comerciais
por aqui, meu.
Certo. Vamos procurar este
tipo e sair daqui.
- Vais dizer-nos o que vieste buscar?
- É surpresa. Vais ver.
Acho que vai chover.
Então é aqui.
Então bate à porta, e vende os
cartões do "Tempestade no Deserto".
Não gozes dos meus passatempos.
Eu não gozo por tu seres um idiota.
Está bem!
- Mark?
- Sim. Albert?
Entrem.
Vocês devem estar a gelar.
Fiquem ao pé da fogueira.
Só vou deitá-la.
Está bem? Volto já.
Devo dizer que estou impressionada
com cada sítio que nos levas...
... continua a ser cada vez mais esquisito.
- O que é que queres dizer? Isto é bom.
Nada, nada. Apenas estamos num barco
velho no fundo de um vale em Newark.
Não é bem o fundo, meu.
Já reparaste naquele
precipício ali em baixo?
Esta é a minha mulher, Faye.
Olá! Bem-vindos.
Por favor, sentem-se.
Fiquem confortáveis.
Meu está mesmo a chover
forte aqui em baixo.
- Começou a chover de repente.
- Bem...
...numa tempestade, finjo que este
velho barco é a minha arca privada.
Infelizmente, se isto é o apocalipse...
- Acho que isto não flutua.
- Sim, também não sei.
- Alguém quer um chá?
- Eu adorava. Obrigado.
Queres um pouco?
Volto já.
Que lugar é este?
Que lugar é este aqui em baixo?
Bem, chamamos-lhe a culpa do Kiernan. É...
...ninguém sabe o que é porque
ninguém foi capaz de explorar.
Entretanto enquanto estão
entretidos em processos, contrataram-me...
...para ter a certeza que ninguém entra.
Mas o que não sabem é que de noite eu desço.
Então a que profundidade desce? Obrigado.
Tu sabes... Obrigado.
Ninguém sabe realmente.
Mas eu gosto de fingir que é infinito.
É uma espécie de um trabalho estranho.
- Guardião de um abismo infinito.
- Sim. Sim, penso que é isso.
Mas nós também fazemos troca
e venda de joalharia antiga.
Eu suponho que é estranho nós
vivermos aqui em baixo desta forma.
- Não, de maneira nenhuma.
- Nunca me passou pela cabeça.
Bem, nós pensamos que é importante.
Porquê? O que é que acha que vai encontrar?
Acho que gosto da ideia de
descobrir alguma coisa.
De fazer alguma coisa completamente única
que nunca foi feita antes.
- "Abismo do Albert."
- Bem talvez. Quem sabe?
Mas sabes que mais?
É tudo ego.
Nada disso realmente importa.
Se eu ficar com esta pessoa...
E o nosso lindo bebé...
...é tudo o que preciso.
Bem, suponho que queres
o motivo de teres vindo até aqui?
Ah, sim. Isso seria bom.
Levou algum tempo a localizar esta peça.
Mas devo muito ao Diego.
É isto. Muito obrigado.
- Sim.
- A sério.
Boa sorte na chuva. Vocês
querem uns sacos de lixo ou assim?
- Sim.
- Ok. Era bom.
Adeus.
- Albert.
- Sim?
Boa sorte na exploração do abismo infinito.
Obrigado.
Tu também.
Então, não sei se te vou ver meu.
Não queres saber o que há no saco?
Para ser sincero, nem sequer me importa.
O que é?
É o colar favorito da minha mãe.
Mentia se dissesse que
tinha sido o meu plano.
Mas... Devolvi-o, certo?
Isso deve valer alguma coisa.
O dia todo foi por causa disto?
Não o querias lá em baixo com ela.
É melhor que esteja contigo.
Está bem.
Se precisares de um kato,
sabes onde me encontrar.
Tem piada. Isto...
Este colar lembra-me uma
memória qualquer da minha mãe.
Era criança e estava a
chorar por qualquer coisa.
E...
...ela estava a embalar-me
para trás e para a frente.
E lembro-me de ver estas bolinhas
a balançar para trás e para a frente.
E...
...e tinha o nariz a pingar, certo?
E...
...ela estendeu a manga
e disse-me para me assoar.
E lembro-me de pensar
mesmo como uma criança que...
..."Isto é amor".
"Isto é amor".
Grande?
Acho que estou a ver um.
- Cala-te.
- Sim, calma, calma, calma.
Devemos poupá-la ou coisa assim.
Ok, não te mexas.
Ok.
Podíamos pôr no meu caderno.
Se eu tivesse um.
- É tudo.
- Acho que sim. Não sinto mais outra.
Bem, se sentires diz-me.
Eu trago a chávena, ok?
Isto é mesmo uma boa ideia.
- Quem és tu?
- Sou a tua nova amiga Sam.
Lenço?
Chega aqui.
Porra, isto dói tanto.
Sim, eu sei.
Mas isso é estar vivo.
Se não é mais nada, pelo menos é vida sabes.
É real. Às vezes dói mesmo.
Para ser sincera é tipo, tudo o que temos.
Como te sentes?
Seguro.
Quando estou contigo sinto-me seguro.
Como em casa.
Mas não conseguiu.
O piloto morreu no impacto.
Pai.
- Entra.
- Desculpa, acordei-te?
Não, só estava a ler.
Onde estiveste?
Em todo o lado.
Estive numa espécie de
viagem alucinante estes dias.
Tens-me estado a evitar.
Não, não estive. Então.
Ok, talvez tenha estado.
Tenho a certeza que podes
encontrar muitas coisas na vida...
...que podem te deixar furioso.
Mas o que não entendo é
porque estás tão chateado comigo.
O que eu queria era que toda
a gente fosse feliz novamente.
- Era só o que eu queria.
- Quando fomos todos felizes pai?
Dizes sempre isso, mas quando foi isso?
Quando foi que fomos todos tão felizes?
Porque não me recordo. Se recordasse
talvez pudesse rumar-nos para lá.
Mas eu só...
Sabes, precisamos fazer por estarmos bem
se isso não estiver nas cartas.
Bem, podemos tentar...
...se conseguires perdoar-te pelo que fizeste.
O que eu fiz.
O que eu fiz.
Ok, vamos. Estamos aqui, certo? Vamos!
Vou perdoar-me a mim mesmo
pelo que fiz. Estás pronto?
Era um miúdo e alguém fez de mim um sarilho.
É o que eu penso.
É o que eu penso sobre tudo, ok?
E não vou tomar mais essas drogas.
Deixaram-me completamente dormente.
Fiquei tão atordoado com tudo
o que me aconteceu na vida, ok?
E por isso...
...por isso vou perdoar-te.
Sempre disseste que o que querias
era que tivéssemos o que quiséssemos, certo?
Talvez o que a mãe mais
queria era que tudo terminasse.
E para mim...
...o que eu queria mais que tudo
no mundo era estar bem contigo
para que eu sentisse alguma coisa outra vez
mesmo que seja dor.
Bem, vais de encontro às
recomendações do médico.
É uma experiência de peso a tomar não achas?
Esta é a minha vida, pai.
É isto.
Passei 26 anos à espera que
alguma coisa para começar.
Então não. Não acho que seja demasiado
porque é tudo o que existe.
Eu agora vejo que é tudo o que há.
Eu e tu vamos ficar bem.
Sabes disso, certo?
Nós não poderemos ser felizes
como tu sempre sonhaste, mas...
...pela primeira vez, vamos deixar-nos
ser o que quer que seja que somos.
E tudo será melhor, ok?
Eu penso que isso será melhor.
O que estás a pensar?
- Tu não vais voltar, pois não?
- Então, Sam.
- Claro que vou.
- Não, não vais.
Não percebes que isto é bom.
Isto não acontece com frequência.
Na tua vida, tu sabes?
Quer dizer, isto...
Nós conseguimos tratar disto.
Eu quero ajudar-te, sabes?
Precisamos um do outro.
Não minto pelo menos há dois dias.
Isso é verdade?
Não.
Olha, isto não é...
...isto não é uma conversa
sobre isto ter acabado.
É... é...
...eu não estou a pôr
um ponto final nisto, sabes?
Estou a passar uma borracha sobre isto.
Porque estou a pensar
que se não me descobrir...
...se não for tipo, cair de pé...
...vou lixar isto tudo, e isto
é demasiado importante.
Tenho de ir...
Tenho de ir.
Despedi o meu psiquiatra.
Tenho de encontrar outro.
Olha, ligo-te quando chegar lá.
Eu vou telefonar-te.
Olha para mim.
Olha para mim.
Tu mudaste a minha vida.
Tu mudaste a minha vida,
e só te conheço à 4 dias.
Isto é o princípio de algo realmente enorme.
Mas agora, tenho que ir.
Chega aqui.
Última chamada para todos...
Tomem os vossos lugar
o mais rápido possível.
- Que estás a fazer?
- Lembras-te daquela ideia
que tive sobre trabalhar
por conta própria?
- E depois encontrar-te quando resolvo as coisas?
- A elipse?
Sim. A elipse. É estúpido.
É estúpido. É uma péssima ideia.
E eu não vou fazer isso, ok?
Porque, como tu disseste, é o fim.
Isto é a vida...
...e eu estou apaixonado por ti, Samantha.
Penso que é a única coisa que sempre
tive certeza em toda a minha vida.
Estou todo baralhado agora, e tenho
muita coisa que tenho que trabalhar.
Mas não quero desperdiçar mais
a minha vida sem ti nela, ok?
- Sim!
- E acho que posso fazer isso! Quer dizer, eu quero.
- Tem que ser, certo?
- Sim!
- Certo?
- Sim!
Então o que é que fazemos?
O que é que nós fazemos?