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Obrigado, é ótimo estar aqui,
é nossa primeira visita a São Paulo, mas terceira ao Brasil,
e estamos animados por fazer parte desse...
simpósio sobre arquitetura.
Pensamos em começar com um mapinha que mostra...
a localização tanto de onde vivemos,
quanto de onde trabalhamos.
Moramos e trabalhamos na beira do Central Park, em Nova York.
Moramos em uma caixa de vidro que fizemos no topo de um prédio,
e aqui podem ver Tod olhando o parque,
então nos sentimos muito felizes,
pois temos um quintal enorme...
e sem precisar fazer nada para cuidar dele.
No fim da rua está nosso estúdio,
composto por 25 pessoas realmente maravilhosas,
que consideramos uma família.
Essa primeira imagem de mãos segurando terra...
é realmente o princípio por trás do trabalho, que queremos refletir:
a ideia de que a arquitetura sempre tem que estar conectada...
à terra e a um senso de lugar na terra.
Esse é um desenho...
de uma artista chamada Vija Celmins, do céu noturno,
e uma das coisas que procuramos em nosso trabalho...
e nossa arquitetura é um lugar de calma.
Essa imagem de Silvia Motto, do mar,
é porque também procuramos um equilíbrio.
Existe equilíbrio entre Billie e eu,
a ideia de que há uma dualidade...
nesse equilíbrio que deve ser atingido.
E também um tipo de equilíbrio entre...
a presença da natureza e do prédio.
Acreditamos muito em nossos prédios...
tendo uma relação muito forte com a natureza ao redor.
Essa fotografia é de uma amiga nossa, chamada Trisha Brown.
Ela é dançarina, e faz um espetáculo chamado...
"If You Could See Me" (Se você pudesse me ver),
e durante toda a apresentação ela dança...
de costas para a plateia,
e outra coisa em que pensamos quando fazemos...
nossos prédios e arquitetura é tentar fazer um prédio...
que se revele lentamente.
Então muitas vezes queremos que as pessoas...
entrem e passeiem pelo espaço,
e voltem várias vezes...
para conhecer o prédio,
em vez de algo que se entenda imediatamente.
Essa imagem é uma pequena escultura feita...
anos atrás por Joel Shapiro,
e é uma casa feita de chumbo, muito pequena,
que tem enorme densidade e presença.
Arquitetura é pesada, está em cima da terra,
e acreditamos na densidade e no comprometimento...
com o peso.
E essa última peça,
de um artista africano chamado El Anatsui,
que mostramos porque...
somos interessados em detalhes...
e coisas feitas à mão.
Vamos mostrar agora seis projetos rapidamente.
O primeiro foi feito há dez anos,
o American Folk Art Museum, ao lado do Museum of Modern Art.
Podem ver que ainda estamos em nosso bairro.
Aqui está o Central Park no alto.
Folk art, é a arte feita...
por pessoas não formadas em arte.
Algumas, hoje,
podem ser pessoas com problemas mentais ou isoladas.
Há dois tipos diferentes de folk art americana tradicional,
com a garota de vermelho, e a da esquerda,
feita por um escravo...
afro-americano libertado.
Esses são os esboços iniciais do Tod, e todos os iniciais são...
desenhos de pensamento,
e para nós significa que ainda são feitos à mão.
O esboço mostra que nosso terreno era muito pequeno,
mas aqui estamos tentando pensar...
em como fazer um prédio sem escadas.
O problema era que,
enquanto não havia escadas ou elevadores, também não tinha espaço,
então ele tentava fazer uma rampa que se movesse.
Desenhos são fracassos, e o fracasso é uma exploração,
então ficamos contentes em começar com essa ideia...
de fracasso, talvez.
Isso é em 1997, mostrando que há 15 anos...
esse era o desenho que achei ser uma descoberta,
quando percebemos que o prédio poderia ter escadas,
e poderiam ser o centro da experiência.
Não queríamos que pessoas usassem elevadores,
mas sim seus sentidos, seus pés,
experimentando cada momento...
conforme sobem ou descem.
Neste museu queríamos que as pessoas...
sentissem como se visitassem a casa de alguém.
É um museu muito íntimo,
em parte porque o terreno é muito pequeno,
mas também porque o material da folk art...
é muito pessoal e geralmente de escala pequena.
Aqui, Billie e eu estávamos na oficina,
tentando entender o molde da fachada.
Primeiro achamos que a fachada poderia ser...
de molde de concreto;
depois verificamos que poderia ser de metal precioso,
se usado de forma simples.
Para entender isso, aqui estamos...
fazendo moldes que precedem a fachada.
Muitas vezes tentamos estudar os materiais.
Claro que não construímos a fachada sozinhos,
mas tentamos entender o processo,
e para entender o processo você precisa ir...
ao lugar onde as coisas são feitas.
Aqui o Tod está puxando...
um dos painéis de bronze branco,
posto sobre a areia.
E alguns desses painéis que fizemos...
naquela oficina se tornaram a fachada do Folk Art Museum.
E achamos que não apenas havia certo comedimento,
e talvez retenção, mas também queríamos uma fachada emotiva,
não era só luz e claridade;
era uma fachada que teria, com o tempo,
um registro emocional.
Mudando com o dia e as estações.
O interior é bem espartano,
e usa a estrutura do prédio, o concreto,
como o próprio acabamento.
Esse é o saguão.
E também queríamos usar materiais comuns.
Uma das razões por chamamos de extraordinário...
é que a arquitetura está para servir, somos todos servidores,
o que fazemos de extra, que transcende o comum,
que faz o trabalho do arquiteto especial,
faz com que valha a pena dá-lo ao público.
Então aqui, as paredes das escadas...
são painéis de fibra de vidro bem longos,
um material simples e comum.
Algumas das peças...
estavam penduradas nas paredes.
Não mudando,
mesmo que o resto da exposição mude.
E estamos interessados em mostrar a estrutura do prédio;
esse é o lado de baixo daquele conjunto de escadas largas,
as escadas que vocês viram,
que pareciam engolir o prédio nos esboços iniciais.
O próximo projeto também é perto dali.
No canto direito podem ver nosso estúdio,
e a pequena flecha no canto esquerdo...
é um projeto de interior,
na porta do Lincoln Center,
a Meca cultural de Nova York.
Mas esse projeto tem uma história interessante,
porque há cinco ou seis anos...
ele foi criado como espaço público.
Havia 500 espaços públicos feitos por construtoras em Nova York,
mas não foi respeitado como espaço público.
Há cinco anos, pouco depois de ser construído,
apesar de ter uma parede de escalada,
se tornou refúgio para mendigos,
e pessoas da comunidade não frequentavam o espaço.
Havia alguns frequentadores, mas muitos mendigos.
Mas esse é um espaço aberto a todos,
365 dias por ano.
E o Lincoln Center disse: "O que podemos fazer?
Podemos fazer uma parceria...
onde pegamos esse espaço,
por ser próximo ao Lincoln Center,
transformamos em um lugar maravilhoso para o público,
e ao mesmo tempo vendemos ingressos para apresentações?
É mais do que uma questão do Lincoln Center...
cuidar do seu jardim,
é também a prefeitura de Nova York...
se juntando ao Lincoln Center e dizendo:
"Ok, não é só vender ingressos,
tem que ser bom para todos e o tempo todo.
Então havia um diálogo muito importante...
entre o Lincoln Center...
e a prefeitura de Nova York,
que tinham atitudes parecidas, mas diferentes.
Ontem falamos sobre prédios que são "para fora",
mas também há alguns que são espaços muito importantes,
que são públicos, e são internos,
e esse é um deles, e é um sucesso incrível.
A primeira maquete era uma espécie de esboço inicial,
e gostaríamos de trazer luz natural para esse espaço,
que é na verdade um espaço estreito entre dois prédios grandes.
E trazer luz natural também nos fez pensar...
em fazer este lugar parecer um jardim.
Então aqui vocês podem ver no corte,
para quem entende cortes, que o teto é cortado,
para que a luz possa entrar,
e aí temos paredes verdes muito grandes,
são paredes verdes verticais que dão ideia do jardim.
Há três entradas... Você quer?
Posso mostrar aqui...
Essa é a Broadway, a via principal de Nova York.
Você atravessa para a Columbus, e o Lincoln Center está aqui.
É o maior centro de espetáculos em Nova York.
E a terceira é descendo, verticalmente, para a 63rd Street.
Mas o mais importante é a colaboração público-privada,
e essa é uma das ideias...
que podemos trabalhar mais aqui,
em todas as cidades, mas São Paulo seria um exemplo.
Então, o projeto é pago pelo Lincoln Center,
mas não é propriedade deles de forma alguma.
O espaço tem programação deles,
mas é usado pelo público.
É uma espécie de corredor coberto,
e queríamos fazer o teto bem claro e positivo,
quase como um sinal para te levar...
de um lado do prédio a outro.
Dentro há um café,
performances gratuitas ao público à noite, Wi-Fi...
É uma boa mistura,
porque até hoje os sem-teto ficam confortáveis...
e se misturam aos moradores,
e os jovens se misturam aos velhos.
Em três anos de abertura recebeu 750.000 visitantes.
Deste lado podem ver dois painéis,
um perto da tela grande e outro do lado oposto.
São painéis de feltro...
que estão para dar cor e um senso de quietude,
no sentido físico para o espaço.
É um ótimo espaço,
para ler um livro,
e estar em silêncio e imóvel, como Billie diz,
e é também um ótimo lugar para shows à noite.
-Essa é... -Pode falar.
Essa é Claudy Jongstra, uma amiga íntima,
estas são suas ovelhas à esquerda,
e aqui Claudy está tirando a lã das ovelhas...
e tingindo com tintas naturais que ela cultiva em seu jardim...
e nos campos ao redor de sua casa...
no Noroeste da Holanda.
Novamente,
queremos incorporar um senso de artesanato...
em tudo o que fazemos,
então o trabalho de Claudy realmente...
a mostra como artista e um senso tátil,
algo que possa sentir,
uma sensação de conexão,
do seu corpo se conectando com o espaço,
pois pode ver a maciez,
pode ver que é irregular.
É uma lição importante para prédios públicos, que precisam ser quentes.
Queremos em nossas vidas uma sensação de calor,
não há motivo para a arquitetura não fornecer...
esse senso de calor e de detalhamento.
Não é algo que precisa ficar a cargo só dos decoradores.
Ao mesmo tempo,
voltando ao desejo de fazer algo sólido, que dure,
todo o material que usamos é para durar,
então temos belos bancos de pedra,
pedra portuguesa na parede e granito no piso,
é um lugar de dignidade,
onde alguém pode ir à ópera,
e um sem-teto pode ficar o dia todo,
e todos são bem-vindos nesse espaço,
elas se sentam juntas.
O terceiro projeto que vamos mostrar é em Michigan,
na área onde eu cresci, ao norte de Detroit.
É um campus maravilhoso,
projetado por Eliel Saarinen no começo dos anos 1920,
e o trabalho continua até hoje.
É uma escola...
para meninos e meninas até a idade da faculdade,
e também uma faculdade de artes.
Mas dentro desse complexo,
apesar de vários lagos,
nunca tiveram uma piscina de natação para competições,
e alguns dos lagos já não podiam ser usados...
com segurança para natação.
Então isso os substituiu.
E assim decidimos que também devíamos...
finalizar esse longo acesso...
começado por Eliel Saarinen, que podemos ver aqui.
Nosso prédio é este bloco vermelho.
É para ser um prédio de fundo, não de primeiro plano.
O campus tem um terreno maravilhoso,
onde a arquitetura é equilibrada,
a natureza é equilibrada com as formas construídas.
E apesar da água ter um papel importante,
não era um elemento participante em termos de...
a escola ter uma equipe de natação.
Essa é uma maquete que mostra o prédio visto de cima.
O prédio é localizado em uma encosta íngreme,
de modo que não se vê o enorme bloco,
Ele também tem uma parede curva...
e uma passarela inclinada...
que leva a uma ponte e o conecta a outro prédio.
Estamos tentando fazer uma conexão com o terreno...
e com outro prédio e, como Tod diz,
tem a ver com ser uma série de paredes na paisagem,
não um objeto,
e queremos que o interior seja um lugar surpreendente.
As instalações para competições de natação...
em todo o mundo sempre usam ar-condicionado...
para desumidificar o espaço,
se forem recintos fechados.
É um peso tremendo, mesmo que seja equilibrado,
e tende a criar um ambiente no interior da piscina...
que sempre tem um cheiro de ozônio...
ou cloro, ou bromo,
e nunca há uma noção da mudança do dia.
Então, nesse projeto, decidimos...
condicionar o prédio de forma natural.
O prédio, como podem ver,
tenta ser bem baixo e silencioso na paisagem.
É uma caixa de água,
e poderia deixar uma pegada muito imponente,
mas queríamos o terreno mais importante que o prédio.
Essas são imagens tiradas logo após a finalização,
e podem ver que é bem baixo,
no fim do longo acesso está um banco,
a parede azul feita de azulejos de vidro.
Estas venezianas...
são da altura deste espaço,
e operadas de forma hidráulica, para o prédio respirar,
e é naturalmente condicionado,
a brisa atravessa o prédio nas quatro direções...
e através das janelas no alto,
seja inverno ou verão,
sempre podemos usar ventilação natural.
O ar entra pelo lado…
E sai do outro lado ou pelo alto.
É uma piscina de competição larga.
A escola já ganhou vários campeonatos nos últimos anos,
se tornando um lugar central para se frequentar,
então jovens e idosos gostam desse ambiente.
E quando neva em Michigan,
você pode abrir essas escotilhas e a neve entra no espaço.
Hoje o prédio está escondido pela paisagem,
e um dos princípios de nossa obra...
é que o interior é mais importante do que o exterior.
Nossa vida interna é mais importante que nossa expressão física.
E nossa aparência externa.
O que está dentro é o que conta.
A arquitetura deveria oferecer...
a melhor experiência dentro de prédios.
Esse projeto também é no Norte,
mas em Vermont, e finalizado no ano passado.
É uma escola, Bennington College,
e tem uma filosofia...
de conexão com o mundo exterior...
e de querer que a educação...
seja algo de muitas formas criada...
pelos próprios alunos enquanto estão ali.
Bennington fica em Vermont, Norte dos Estados Unidos.
Podem ver duas versões.
É montanhosa e muito fria, muito bonita,
e pode nevar muito.
Tod? Olhe para lá.
O projeto era um centro para comunicações.
Esse lugar remoto está usando tecnologia...
para que estudantes possam não só trazer...
visitantes para o campus,
que é lindo, mas também fazer projeções...
projeções para uma audiência...
tão diversa e distante quanto nós aqui.
Nessa foto estamos no terreno que escolhemos,
e escolhemos porque,
apesar de tudo lá ser lindo,
essa é a parte menos interessante da propriedade.
É onde um dos prédios jogava seu lixo.
Então, construindo nesse local
pensamos que poderíamos corrigir...
os problemas criados por outro prédio.
O que a presidente queria era um prédio...
onde ela pudesse trazer pessoas de todo o mundo,
como estamos aqui, no Arq.Futuro,
para falar sobre questões...
locais e também globais.
Ela queria que os estudantes se reunissem...
para ouvir essas pessoas pensar e falar,
e queria um lugar onde os visitantes pudessem ficar,
no campus, para passar mais tempo com os estudantes.
Havia três partes nesse programa.
O lugar onde ficavam,
o lugar onde se reuniam,
e adicionamos uma terceira parte...
Que é uma sala para seminários,
mas também pode ser chamado de lugar do espírito.
Em nossas obras tentamos encontrar um local de silêncio,
onde se pode tocar o espírito, qualquer que seja.
Esse prédio é muito eficiente.
Devo dizer que as paredes grossas...
são ótimas para isolar o prédio,
e o menor deles está desconectado,
não há aquecimento ou ar-condicionado...
ou nenhum sistema mecânico, é o lugar espiritual.
Uma maquete do prédio.
A administração do verde é importante, a neve também.
Podem ver que há...
duas aberturas para o céu,
um pátio e a uma conexão com o céu.
Aqui é onde as pessoas ficam,
se reúnem,
e esse é o terceiro espaço, o espaço espiritual.
Os três prédios têm a mesma abertura,
ou parecida, para o céu.
Num campus a superfície mais importante é o nível do chão,
a superfície mais importante de tudo isso é o nível do chão,
a conexão que temos com a Mãe Terra.
Então esse é outro prédio térreo,
e é entre esses prédios que se conduzem...
as atividades do campus e o dia a dia.
Realmente não pensamos em prédios como objetos.
Pensamos neles...
como uma construção de lugar.
Estamos criando lugares dentro dos prédios,
e os prédios em si constroem lugares entre eles.
Quando fomos a Vermont,
pensando sobre como deveria ser construído,
passamos por uma calçada em frente de uma igreja,
que tinha uns 300 anos,
e as pedras eram lindas,
e imaginamos onde conseguiram aquelas pedras.
E descobrimos que vinham de um lugar a 25km dali.
Vermont era uma das principais
áreas de corte de pedra...
do país e do mundo.
Acho que na época esse galpão...
que vemos à direita, em marrom,
era a maior oficina de corte de pedras no mundo.
Mas hoje tudo foi abandonado, já que...
o trabalho foi para a China, Brasil e outros lugares do mundo.
Também acho que muito disso teve a ver com o fato...
de terem desenvolvido a serra de diamante,
permitindo que se cortasse granito.
As pessoas ficaram menos interessadas em mármore,
por ser uma pedra muito macia.
Então fomos a um lugar que era...
uma espécie de lixão para blocos de mármore.
Alguns haviam sido cortados há 50 anos,
outros há 100.
E um prédio que vimos lá, que era incrível,
era só um galpão de armazenamento,
mas podem ver que é feito de blocos...
de mármore assentado a seco, encontrado no local.
Achamos que usar esse material seria barato,
que fazer um prédio que fosse apropriado à área,
e que no inverno desapareceria,
e no verão de destacaria como um bloco de mármore,
como um dos prédios brancos que existem em Vermont.
Mas como a pedra vinha de pedreiras diferentes,
as cores eram diferentes de uma para outra.
Então o construtor alugou um espaço e,
como os prédios eram muito simples,
de certa forma comuns,
ele pôde colocar as fachadas no chão,
e aí pudemos ajustar o mármore...
para que não houvesse blocos estranhos...
de uma cor específica,
para que fossem espalhadas por todo o prédio.
Esse é o prédio do último verão,
atrás do lago que antes era...
um buraco lamacento.
E no verão o prédio se destaca contra o céu...
e o fundo verde ao mesmo tempo...
que a chuva vem, eles escurecem consideravelmente,
então também mudam conforme as estações e o clima.
Todos têm o teto da mesma altura.
Sempre tentamos construir nossos prédios para durar...
não só 50 ou 100 anos, mas centenas de anos,
e achamos que podemos construir prédios sustentáveis...
que durarão por séculos.
E mesmo que o uso mude,
o prédio tem seus méritos.
Então, como o bloco foi cortado...
numa fábrica bem antiga,
as dimensões não eram precisas,
e decidimos trabalhar com a imprecisão das dimensões,
permitindo que o bloco fosse para frente ou para trás...
de acordo com a espessura.
Também encontramos pedras decorativas,
em mobiliário chinês às vezes você vê...
pedras que são escolhidas como parte do mobiliário,
de tão bonitas.
Amamos a nobreza desses blocos grandes de pedra,
então incorporamos esses blocos bem largos no prédio.
Aqui é um olhar mais de perto, no espaço de reuniões.
O interior, esse é um auditório...
que comporta de 80 a 100 pessoas,
um lugar onde ocorrerem conferências...
como um evento de dez pessoas ou até de 80,
ou podem ser transmitidas para outros países,
se necessário, para as pessoas participarem.
Olhamos desse espaço para o bloco residencial.
Apesar de olhar o bloco, e ver pessoas passando,
ele tem privacidade;
gostamos da ideia das coisas juntas, mas separadas.
A passagem.
Um esboço do prédio para mostrar como a neve seria coletada
e despejada nesses espaços externos,
para ser derretida e regar o terreno.
E aí aquele espaço.
Pensamos nele como um pátio externo.
Quando projetamos o prédio...
pensamos no vidro transparente,
assim, quando entrasse no prédio olhasse o pátio.
Mas aí vimos que o pátio seria menos silencioso,
com menos espaço,
então decidimos fazer vidro jateado...
para que aquele espaço se revelasse lentamente.
E a passagem indo ao bloco residencial.
Aqui usamos madeira dentro e fora.
Algumas das pedras decorativas antigas;
trabalho nos armários no interior do bloco residencial;
achamos que cada um dos apartamentos deveria ser diferente,
para que as pessoas viessem...
passar uma, duas ou três noites em um apartamento,
e depois voltar para passar outros...
três ou quatro dias em outro apartamento.
Então cada um dos interiores tem azulejos de vidr...
feitos à mão por alguém que frequentou a Bennington...
E trabalha com cerâmica.
E enfim, o terceiro prédio, o lugar do espírito.
Podem ver que há algo...
em nosso trabalho que tentamos fazer,
essa conexão tanto com a terra quanto o céu.
E esse é o desenho de Tod, mostrando um corte da forma
que desce do teto ao espaço.
E como o prédio é desconectado,
temos que operar manualmente, em vez de hidraulicamente.
Abrir e fechar o prédio manualmente,
então você fica responsável pelo isolamento térmico do prédio.
E é um espaço para seminários,
grupos de coral,
mas também um lugar espiritual.
Esse é o penúltimo projeto, mas é um grande.
Esse é um livro de mensagens...
que fica em mesas de escritório,
e havia uma mensagem de um homem que ligou da Índia.
E não achamos que significasse muita coisa,
era só uma coisa estranha,
e esperamos esse cara da Índia aparecer.
E ele veio com uma proposta...
de projetarmos um campus em Mumbai.
Achei ridículo,
porque nunca projetamos um campus antes,
nunca fomos à Índia antes,
e eu disse: por que nós?
o que podemos trazer ao seu mundo?
E eventualmente fomos levados ao presidente da empresa...
que nos chamou para isso,
um homem incrível que estudou arquitetura...
e acredita que a arquitetura...
é uma grande disciplina,
onde podemos entender e apreciar o mundo.
E ele disse que havia três coisas que gostava em nossas obras,
ficamos chocados por conhecer,
mas a primeira era que respeitamos a natureza,
e é verdade;
a segunda era que gostávamos da cultura de materiais,
e na Índia, há uma rica cultura de materiais,
e gostamos, fiquei feliz em ouvir isso.
E finalmente ele disse não temos uma assinatura que nos precede.
Em outras palavras, não apareça com um objeto pré-desenhado...
que mostra que estão aqui,
em vez de estar interessados em descobrir...
o que podem fazer em nosso país.
Foi uma mensagem maravilhosa,
e decidimos que adoraríamos trabalhar naquilo,
o que temos feito há nove anos.
A Índia é um lugar incrível e perturbador.
Estes são acampamentos de tendas,
espécies de favelas, mas comunidades muito organizadas,
que ficam ao redor do terreno onde nos deram...
a oportunidade de construir um campus.
E na série de prédios desse campus
há prédios recreativos, lugares para acomodação,
mas também é um local de trabalho.
Aqui é onde escrevem softwares.
Tentamos entender uma cultura...
tão diferente da nossa.
Esse é o festival de Ganesh, em Mumbai,
um festival incrível onde todas as vilas
e cidades próximas fazem suas versões do Ganesh,
o deus-elefante, e desfilam pelas ruas de Mumbai,
as colocam na água,
como são de papel machê, dissolvem-se.
Ao mesmo tempo,
Mumbai está evoluindo rapidamente,
de um país de terceiro mundo a um primeiro,
e a questão da densidade na cidade é crucial.
Mas na propriedade que nos deram,
esses prédios não são nossos,
são obras de arquitetos importantes...
ou não tão importantes de todo o mundo,
mas é uma ideia importada de arquitetura,
e não é nisso que acreditamos.
Uma foto tirada há alguns meses,
talvez um ou dois, é uma vista aérea do terreno.
Pode mostrar, Billie?
Quando conseguimos esse terreno...
havia um engenho e quatro casas.
Mantivemos as quatro casas...
e o terreno tinha 1800 árvores,
pretendemos manter todas lá,
mesmo construindo o campus.
E quando fizemos esse contrato...
com o Sr. Tata e a TSC, a empresa,
decidimos que não construiríamos demais no terreno,
concordamos que os prédios seriam mais baixos que as árvores,
que foi uma ideia importante,
que não haveria carros na área,
e, apesar do estacionamento, abaixo do terreno,
foi criada uma estação ferroviária...
para garantir que funcionários possam chegar ao campus.
Usaríamos apenas materiais indianos,
exploramos a ideia de que pedra usar,
e no fim decidimos usar cashmere,
e todos falaram: "Cashmere é no norte",
mas depois de muita pesquisa, descobrimos...
que havia pedra numa pedreira no sul da Índia.
Então fomos a essa pedreira...
e descobrimos que estavam enviando tudo para Alemanha,
deixando a Índia.
E pensamos, se fosse um mercado,
por que estão dando os vegetais para outro país,
por que não deixam em seu país?
No fim, conseguimos a melhor pedra dessa pedreira.
Mas foi porque entendemos...
como e onde ela era manuseada.
Também precisávamos entender como se constrói na Índia,
que é certamente muito diferente da forma
como se constroem nos Estados Unidos.
É um processo muito lento.
Isso é como despejam concreto,
balde por balde, então leva muito tempo.
É por isso que estamos lá há nove anos.
Mas mesmo dentro dessa cultura...
nós valorizávamos a lentidão que há...
quando fazem coisas à mão.
Essas mulheres se juntam...
para tecer uma quantidade enorme de tapeçarias...
baseadas num padrão tradicional...
que usamos nos espaços interiores.
E quando os indianos estavam...
criando suas estruturas de tempo,
uma dessas maquetes aqui, eles o faziam assim,
então também fizemos maquetes de grande escala,
para que pudessem entender como contruir coisas...
e entender pela presença física da maquete,
quais eram nossas intenções em comum.
Aqui fizeram uma escada à esquerda,
e calcularam errado as correntes e arames,
não conseguiram ler os desenhos...
e não tiveram problema em tentar de novo e consertar na próxima.
Então a ideia da maquete, de entender com olhos e mãos,
em vez de um documento,
pode ser a forma de garantir de garantir um trabalho excelente.
Esse é um desenho mais formal...
que mostra essas "garras" que se espalham pelo terreno.
E há um prédio,
aliás, uma série de prédios, que separa...
todo o complexo da rodovia principal que passa por aqui.
O prédio hoje está ocupado por 1.200 pessoas,
quase 24 horas por dia,
eles fazem software, e queremos que seja...
um lugar bom para todos, a qualquer hora do dia ou da noite.
Essa é uma área de desembarque.
Revestimos essa área em muitos tetos...
em azulejo chinês quebrado,
uma maneira tradicional de fazer tetos na Índia.
É interessante, pois mulheres de parte da Índia...
e de certas aldeias se reúnem,
e temos um teto muito moderno embaixo,
mas acima há uma casca de concreto...
e o teto de azulejos quebrados,
porque isso segura a água,
então é um sistema de suspensão.
Mas é muito bonito, pois as mulheres sentam...
e colocam os azulejos em volta...
e depois se levantam e os juntam.
Então se olhar o padrão,
pode ver onde a mulher estava sentada...
e como o padrão estava em volta e se junta.
É bem parecido com a forma dos portugueses e brasileiros,
assentam as pedras pequenas,
e dá para sentir a presença de uma pessoa no toque...
e na cadência das pedras ou dos azulejos.
Usamos nos tetos, saindo da garagem,
aqui estamos entrando em uma passagem...
onde queríamos fazer com que todo mundo...
estivesse protegido do sol, que é muito quente,
e da chuva, que pode ser extraordinária.
Esse é um desenho feito em nosso estúdio,
da área por onde se entra nesse complexo.
E aqui chegamos ao fim da construção.
Há uma passarela elevada coberta
que conecta um prédio ao outro,
e ela também é revestida pelo mosaico de azulejos.
O terreno é inclinado de um lado ou outro,
e como estávamos pesquisando...
as formas tradicionais de construir na Índia,
percebemos que essa ideia de tela,
uma tela leve, ou um véu,
seria apropriada para o nosso projeto.
Na parte ocidental da Índia...
eles ainda cortam esses painéis de pedra a mão,
e é uma espécie de calcário,
que quando sai da terra é relativamente macia,
então eles cortam.
Durante o período de nossa construção...
eles passaram de um painel cortado à mão...
a um que começa com corte a jato d'água.
É interessante porque no começo do projeto...
poderíamos pegar cada tela e fazê-las diferentes,
já que não havia necessidade de repetição.
Como o processo mudou,
precisamos reduzir o número de tipos de telas...
para que se pudesse fazer uso da tecnologia.
Às vezes, a tecnologia reduz as escolhas...
em vez de expandi-las.
Mas toda a finalização é feita à mão.
O que é interessante nessa pedra
é ter um padrão de um lado e o oposto do outro.
então o interior e o exterior têm significados muito distintos.
Temos um desenho dos cortes da passarela,
onde queríamos garantir que as chuvas das monções...
e o sol quente não atrapalhassem as pessoas de...
andar de um prédio a outro,
mas seria possível ter uma ventilação...
que passa pelas telas e permite que...
fiquem cobertas e protegidas enquanto olham para a paisagem.
Como dissemos antes,
queríamos garantir cobertura para pessoas...
quando andam de um prédio a outro,
os prédios são de destinos separados,
queríamos garantir que estivessem protegidas da chuva,
então isso indica o caminho...
e áreas que não têm ar-condicionado.
Você vai pra fora, para fazer uma refeição,
se reunir, socializar,
então as passarelas cobertas são muito importantes.
E sempre dão para a paisagem,
Pessoas estão comendo lá fora.
A madeira usada aqui vem...
dos antigos prédios do engenho,
que eram feitos de teca.
Estávamos interessados na inclinação no fim do terreno.
É mais alto aqui e mais baixo aqui.
Então os prédios estão cortados no chão,
e aqui podem ver essa descida,
um lugar onde o prédio ficou plano...
e o terreno se levanta ao redor.
Uma das coisas que vimos no norte da Índia...
foram esses poços incríveis em Hyderabad,
um prédio que não tem presença na superfície,
tudo é interior...
e acontece quando você desce ao subsolo,
por esses belos degraus esculpidos,
para achar o espelho d'água,
que no passado era uma fonte de água,
mas também onde as pessoas se reuniam.
Esse é um recurso que poderia ser facilmente usando em São Paulo.
Quando entra nesses espaços sombreados,
e com um pouco de água fresca e verde,
podemos criar belos espaços externos...
que se conectam à paisagem.
Queríamos garantir que ninguém baixasse as persianas nas janelas.
Para isso precisamos de nichos profundos,
em vez de brise-soleis rebaixamos o painel de vidro,
de forma que nunca precise de uma persiana.
Ficamos muito inspirados,
de maneiras diversas, por esse artista,
que é um tipo de artista folk do norte da Índia.
E ele construiu esse jardim extraordinário,
e nesse caso usando um método muito primitivo,
criando canais na terra,
e são frescos e belos, de uma estrutura incrível.
Então usamos uma versão mais contemporânea,
e com o tempo teremos videiras nessas paredes,
o que significa que o pé do prédio está sempre seco,
e que sempre que você olhar...
da sua mesa de trabalho, verá sempre verde.
E recomendamos que houvess locais para recreação.
Um estúdio de ioga, um lugar para jogar pingue-pongue,
uma biblioteca, e nesse caso uma piscina...
para funcionários e familiares.
Isso foi há cerca de um mês, quando enchiam a piscina...
e usaram esse espaço.
É um espaço externo totalmente coberto,
não precisamos de chuva aqui, ou das monções,
quando a chuva passa por essa abertura no teto...
e enche a piscina, com o sistema de filtragem cuidando disso,
e a brisa passa e esfria o espaço.
E pensando em resfriamento,
o ar pode entrar pelos lados e ventilar,
há uma série de aberturas por todo o prédio.
Elas trazem luz, mas também permitem que o ar ventile.
Isso é um espaço externo coberto, iluminado por essas aberturas.
Elas são revestidas em azulejo branco,
e também são encontradas em espaços internos,
atravessando os espaços de escritório.
E no fundo podem ver uma das tapeçarias...
que ajudam a trazer cor e vida aos interiores.
Esse é o último projeto, Barnes Foundation.
E essa é uma imagem,
desse lado, Dr. Barnes com seu acervo.
Esse é o produto,
uma espécie de remédio
para a prevenção da cegueira,
com o qual ele fez fortuna.
E esse era John Dewey, um filósofo americano muito famoso,
e um filósofo da educação.
O que Albert Barnes queria era criar...
um acervo que educasse as pessoas.
Ele era uma pessoa muito difícil,
e talvez não consigam ver,
mas aqui ele está falando com o arquiteto Paul Craig,
que projetou a Barnes Foundation original,
e pedindo algo como um alçapão,
porque ele não queria que as pessoas...
da elite viessem, e dizia:
"Quando vierem, gostaria de um alçapão...
que pudesse abrir e eles caíssem numa masmorra lá embaixo".
Então ele tinha uma ideia específica de querer atingir...
uma população mais abrangente.
E ele acreditava que a ideia da arte...
podia ser comunicada somente por olhar a arte,
mais do que entender sua história.
Essa é a propriedade que Paul Craig projetou com ele.
Foi em Merion, Pennsylvania,
uma bela área residencial, mas remota,
que nem todos podem visitar.
Dr. Barnes e sua esposa acreditavam que, nos jardins...
e na coleção, que eram por obras impressionistas...
e do começo do século XX,
havia uma conexão com o exterior,
e o prédio que ele construiu tinha janelas...
em todas as galerias, que se abriam para a paisagem.
Mas com o tempo todas as janelas foram fechadas,
e a relação entre a coleção...
e o jardim foi completamente perdida.
E a ideia de estar em um local onde pessoas pudessem vir...
e olhar a arte e a relação das pinturas com o entorno...
e uma com a outra, era algo que apenas as pessoas...
mais estudadas poderiam entender,
aquelas que tinham tempo e dinheiro para vir a Merion.
Mas podemos ver que é uma composição bem excêntrica.
Ele acreditava na beleza...
e no valor de equipamentos domésticos...
como sendo iguais à beleza e ao valor das pinturas.
Então nas paredes ele tinha várias dobradiças,
colheres, pequenos artigos, maçanetas.
Mas ao mesmo tempo cada parede...
tem uma linha que a atravessa,
significando que, em cada lado,
as coisas são simétricas.
Então há um Renoir aqui e outro aqui;
Cézanne aqui e ali.
As paredes são todas bilateralmente simétricas,
para quando entrasse, você visse...
a relação entre essa pintura e aquela;
essa pintura e aquela, e assim por diante.
Toda a ideia do acervo...
era entender as pinturas e sua linha,
forma e cor por meio da relação entre elas.
E ele era tanto colecionador quanto curador.
Foi a visão dele que estabeleceu essas relações.
Às vezes o artista...
é o autor da obra,
mas às vezes há algo chamado conjunto,
as coisas são reunidas com uma visão específica.
Ele encomendou a Matisse...
o primeiro mural de grande escala,
e podemos ver Matisse à esquerda fazendo esse mural...
que depois foi instalado, e pintando os painéis...
chamados "The Dance" para o Dr. Barnes.
Outra coisa que podem ver na galeria original,
é que todas as cortinas estão abaixadas e a maioria fechada.
Então uma das coisas que se perdeu com o tempo,
conforme as pessoas ficaram mais conscientes da necessidade...
de se conservar as telas e mantê-las longe da luz natural,
foi que as pinturas que tinham muito a ver...
com a natureza perderam essa conexão,
porque não se podia mais ver através das janelas.
Então nos pediram para pensar em ideias...
do que fazer com esse prédio, e quando o vimos,
para aqueles que são arquitetos, dá para ver que é muito simétrico,
então dissemos:
"ok, há linhas onde podemos...
quase imaginar um corte."
Aqui e aqui.
E uma das coisas que nos impressionou...
foi que o prédio original era uma galeria e um jardim,
Será que ainda dá para fazer ambos,
mas também colocar o jardim dentro da galeria?
Então pesamos que poderíamos pegar essas linhas,
desmontar o prédio
e inserir luz ao mesmo,
uma sensação de alívio. Porque uma das coisas...
que acontecem com esse acervo é muito intenso,
e é muito cansativo de olhar.
Vá em frente.
Quando conhecemos os Barnes,
eles passavam por um fase de problemas financeiros,
perdendo 500 mil dólares por ano,
sem maneiras de recuperar essa perda.
A cidade de Filadélfia deu um terreno no centro,
e fomos selecionados como arquitetos.
O terreno era menor,
e o prédio precisava ser maior do que o original.
O que podemos ver aqui é que estamos tentando...
colocar esse prédio em uma série de jardins.
Nosso conceito era uma galeria num jardim,
e o contrário,
e tentaremos explicar esse pensamento.
O prédio tem três partes. Essa é a galeria;
Esse, que parece verde,
é na verdade um teto de plantas. O prédio tem formato de L.
E serve as galerias...
e os escritórios de conservação,
o café, as galerias de exibição temporária.
E esse é o pátio interior...
que separa o prédio em forma de L e as galerias.
Essa é a Franklin Parkway,
uma rua muito importante...
que atravessa Filadélfia,
e é ladeada por essas árvores muito altas.
Esse é o primeiro jardim público,
com um longo espelho d'água,
daí você calmamente sobe uma rampa...
até o jardim mais privativo,
e então entra no prédio.
A ideia é de que você deixe a cidade para trás.
O equilíbrio entre o prédio e o jardim...
é crucial para essa proposta.
O prédio não poderia existir...
independente desses jardins ao redor.
Uma das coisas que verão é que essa planta...
é quase igual à planta original,
porque uma das razões para os Barnes...
poderem mudar sua coleção de lugar...
foi que eles prometeram que seria pendurado da mesma forma.
Então os cômodos são iguais,
mas entre eles inserimos um jardim...
e um local para estudar e pensar sobre as obras.
Essa é a Franklin Parkway, na Philadelphia,
Billie mostrará o prédio.
O Philadelphia Museum of Art, a biblioteca...
Fora nosso prédio, finalizado no ano passado,
todos os outros foram construídos...
e finalizados antes de 1929,
então há uma história das belas-artes nesse local,
e uma dignidade dos prédios neoclássicos.
Mesmo assim, sentimos que precisávamos fazer...
um prédio contemporâneo,
mas que pudesse se relacionar com essa localização.
Aqui podem ver o prédio da galeria,
esse é o prédio em forma de L,
acima do pátio de luz está a caixa de luz,
que forma uma cantoneira acima do pátio.
Quando pensamos no que o prédio deveria ser,
sabíamos que ele precisaria...
se relacionar com o tecido existente da alameda,
que é de calcário neoclássico, de natureza cívica.
Mas também pensamos sobre a coleção.
Barnes foi um dos primeiros colecionadores de arte africana,
e era uma parte muito importante do acervo.
Então começamos a procurar tecidos africanos,
porque eu e Tod também colecionamos,
e pensamos em usar o padrão de um pano Canti...
que é esse aqui em cima,
pensando em fazer um tecido de pedra que envolvesse o prédio.
E esse tecido de pedra...
poderia ser tão tecnologicamente avançado...
quanto qualquer cobertura de qualquer prédio,
só precisávamos achar a pedra certa.
Olhamos pedras americanas,
mas achamos em Israel que era perfeita,
e barata e durável o suficiente.
Precisávamos ir às pedreiras...
para ver como as pedras eram cortadas,
como seriam manuseadas, e qual seria o melhor uso,
e acabamos indo várias vezes ao deserto de Negev...
onde estava essa pedreira, para entender tudo isso.
Enquanto estávamos lá, também vimos que...
eles trabalhavam com a pedra à mão.
Então dentro do prédio usamos muito dessa pedra,
cinzelada à mão.
Podem ver as tapeçarias,
não é tão diferente de Bennington,
mas esse é um sistema para proteção de chuvas,
cada um dos verticais é de aço inoxidável,
então é uma pedra em cima de um revestimento que é isolante.
O que vocês verão em todos os nossos prédios...
é que em vez de serem caixas de vidro eles são prédios sólidos,
e isso tem a ver com nossa crença...
e com o que aprendemos no passado.
Não há dúvida, todos sabemos que um prédio maciço
é o melhor isolamento térmico.
Prédios de vidro, apesar de serem sustentáveis,
são bem menos eficientes do que um prédio sólido...
com janelas nos lugares certos.
Outra coisa que vimos quando lá...
foi que eles podiam esculpir...
pedras em belos formatos.
Então também adicionamos algumas peças...
que tinham barbatanas esculpidas para fazer sombra.
É um tipo de detalhe que...
fala com a mão.
E ficamos contentes com a irregularidade...
e a variação das pedras e da superfície.
Esse é o prédio visto da Franklin Parkway,
enquanto se anda.
E o que queríamos fazer...
e fizemos, é que se pode olhar da via para as galerias.
Com o uso de tecnologia nos vidros...
e de uma iluminação adequada podemos fazer...
com que olhe e veja as pinturas...
e tenha noção da vida dentro do prédio mesmo estando fora.
Essa é uma fonte na entrada do prédio,
um presente para a cidade de Philadelphia,
trabalhamos com Laurie Olin...
e colocamos dentro as árvores...
e uma série de cavalos americanos...
Conforme você entra no prédio, há outro espelho d'água,
fazendo parecer sólido, mas há janelas oportunas,
e à direita você caminha embaixo de uma árvore de bordo japonesa,
abaixando os ombros e eventualmente encontrando...
a entrada do prédio por uma série de jardins.
Aqui atrás...
está uma parede que separa o jardim e um café.
Há um café do outro lado,
mas como em um jardim chinês,
a água continua...
por baixo de um vão na parede,
então há água também do outro lado,
mas não se vê o que está acontecendo...
daquele lado da parede.
Olhando para trás podemos ver uma escultura de Ellsworth Kelly...
que colocamos no jardim através de doação.
Também vemos a biblioteca pública,
fundada por Benjamin Franklin,
chamada Free Public Library of Philadelphia,
então esse prédio se relaciona com outros na alameda.
Entrando, pode-se olhar para as paredes que circundam o jardim,
que o deixam silencioso.
Há um mosaico no chão,
quase como um tapete que dá as boas-vindas ao espaço,
baseado no padrão de tecido "African Liar's".
Podem ver um close do mosaico.
Estamos sempre tentando trazer para esse prédio,
coisas muito pessoais.
Esse é o espaço do pátio de luz.
É um espaço grande e extraordinário,
mudando com o movimento da luz natural,
sempre olhando para fora,
dá para ver o jardim a distância,
uma espécie de sala de estar gigante...
para as pessoas esperarem antes de entrar nas galerias,
ou depois de sair delas.
O espaço no meio,
que vocês viram de fora, entre a galeria...
e o resto do pátio,
e vejam que usamos de novo o tecido de Claudy Jongstra...
para dar sensação de movimento,
quase tirando a luz da abertura...
e a trazendo para o chão.
Esse tecido que permite que se fale no espaço,
se ouvindo, tendo conversas tranquilas,
além de performances ocasionais.
Aqui projetamos os móveis para o espaço.
Tentamos garantir que os tecidos equilibrassem o calor,
nesse caso,
com um tecido cênico que criamos...
e que é o estofado dos sofás,
que estão em um piso...
de madeira reciclada do calçadão de Coney Island.
Descobrimos na semana passada...
que conseguimos o platinum...
O status LEED Platinum para o prédio.
É a primeira vez que um museu, nos Estados Unidos...
conquista esse status de sustentabilidade.
Aqui estamos olhando para um dos pátios inseridos,
que é um pátio verde,
e vocês podem ver como ele se expande...
abaixo do nível da superfície,
é uma forma de trazer luz para esse nível inferior.
E essa é outra inserção do outro lado,
são locais de contemplação, para sentar e ler.
Eles quebram a intensidade da experiência.
O terraço de onde pode-se sair do prédio e continuar coberto,
sentar e talvez comer algo ou tomar um café
e se sentir como parte do complexo,
mas não da cidade;
olhando a cidade, mas não sendo parte dela.
Séries de detalhes. Essas são portas que projetamos...
e que são quase portas cerimoniais, que fecham a galeria.
Olhando a partir dessas portas para o espaço da galeria.
Novamente, usando nossa versão contemporânea...
de um padrão africano.
E aqui estamos olhando diretamente...
para o jardim público,
usando uma espécie de mudança de nível,
garantindo a presença de plantas próximas ao prédio,
que florescem e mudam, de modo que se sinta
como parte daquele primeiro arboreto...
que Dr. Barnes desenvolveu em Merion.
Mas aqui vocês podem ver que a nova...
tecnologia nos vidros conseguimos manter...
as sombras longe da janela,
então as pinturas têm de volta a conexão com a natureza.
E apesar de todas as dimensões serem...
como antes, há uma mudança.
Sentimos a conexão com o exterior,
as pessoas disseram que as pinturas parecem ter sido limpas.
Não foram;
apenas simplificamos os detalhes...
e abrimos para a luz natural.
No andar superior,
onde agora se vê Le Dance, de Matisse,
que não tinha sido iluminada antes e agora é,
por isso dá para ver as pinceladas.
É muito emocionante...
para as pessoas que estavam familiarizadas...
com o acervo, mas sentem como se o estivessem...
vendo com novos olhos.
Aqui vocês veem a complexidade do acervo.
As galerias do andar superior, agora são iluminadas pelo alto,
o que antes só acontecia nas duas galerias maiores.
Então as obras estão ganhando nova vida.
Fizemos as escadas de madeira.
A sensação de maciez embaixo dos pés é muito importante,
seja no piso de madeira no pátio de luz...
ou nas escadas de madeira,
que também são feitas da madeira reciclada de Coney Island.
Projetamos um lustre acima para trazer...
um pouco da luz de fora para esse nível mais baixo.
E o nível mais baixo tem um lounge...
e um lugar aonde as pessoas vêm,
sentam-se para tomar uma xícara de café...
e esperam do lado de fora do auditório,
no qual são realizadas palestras.
Essa é uma imagem do laboratório de conservação,
onde nunca bate sol...
nesse cômodo,
virado para o nordeste,
mas aqui seria para o sudeste, acho.
E vocês também podem começar a ver as aberturas...
dentro da caixa de luz,
que trazem uma luz muito mais suave...
do que em alguns dos projetos anteriores...
que podem ver acima.
A plataforma de carga, e a cantoneira...
que permite que se vá lá fora e olhe a paisagem.
Finalmente voltamos às mãos, que acreditamos muito.
Precisamos honrar as pessoas que fazem nossas obras,
e perceber que são as mãos que guardam a vida...
e são os instrumentos para os prédios.
É com o interior que nos preocupamos mais.
Sim, no fim,
acreditamos que a arquitetura tem a ver com as coisas...
em que tocamos e as pessoas que amamos.
Obrigada.