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Castelos do Sal é uma associação de apoio a crianças vulneráveis com
quase dois anos de existência, esta ONG situada em santa Maria, acolhe actualmente
52 crianças dos 6 aos 12 anos de idade. Para além do apoio socio-educativo
a associação procura satisfazer as necessidades básicas
ao nível da alimentação e saúde. Este é o tema do Repórter de Hoje.
A associação castelos do sal foi criada em maio de 2011 e neste momento
apoia 52 crianças em situação de vulnerabilidade. Hoje vamos conhecer um
pouco melhor o trabalho desta ONG sediada na cidade de santa maria.
A associação castelos do Sal foi criada por Vanda Mateus
e dois amigos também eles estrangeiros, residentes em santa maria.
conheceram-se em trabalho de voluntariado no projeto Nôs Kaza. Depois de um
contato mais profundo com a realidade local acharam que era necessário criar
mais respostas para as crianças em situação de risco
na cidade de santa maria
assim nasceu a associação Castelos do Sal,
que iniciou o seu trabalho com as crianças que andavam na rua a mendigar.
Um ano depois,em Janeiro de 2012
começaram as suas actividades neste espaço,
cedido pela câmara municipal do sal com o projeto "Reino da Brincadeira",
através do qual apoiam cinquenta e duas crianças.
São crianças identificadas pela escola, como
crianças que precisam de um apoio
extra, porque ou estão sem supervisão, porque os pais estão a trabalhar
logo aí ficam mais vulneráveis
ou vivem em situação de carência económica,
ou andam muito tempo pela rua, ou a a parte da aprendizagem escolar
também está comprometida e não estão a conseguir desenvolver. E são estes os critérios
para admitirmos as crianças. Este projeto dá resposta a nível da educação, como
eu fui já referi aqui, muitas crianças têm algumas dificuldades de aprendizagem
e...
por isso temos um grande enfoque para a parte da educação mas através de uma
educação informal.
Portanto, depois temos também outras áreas neste projeto: que é saúde
quando começamos a trabalhar, víamos que muitas crianças tinham algumas...
apresentavam problemas de saúde, um pouco graves, nomeadamente a anemia
não por...
passarem fome, porque às vezes as pessoas podem pensar que é por se passar fome que se tem anemia
mas não é por isso, é porque
às vezes é difícil manter uma dieta bastante equilibrada, não é...
por isso, nós aqui fazemos um esforço para que durante a semana possamos variar o mais
possível, naquela refeição que eles têm aqui,
todos têm uma refeição aqui, todos os dias. E essa refeição tem sempre leite, fruta
vegetais, carne, peixe. Portanto, todos os dias variamos o mais possível. E quando chega
ao final da semana passaram um pouco por tudo. A pirâmide alimentar realmente foi
tocada em todas...
em todas as suas fases.
as crianças por aqui
também aprendem regras do bom comportamento, de higiene pessoal
além de desenvolver várias competências, permanecem na associação
no período contrário às aulas, sempre distribuídas pelas duas salas
existentes. Numa dedicam-se às atividades pedagógicas na outra à expressão
artística e atividades lúdicas.
Filipe Castilho.
é um educador de infância que trabalha a tempo inteiro com estas 52 crianças,
através de uma bolsa de voluntariado veio de portugal para colaborar neste
projeto.
Conta que experiência tem sido gratificante
mas confessa que a maior parte destas crianças
possui grandes lacunas e nível escolar. Nós vamos agora entrar
num projecto que engloba
uma metodologia específica: a portuguesa que é método da partilha maternal.
vamos tentar aplicar, vamos ver se resulta com estas crianças, porque realmente
elas precisam. Temos um grupo de 52, e na maioria destas
crianças
não sabem ler nem escrever, o que é uma grande preocupação
eles próprios têm uma auto-estima muito...muito em baixo, devido
a eles terem a própria consciência, que não sabem não ler nem escrever...
portanto eles têm o
interesse em aprender
na escola neste momento, não é possível mais do que aquilo que têm.
nós vamos dar
um complemento à escola.
Não vamos substituir a escola,
mas vamos ajudar também a escola, a ajudar estas crianças a serem melhores,
nomeadamente na língua portuguesa e na matemática.
Para além do Filipe,
a associação possui três funcionários
uma monitora, um educador sociocultural
e uma empregada de limpeza.
Grande parte do trabalho e da associação
é assegurada por voluntários nacionais e estrangeiros.
Cada um apoia como pode,
e naquilo que se sente mais habilitado,
mesmo na cozinha contam com um grupo de voluntários, que de forma rotativa
ajuda a preparar a refeição das crianças.
José Lindo é um dos voluntários da associação
o professor de artes tomou conhecimento do projeto, por acaso mas
mas hoje colabora intensamente
e faz parte da direção.
Por acaso...simplesmente passava pela rua e
vi alguém a colocar uma placa
a dizer "Associação Castelos do Sal", e
passei lá, para ver o que a placa explicava
agora sim, já sabendo do projeto
e como já trabalho no artesanato faz algum tempo,
aqui na Ilha do Sal, e já tinha dado algumas aulas às crianças na biblioteca,
do tipo aulas de mini-formação de Arte.
Então assim interessou-me bastante ajudar as crianças.
Para que as crianças desenvolvem-se este lado. E assim, 2 ou 3 vezes por semana ajudo as crianças
um bocadinho, sobre o que é o artesanato.
E aí, interessa-me também que haja amor e carinho entre as crianças.
porque ao ir na direcção deles com o nosso carinho de ajudar, eles sentem-se acolhidos.
e gostam de estar acolhidos, por nós
porque fazemos todos parte da associação.
Graças a muitos outros voluntários
as crianças de castelos do sal também frequentam aulas de guitarra e
cavaquinho, capoeira.
E, no dia em que lá estivémos, iniciaram as aulas da bateria.
as crianças que frequentam a associação dizem-se felizes por lá estarem,
e garantem ter aprendido já muita coisa. O que mais gostas de fazer em Castelos do Sal?
Qual é o momento que gostas mais, aqui?
Gosto do recreio e de estudar.
gosto muito da aula de artesanato do professor José Lindo.
e agora, também gosto muito de ir às aulas de espanhol, também é bom.
E da aula do professor Filipe, de música
e guitarra.
Estás contente de estar aqui?
Sim, senhora. Como foi que descobriste
esta associação?
eu e um amigo meu, vimos esta associação
e viemos aqui, para me vir inscrever
a foi assim que me inscrevi. Porque é que gostas de estar aqui?
Porque aqui safo-me.
O que é que gostas mais aqui?
as professoras e o Filipe.
Os recursos para manter de pé este projeto
advém dos donativos que a associação consegue dentro e fora do país.
Temos conseguido manter as portas abertas, porque temos uma comunidade residente, aqui no Sal
que é muito solidária.
E temos vários amigos que vêm aqui nos ajudar como voluntários, e participam no dia-a-dia,
nas rotinas de Castelos do sal, e depois, como também as pessoas vêm e acabam por ver
que realmente este trabalho está acontecer. e sentem-se bem, e depois quando saiem,
acabam por levar lá para fora, nossa mensagem. E tentam juntar-se e dinamizar ações de
solidariedade para angariar fundos. Temos vários hotéis que nos ajudam de diferentes formas.
Uns, porque disponibilizam-nos espaço e autorização, para lá termos a nossa
caixa de donativos
e uns folhetos, sobre o nosso trabalho. E as pessoas acabam por ver e deixar lá alguma coisa.
outros, porque divulgam que
existe uma associação a fazer este tipo trabalho. Então as pessoas já sabem onde se
devem dirigir. E vêm aqui contatam-nos diretamente.
E, então conhecem-nos e normalmente acabam por gostar também, do acolhimento que têm aqui.
E ficam nossos amigos. Os dias em que fazem os tours pela ilha, alguns passam também por
aqui com os seus grupos.
Vamos também tentando aproveitar aqueles concursos que existem da comunidade europeia,
e de outros...para financiar este tipo de projetos.
O ano passado tivémos o
privilégio de ganhar também o financiamento da embaixada de França, mas
temos também as nossas parcerias internacionais.
Temos uma parceria com uma associação, que começou logo desde início connosco,
que tem sido um parceiro realmente espetacular, que é
sempre muito certinho e muito envolvido, e que quer crescer aqui também connosco.
que é a associação " Cab Verd kids 2 care 4", portanto a Paula e o David que vêm com
alguma regularidade, aqui ao Sal. Vão vendo o trabalho que vamos fazendo, e vão
investindo também, um pouco neste trabalho.
O trabalho até então desenvolvido,
tem sido por muitos reconhecido,
todas as ajudas são bem-vindas
até porque, os donativos que a associação recebe são partilhados
com outras instituições que trabalham com crianças,
e com comunidades carentes.
A ONG Castelos do Sal gostaria de ajudar muitas mais crianças,
tem na gaveta outros projetos
destinados a crianças dos 3 aos 5 anos,
e aos adolescentes, sobretudo os que já estão fora do sistema de ensino.
A procura de recursos para materializar estes projetos
é algo que direção está disposta a correr atrás, mas a exiguidade do espaço
é a principal entrada a execução de tais projetos.
Enquanto não seja possível levar avante os novos projetos
pelo menos, estas 52 crianças estão protegidas,
e recebem os apoios e o carinho
que muitas vezes lhes faltam em casa.
A esperança é que consigam vencer as dificuldades
e que um dia
todas passam edificar o seu castelo.
"Pedras no caminho?
Guardo todas,
um dia vou
construir um castelo."