Tip:
Highlight text to annotate it
X
O cérebro é maior que o céu.
Ao pô-los lado a lado
qual será o maior
você decida.
O cérebro é mais profundo que o mar.
São ambos azuis
absorvem-se como esponjas.
O cérebro é só o "Peso de Deus".
Para metade deles, é mais difícil.
E eles serão diferentes como uma sílaba do "som".
O cérebro do bebe.
Menos de meio quilo de tecido gelatinoso
e dentro de suas leitosas entranhas
um Universo de significado
emoções, ideias
memorias, sonhos
tudo isto encontra caminho
evoluindo e mudando
durante uma vida.
A derradeira maquina e fonte de tudo.
Entendemos o mundo por causa do cérebro que temos.
Entendemos o cérebro porque temos um cérebro.
O cérebro é a coisa mais complexa na terra.
Mesmo o cérebro de um bebe é muito complicado.
Um bocado de cérebro do tamanho de um bago de arroz
contem cerca de 10.000 células nervosas.
Só nesse bocadinho.
Imagine quantos bocadinhos desses temos na cabeça.
Nessas 10.000 células nervosas
cada célula nervosa pode ter entre
uma e 10.000 conexões com outras células nervosas.
Portanto são cerca de 1 trilião de conexões.
É quase esmagador pensar nisto
se pensarmos como o cérebro e o sistema nervoso está montado
dizemos que é muito complicado.
Não temos hipótese de o compreender.
O cérebro é o assento da nossa consciência
de quem somos
e compreendendo-o, vamos compreender de onde viemos.
O CEREBRO DO BEBE
Elisabeth Traphagen nasceu à menos de 2 semanas.
3 meses antes do tempo.
3 meses antes de estar preparada para conhecer o mundo.
Foram 28 semanas e 6 dias.
Pesava 1,360 kg e tinha 35,5 cm.
Foi algo assustador, não saber o que um prematuro parecia.
É algo que não esperamos, deste mundo medico
para casa e saber como o vestir ou mudar a fralda.
Elisabeth é um saudável bebe prematuro.
Os seus pulmões sugam o ar activamente.
O seu coração bate sozinho.
Mas o órgão mais vital, não está completamente preparado.
O seu cérebro.
As maravilhosas tecnologias da medicina moderna
ajudam a manter Elisabeth viva.
Mas as 12 semanas cruciais do desenvolvimento do cérebro
devem de continuar, agora fora das paredes protectoras do ventre.
Quando o bebe sai do ventre
tudo muda.
De repente luz, sons agudos.
O cérebro reage
à estimulação.
Não pode filtrar, parar, desligar.
Sobrevive, faz por isso
mas a que custo?
O cérebro de um bebe que nasceu 3 meses prematuro
é vulnerável.
Faltam muitas semanas preciosas de desenvolvimento.
Biliões de células cerebrais, não acabaram de forjar
conexões com outras células cerebrais.
Eventualmente, haverá triliões e triliões
de conexões entre células.
Carregadas com impulsos eléctricos
ondulando como uma tempestade
através dos cumes e vales do tecido cerebral.
Cada célula no seu lugar
cada ligação entre células, cuidadosamente organizada.
Nada aleatório, nada arbitrário.
O que gostávamos de compreender
é como o cérebro, durante o desenvolvimento
gera milhões e milhões de neurónios.
Manda-os para o sítio certo no cérebro
e de alguma forma instrui cada célula nervosa
a formar conexões muito especificas umas com as outras.
Pode-se pensar em desenvolvimento, como uma peça.
Uma peça que segue um guião
que foi escrito pelo código genético
mas não tem realizador, nem produtor
e tem um monte de actores, que nunca disseram as suas linhas.
Apesar disso, a peça funciona.
Para mim, isso é um milagre.
Ovo e esperma.
A sua união, forma uma só célula.
Que se divide, divide e divide outra vez.
Em 3 semanas, as células que se multiplicam
enrolam-se numa parede oval.
Lá dentro estão um grupo de células
que começaram a desdobrar-se na forma de uma rosa.
O tubo neural.
Do baixo, sairá a coluna espinal
de cima, o cérebro.
Aqui está o começo primitivo
todos os nossos pensamentos e sentimentos.
Ás 4 semanas, quando a mulher descobre que está grávida
as primeiras células cerebrais, os neurónios
já se formam a um ritmo alucinante.
500.000 neurónios por minuto.
Neurónios que não se reproduzirão
e dificilmente serão substituídos.
E isso é espantoso, porque se pensarmos nisso
a maioria das células do corpo substituem-se.
A pele, constantemente caem células mortas.
Alguém calculou que se tivermos em conta
a renovação de células da pele durante uma vida
provavelmente, geramos 41 kg de pele.
Portanto, a maioria das células do corpo
fazem o seu trabalho
morrem e são substituídas.
Os neurónios, nascem na vida fetal
e funcionam até à velhice.
Á medida que o pequeno feto cresce
os neurónios saem do tubo neural
para construir o cérebro.
Camada por camada
como uma cebola.
Os neurónios seguem um caminho celular
como se viajassem pela auto-estrada.
Agarram-se a células de suporte chamadas Gleo
e impulsionam-se.
Põem o seu núcleo nas costas da célula
e guiam-se pelas fibras da Gleo.
Depois segue o seu caminho sozinho.
É um processo muito vulnerável.
Nenhuma outra célula faz isso.
É uma coisa espantosa.
Os neurónios viajam em ondas
milhões todos os dias
embarcando numa expedição intimidadora
que os cientistas chamam migração.
È um fenómeno espantoso
porque é como se fossem pelo País
em termos de distancia, em relação ao seu tamanho
é uma grandiosa odisseia
através de todos os tipos de território.
E o mais espantoso desta migração, é que
geralmente fazem-no sem erros
seguindo marcas pelo caminho
que lhes dizem, para onde ir exactamente.
Por anos, os cientistas perguntaram-se
como é que os neurónios acham o seu lugar no cérebro.
Viajam os neurónios simplesmente em manadas?
Deslizando através da auto-estrada Gleo
que os leva ao seu destino final?
Ou guiam-se a eles próprios
cada um programado geneticamente para cumprir a sua tarefa?
Pensávamos que a migração
era como uma distribuição de células
que eram descarregadas no final.
Agora sabemos que não é assim.
Á evidencias que mostram
que neurónios jovens
têm uma ideia para onde estão a migrar.
E podem reconhecera sua posição no cérebro.
No seu laboratório, na Universidade de Standford
a neurobiologista Susan McConnell
planeia uma série de experiências
para seguir a pista do neurónio migratório.
Os neurónios nascem da divisão de células originais.
As sementes de onde os tecidos do corpo crescem.
Alguma células originais, podem-se transformar em qualquer tipo de célula.
Sangue, pele, coração, osso ou cérebro.
McConnell pegou num descendente de célula original
e antes que se transformasse num neurónio
transplantou-a para um cérebro em desenvolvimento.
Então, observou-o a migrar.
Ela descobriu, que o destino do que brevemente se iria tornar um neurónio
era determinado pelos neurónios vizinhos.
Viajava ao lado deles
e tomou a mesma função que eles.
Ouve os sinais que o rodeiam.
Recebe instruções dos novos vizinhos
e reconfigura-se. Diz: - Claro, também posso fazer isso.
Mas quando McConnell transplantou um neurónio
seguiu o seu próprio destino genético.
Seguiu o seu próprio caminho.
Assumiu uma função totalmente diferente
das células que o rodeavam.
O que esta resultado nos diz, é que
quando um neurónio acaba a sua migração
já recebeu instruções do que se irá tornar.
Ele sabe.
Vai para um ambiente novo
e mesmo que todos no cérebro, estes novos neurónios
vão para a posição A, diz: - Não, eu vou para a posição B.
E é isso que faz, exactamente.
Ás 24 semanas
os órgãos vitais do feto, estão formados.
O coração primitivo, consegue bater sozinho.
Os pulmões antes impotentes, estão preparados para se encherem de ar.
E o cérebro está quase completo com os seus biliões e biliões de neurónios.
Estendendo-se uns para os outros
construindo conexões a uma velocidade alucinante.
Quase 2 milhões por cada segundo.
Até o cérebro se tornar uma rede compacta
de triliões de fios entrecruzados
com mais conexões que estrelas no céu.
Pode-se imaginar o tamanho do emaranhado de fios.
Como é que se resolve esse problema?
Como é que se consegue isso, durante o desenvolvimento?
Como é que cada um desses triliões de conexões é feito como deve de ser?
Pensa-se que é uma desordem. Uma floresta de conexões e fios por todo lado.
Mas de facto, o sistema nervoso parece ter uma estratégia.
A estratégia está nos genes.
O cérebro começa a ligar-se
seguindo um código genético preciso.
As conexões seguem regras muito definidas.
Vai para o olho, vira à direita no quiasma óptico
atravessa o quiasma, segue para o núcleo genicular lateral
cresce lá. Não cresças no núcleo genicular médio
porque é uma estrutura auditiva.
Imagine-se que os primeiros estágios de fiação cerebral
é como resolver um problema de conectar telefones
de Nova York a Boston.
Tendo a certeza que se faz entre Boston e Nova York
não entre Boston e Washington DC.
E isso é tudo especificado geneticamente.
Agora há uma segunda fase, na fiação cerebral.
Vamos supor que quer telefonar para a sua avó, em Newark.
Quer que esse telefone toque
na Avenida Park, no nº 47.
Não quer que toque no Whaldorf Astoria.
Como é que isso acontece, com precisão?
É essa a 2ª fase da fiação cerebral.
Se fizer uma chamada para a sua avó
no principio do desenvolvimento
o telefone dela vai tocar
mas também muitos outros.
Á muitas conexões que são feitas
e se as conexões forem correctas e forem usadas
são fortalecidas.
Se não forem usadas, ou só ocasionalmente
serão perdidas.
Podemos dizer: - Use ou perca!
Portanto, o campo cerebral, é uma estrutura dinâmica
que muda constantemente, em resposta
a este processo de fortalecimento de conexões próprias
e poda de conexões impróprias.
Conseguir todos os circuitos sintonizados
leva muito tempo.
Não pode acontecer do dia para a noite
porque temos, literalmente biliões de conexões para verificar.
Quando uma criança nasce prematura
o processo só está parcialmente acabado.
Um grande numero de fiação cerebral, acontece na enfermaria.
No Hospital de Mulheres Briggam, em Boston
Elisabeth Traphagen, com 2 semanas
nascida 3 meses prematura
tem que lidar com o mundo, antes do seu cérebro estar pronto.
Durante mais de 2 décadas
a psicóloga de desenvolvimento Heidelise Als
tem estudado prematuros como Elisabeth
para aprender como os seus frágeis cérebros
acostumados com o aconchego escuro do ventre
se adaptam ao deslumbrante zumbido do mundo.
Que diferença faz a absorção de sons, luz, forma
como é que o cérebro cresce?
Todas aquelas células ainda não estenderam os seus tecidos conectivos
ligações telefónicas, se quiserem
mas é muito mais activo que isso.
É como um fio que cresce ele próprio.
É dinâmico, biológico.
Não é como os componentes do seu computador
que vamos adicionando.
Depende do que vai sentindo, ao crescer.
Graças ás maravilhas tecnológicas
de uma moderna Unidade de Cuidados Intensivos
a maioria dos bebes prematuros, sobrevive.
Quase metade, terá dificuldades mais tarde, na vida.
Dificuldades de atenção, de aprender.
Terão mais dificuldades em planear, estruturar
prioratizar
à medida que crescem
aparentam muita inteligência, e têm
contudo, não se conseguem aguentar na 2ª classe.
Als e a equipa de investigadores
acreditam que o clarão e o barulho da Unidade de Cuidados Intensivos
é parte do problema.
Nos primeiros dias
fazer com que estas crianças sobrevivessem, era um milagre.
Referimo-nos ás crianças que o conseguiram, como bebes milagre.
Agora os milagres tornaram-se um factor comum
é mais como uma expectativa que a criança viva.
Depois descobrimos
que isso pode não ser suficiente.
Temos que dar um passo à frente, e perguntarmo-nos
apesar dos nossos melhores esforços médicos
eles não são tão equivalentes ás crianças normais. Porquê?
Nascimento prematuro moldará o cérebro
numa forma que a natureza não pretendia?
Durante os próximos 8 anos
Elisabeth fará parte de um estudo sem precedente.
E.E.G. gravarão os impulsos eléctricos do seu cérebro.
Imagens de Ressonâncias Magnéticas
revelarão as estruturas escondidas do seu cérebro.
Elisabeth ainda não sabe
mas, Heidelise Als fará agora parte de sua vida.
O cérebro enfrenta mais desafios, dos que enfrentou no ventre.
No ventre, ela não recebeu alimento directamente no estômago.
Ela recebe-o pelo sistema digestivo da mãe.
E ela não está deitada na cama.
Ela tem toda aquela água à volta
e ela não tem de respirar por si mesma.
Todo o corpo da mãe toma conta disso.
Os prematuros conseguem ver, ouvir
contudo, não se conseguem gerir,
da mesma maneira que os de tempo completo.
Eles são hiper sensitivos
mais facilmente estimuláveis.
Poucas impressões podem ser geridas facilmente
irão transbordar.
Portanto, temos estas respostas exageradas
que saem muito caras ao bebe.
Então dizemos: - O que podemos fazer?
Als, demonstrou que num ambiente cuidadosamente controlado
sintonizado para as necessidades de um prematuro
vai ajudá-los a gerir melhor o mundo à sua volta
à medida que crescem.
Elisabeth passou a sua curta vida
numa Unidade de Cuidados Intensivos
especialmente desenhada pela Als.
Tudo tem que ser suave
tentar ser calmo com o bebe.
Tentar emular o som, no ventre
a escuridão
e o contacto com a pele.
Ela pode ouvir o meu coração
e está próxima de mim
é bom, porque ela parece reconhecer-me.
Ela sossega
acha o seu lugar
e isso é um sentimento fantástico.
Deixamo-la ao cuidado de pessoas que são muito mais qualificadas
do que nós, no dia a dia.
É bom saber que ela reconhece a mãe.
A mãe ou o pai pode ajudá-la muito melhor
para a deixar descontraída.
A mãe tem a criança no peito.
É isso que foi prometido ao cérebro, ao corpo do bebe
e ao sistema nervoso. Como no ventre.
O peito, a proximidade do corpo.
E a família, como grupo social
que faz essa família sentir confiança.
Elisabeth está forte suficiente para ir para casa
Com 6 semanas de vida.
Agora é com os pais continuar os cuidados
começados no hospital.
Ela vai voltar a ver a Dr.ª. Als, dentro de 2 meses
quando era suposto ela ter nascido.
Als quer comparar o seu cérebro
com o cérebro de outros bebes prematuros.
Prematuros passam os primeiros dias
numa U.C.I. de um hospital normal.
O tratamento especial, que Elisabeth recebeu
fará diferença?
Quanto é que o mundo à nossa volta contribui
para o cérebro em desenvolvimento?
Para ajudar a responder a essa pergunta
neuro-cientistas, usaram um pequeno animal
imortalizado num quadro de Leonardo DaVinci
à mais de 500 anos.
O furão.
A pergunta fundamental
para perceber como o cérebro se desenvolve
tem a ver com a interacção entre a natureza e o natural.
Sabemos que o cérebro tem áreas diferentes
que fazem coisas diferentes.
Tal como o Córtex Visual, na parte de trás do cérebro
ou o Córtex Auditivo, no meio do cérebro.
Como é que estas áreas, estão localizadas
e porque fazem o que fazem?
Quanta plasticidade tem o cérebro?
Quanta flexibilidade?
Será um trunfo de intenção da natureza?
Numa série de experiências
o neuro-cientista Mriganka Sur
reestruturou o cérebro de furões recém-nascidos.
Num furão normal, a luz nos olhos
cria ondas eléctricas que viajam para o Córtex Visual.
Sur voltou a ligar o cérebro do furão
ligando os olhos ao Córtex Auditivo.
Enchendo as partes auditivas do cérebro
com ondas eléctricas geradas pela luz.
Raciocinámos que se podíamos fazer entradas visuais
do olho para o Córtex Auditivo
que normalmente processa a audição
ficaria o Córtex Auditivo como o Córtex Visual
se crescesse com a visão, em vez de audição?
Ficaria, agora o Córtex Auditivo com os mesmos circuitos e conexões
que diferenciam o Córtex Visual?
Se não, então a natureza, ou directrizes genéticas são essenciais.
Se sim, então as entradas são importantes
e o animal terá visão.
Registando séries de imagens
directamente do cérebro alterado dos furões
Sur, provou que os furões podiam ver.
Com furões normais, a actividade dos neurónios, no Córtex Visual
tem a forma característica de roda de alfinete.
Com os furões alterados,
o Córtex Auditivo tem uma forma similar.
O cérebro foi transformado
mas não completamente.
Em vez de visão 20/20
terão, digamos 20/6.
Verão a 20 pés, o que furões normais vêem a 60 pés.
A característica roda de alfinete, ainda lá está
mas não está tão ordenada.
Indistinta.
O ambiente molda o cérebro
mas não pode mudar completamente o destino genético.
As nossas experiências, demonstraram
acho que muito bem,
a interacção entre a natureza e o natural.
Acredito que o ambiente escreve, num cérebro em desenvolvimento
mas não escreve num quadro em branco.
Há uma estrutura que vem com os genes
que é influenciada, mais tarde,
pelo ambiente em que o cérebro se desenvolve.
As nossas experiências providenciam provas muito claras
da notável versatilidade do cérebro.
3 semanas depois do dia em que era suposto nascer
os pais de Elisabeth de volta para ver Heidelise Als
no Hospital Pediátrico, em Boston.
Faz a notável plasticidade do cérebro
prematuros como Elisabeth, especialmente vulneráveis?
Faz uma U.C.I, que imita o ventre
um efeito demonstrável no cérebro?
Mais uma vez, Als observa Elisabeth cuidadosamente.
Isso é fantástico.
O brinquedo prendeu a atenção dela.
Ela virou-se para ele e levantou as sobrancelhas.
Olhos curiosos e a cara direita.
Seguiu suavemente em todas as direcções.
Num arco completo.
Isso é maravilhoso para 3 semanas depois do dia D.
Portou-se muito bem com a luz
só ajustou um pouco a respiração.
Em termos do seu reportório de força e reflexos
ela é simétrica, forte e ágil.
Impressionante.
No fim de contas, fizeram um trabalho notável em apoia-la.
Não é trivial para um pequeno bebe.
Elisabeth aparenta estar bem
mas foi recrutada para outra volta de ***
para ver se o seu comportamento
correspondia a mudanças mensuráveis
no seu cérebro.
Ninguém fez isto antes.
Só muito recentemente, adquirimos a experiência para dizer:
- É possível que a nossa intervenção, possa realmente ser visualizada
em termos de uma mudança no desenvolvimento físico
dos parâmetros do cérebro?
Poderemos realmente vê-lo no cérebro?
Ainda é muito cedo para tirar conclusões.
Mas sabemos uma coisa acerca de Elisabeth.
Imagens do I.R.M., revelaram maturação do cérebro normal.
E os resultados do seu E.E.G.
Espero que ela recupere e ultrapasse.
É isso que espero.
É um bom e exemplar E.E.G.
que posso pôr num livro, como exemplo.
Podemos atribuir isto?
Isto é o resultado do nosso estudo.
Como cientistas, temos que ter muito cuidado
para não sobre interpretar casos individuais.
É inteiramente possível que o seu progresso
se deva à sua força interna
e nós sermos simples espectadores
neste grande jogo do crescimento.
Por outro lado, podemos ter sido cruciais
e nunca poderemos saber, porque não podemos andar para trás
e não ter intervenção nela.
Portanto o que temos de fazer é
ter uma população em que não intervimos
uma população em que intervimos
e compararmos as duas como um grupo.
Haverá sempre uma estrela
no grupo de não interferência, que se sai bem
e haverá sempre alguém que não conseguimos ajudar.
Mas a média, que é o que procuramos
e é no que se baseia o método cientifico.
Elisabeth!
Qualquer que seja a razão,
Elisabeth está a progredir dia a dia.
E para os seus pais, isso é suficiente.
Há um a grande possibilidade, de a Elisabeth
ter um desenvolvimento normal do cérebro.
E isso é um grandioso presente.
A minha esperança, quando ela nasceu, era que quando ela
atingisse a idade do colégio
as pessoas esperassem que ela se adapta-se na classe
mas parece haver um boa oportunidade
que no seu 1º aniversario
ela comece a cambalear como um bebe de um ano normal
e isso seria fantástico.
Prematuro ou normal.
Todos os bebes enfrentam o mesmo desafio.
Uma enxurrada de novos sons e vistas.
Bebes devem aprender a navegar
num oceano turbulento de sensações.
É uma tarefa imensa, organizar o mundo.
Deve ser difícil.
Mas, os bebes conseguem.
Eles agem como pequenos cientistas.
Exploram activamente e constroem uma visão do mundo.
E nesse sentido, há um paralelismo de como nós
como cientistas fazemos toda a nossa vida
e o que todos nós fazemos, ao negociar
num mundo complicado que está sempre em mudança.
Bebes são extremamente sensíveis.
Um recém-nascido pode identificar o sussurro de sua mãe
reagir à fragrância de seu corpo
e ao doce sabor do seu leite.
Reconhecer mesmo a sua cara.
Quando pega no seu bebe e o embala
e fala para ele, a sua cara está à distancia
que os bebes gostam de olhar, acima de tudo.
E de facto, mesmo com 2 dias
um recém-nascido reconhece a sua mãe
só de a ver.
Isso é uma notável capacidade
para um bebe que tem uma visão pouco desenvolvida.
E para um bebe que tem um cérebro pouco desenvolvido.
A visão é o ultimo, dos sentido a desenvolver-se.
Mas, um olho imaturo a mandar sinais atabalhoados
para um cérebro ainda em formação
não é surpresa que olha para um mundo diferente de um adulto.
O que achamos que um bebe vê é como um fotografia esbatida.
Se tirarmos uma fotografia esbatida
e olharmos para ela através de um tubo
é assim que o mundo é visto por um recém-nascido.
O facto de um bebe não ver muito bem
num sentido é muito bom
para um cérebro imaturo.
E isso é porque um cérebro imaturo
não consegue lidar com estimulações em excesso.
Portanto, o que o olho faz é alienar essa estimulação externa
fazendo com que o cérebro lide com isso muito melhor.
Mas também é importante lembrar
de como essa estimulação for alienada
entra neste cérebro imaturo
e essa estimulação é critica.
O que acontece se o cérebro não receber a estimulação que precisa?
E se a luz cair no olho
mas não chega ao seu destino?
Hollie McMillan só tem 5 semanas de idade.
Um saudável e normal bebe.
Mas o seu olho direito está nublado por uma lente defeituosa,
uma catarata, que deve ser removida rapidamente
ou ela nunca verá como uma criança normal.
No dia em que nasceu
reparámos que o seu olho direito, não abria tanto
como o esquerdo.
Na minha família, tenho uma irmã e o meu pai
que têm um olho um pouco mais pequeno que o outro.
Não pensámos ser um problema.
Mas fomos informados que teria que fazer cirurgia
para remover a lente.
Pelo que ouvimos, quanto mais depressa, melhor.
Temos esperança que seja breve.
Basicamente, depois de todas as discussões que tivemos
este é o formulário que me permite avançar
para o olho direito.
Esqueça.
Para um bebe, é urgente
que o façamos.
Se o bebe tem cataratas
as imagens que são supostas entrar
são criticas para o cérebro desenvolver a sua visão.
Essas imagens não chegam lá.
Como resultado, o cérebro não está a ter a oportunidade
da experiência da visão, e continuar com o seu desenvolvimento normal
que lhe permitirá, eventualmente, criar uma visão saudável.
Quando a avó tem cataratas,
todas as conexões entre o olho e o cérebro estão formadas
à anos.
E permanecem estável, ao longo do tempo.
Mesmo se não forem usadas, não desaparecem.
Mas quando a sua criança tem cataratas,
é o usar ou perder que está em jogo, durante o desenvolvimento.
É ainda um período de decisão e "poda" das conexões.
De facto, mesmo 1 ou 2 meses de experiência de visão perdida
desde o nascimento, pode ter consequências permanentes
no modo em que o cérebro está ligado
e o que esse cérebro pode fazer mais tarde.
Vejo-vos em breve, está bem?
Ok, aqui está a catarata.
Vou só livrar-me disto aqui.
Vou só deslizar isto aqui.
Antigamente, fazíamos isto com anestesia geral
mas a coisa boa desta lente é que nos permite fazer assim.
Depois de 1 semana da operação
o olho de Hollie está curado.
O Dr. Levin insere uma lente de contacto
que lhe fará falta pelo resto da vida.
Pela 1ª vez
o seu olho direito, envia imagens claras para o seu cérebro.
O truque é pôr a mão mesmo por baixo
para sentir o olho debaixo, então está bem.
De repente, é como se o olho se abrisse para o cérebro.
É com se o bebe saísse do ventre escuro
e de repente abrisse os olhos na sala de partos.
Mas a visão de Hollie ainda está em perigo.
Pelo menos durante 5 anos
até que o desenvolvimento visual estabilize
ela terá de usar uma pala para quando acordar
no olho esquerdo.
Ou o seu cérebro nunca aprenderá a usar o olho direito, para ver.
Se o olho bom não tiver a pala
não valerá a pena a cirurgia, nem a lente de contacto.
Temos este olho fraco, que tem de lutar por conexões no Córtex
com um olho totalmente forte e bom.
E esse olho totalmente forte e bom, se lhe for permitido
tomará todo o espaço cerebral
não deixando nada para o outro olho.
E o olho esquerdo ficará cada vez mais fraco.
Soa um bocado mal, pôr uma pala no olho bom
provocaria o mesmo problema que a catarata.
Mas o facto é que não, e não compreendemos porquê.
E podemos pôr a pala no olho bom à vontade
e virtualmente, nunca ver qualquer efeito adverso.
É um dos nossos mistérios.
Agora papá, se fechar os olhos
eu mostro estes cartões.
A catarata de Hollie, foi removida.
Mas, quão bem conseguirá ela ver?
Minutos depois de receber a lente de contacto
a psicóloga Terry Lewis
examina a sua visão
vendo se uma série de padrões calibrados
captura a sua atenção.
Não podes jogar com os teus olhos fechados.
Vimos que mesmo após 10 minutos de começar a ver
o bebe pode ver tão bem como um recém-nascido normal.
Isso diz-nos que o cérebro pode maturar até um ponto
sem qualquer experiência visual.
A par dos níveis de um recém-nascido.
Porque certamente não há nenhuma experiência visual
enquanto o bebe está no útero.
Apesar de bebes com cataratas, como Hollie
verem tão bem como recém-nascidos
não vêem tão bem como bebes da sua idade.
Mas apanham depressa.
É chocante, a rapidez com que a visão melhora
depois da lente de contacto ser introduzida.
Descobrimos que numa hora, temos melhoria significativa
na visão dos bebes.
Porque é isto tão excitante? Porque nos diz que apesar do cérebro
não ser melhor que o de um recém-nascido
na falta da experiência visual
uma vez que a adquire
está pronto para avançar.
Está a começar de novo
porque esse começo, mesmo na 1ª hora de experiência visual
faz o cérebro funcionar mais depressa
que no desenvolvimento normal.
Numa série de estudos cuidadosamente controlados
comparando bebes normais com bebes com cataratas
Lewis descobriu que à medida que os bebes com catarata crescem
a sua visão continua a melhorar,
até atingirem o 1º aniversario.
As crianças começam a ficar para trás depois de um ano
mas na média, com tratamento precoce
e seguindo as instruções dos médicos
o olho pode vir a ser um olho totalmente funcional.
Passaram 7 meses, desde a cirurgia de Hollie
e os seus pais têm tapado o olho bom.
Vamos ver como é que estás agora!
Hollie, cá vamos nós!
Estás pronta? O que pode ser isto?
Linda menina! Isso foi uma boa olhadela.
A visão de Hollie está a progredir.
A sua catarata foi removida precocemente
e a tempo para o seu cérebro em desenvolvimento aprender a ver.
A torneira visual que vagueia pelo mundo
será totalmente dela pelo resto da vida.
Linda menina! Isso foi realmente uma boa olhadela!
Quando somos bebes, os nossos cérebros estão mais abertos
à mão modeladora da experiência
do que em qualquer outra altura da nossa vida.
Em resposta ás exigências do mundo
o cérebro do bebe modela-se.
Penso que o cérebro do bebe é como um progresso trabalhoso.
Não estamos a construir circuitos do inicio.
Já fizemos isso.
Agora a experiência do bebe no ambiente
pode refinar os circuitos
e influenciar que conexões estão estabilizadas e quais são perdidas.
Pensamos realmente que o desenvolvimento do cérebro
é uma continuação,
apesar de grandes secções de ligações
serem permanentes
o desenvolvimento não pára, continua a crescer
à medida que ficamos mais velhos.
Nunca pára, na verdade
no fim deste programa o seu cérebro vai estar diferente do que estava no inicio
porque aprendeu e lembrou-se alguma coisa,
espero eu, ou esqueceu-se.
O que quer que façamos vai fazer a diferença.
Os nossos cérebros são flexíveis.
Á medida que os bebes crescem e desenvolvem
os seus cérebros adaptam-se ao mundo com a flexibilidade
que é a imagem de marca de ser humano.
Existe ainda grandes mistérios por descobrir
as nossas memórias, esperanças, aspirações
quem amamos e tudo isso está codificado nos circuitos.
E só começámos agora a compreender
de como isto tudo realmente funciona.
O cérebro é só o "Peso de Deus".
Para metade deles, é mais difícil.
E eles serão diferentes como uma sílaba do "som".
Tradução, adaptação e sincronização por
Pedro Lucas