Tip:
Highlight text to annotate it
X
>> Novamente, eu gostaria de reforçar um agradecimento especial ao convite. Estou bastante
satisfeita de poder estar discutindo com vocês esta temática, me sinto em casa. Comecei
aqui a minha carreira de estagiária de economia.
Olho para a platéia e reconheço muitas pessoas... Então, eu fiquei um pouco com o dilema do
Kapron em relação a 'lâminas ou não-não lâminas'.
O Rodrigo havia me dito que eu era debatedora, mas que se eu quisesse preparar lâminas,
eu teria em torno de 30 minutos para comentar.
Então eu estou no papel de debatedora, mas eu fiz
a opção de apresentar as lâminas porque a partir das falas, pontos que eu tinha pensado
em trazer, eles convergiram com aspectos levantados
aqui. Acho que dá para seguir um pouco o roteiro, embora as questões trazidas especialmente
pelo Kapron, eu esperava que ele fosse apresentar a política e eu iria discutir
a política. Mas vamos então, por favor. Eu só
linkei alguns trabalhos que nos envolvemos nos últimos tempos, alguns já conhecem,
a Janaína também, quando éramos colegas e pesquisadoras
na Unisinos, trabalhamos junto a uma equipe maior. Este primeiro projeto que foi financiado
pelo BNDES não aconteceu só no Rio Grande do
Sul, mas aconteceu no Brasil em praticamente todos os estados, com esta intenção de fazer
um olhar sobre os diferentes mapeamentos, e também com relação às diferentes políticas.
Depois, um trabalho encomendado pelo GTP, também em relação às diferentes políticas.
Depois um trabalho encomendado pelo GTP, tentando
novamente olhar as diferentes tipologias, pois
nós tínhamos tipologias em relação à seleção. Eu tive a oportunidade de fazer
uma pesquisa de campo junto aos próprios organismos do GTP-APL.
Não foram os 33 respondentes, mas dos 33, 19
responderam, entre núcleos dos estados e também outras organizações. E dois outros
projetos em nível de pesquisa, CNPQ e FAPERGS, que
possibilitou que nós fizéssemos um olhar um pouco
mais comparado com a relação política Brasil, política Rio Grande do Sul, e alguns países
europeus selecionados, a França, como o Kapron comentou, a própria Itália e a Espanha.
A minha idéia é caminhar menos para o lado
conceitual, o Rodrigo já fez bem isso, e me sentir
provocada para continuar a reflexão, especialmente no que tange a questão normativa. Por isso,
eu recupero algumas lâminas em relação à trajetória. Esta é uma lâmina em que
nós tínhamos o projeto BNDES, e ele terminou os relatórios
em 2010. Cheguei a representar o Governo do Estado, a antiga (STPI...), entre outras oportunidades,
e agora a idéia foi acrescentar o último quadro, com a política recente. E
da mesma forma que já foi antes adiantado, vou só
reforçar isto; que é reconhecido em termos nacionais o protagonismo do Rio Grande do
Sul, de ser antes inclusive do Governo Federal ter reformalizado
uma política neste sentido, o nosso Estado já tinha, na época, os chamados SLP's. Uma
coisa interessante também em que o nosso Estado se
difere dos outros estados, é que nós tivemos uma utilidade nesta política. Então nós
temos diferentes governos, onde esta política foi
mantida. Nós percebemos ali em relação aos
programas, apoio aos APL's no Governo do Riogotto e no Governo da Yeda, mas é claro que neste
estudo do BNDES que nós fizemos, o que se reflete é que esta política voltada ao apoio
dos APL's perde o protagonismo. Embora existisse uma
formalidade, ela perde um acento dentro do conjunto da
política - embora os convênios continuassem sendo assinados. Nós temos uma retomada importante
desta política voltada aos APL's a partir do Governo Tarso, onde nós nos encontramos,
dentro de um guarda-chuva maior que é a economia da
cooperação. Teriam quadros específicos em relação a
cada uma destas fases que nós chamamos. Não vou me deter a elas; nós fizemos um olhar
quanto aos aspectos com relação não só ao apoio
aos APL's, mas a questão da capacitação em redes,
capacitação em feiras, mesmo projetos setoriais, se nós olharmos, são penas recorrentes.
Se nós olharmos também no Governo Yeda, nós também
encontramos os setoriais, encontramos a questão da
extensão, da capacitação, das redes, das feiras... Há uma certa, claro, se nós entrarmos
no detalhes, poderemos perceber as diferenças,
mas há, digamos assim, no conjunto, um certo entendimento de temas ou focos. Agora, mais
recentemente, com uma política industrial, mais
formalizada, mais estruturada, não sou eu, obviamente, quem vai apresentar a política,
mas novamente, esta é a retomada dos temas, que
eles estão aí. Especialmente, esta atuação através
dos APL's, enquanto novamente uma opção para o desenvolvimento do Estado, do crescimento,
investimento e emprego, que é aquela grande temática. Acho que o ponto, como o próprio
Kapron comentou, não resolvido, mas (impingido...)
enquanto estratégico, desta necessidade de se
conversar entre os programas, entre as secretarias e esta transversalidade entre os programas
e as ações, acho que há um esforço neste
sentido. Então, eu queria primeiro fazer este destaque,
e passar talvez aqui, o que conversa um pouco com o próprio projeto da FEE, a época do
projeto do BNDES, a idéia era que nós linkássemos
aqueles APL's que não só tinham sido identificados no nosso Estado, mas que eram também apoiados.
Então distinguo aqui este esforço que a Fundação fez
neste momento, e nós conseguimos identificar 33 APL's até este período de 2010, que já
tinham sido identificado por n organismos e que vinham
recebendo apoio não só do Governo do Estado, mas também
do SEBRAE, que teve um período que foi bastante atuante, trabalhando com este recorte dos
APL's, e também alguns arranjos gaúchos que eram
apoiados diretamente pelo MDIC em nível Federal. Nós
tentamos, aqui no território, e nosso Estado também se destacava por nós termos em cinza
quase todos os municípios que, de uma forma ou
outra, estavam envolvidos em alguma algomeração de alguns
sentidos. As manchas pretas seriam aquelas regiões onde não aparecia nenhum tipo de
aglomeração. Era, ao mesmo tempo, interessante de ver que
não eram muitos os APL's, mas cobriam uma boa parte;
e se nós botarmos uma realidae mais recentes dos APL's apoiados - tentei fazer este olhar
-, esta região do litoral ainda está descoberta,
ali no norte também tem um pedacinho ainda à descoberta,
mas já começa a aparecer aglomerações com o apoio daquele espaço ali. As considerações
que nós fizemos com relação especialmente a este
(olhado...) que vinha sendo apoiado no nosso Estado, era o viés para aquelas atividades
industriais manufatureiras. Então nós fizemos uma
discussão também com esta questão conceitual de gerar uma certa tradição em função
da teoria de se olhar para a atividade manufatureira e menos
para as outras. O que chamava bastante atenção é que
o nosso Estado, embora tivesse vocação, tinha todo um histórico da importância das
atividades agropecuárias e da agroindústria, eram raros
os APL's, e não pela política do Governo do Estado.
O que nos percebemos é que, quando os APL's mais voltados a atividade industrial - ou
mesmo de serviços, turismo, etc - quando vinham a
ser apoiados, era normalmente e especialmente pelo SEBRAE.
Nós conseguimos fazer esta identificação apontando para a necessidade que se avançasse
nesta direção de um apoio à aglomerações com
outro foco. Pareceu-me extremamente convergente com a
apresentação do trabalho da FEE, onde saltam os olhos nas aglomerações com viés da agropecuária
e da área industrial. Há uma convergência,
e ao mesmo tempo quando, na seqüência, vão aparecer os
novos APL's apoiados, nos editais mais recentes, também nós conseguimos perceber isto. Aqui
estão os conjuntos de APL's que passaram a ser apoiados
pelos dois últimos editais da política do Governo
do Estado. Nós conseguimos perceber o aparecimento deste apoio para estas aglomerações com
foco industrial, menos na questão de serviços,
nós ainda não percebemos as atividades criativas, como
aparece ali o APL audiovisual, que naquele projeto que nós tínhamos tido, que o BNDES
havia desenvolvido, aparecia como uma oportunidade
de um APL a ser apoiado. Pode mudar, por favor, para a
próxima. Aqui vai ao encontro disso que eu falava antes, que são os resultados deste
projeto que foi feito pela demanda do GTP-APL quando nós
fizemos um levantamento junto a vários núcleos de todo o
Brasil. Este entendimento de que os critérios que estavam sendo empregados para o apoio,
estavam muito relacionados a aspectos como o impacto
no território - em termos de PIB, exportação, emprego -,
à relevância socio-econômica nesta atividade-chave do APL, ao estágio de desenvolvimento do
APL, ou seja, aqueles APL's que tinham uma governança
mais formalizada ou mais aparente, os vínculos e as
interações eram mais presentes também, e esta capacidade de resposta da aglomeração
era também mais requerida. Ou seja, na maior parte dos estados,
a maior parte das ações de apoio acabavam privilegiando aqueles APL's que eram os mais
estruturados, aqueles que tinham maior visibilidade. O trabalho da Fundação é extremamente rico
e oportuno justamente por tentar fazer este mapeamento,
bastante interessante a questão das regiões menos desenvolvidas, elas começam a aparecer.
Porque o viés tradicional é trabalhar com o que é
(aéreo...). Em nosso trabalho do BNDES fizeram uma
crítica, não só ao Rio Grande do Sul, mais outros tantos estudos que apontando que, se
caminharmos para o APL(QL...), nós vemos muito pouco.
Eu acho que foi bem interessante esta convergência. Em geral, há uma tendência de se trabalhar
com os mais estruturados. É uma resposta um pouco naquela
linha que o Kapron fez, 'qual é o ideal?', não tem um ideal. Esta questão de tentar
trabalhar com o APL que é o mais estruturado, e este sempre
ser o apoiado, como nós conseguiremos avançar, se tem
por trás, em termos de estratégia, justamente o adensamento, o desenvolvimento, etc. Então,
gostaria de destacar isto, isto é resultado daquele
trabalho do BNDES, em que nós apontávamos justamente a
necessidade de começar a se trabalhar com estas regiões menos desenvolvidas no nosso
Estado, porque nós acabamos vendo que se repetiram os apoios
ao longo das diferentes fases, mesmo nos diferentes governos, muitas vezes justamente naqueles
APL's que tinham mais condições, inclusive de captação de
recursos de outras fontes. E achei também que reforça este recorte que fez o trabalho
da Fundação com relação a questão do emprego. O recorte
do desenvolvimento, das regiões de desenvolvimento, e da
questão tecnológica vai bastante ao encontro disso. Eu queria fazer um destaque que, se
nós entramos em um viés à lá (tavit...), ou tentando
responder um pouco a questão do Kapron em relação à
inovação; nós começamos a olhar muito pouco, se nós entrarmos com um olhar muito
estreito e restrito quanto a inovação tecnológica. O caminho,
mesmo como os clientes desenvolvidos têm feito, menos no
sentido de alargar este conceito. Se nós olhamos as tentativas de identificação em
nível internacional, e mesmo a nossa própria pesquisa
do IBGE, é um conceito que vai nascendo empregado, um conceito que vai ser muito mais largo,
onde as (regiões implementais...) vão estar presentes,
onde não vai ser só gasto e empreender um departamento formal que nós sabemos que é
muito pouco, mas sim, eu vou estar considerando como inovativo
o exemplo que o Kapron trouxe, do grupo de empresários
de móveis, que têm algo que é novo para eles, que faz sentido e que consegue alavancar
a competitividade deles. Eu acho que nós devemos
pensar na questão dos intensivos em tecnologia -
eles têm um papel, nos intensivos em mão-de-obra que têm um papel. Acho que é importante
novamente reforçar o que nós já tínhamos concluído
antes; que a diversidade está presente, nós olhamos o
território, nós identificamos, então o apoio também tem que dar conta disso. Sei
que quem não está lá no dia-a-dia, como o Kapron comentou,
dando conta do diário, é mais fácil que o papel do
acadêmico. Aqui eu já comentei, e aqui volto para a questão das nações e da política,
e nas variações que nós tínhamos feito. Eu queria fazer
alguns destaques. Na época, nós fizemos com o apoio da
(CEDAE...), a Gisele e outras pessoas que estavam lá, no sentido de nos alcançar e
permitir que nós fizéssemos um levantamento em relação aos
gastos dos recursos e dos convênios que tinham sido
assinados. Isto aqui é só até 2010, e nós tínhamos ali em torno de 4 milhões e meio.
Se nós compararmos o valor até então do que envolveu
este convênio para os gastos do atual governo, com os
recursos disponibilizados via os editais, por exemplo, nós estamos atingindo gastos
muito superiores. Aqui nós temos um período muito mais largo
com gastos, em termos de fomento e de apoio muito menor.
Então acho que vale esta remarca também. Eu tinha um outro quadro que aparece no projeto
em relação ao que era planejado ao Estado,
mas o que era efetivamente realizado era muito pequeno. Acho
que vale esta remarca; e também uma remarca que eu gostaria de fazer é em relação aos
próprios instrumentos, que tinha aparecido muito forte
naquele resultado do projeto do BNDES, que nós
tínhamos um leque de instrumentos restrito. Basicamente, nós trabalhávamos com a questão
dos convênios. E naquele documento, naqueles
resultados nós apontamos outras experiências, vários editais
que tinham sido desenvolvidos, inclusive capitaneados pelo BNDES - com alguns estados do Nordeste,
especialmente -, trabalhando com este instrumento do edital, que aparecia como uma sugestão,
veio a ser adotado. Foram já publicados dois editais,
se eu não me engano. Um em 2012 e um agora em 2013.
Também um outro aspecto que aparecia muito forte no resultado do trabalho anterior - não
só no nosso Estado, mas para o país inteiro - a
questão da dificuldade, do financiamento, do crédito, vejo
ali também um esforço do BNDE. E eu apontei ali também a questão do fundo de fortalecimento
dos APL's, até gostaria de saber mais como que
isto está se desenvolvendo, porque quando nós olhamos as
experiências internacionais, justamente aparece como uma forma interessante de se trabalhar
com a criação de fundos, e o nosso Estado tem
esta proposta. Claro que uma questão é criá-lo e outra é
operacioná-lo, mas tê-lo já é um ponto de partida. E aqui, eu fiz só alguns destaques
em relação aos grandes temas, isto foi frisado na fala do
Kapron, de um apoio forte no que tange a questão da
governança. Também ao apoio aos planos de desenvolvimento, a sua elaboração e desenvolvimento
por parte dos APL's. E este outro tópico justamente
vinculado ao fundo, que seriam projetos mais específicos que eu vou retomar adiante. Por
favor, pode passar. Aqui novamente um destaque ao
(montante...) e aos tópicos, e aqui eu volto a um aspecto que acho importante no sentido
de sempre avançarmos. Quando nós fizemos aquele outro
trabalho, um dos aspectos que foi o nosso foco de
análise foi a tentativa de identificar, dado o diferente apoio ao longo daqueles diferentes
governos, de diferentes fases, não só pelo Governo
do Estado, mas pelos vários outros organismos que vinham
apoiando aglomerações, quais eram as grandes temáticas ou os principais focos das ações
de política. E nós conseguimos identificar estes cinco
tópicos, cinco focos, a questão da cooperação e governança,
formação e capacitação, inovação e tecnologia, acesso a mercados - interno e externo -, e
a questão do financiamento e investimento. Se vocês
se recordam da lâmina que eu mostrei com os convênios, ali
nós procuramos, em cada convênio, identificar o foco e a temática, e fizemos isto para
as ações do Governo do Estado, mas também para o SEBRAE,
e para o Federal, no projeto BNDES nós tínhamos uma
parte da apresentação que fazia um contraponto em relação aos focos e instituições apoiadoras.
Nós conseguimos identificar também a época - talvez
isto vá um pouco ao encontro do que o Kapron falou,
ele falou da fragmentação de instituições e de ações -, e na época ficou muito evidente
uma certa sobreposição de instituições e de ações.
Nós tentamos plottar o quanto mesmo o APL era apoiado por
diferentes associações, instituições e organismos. E às vezes nós víamos, em vez
de algo benéfico, algo que complicava a operação, porque eram
várias instituições, e lá pelas tantas - a Clarice não
está aqui, mas ela vai recordar - alguns arranjos, alguns APL's que nós dizíamos:
"Bah, não aguentamos mais nos reunir com instituições que vêm
aqui nos apoiar". Eu queria só remarcar esta opção com
relação à questão da promoção da cooperação e da governança. Isto aqui é um destaque,
um resultado dos projetos, este de pesquisa do CNPQ e da
FAPERGS - olhando as experiências internacionais, olhando
a nossa e as internacionais, e que se assemelham muito neste caminhar, com início de foco
na questão da cooperação e da governança. Quando nós
fazemos este contraponto dos quatro países - e aí Brasil
também, RS -, nós percebemos que a estratégia inicial geralmente tem como foco a questão
da promoção da cooperação, a sensibilização com os
agentes locais, a importância de fortalecer isto em nível do
aglomerado, e este grande foco na questão da governança. me parece que esta é uma
etapa, acho que o Estado está dando um acento importante para
isto, por isto não vou aprofundar aí, e sim tentar chamar
atenção para os passos talvez subseqüentes - olhando também a nossa experiência e outras
experiências - para caminhar neste sentido do olhar que
vai além da questão da governança, e que chame a
importância na questão da inovação. Enfim, no viés também de formação, esta coisa
do sistema, eu gostaria de destacar aqui, que se nós temos
por trás o próprio entendimento do conceito, e se nós
pensamos no apoio, no fomento, no sentido de que estas aglomerações sim têm articulações,
mas não necessariamente as têm. Elas podem ser extremamente
incipientes, mas o apoio vale justamente no sentido de adensamento e que se encaminhe
na direção sistêmica. E sim, a firma vai ter o seu papel -
Eu dizia, então, em relação ao viés teórico, mas não só, no sentido de que a dinâmica
vai estar muito relacionada a este fomento na questão das
capacitações, na questão do aprendizado, na questão
inovativa, mas a questão inovativa neste sentido mais largo, porque se ficarmos restritos
na questão da inovação tecnológica estrito-senso,
nós vamos atingir muito pouco e de novo vamos apoiar quem
talvez não precise de apoio, ou um conjunto muito pequeno de aglomerações. Então este
é um destaque importante, e olhando novamente as experiências
e tendo as ações com este foco, se conseguiu perceber
também a necessidade do Estado agir no sentido de reforçar e ampliar serviços de apoio
e de infra-estrutura. E pensando de novo neste
olhar mais sistêmico, pensando com um viés de sistemas
regionais, de sistemas setoriais, de sistemas nacionais de inovação, por um aspecto do
local. Então este suporte, em termos de textura,
de serviços, é bem importante. Aqui eu já adiantei que é a
importância que é resultado daquele projeto do MDIC das tipologias, do quanto que é importante
se ter estratégia de ter prioridades de política,
como disse bem o Rodrigo. Os estudos de mapeamento, eles
identificam. Óbvio que, quanto melhor ele for pensado, estruturado e conseguir dar visibilidade
a esta diversidade, muito melhor. É diferente
se eu trabalho com (QL...) ou se eu trabalho com uma
metodologia mais abrangente. Óbvio que estes estudos de identificação são importantes,
os diagnósticos são relevantes, mas a política é seleção,
ela é tomada de decisão e identificação de estratégias.
Então, uma coisa importante quando nós começamos a pensar na própria avaliação - que eu
vou tocar adiante -, que é outro gargalo que se tem
no nosso Estado, identificado pelo próprio Governo, do
quanto se avalia pouco o que foi realizado em termos de apoio e de ação. Mas se eu
não tenho claro a estratégia-meta, eu vou avaliar o quê? Na
verdade, a avaliação é avaliar o APL ou avaliar o quanto que
eu consegui atingir daquilo que eu me propus? Então o destaque maior aqui é a questão
de ter como referência o próprio conceito. A idéia
que está imbricada nele com relação às formas de aprendizado,
ampliação e difusão de conhecimento, processo inovativo, as capacitações... Às vezes
está próximo, estão ali os processos a ganhar destaque,
a ganhar ressalva, e às vezes eles não são o alvo maior.
Outro elemento que eu acho importante de nós destacarmos, retomando algo que já aconteceu
no projeto do BNDES, que ficou bastante evidente, uma
oportunidade que nós tivemos de nos reunir com os APL's no
curso de capacitação que fizemos, na época da Unisinos e AGDI, que nos aproximou também
de vários aglomerados do Estado que estavam sendo apoiados,
do quão distintos são estes aglomerados, com
estágios de desenvolvimento muito heterogêneos. Esta onda veio um pouco neste sentido de que
nós reflitamos em relação a estas especificidades
e com as necessidades. Então se, em um determinado momento, era muito oportuno e necessário
que se tivesse diretrizes de política e diretrizes de ação,
talvez seja o momento futuro de se encaminhar para uma menor padronização e uma maior
flexibilização, no sentido de que estas especificidades têm
que ser tratadas. Eu acho que o Renato não está mais, mas
já foi citado e mencionado, mas o APL de móveis da Serra, já teve oscilada a sua
trajetória quanto já foi mobilizada em termos de atores locais,
de governança, quantos planos estratégicos eles já fizeram.
Provavelmente, a necessidade que o Kapron diz, a expectativa e a necessidade que este
aglomerado tem é distinto do aglomerado da agro-indústria
familiar que está recebendo apoio pela primeira vez. O
de jóias lá no Norte, que eu entrei em uma dissertação daqui também, ganhou um apoio
em nível de Estado mais recentemente, já ganhava em nível
Federal, ou seja, se nós olharmos as realidades, elas
são muito distintas. Obviamente que não é nada fácil dar conta, em termos de política
dessa diversidade, mas como lidar com esta necessidade
de se aproximar do diferente, e de necessidades diferentes. Então, por isto que me chamou
bastante a atenção a questão do fundo e da oportunidade de
apresentar projetos específicos que, efetivamente no local, sejam protagonistas da sua demanda.
E também da sua solução. E uma coisa que
eu queria ainda destacar, que apareceu muito como resultado
do BNDES, que depois ganhou muita voz no GTP, que era a questão da terceira geração de
política, da segunda geração de políticas, em quitar
o APL. Como se tinham instrumentos semelhantes, ou se tinham
instrumentos que, na verdade, não foram, a princípio, pensados para aglomerações
ou para APL's, ou para cadeias, ou para micro-empresas em termos
de financiamento propriamente, foi um caso muito
lembrado a idéia de que é difícil eu pensar em como posso financiar grupos de empresas,
ou fomentar grupos e não pensar só na empresa individual.
Então o que se vinha observando era que muito estava
sendo pensado no APL, mas não para o APL. Então, eu acho que esta discussão é algo
que não se desenrolou ainda, ela não está de todo resolvido,
e ela se reforça e se ressalta em função deste
Estado que eu procurei relatar anteriormente com relação à heterogeneidade e diversidade
das realidades dos diferentes APL's. Aqui, por
fim, volto à questão da avaliação, que naquele momento do
projeto do BNDES, na época o grupo da própria SEBRAE, dizia o quanto carecia de instrumentos
de avaliação das próprias ações que, durante
vários governos, tinham sido desenvolvidas, o que
efetivamente tinha resultado. Isto não é, obviamente, também exclusivo do nosso Estado;
o GTP, enquanto apoiador em nível Federal, também
tem esta demanda, tanto hoje também há aquele projeto que
eu desenvolvi pela Rede SIST com relação à avaliação e também surg,e a partir disto,
a questão do observatório em nível nacional, tentando
também caminhar um pouco neste sentido de avançar na questão
da identificação. Eu acompanhei só na imprensa, que no caso do Rio Grande do Sul, novamente
nós temos uma ação inovdora e no sentido de criar
um sistema de monitoramento, uma parceria pelo que eu vi
na imprensa, teria sido assinada entre o Governo do Estado, AGDI e o Dieese. Fiquei bem curiosa,
no sentido de participar desta discussão, em relação a quais indicadores que utilizam
para avaliar estas ações, já me envolvi em vários grupos...
É uma discussão bastante complexa, mas eu acho
extremamente oportuno e meritoso o nosso Estado de novo poder fazer uma proposta e tentar
refletir sobre isto. Eu vou ficar por aqui, acho que
estou dentro do meu tempo. Eu fiquei muito instigada por
várias questões que o Kapron colocou, aspectos que também já fizeram pauta da minha pesquisa,
a questão que ele trouxe do global e do local;
até na época da minha tese tem um capítulo sobre isto,
uma discussão que nós também já fizemos com a própria Clarice, a questão da inserção
poderiam ser várias as nossas temáticas, sendo que nós temos a oportunidade de conversar
alguns momentos também, e eu agradeço bastante
de poder estar aqui, discutindo com vocês. Obrigada.