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Mandíbula é um espaço que é uma mistura de um bar
um café e uma loja de vinil. É um espaço de encontro das pessoas que têm
interesse em comum com a gente, basicamente.
Pessoas que gostam de uma boa música, pessoas que querem uns 10 minutos
pra relaxar e sentar no sofá, ouvir uma música legal, tomar um café legal
sem pressa
desdizendo tudo que está estabelecido como o normal.
Nossa proposta não é fazer uma revolução. Criar uma revolução econômica, revolução cultural,
mas eu acho que aos pouquinhos
pequenas coisas, pequenas iniciativas vão construindo um envolvimento.
Acho que esse daqui ó.
Maior problema com o que acontece hoje é que
pequenos negócios estão deixando de existir. E tem cidades
no Brasil que
comércio de rua simplesmente desapareceu, por vários fatores, pelo medo, pela insegurança...
acho que tá mais do que na hora da gente retomar essa...
a pequena economia.
Hoje foi dia de andar na São João,
no centro de São Paulo
na Av. São João, Amaral Gurgel...
procurar basicamente velharias que podem ser úteis pra gente.
Eu adoro isso aqui, ó.
Bauzão.
Esse lugar é mágico.
Olha essa cadeira!
A gente vem ver
sofá e poltrona, e acaba vendo tudo.
Culturalmente eu acho também que tem
um papel muito importante.
A cultura independente fazia as coisas mais originais que nasceram
no mundo
ou nasceram de uma situação de guerra, ou nasceram
simplesmente de
pessoas que queriam fazer alguma coisa diferente do
que dizia o status quo.
Eu sinceramente...
O papel econômico nosso é...
pequeno dentro do todo e...
a gente não tem nenhuma pretensão de ser grande, mas...
Eu acho que a gente vai ter...
Espero ter um papel...
Acho que se divertir é importante.
Enfim, eu...
Pretendo mais oferecer diversão
do que ficar pensando no que eu represento economicamente.
[MÚSICA TOCANDO]
Minha mãe me deu minha primeira...
Eu lembro que meu primeiro walkman da Sony e um cassete do Queen.
"Greatest Hits"
Tua mãe? Que ***!
E... foi meu primeiro...
Minha primeira recordação musical de uma coisa
que eu tinha... foi essa...
foi essa fita. Gostaria de ter até hoje, mas
sumiu. Minha mãe foi no show do Queen em algum momento. Minha mãe era hippie e tal.
Não que o Queen seja uma banda de hippongas, mas...
mas, ela tem esse histórico
e era... é uma banda que ela gosta, acredito, até hoje
e aí ela me deu... compartilhou esse
esse histórico comigo.
É bem comum os heróis de um adolescente são os caras das bandas que...
que ele escutava. Então eu queria ser esses caras... Kurt Cobain, Louis armstrong. Eu falava, "porra...
esses caras são maneiros".
Eu não consigo me espelhar em alguma coisa que não seja realmente
perfeita, eu acho. Que merda que eu tô dizendo, né?
Tem uma música da Elza Soares inclusive que diz alguma coisa assim...
"Eu não quero ser melhor do que... ninguém, não quero se mais...."
Não sei exatamente a letra.
"Eu só quero ser melhor do que eu"
É meio que isso, mesmo. Nunca quis ser ninguém.
Eu todo dia tô querendo ser alguém diferente.
Que ótimo.
Eu posso dizer que...
Acho que o meu grande medo é de...
é o medo do fracasso.
É o medo...e não é o medo do fracasso
financeiro.
Também existe esse obviamente.
É o fracasso de alguém chegar lá e falar, "Que merda isso aqui que vocês fizeram...
sinceramente.
Olha em volta. Você não tá vendo a merda que é? Olha esse café que merda.
Essa cerveja tá quente."
Cerveja quente nunca!
"Esse disco... Como é que você me vendeu esse disco aqui... arranhado. Esse disco tá trocado...
Esse disco...
Olha que bosta esse cantor. Como é que você me vende isso? Você não tem vergonha na cara?
Por outro lado é uma coisa que talvez me bata mais angústia e é a coisa
que eu tenho mais fé de que a gente vai fazer direito.
É um sentimento meio paradoxo.
Mas como todo medo é meio irracional.
Mas eu acho que a mudança é saudável. É o tempo inteiro você repensar o que
você tá fazendo, qual é o seu papel aqui
o que é que eu quero pra minha vida... Essas perguntas existenciais,
elas dão um puta medo no fim das contas. Você acorda com...
a barriga tremendo.
Mas, cara...
No fim do dia você sente que tá fazendo alguma coisa útil, né.
Se tudo
der certo, a gente vai
tomar café, beber cerveja e escutar música.
Se tudo der errado, a gente vai tomar o café que sobrou, beber a cerveja que sobrou
e escutar os discos que não venderam. Então...
no fim das contas tá tudo bem.
Eu sou o André.
Eu sou o Bruno.
E esse é o nosso Ramo.
Eu sou o André e esse é o nosso Ramo.
Mas espera ele falar o nome dele!
Caralho, cara. Você fica muito nervoso.
Eu sou o André.
Eu sou o Bruno.
E esse é o nosso Ramo.
Mais?
Não, ta bom. Depois a gente faz mais.
Pra não estressar o elenco.