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2. Quanto maior melhor
Á noite, seus olhos se adaptam ao escuro.
Suas pupilas se alargam para deixar entrar mais luz nos olhos.
Como resultado, você pode enxergar estrelas mais fracas.
Agora, imagine que você tivesse pupilas de 1 metro de diâmetro.
Você pareceria muito estranho, mas teria uma visâo sobre-humana!
É o que o telescópio faz para você.
Um telescópio ê como um funil.
Alente principal ou espelho coleta a luz das estrelas e a focaliza em Seus olhos.
Quanto maior a lente ou espelho do telescópio, mais fraco o astro que você pode enxergar.
Assim, tamanho ê tudo.
Mas até que tamanho se pode construir um telescópio?
Bem, não muito, se ele ê um refrator.
A luz estelar tem que passar através da lente principal.
E você só pode apoiá-la pelas suas bordas.
Se você faz uma lente muito grande, ela se torna muito pesada e começa a se deformar sob seu próprio peso.
O que distorce a imagem.
O maior refrator da história foi construído em 1897, no observatório de Yerkes, em Chicago.
Sua lente principal tinha um pouco mais que 1 metro de diâmetro.
Mas o tubo tinha incríveis 18 metros de comprimento.
Com o telescópio de Yerkes, os construtores de telescópios refratores tinham atingido seu limite.
Você quer telescópios maiores?
Pense em espelho.
Num telescópio refletor, a luz estelar ê refletida pelo espelho, ao invés de passar através de uma lente.
lsto que dizer que você pode fazer um espelho muito mais fino que uma lente e você pode apoiá-lo por baixo.
O resultado ê que você pode construir espelhos muito maiores que lentes.
Grandes espelhos apareceram no sul da Califórnia há um século atrás.
Naquele tempo, Monte Wilson era um pico remoto das montanhas silvestres de San Gabriel.
O céu era limpo e as noites escuras.
Ali, George Ellery Hale construiu pela primeira vez um telescópio de 1,5 metros de diâmetro.
Menor que o aposentado leviatã de lorde Rosse, ele tinha qualidade muito melhor.
E o local era muito melhor também.
Hale pediu ao homem de negócios John *** para financiar um telescópio de 2,5 metros.
Toneladas de vidro e aço foram transportados para Monte Wilson.
O telescópio *** foi concluído em 1917.
Ele foi o maior telescópio do mundo pelos 30 anos seguintes.
Uma grande peça de artilharia, pronta para atacar o Universo.
E ele atacou.
Além do incrível tamanho do novo telescópio vieram
transformações na forma de ver as imagens.
Os astrônomos não mais espiavam através da ocular do telescópio.
Mas, coletavam a luz em placas fotográficas por horas a fio.
Nunca antes alguém tinha penetrado tão fundo no cosmos.
Nebulosas espirais se revelaram como enxames de estrelas.
Poderiam elas ser sistemas estelares como a nossa Via Láctea?
Na nebulosa de Andrômeda, Edwin Hubble descobriu um tipo particular de estrelas
que muda de brilho com a precisão de um relógio.
De suas observações, Hubble conseguiu deduzir a distância de Andrômeda:
cerca de 1 milhão de anos-luz.
Nebulosas espirais, como Andrômeda eram claramente galáxias como a nossa.
Mas, isso não era a única coisa incrível.
A maior parte dessas galáxias estava se afastando da Via Láctea.
Em Monte Wilson, Hubble descobriu que galáxias próximas estavam se afastando devagar
enquanto que as galáxias distantes se afastavam mais rapidamente.
Qual a conclusão?
O universo está se expandindo.
O telescópio *** propiciou aos cientistas a maior descoberta do século 20.
Graças ao telescópio, nós descobrimos a história do Universo.
A pouco menos de 14 bilhões de anos atrás, o Universo nasceu
em uma grande explosão do tempo e do espaço, da matéria e energia, chamada
o Big ***.
Minúsculos defeitos quânticos cresceram em forma de densas nuvens na sopa primordial.
Delas, se condensaram as galáxias.
Uma incrível variedade de tamanhos e formas.
A fusâo nuclear no centro das estrelas produziu novos átomos.
Carbono, oxigênio, ferro, ouro.
Explosões de supernovas ejetaram esses elementos pesados de volta para o espaço.
Matéria prima para formar novas estrelas.
E planetas!
Em certo momento, em algum lugar e de alguma forma, moléculas orgânicas simples evoluíram para organismos vivos.
A vida ê uma preciosidade num universo em continua evolução.
Somos poeira de estrelas.
É uma grande visão e uma história dramática.
Trazida a nós através de observações telescópicas.
lmagine: sem telescópio nós conheceríamos apenas seis planetas
uma lua, e alguns milhares de estrelas.
A astronomia ainda estaria em sua infância.
Como tesouros enterrados, as fronteiras do Universo foram chamadas para a
aventura de tempos imemoriais.
Príncipes e potências, política ou industrialmente, homens de ciência
sentiram a sedução dos oceanos desconhecidos do espaço e através de seu apoio
de meios instrumentais a esfera da exploração se expandiu rapidamente.
George Ellery Hale tinha um último sonho:
o de construir um telescópio duas vezes maior que o recorde anterior.
Construiu a grande velha senhora da astronomia do século 20.
O telescópio Hale de 5 metros no Monte Palomar.
Toneladas de peso em movimento, e tão precisamente balanceada
que se move graciosamente como uma bailarina.
Seu espelho de 40 toneladas revela estrelas 40 milhões de vezes mais fraca do que o olho pode enxergar
Concluído em 1948, o telescópio Hale gerou visões sem precedente de planetas
aglomerados de estrelas, nebulosas e galáxias.
O gigante Júpiter, com suas numerosas luas.
A bela nebulosa da Chama.
Delicados filamentos de gás na Nebulosa de Orion.
Mas, se poderia chegar a tamanho maior ainda?
Bem, os astrônomos russos tentaram, no final dos anos 1970.
Nas altas montanhas do Cáucaso, eles construíram o telescópio Bolshoi Azimutalnyi
contendo um espelho primário de 6 metros de diâmetro.
Mas, ele nunca cumpriu as expectativas.
Era simplesmente grande demais, caro demais e muito difícil.
Então, os construtores de telescópio pararam aí?
Tiveram que enterrar seus sonhos de telescópios ainda maiores?
A história do telescópio chegou a um fim prematuro?
É claro que não.
Hoje temos telescópios de 10 metros em operaçâo.
E maiores ainda na mesa de desenho
Qual foi a solução?
Novas tecnologias. �