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Quero falar um pouco sobre robôs e comportamento humano
a principal diferença entre os organismos cibernéticos
e os sistemas humanos.
Muitas pessoas pensam que programação
é exatamente o mesmo em pessoas e robôs.
Não é.
A principal diferença é que você pode criar um robô
para andar, pegar um objeto e colocá-lo em outro lugar
mas antes do robô se mover
se você colocar o objeto em um lugar que o robô iria colocar
ele ainda iria andar e pegar particularmente o nada.
Entende isso? É programado.
A diferença entre sistemas humanos e robôs
é que não é linear.
Isso significa que o robô pode fazer certas coisas que você programou
e se você olhar sob um microscópio
pode ver domínios magnéticos que farão o robô andar
para uma área dada e sentar numa cadeira.
Se você empurrar a cadeira pra longe
o robô andará, sentará em nada e cairá.
É programado. O sistema humano difere consideravelmente.
Quando você trabalha num ser humano
ou num chimpanzé ou em qualquer animal...
(Trabalharei com um chimpanzé desta vez)
Coloque o chimpanzé numa caixa grande
e nessa caixa tem hastes sobressaindo em diferentes comprimentos
com um taco (um círculo, um triângulo, diferentes padrões)
e você não tem que ensiná-lo nada. Ele andará
e mais cedo ou mais tarde, ele tocará naquelas coisas.
Quando ele tocar um deles,
água surgirá, toca outra, comida.
Ele toca outra e uma cama macia surgirá da parede.
Se o animal é colocado lá por um período longo o suficiente,
ele usará estas hastes apropriadamente.
Qualquer animal tem uma variação de comportamento.
Quando colocado num ambiente, ele não responde como um robô.
Ele olha para o ambiente e procura por reforço: comida.
Se as folhas são circulares onde a comida está,
ele irá para as folhas circulares.
Isso é chamado de 'memória associativa'.
Computadores programados não têm memória associativa.
Eles seguem um padrão.
Se você olhar para um disco fonográfico
com um microscópio, verá zigue-zagues
cortados no disco de vinil.
Aqueles zigue-zagues são representações da voz de uma pessoa.
Enquanto o disco está tocando
se é alguém cantando 'Caruso'
ele não pode desviar-se desses padrões.
Robôs que são programados não podem desviar destes programas
a menos que você acompanhe-o
e mostre variações, ao invés de um círculo, uma leve elipse.
O animal tocará aquilo
pensando que é um círculo porque eles não são tão críticos
e se queimará levemente
então ele nunca tocará aquilo de novo.
Isso é o que o animal tem e que o robô não tem.
Se o robô toca algo e isso não o reforça...
Como você reforça um robô?
Se ele for picado, isso não o incomodaria,
mas um robô pode aprender a responder a figuras diferentes.
Quando ele vê um triângulo, pressiona um botão, ele fica lubrificado,
mas ele não se sente bem quando fica lubrificado
então não há razão para manter aquela ação.
Somente quando um humano toca algo
e sente-se bem em tocar, que ele repete.
Um robô não pode tocar algo e dizer "Ei, isso é bom."
Eles podem alcançar, fazer aquilo e puxar,
mas eles não podem fazer nada daquilo. Entende?
O motivo pelo qual eu digo "Você entende?"
é porque há muito conflito hoje
sobre robôs e pessoas: os robôs assumirão o controle?
Não, se eles são programados a não assumir o controle.
Se eles são programados a assumir o controle, eles podem atirar somente
num cara com um certo uniforme.
Se o cara permanece numa determinada área,
o robô pode andar, a menos que você o condicione
com os olhos para seguir qualquer coisa que se mova e atirar nela.
Um robô é um assassino? Não, ele está programado para atirar.
Isso é bem diferente. Seres humanos têm,
algumas pessoas acreditam, de 10 a 15 bilhões de neurônios.
Um robô tem centenas de milhares de configurações associativas, não bilhões.
Se você aprende que um copo te dá água,
qualquer coisa que pareça como um copo pode prover água.
Podemos desviar da nossa programação.
Nossa programação parece rígida, mas junto com isso
está a memória associativa: eu toquei aquilo e senti dor.
Toquei a outra coisa e não senti dor. Consegui algo.
Um robô nunca olha para uma coisa e diz "Que interessante!"
Se você flutuasse no ar na frente de um robô
ele não diria "Agora isso é interessante!"
Ele não pode fazer isso, ele só pode fazer o que é programado.
Um homem pode ver coisas
e ser programado e comparar isso a alguma outra coisa.
Isso está bem claro, ou querem perguntar algo?
Esta é a principal diferença entre comportamento programado
e programação humana.
Os humanos têm um monte de associações anteriores para programação,
então as outras associações, se isso o faz lembrar de outra,
ele pode desviar.
É por isso que as pessoas saem daqui quando eu falo
com interpretações diferentes.
(Roxanne) Kurzweil fala sobre usar nanotecnologia e
implantar algo na cabeça
como um segundo cérebro, que pode ser tão rápido
que poderia assumir o controle do outro cérebro na pessoa.
Isso é algo que ele levantou. - Você pode fazer isso,
mas isso não lhes dá poder de perguntar sobre aquilo.
Nunca vi isso acontecer. Um homem poderia dizer isso.
Um homem poderia olhar um evento e dizer
"Que estranho o modo que o papel segura aquele alto-falante."
O robô não faz isso. Ele olha para o alto-falante.
Nem mesmo olha para ele e diz "Isso parece um alto-falante."
A menos que você coloque um alto-falante em frente ao robô e diga
"Isto é um alto-falante" então quando os olhos do robô veem aquilo, ele diz "Isto é um alto-falante."
Quando você vira de lado o objeto, ele não sabe o que é aquilo.
Quando você vira o objeto de lado e diz "Isto também é um alto-falante"
e gira o alto-falante em várias posições
então o robô tem associações com a forma
em posições diferentes, ele pode chamá-lo de alto-falante.
Se você chamar uma laranja de laranja, mas cortá-la ao meio
o robô não consegue chamá-la de laranja.
Ele não diz "Parece uma metade de laranja." Entendeu?
(Roxanne) Isto que Kurzweil coloca como 'singularidade'
é quando você começa a implantar coisas nas cabeças das pessoas
que têm muito mais habilidade de cálculo, ou...
Se isto não está conectado com os outros neurônios,
não fará nada. - Não poderia assumir o controle? -Não
a menos que esteja conectado.
(Joel) Ele está propondo que aquilo está conectado de alguma forma.
Há alguma interface entre... - Se há uma interface
os neurônios orgânicos respondem a determinadas taxas de velocidade.
Qualquer coisa além daquela taxa, eles não conseguem responder.
Sistemas eletrônicos viajam quase na velocidade da luz.
Associações neurais são relativamente lentas.
Se tentar acelerar a digestão dos alimentos em um ser humano
os ácidos digestivos fluem numa determinada taxa.
Se você triplicar a taxa, pode digerir
porções do intestino.
Entendeu o que isso significa?
Por exemplo, vamos pegar um urso e colocar numa sala deste tamanho
com um monte de objetos saindo (eles tem que ficar para fora)
40 deles. Um urso pode aprender como usar
12 deles mas não 40.
Ele não lembrará de 40. Ele não tem a quantidade
neuronal para lembrar... Um urso poderia lembrar
porque quando um urso anda pelo ambiente "Este arbusto tem frutos."
Ele lembra onde o arbusto está
"Esta área tem animais que eu posso comer."
Um urso pode construir talvez millhares de associações,
mas primeiro você tem que estudar o alcance do animal.
Quantas alavancas um animal pode lembrar
vai te dizer qual será a reação dele.
Se encontrar um urso que pode aprender a manipular 47 alavancas
( um pouco mais ou um pouco menos se isso for verdade)
então você sabe o que o urso pode responder ao ambiente:
40 sistemas diferentes.
Um humano pode produzir associações
com milhares de coisas no ambiente.
Se um humano aprende a comer uma determinada comida
e ele tem que escalar uma árvore para consegui-la
se você colocar aquela comida na base da árvore, ele não vai escalar a árvore.
Um robô vai. Entendeu?
Se você programar um robô para escalar a árvore para conseguir uma maçã,
ele fará isso.
Se você colocar a maçã no chão, o robô vai "Ha!
Isso simplifica as coisas."
Não, a menos que você construa algo especial no robô
para lidar com variáveis imprevistas
e isso é o que as pessoas não sabem como fazer ainda.
Não sabem como programar um robô para dizer "O que temos aqui?"
porque as palavras "O que temos aqui?" não significam nada para um robô.
Significam algo para um ser humano.
(Roxanne) Os especialistas em robótica e Kurzweil estão trazendo à tona
que quando o robô fica conectado ao ambiente
e tem informação suficiente ele superaria
e assumiria o controle das pessoas.
- Não, um robô não
faz perguntas. Um robô não diz
"Eu estava aqui antes. Eu ví aquilo antes."
Eles não tem neurônios suficientes para construir
todos os tipos de associações.
(Roxanne) Acha possível que possam fazer isso
se usarem neurônios biológicos... - Se é programado, não.
Mas se um robô é autoprogramado
então a razão para as ações do robô
são muito diferentes dos sistemas humanos.
Quando um humano coloca algo em sua boca, aquilo é gostoso.
Enquanto se um robô faz isso, nada. Não há recompensa.
O que é uma recompensa para um robô?
Sentando, ele diz "Estou tão cansado
e agora me sinto melhor." Ele não sente.
Quando ele senta, não fala
"É bom ter uma cadeira em minha área."
Ele não dá a mínima para essas coisas. Se a luz fica tão brilhante
que os olhos do robô desligam, ele diz "Não consigo enxergar"
(se você o instalou desse jeito) mas ele não desliga a luz
a menos que você o instale daquele jeito.
Ele abaixa a luz quando fica brilhante
não porque está brilhante, mas
porque ele tem sensores que desligam a luz.
Você entendeu esta diferença?
(Roxanne) Você estava explicando isso ontem à noite em termos que
humanos têm que ter experiência para reagir...
Sim, isso significa que um robô não procura experiência.
Um robô não quer saber por que alguns pneus se desgastam mais rapidamente do que outros.
Ele não pega um microscópio e olha a borracha
sob um microscópio. Um robô não é equipado deste jeito.
Eles não têm prazer e dor.
Se tivessem prazer e dor
teriam preferências.
Entendeu? Se um robô corta
madeira com uma serra:
Toda a madeira que é empurrada para lá automaticamente; ele corta.
Se você colocar um humano lá, ele o cortará também.
Ele não pensa "Isso é uma pessoa, não quero cortá-la."
O robô não pode fazer qualquer coisa a menos que seja programado para fazê-la.
Ele poderia ser programado para cortar madeira, mas cortará qualquer outra coisa
empurrada para lá. Se você interferir com a programação dele,
ele não dirá "Espere um pouco, você está interferindo com a programação!"
Se o radar pega neblina em São Francisco,
o avião pode voar sobre o tempo.
O avião se move para cima com base no que está lá fora.
Se é neblina, ele vai pra cima, mas não vai para evitar a neblina!
Isso é projeção humana.
Um robô vai pra cima porque tem neblina à frente.
Seus sentidos se recuperam e lhe dão algo
que controla os elevadores e o faz subir.
Se está chovendo, o robô pode abrir o guarda-chuva
sobre si. Mas quando os pingos de chuva tocam o guarda-chuva
fazem contato com dois terminais,
então há um fluxo. Isso abre o guarda-chuva.
Mas o robô diz "Está chovendo. Vou ficar molhado. Vou abrir isso."?
Não, nada disso. Entendeu?
Estou falando sobre robótica hoje.
Quando as pessoas dizem "Você acha que os robôs assumirão o controle?"
Não há base para isso se eles são programados num determinado modo.