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Então, quando o pessoal do TED me procurou,
a primeira coisa que eles me perguntaram foi
de onde vem o meu interesse por tecnologia.
Eu fiquei na hora meio, não sabia como responder isso para eles.
Mas aí pensando depois, eu, eu, pensei sou
isso é uma coisa que veio comigo.
Não sei de onde veio, de onde surgiu
É com 6, 7 anos eu lembro que eu mexia nos computadores de trabalho do meu pai,
E as frases que eu mais ouvia eram: Ah, dá um joguinho para ele brincar
no computador. Eh, tira a mão disso aí, Pedro, isto é sério, não é brincadeira
E um ponto importante é que os computadores que eles usavam eram Macs
porque trabalhava com fotografia.
E mas eu não desisti, o tempo passou,
e com uns 8 ou 9 anos eu começei
a ter interesse por programação que eu também não sei de onde veio.
Nessa época eu tinha uns oito, nove anos e o pessoal que tinha a minha idade
se interessava por assuntos que não eram os mesmos que eu me interessava,
é, futebol, figurinhas, videogame, e o que eu gostava era de computador,
de programação, de fazer meus programas e de pesquisar sobre isso,
sobre os assuntos relacionados a isso, a computação.
E por isso eu não me relacionava com o pessoal da minha idade.
Eu conversava muito com os adultos, e você pode imaginar a preocupação da minha família com isso né.
Além disso, o assunto do momento era o tempo que as crianças passavam na frente do computador,
e eu lembro que minha mãe leu uma matéria falando do tempo que a filha do Bill Gates
passava na frente do computador, e que só podia ficar 45 minutos na frente do computador.
Aí eu pensei, se a filha do Bill Gates só pode ficar 45 minutos na frente do computador,
quanto tempo eu iria ficar? Minha vida iria virar um inferno.
A sorte foi que o Steve Jobs não fez nenhuma declaração assim, é por isso que eu sou fã dele.
E como...
E como toda família, eu tinha um computador compartilhado que todo mundo usava.
Então eles não me deixavam instalar as milhares de coisas que eu precisava para programar ele.
Mas mesmo assim eu forçava uma barra e instalava.
Eu tinha que dividir o computador com todo mundo.
E um dia pra minha surpresa em 2006, a minha mãe me deu o meu primeiro aparelho da Apple,
que foi um iPod Nano primeira geração. No início eu achei ele muito legal como qualquer
aparelho da Apple, Mas com o tempo eu comecei a ficar muito entediado porque eu via que
o aparelho de hardware podia me oferecer muito mais do que o software mostrava
visivelmente no aparelho. Então eu comecei a pesquisar como rodar vídeos nele, que era uma
função que eu já havia visto um iPod no youtube rodando vídeos e eu comecei a pesquisar e
comecei a hackear o aparelho. E eu continuo fazendo isso até hoje nos iPhone e iPod Touch.
E um dia, os meus amigos, começaram a ganhar os seus primeiros iPods e iPhones, e eles
gostaram da ideia de ter coisas a mais nos seus aparelhos, e o que era uma camaradagem
virou um serviço, porque eu não poderia dar pra eles a única coisa que eu tinha pra vender.
E foi assim que eu comecei a ganhar um dinheirinho com esses serviços. E eu faço isso até hoje
nos iPhones e iPod Touch. E aquele pessoal que não ligava pra mim porque tinham interesses
diferentes dos meus, passou a se interessar , passou a entender na verdade o que eu fazia,
porque, afinal estávamos falando a mesma língua. Não sei se foi porque eles cresceram e
começaram a se interessar por tecnologia ou soube que o mundo só fala cada vez mais em
tecnologia. E quando se falava em tecnologia, iPhone e desbloqueio, eu tinha virado um tipo
de referência para o pessoal, eles pensavam em mim. E eu comecei a ganhar um certo
dinheirinho com os desbloqueios, como eu já falei. E eu sempre queria comprar os aparelhos
mais modernos da Apple, mas a minha família não me deixavam gastar tudo o que eu tinha
com isso. Pra eles ter um PC e um Mac, era tão irracional como ter dois micro-ondas,
um do lado do outro. Eu tive que insistir muito para que eles deixassem usar o dinheiro como
eu quisesse. E que também me dessem uma forcinha para que eu pudesse comprar os
aparelhos. Foi então que minha família entendeu que eu não ficava o dia inteiro em rede social,
MSN, conversando com os outros, e que eu fazia algo de útil no computador e na internet. É,
tá, também uso rede social, MSN, mas também uso pra algo de útil.
E, então eu fui desenvolvendo ferramentas pra me ajudarem, a desbloquear mais aparelho em
menos tempo. E depois eu comecei a pensar em liberar esses projetos para que outras
pessoas pudessem usufruir do que eu tinha feito. E ai eu lancei o Quick2gPwner que é o
primeiro programa pra fazer o desbloqueio simples do iPod Touch 2G. E o QuickOiB, que
instalava o Linux no iPhone, temporariamente, porque na época isso era uma novidade e as
pessoas queriam testar , mas tinham medo de instalar pois isso poderia estragar o aparelho pra
sempre. Inclusive, uma curiosidade é que esse projeto evoluiu do Linux no iPhone, para o
iDroid, que é o Android, o sistema operacional do Google, rodando no iPhone. Então com esse
programa o usuário podia testar o Linux e se gostasse ele instalava permanentemente, e ele
não tinha o risco de instalar e ter o aparelho quebrado, “brickado”. E essas duas ferramentas
foram bastante comentadas na web e em grandes sites gringos, como o iSpazio, iPhoneItalia e
TheiPhoneWiki, iClarified, LinuxOnTheiPhone, AppleDiario, e alguns outros.
E com esses projetos e ferramentas que eu criei, alguns blogs brasileiros publicaram artigos
sobre mim, sobre os meus projetos. E foi assim que um pessoal de uma empresa de
desenvolvimento pra iPhone me conheceu, e me chamaram para trabalhar com eles. Eu nunca
podia imaginar que isso ia acontecer. Mas também tinha um problema, eu fiquei contente,
mas na web eu dizia ter 14 anos, pra ter credibilidade e ser levado a serio, mas na vida real eu
só tinha 12 , e o Brasil só é permitido estagiar com 14. Então, mas mesmo assim eu visitei a
empresa algumas vezes e fui entendendo como funciona uma software house, eu gostei muito da experiência.
Então qual o resumo dessa historia, me entregavam uma coisa que era para determinado uso,
aí eu olhava e pensava, porque eu também não posso fazer tal coisa com isso. Quando a gente
tem 13 anos e olha pro mundo dessa forma, a gente encontra um monte de barreiras. Então
quando é que será que comecei a pensar dessa forma? Quando fizer dezoito, trinta ou
cinquenta anos?. Quando eu tinha 11 anos foi difícil convencer as pessoas que eu precisava
gastar meu dinheiro em um iPod Touch, quando pra eles eu já tinha um ótimo iPod Nano.
Com 12 anos foi difícil convencer que eu precisava gastar meu dinheiro em um
iPhone 3GS quando eu já tinha o 3G. Com 13 não está sendo muito simples convencer as
pessoas que eu quero gastar o dinheiro que eu tenho. E que me deem uma ajudinha pra
comprar um iPad mesmo já tendo um iPhone e um Mac. Imagina o que eles pensam? Um
brinquedinho de $600 dolares nas mãos de um garoto de 13 anos. É pelo visto, essa vai ser difícil.
Obrigado
(Aplausos)
Tá bem.
(Aplausos)
Obrigado
Marconi Pereira: Seguinte, primeiro já temos uma fila de iPhones aqui, inclusive o meu, né, você não vai sair
daqui tão cedo garotão, você fica aqui.
Pedro Franceschi: Tá bem.
M.P.: Segundo. Você acaba de receber uma proposta para fazer um aplicativo para o TEDxSudeste.
P.F.: Pois é, assim, ele ainda não está pronto, ainda faltam a Interface Gráfica, mas deve estar pronto em breve.
Tá fazendo. É mas em breve vai estar pronto. Quer ver?. .
M.P.:Claro.
P.F.: Pera ai. Deixa eu mudar isso aqui.
M.P.: Não entendo nada o que ele fala
P.F.: Pera ai.
M.P.: Não não não, pera ai, vem cá. Vem cá. Volta lá na tela da da du du... Naquela lá da senha.
P.F.: Não.
M.P.: Desculpa um pouquinho. É a senha mais rápida do oeste. Não, deixa pra lá, eu vi, tá bom. que isso? que isso?
P.F.: O aplicativo vai começar nessa tela, é que aqui ele não tá pegando sinal.
M.P.: Pera ai, pera ai, ele é muito rápido.
P.F.: Aqui ele não está funcionando muito bem porque eu estou sem sinal aqui. E o sinal da operadora não está
pegando. Mas aqui vai ter um mapa. Aqui vai mostrar um planetário, onde a gente está.
TEDxSudeste. E vai ter, ele não está mostrando aqui porque ele não tem sinal de GPS, mas vai
mostrar um pontinho azul mostrando sua localização. E aqui na outra aba de palestrantes, vai
mostrar um lista com todos os palestrantes, os que se apresentaram aqui hoje. E clicando no
nome, vai mostrar uma descrição do palestrante. E aqui vai mostrar uma imagem. Na parte de
vídeos, você vai poder ver todos os vídeos das palestras. Aqui ele não está carregando porque
os vídeos ainda não estão online. Ai, aqui ele vai carregar as noticias, não está carregando
porque não tem sinal de conexão. Mas ele vai pegar do Feed do site e vai mostrar aqui no
iPhone. É isso.
M.P.: Que isso!!! (Aplausos)
M.P.: Você já sabe mexer no Twitter, já?
(Risos)
P.F.: Sei.
M.P.: Depois a gente conversa,
P.F.: Tá bem.
M.P.: Trocar umas ideias.
P.F.: Tá bem.