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Eu sou Iain Stewart...
...e estou no rastro do que seja, talvez,
o processo geológico mais importante da atualidade.
A busca por uma nova fonte de poder,
encontrada nas profundezas da Terra,
a qual pode mudar as vidas de todos nós.
Sua descoberta deu origem a uma corrida energética nos EUA,
em busca de um gás que parece ser barato e abundante.
E com apenas um modo de obtê-lo do chão -
fraturamento hidráulico, ou fracking.
Qual é o histórico dessa energia que está sendo moldada
para tornar-se a salvadora dos EUA?
Como geólogo, eu quero saber
o que isso representa para o planeta e para nós.
Vou encontrar algumas das pessoas que enriqueceram
com essa nova corrida energética.
Esse aqui parece ser um veículo comprado com o dinheiro do gás.
Se vemos algo que queremos, compramos.
E as comunidades que estão preocupadas
com os riscos em potencial do fracking.
Oh, deus, veja isso!
Eu deveria querer beber todos os dias? Sim.
Se eu vivesse nessa casa, absolutamente não.
Eu vim aos EUA para descobrir o que é o fracking,
porque ele tem o potencial para mudar o jogo
e ver o que nós, na Grã-Bretanha,
podemos aprender com a experiência americana.
FRACKING: A NOVA CORRIDA ENERGÉTICA
Eu estou começando no leste do estado da Pensilvânia.
As pessoas aqui há muito tempo viraram-se às rochas ao redor
em busca de novas fontes de energia e riqueza.
O que é realmente maravilhoso sobre a geologia é essa sensação
de que você pode ler as rochas, ler o cenário -
cada vale e colina nos contam uma história
sobre o passado do planeta.
E se você voltar no tempo o bastante,
essa região aqui já foi, certa vez, uma floresta pantanosa.
E é o seu legado nos espessos depósitos de carvão
que estão no solo dessa área
que tornou a Pensilvânia famosa, que a enriqueceu.
E, realmente, esse é o ponto -
cidades e vilarejos que floresceram aqui no passado,
seu êxito se deve a rochas e minerais encontrados sob seus pés.
Os dias de glória do carvão permanecem no passado daqui,
mas as pessoas estão, agora, virando-se para a terra,
em busca de uma fonte nova e controversa de energia.
Ela também vem das profundezas da terra.
Ali está ela.
E está começando a enriquecer o estado novamente.
Simplesmente reluzindo ali entre as árvores.
É isso o que eu vim ver: uma plataforma de perfuração ao vivo.
Há em torno de 1.000 locais de perfuração, como esse,
espalhados por toda Pensilvânia,
pois esse local é o epicentro
de um renascimento industrial nos EUA,
um que criou dezenas de milhares de empregos,
porque coisas assim buscam uma nova forma de energia.
Para alguns, a grande esperança do futuro - o gás de xisto.
Esse gás de xisto não é facilmente extraído,
mas uma nova forma de extração,
uma nova tecnologia tem sido capaz de coletá-lo.
Ela é chamada fratura hidráulica, ou fracking.
E todos nós iremos escutar muito mais a respeito.
Deixe-me tentar ensinar a você o que é a fratura hidráulica.
Imagine que isso aqui é a superfície do solo,
onde estamos de pé agora, e que isso é uma perfuradora.
A broca desce verticalmente
e irá descer até em torno de 3 km,
mas o ponto é que, quando ela atinge certa profundidade,
ela pode fazer algo realmente inteligente -
ela começa a se curvar e opera horizontalmente.
E, então, o que acontece é que você injeta lá embaixo
milhões de galões de água, toneladas de areia,
alguns químicos, tudo até aqui embaixo.
E isso faz com que fraturas se abram naturalmente,
ocorrendo rachaduras na rocha,
e você pode criar essas fraturas,
e isso permite que o gás que estava preso na rocha
se desprenda e, então, retorne até a superfície.
Esse emaranhado de canos de alta pressão
é a razão pela qual agora somos capazes de extrair o gás.
Porque a perfuração, por si só, não libera o gás.
Ele está preso nas rochas.
Você precisa bombear água sob alta pressão até lá embaixo.
Isso fratura o leito de rocha e o gás pode ser, então,
coletado e bombeado até a superfície.
É um grande projeto de engenharia e ele só é possível
devido aos milhões de galões de água e de químicos
que são adicionados para manter o processo lubrificado.
O que é realmente inteligente
é que você pode fazê-lo continuamente.
Você pode ter outro poço descendo e fazer isso,
e outro que faz esse caminho, e um outro aqui.
Você poderia fazer 10, 20, algo assim.
E, assim, é essa combinação de perfuração horizontal
e, também, essa fratura hidráulica das rochas
que criaram essa revolução do gás.
O que tudo isso nos fez foi dar acesso a enormes reservas de gás,
as quais, anteriormente, não conseguíamos alcançar,
e isso levou a uma corrida em grande escala pelo gás.
Esse é um conjunto de 10 poços.
Temos 10 poços nesse conjunto, em particular.
6 dos quais seguem por esse caminho
e os outros 4 desembocam por aquele caminho.
Então, a que distância eles chegam?
Eles podem ir além daquela colina ali?
- Oh, muito mais além. - Sério? - Sim.
Bem mais além?!
Tem 2.4 km de comprimento, diretamente, sob o solo,
e tem em torno de 2.4 km de profundidade.
Certo...
Olhe a escala disso!
Estou olhando em volta, posso ver coisas por toda parte.
Quero dizer, quantidades enormes de água, de areia,
de material - de trabalho, também, envolvido nisso.
Trata-se de um investimento enorme, não?
Sim, bastante. Há um investimento enorme.
Esta instalação de fracking
provavelmente custa entre 30 a 50 milhões de dólares.
E isso apenas de capital.
Mas como geólogo,
estou interessado em como eles foram capazes de atingi-lo.
E, inicialmente, a tecnologia que tornou isso possível.
Então, o que estamos vendo?
O topo da parte cinza seria o nível do solo?
O topo da parte cinza é o nível do solo.
E, então, essa é a broca descendo.
Eles podem identificar com extrema precisão
as fraturas que ocorreram nas profundezas
quando água altamente pressurizada é injetada no xisto.
Esses são os estouros e as rachaduras que se formaram,
ao estimularmos os reservatórios,
e temos geofones lá embaixo - nos buracos - à escuta,
de modo que podemos, então, ver onde tudo está ocorrendo.
Então, você consegue ouvir os estouros, a 2 km abaixo?
Isso é incrível, não é? - Sim. - Veja isso.
E isso nos dá uma idéia do quanto da rocha foi estimulado,
de modo que podemos saber o quanto de uma área
nós iremos drenar com o gás natural retornando do buraco.
O que eu acho extraordinário é vocês visualizarem coisas,
coisas minúsculas acontecendo,
a milhares de metros abaixo dos nossos pés.
Sim, exatamente, é muito legal.
E é, na verdade, um tipo de mundo subterrâneo
que ninguém mais realmente vê.
Vocês são as únicas pessoas que realmente vêem isso?
A primeira vez que você vê é muito excitante,
porque é, na verdade, a primeira vez que alguém vê
como é a geologia a 2.100, 2.400 metros abaixo da terra.
Os EUA têm liderado a tarefa de extrair o gás do xisto.
Você pode rapidamente ver porque alguns o consideram atrativo.
Ele liberou uma nova fonte de energia do planeta.
Mas o gás de xisto não é único dos EUA.
Outros países, incluindo a Grã-Bretanha, buscam segui-lo.
E para entender melhor a natureza do xisto, eu retornei para casa...
...para Peak District, em Derbyshire.
Como sempre, nós nos estamos baseando
em bolsões de energia deixados há milhões de anos,
os quais se extendem por todo o planeta.
Assim, para explorar as origens do xisto...
...estou indo ao subterrâneo.
Eu amo lugares como este.
Eu acho que é por isso que eu me tornei, na verdade, geólogo -
a idéia de explorar os cantos e recantos do planeta, sabe,
descascando a superfície e simplesmente mergulhando nela,
compreendendo como as coisas funcionam.
E também a sensação de que você está vendo um mundo,
um mundo oculto, o qual poucas outras pessoas vêm ou apreciam.
Você sabe, nós estamos a tão somente 50 m da superfície,
mas nós retornamos 350 milhões de anos.
Naquele tempo, onde estou andando agora...
Na verdade, as rochas abaixo do que chamamos Midlands,
estavam na base de um mar quente, tropical.
Um mar crucial para a história do gás de xisto.
E as evidências desse mundo aquático e antigo
estão por toda parte.
Este é um lugar incrível!
De vez em quando, você tem essas pistas tentadoras
sobre como as rochas costumavam ser,
pistas forenses, se você preferir.
Elas estão por toda parte, e há um pedaço realmente belo,
na verdade, há uma rachadura bem aqui.
Eu vou ficar enlameado agora, mas...
...vejamos se consigo subir aqui.
Veja isso! Veja tudo isso!
Você pode ver essa textura aqui, no meio de toda essa mancha,
e esse é um enorme coral ramificado.
Olha só como ele vai... Uau, é enorme.
E montes e montes de detritos - detritos de xisto ao redor.
Nos mares modernos, os recifes de corais, como esse,
são a peça central dos ecossistemas marinhos
e eles eram exatamente assim, há 350 milhões de anos.
Isso nos diz que os mares no carbonífero eram repletos de vida.
Mas não era apenas o mar que estava repleto de vida.
A terra também estava.
Ela estava coberta por uma floresta tropical,
com vegetação exuberante e árvores com até 30 m de altura.
A vida das plantas foi igualmente importante
para a história do xisto.
A costa mais próxima estava nessa direção.
Havia lagoas e pântanos
e um enorme delta, o qual de algum modo varreu,
as árvores em decomposição e o material das plantas para cá -
aqui deveria ser o oceano.
Eu peguei uma amostra de rocha que encontrei.
Veja isso.
Pode-se ver todo o material vegetal, as folhas, as samambaias -
absolutamente lindo.
E, assim, você tinha todo esse
material vegetal em decomposição sendo depositado
ao lado de criaturas marinhas em decomposição,
tais como os que vimos na caverna,
e plâncton e bactérias, e tudo isso torna-se
esse tipo de papa orgânica,
a qual acaba sendo incorporada a essas rochas de xisto.
Então, dentro dessas rochas de xisto
você tem esses pequenos bolsões de material orgânico,
os quais serão aquecidos e transformados em gás de xisto,
e é esse gás de xisto
que está sendo apontado como o salvador do planeta.
Eu quero ver, com meus próprios olhos,
essa rocha antiga, a qual contém o gás de xisto.
Assim, eu fui visitar um amigo geólogo
que realmente conhece essa rocha.
Em uma série de armazéns,
o British Geological Survey guarda 250 km de amostras de solo,
vindas de poços e charcos de toda a Grã-Bretanha.
Trazida de um canto empoeirado no topo,
está a rocha da qual todos estão falando.
Então, é isso, essa é a rocha de xisto? - Sim.
Oh, veja isso. É bem pesada.
É pesada.
Então, ela foi retirada de um poço perfurado,
descendo a aproximadamente que profundidade?
Essa daí foi de pouco abaixo dos 500 metros,
ou seja, cerca de 0.5 km abaixo da superfície.
E eu acho que seja por isso que ela é tão compacta?
As camadas são bem coesas.
Sim, ela foi pressionada por toda uma camada de rochas,
exercendo pressão sobre ela durante bastante tempo,
de modo que ficou bem dura e compacta.
O fato é que as rochas
que eu normalmente associo com terem gás dentro delas
são, tipo, uma areia, e você pode ver os poros,
mas aqui é algo totalmente diferente, não?
Sim, é tão compacta, tão fina. Você não consegue ver nada.
É difícil acreditar que há gás dentro dela.
É incrível, não é?
Só há uma forma de ver o que está preso no interior da rocha.
Escaneando lâminas finas com um feixe concentrado de elétrons,
imagens do mundo oculto interior são produzidas.
Então, temos aqui uma imagem de microscopia eletrônica,
uma imagem real, de fato, de um pedaço de xisto.
Os pontos escuros aqui são provavelmente, material de planta.
Esse aqui poderia ser um esporo, por exemplo,
e o que você está vendo aqui,
nessas áreas pequenas, de cor cinza-escura,
são poros, ou buracos entre as partículas
e é nesses buracos ou poros que o gás, na verdade, se acumula.
Pequeninos espaços insignificantes dentro dessa rocha bem compacta.
Sim, nós estamos falando de cerca de 1 mícron de espessura,
ou seja, 1 milésimo de 1 mm. Muito, muito pequeno.
É isso que as empresas de perfuração estão buscando,
essencialmente, gás natural, mas preso em rocha sólida,
algumas vezes quilômetros abaixo da superfície da Terra.
Não admira que seja necessário
toda essa água sob alta pressão para poder retirá-lo.
O gás de xisto não é encontrado
apenas em desertos remotos ou abaixo do mar -
locais bem distantes de nossos lares.
É encontrado sob nossos quintais.
Então, não é assunto apenas de empresas de energia,
envolve comunidades inteiras
e aí parece haver vencedores e perdedores.
Aqui, em Louisiana, no interior do sul dos EUA,
alguns parecem haver sido beneficiados.
Ele tem transformado as vidas de fazendeiros comuns,
porque, nos EUA,
você pode ser dono do gás que jaz sob sua terra.
Toda essa região está situada diretamente sobre rochas de xisto,
e é o gás desse xisto que tornou alguns dos fazendeiros aqui
milionários, da noite para o dia,
ou - como eles são conhecidos aqui - xilionários.
Então, mais ou menos quanto você arrecadou?
Bem, eu tenho uma cópia dele...
Você tem uma cópia do quê...?
Do cheque que eles me deram!
Vamos dar uma olhada nele.
E aqui está...bem, são US$434.000.
US$434.000.
Eu não creio ter visto por aí um valor tão elevado assim.
C.B. Leatherwood fez fortuna vendendo
direitos de perfuração em sua fazenda.
E, agora, os poços estão produzindo.
Essa quantia é complementada
por um fluxo constante de cheques "gordos"
que surgem em sua caixa de correio.
Desse lado aqui, temos cebola.
- Cebolinhas. Eu as conheço. - Oh, certo.
Ele deu dinheiro a seus filhos
e permite a C. B. ter a vida com a qual sempre sonhou.
Eu tenho cerca de 30 mulas e, creio eu, 7 cavalos.
Um para cada ocasião.
Esse é legal, não?
Esse aqui parece ser um veículo comprado com o dinheiro do gás.
- Qual é esse? É lindo. - Um modelo Lincoln.
Quando vemos algo que queremos, o compramos.
Então, a que você deve toda essa boa sorte?
Foi um presente do bom Senhor.
Um presente de lá de cima?
- Presente de lá de cima. - Não de lá de baixo, do...
Foi um presente de lá de cima.
Como geólogo, o teria considerado como um presente da geologia,
mas você o ganhou de cima... - Exatamente.
É o que Ele fez por mim.
Bem, eu consigo entender que algumas pessoas,
se elas têm a posse do minério e elas têm gás sob suas terras,
elas estão se beneficiando.
Mas e as outras pessoas? Como elas se beneficiam disso?
Bem, realizando o trabalho no país estão as comunidades.
Você traz as sondas de perfuração para perfurar os poços.
Ele fornece empregos.
Você traz as pessoas para construir as instalações.
Os trabalhos eram poucos,
a economia não estava tão boa antes disso surgir.
Quero dizer, era dolorosamente lento.
Então, se fizermos uma espécie de enquete
nas casas por aqui, com as pessoas,
que proporção, você acha, falará bem do gás de xisto?
Eu diria que 90% deles.
Sério? tão alto assim?
Foi incrível conversar com C. B. hoje.
Eu sei que não podemos crer em tudo o que ele disse.
Ele acumulou muito dinheiro às custas do gás de xisto,
mas o que eu pensei ser interessante
foi a idéia de que toda a comunidade se beneficiou,
que as recompensas escoaram diretamente para aqueles na base.
Mas nem todos vêem cheques ou trabalhos na comunidade.
Uma das objeções foi que todas as máquinas envolvidas -
os canos, caminhões, as torres - lesam comunidades rurais.
E o fracking está ocorrendo agora em todo os EUA -
de costa à costa.
É surpreendente o ritmo com o qual ele já se espalhou.
Dê uma olhada nisso.
Você não só acha gás de xisto em Louisiana ou na Pensilvânia.
Você o encontra em todo os EUA.
Empresas de energia acham que há mais gás natural nos EUA
do que há petróleo na Arábia Saudita.
Quero dizer, veja só:
Estima-se em torno de 1 milhão de poços de fracking - 1 milhão!
Produção ou exploração em 30 estados.
Agora, o que tudo isso representa é um renascimento energético.
Energia barata e abundante bem na sua porta.
A geologia pode ser uma ciência, mas raramente ocorre isolada.
Ela está ligada à política, à economia,
e você precisa olhar bem longe
para ver como o fracking está começando
a mudar a política e a economia dessa nação.
A questão é: parece que ele está mudando o jogo.
Quero dizer, o preço do gás nos EUA é algo em torno de 1/3
do preço que é na Grã-Bretanha
e isso deve ser bom para o consumidor americano,
para a indústria americana.
Mas, na verdade, já há sinais de que isso aconteceu.
Esses usuários sedentos por energia,
coisas como plantas químicas,
empresas de manufaturamento, eles já estão começando a
re-avaliar suas operações
e isso porque a mão-de-obra barata em locais por lá
é superada pela energia barata em locais como este.
Mas há uma outra razão pela qual diz-se que o fracking
está mudando o jogo ao redor de todo o mundo.
Trata-se do quão seguras são nossas fontes de energia,
trata-se de segurança energética.
Para dar-lhe uma idéia do porque isso é importante,
deixarei rochas e geologia de lado por um momento.
Eu voltei à Grã-Bretanha,
para o nervo central da Rede Nacional de Energia
para ter uma noção do quadro mais geral.
Essas são as pessoas
que precisam garantir que há energia o suficiente -
nuclear, carvão, gás, renováveis -
para atender a nossas necessidades energéticas,
e eu escolhi um momento muito especial para a visita,
porque, hoje à noite, eles estão sob pressão.
Quando o "Strictly Come Dancing" acaba,
milhões de nós colocarão a chaleira no fogo.
Dez!
E esses caras precisam fornecer mais energia nesse exato momento.
Oito.
O que realmente me fascina é como eles resolvem entregá-la.
Água - energia hidroelétrica.
O que temos é um lago superior e um lago inferior,
assim, durante a noite,
quando o preço da eletricidade é mais barato,
bombeamos água para o lago superior
e, durante o dia, simplesmente deixamos
a água descer novamente através das turbinas
para criar eletricidade de modo bem rápido e flexível.
Assim, basicamente, tão logo a demanda por energia
começa a subir, você lança água lá?
Lançamos água, sim.
Certo, vou ligar agora para o controlador da BBC, Bernard,
para ver se ele tem novidades sobre o final do "Strictly".
Olá, Jonathan, é Neil Wise, da Rede Nacional de Energia.
Obrigado.
Os minutos finais de Strictly são tensos.
- Esse parece ser o fim. - OK.
Eles precisam sincronizar a liberação da água com precisão,
para suprir o fluxo repentino de demanda por energia.
2 segundos restando, OK. Adeus.
Acho que já estamos com tudo pronto.
Quando chega o momento, Bernard abre as comportas.
Vou abrir Foyers agora...
...e também Cruachan.
Acho melhor fazer o mesmo com Ffestiniog...
Lá vamos nós!
A demanda começa a se estabilizar. Eles conseguiram.
Isso foi bem impressionante.
Quero dizer, ver esses caras trabalharem,
vê-los julgar mudanças momento a momento na demanda
e, então, compensá-las com geração de energia -
nuclear, de carvão, eólica, e essas "injeções" de água -
isso foi muito especial.
O fato é que, durante décadas, essa mistura de energia
foi o que manteve as luzes acesas na Grã-Bretanha,
mas as coisas estão mudando.
Se queremos continuar a ter esse nível de controle no futuro,
vamos ter de nos assegurar de termos a matriz energética certa,
ao preço certo e no momento certo.
Você provavelmente não terá ouvido falar
do depósito de gás da Ilha de Grain, em Kent,
mas as chances são de que você tenha usado um pouco do seu gás
para manter a sua casa aquecida.
É um bom lugar para ver
por que a segurança energética é tão importante.
Esse é o maior tanque
de armazenamento de gás acima do solo na Europa.
Veja só! É absolutamente colossal. Vamos subir até lá.
Na verdade, eu não sei se essa é uma boa idéia.
E não é o único container gigante por aqui.
No total, há cerca de 1 milhão de metros cúbicos de gás.
Mais degraus...
Isso pode soar demasiado,
mas somos uma nação sedenta por energia.
E através de toda a Grã-Bretanha armazenamos apenas o suficiente
para cerca de 2 semanas de suprimento.
Algo em torno de 40% da eletricidade que geramos
vem da queima de gases e, futuramente,
isso irá aumentar dramaticamente.
Mas o fato é: o gás que está ali e ali e ali -
não é o nosso gás.
Permita que eu lhe mostre.
Ele vem de muito, muito longe,
trazido dentro de navios como aquele.
E esse não é apenas um navio velho comum.
Ele ajuda a evitar que a Grã-Bretanha afunde.
Mais de metade do nosso gás é importado.
Um bocado dele vem de um pequeno país.
É simplesmente como uma enorme parede de aço.
Aparentemente, são 400 metros que vêm, céus, desde ali,
diretamente até aquela extremidade lá.
E esse monstro veio de 11.000 km de distância.
Ele veio do Qatar, no Oriente Médio,
bem ao lado do Iraque, para cá.
Você pode ver o gás sendo retirado através desses tubos de descarga.
Há gás suficiente aí para abastecer 70.000 casas durante 1 ano.
Nós obtemos nosso gás natural de países do Oriente Médio,
da África e da Rússia,
logo, é óbvio que haja incertezas políticas.
E também estamos sujeitos aos caprichos do mercado.
Essas bestas parecem tão lentas e pesadas,
mas são elas que operam nesse ambiente acelerado.
Apenas para começar,
não há garantia de que esse navio irá sequer atingir seu destino.
Ele poderia ser desviado, no meio do Oceano,
da Europa para a Ásia,
simplesmente porque alguém lá pagará um preço maior pelo gás.
E esse é, realmente, o cerne do problema.
Não há, absolutamente, segurança energética em navios como aquele.
Isso é o que nós, e todos os países,
querem dizer por segurança energética -
a capacidade de ter um certo fornecimento de gás
a um preço que eles podem controlar e pagar.
E essa é a outra atratividade do fracking.
É uma energia de origem doméstica.
Muitos aqui nos EUA
ficaram estonteados com o potencial do fracking,
tanto em benefícios econômicos como em segurança energética.
Como geólogo, você tem a consciência
de que o planeta pode mudar nosso mundo,
quer para o bem, quer para o mal,
e há algo nessas colinas que...
um pensamento preocupante sobre o qual ninguém está bem certo,
o qual está além do que somos capazes de ver.
Há um monte de questões sendo feitas sobre o fracking.
Algumas são sobre se deveríamos estar investindo em outra
forma de energia baseada em carbono.
E, ao longo dos próximos anos,
esse debate pesado irá se desenrolar.
Mas o que eu quero ver agora
são alguns dos riscos mais urgentes.
Estou de volta à Pensilvânia, no sopé das Endless Mountains.
Um bom lugar para se familiarizar com uma das preocupações
das quais tenho mais interesse em tentar compreender.
Os riscos de que o gás e a água contaminados
possam estar vazando para fora dos poços rumo às terras em volta.
Há alguns meses, tenho lido bastante sobre o fracking,
praticamente tudo que encontro, especialmente na Internet,
e se você vai até a Internet,
muito do que você encontra é sobre, você sabe,
pessoas adoecendo e os efeitos na saúde,
e você realmente não consegue
encontrar muito sobre isso na literatura científica,
assim, no que estou interessado realmente
é em achar um pouco mais sobre isso,
e, de fato, tem sido surpreendentemente difícil
encontrar alguém que fale a respeito.
Isso porque eu ouvi falar que algumas pessoas que adoeceram
receberam dinheiro e não foram permitidas para falar a respeito.
Mas, hoje, tenho esperanças de encontrar, nessas colinas,
um casal que terá muito prazer em falar a respeito,
porque eles não estão muito bem, aparentemente.
Olá?
- Oi, você é Janet? - Sim.
-Eu sou o bem molhado Iain. - Olá, como vai você?
- Bem-vindo, entre. - Obrigado.
Quando você ouviu a palavra fracking pela primeira vez?
Faz quantos anos?
2, no mínimo 2 anos e meio atrás.
Tão recentemente assim - 2 ou 3 anos atrás?
Sim, eu realmente não dava muita atenção, sabe,
até sermos afetados,
e, uma vez que fomos afetados,
então, você começa a se perguntar por que.
Foi quando, de fato, olhei para a palavra fracking.
- Certo. - Você sabe o que eu quero dizer?
Tipo, como isso poderia ter acontecido conosco?
Janet e Fred McIntyre
vivem em uma área rural remota da Pensilvânia.
2 anos atrás, as empresas de energia chegaram
e começaram as fraturas em busca de gás.
Logo depois disso,
os McIntyres e alguns de seus vizinhos adoeceram.
Eles temem que isso possa estar ligado ao fracking,
que, de algum modo, os químicos possam ter vazado para sua água.
E, agora, eles estão lutando para entender
o que está acontecendo com eles e com sua comunidade.
Tivemos gripe - bem, pensávamos que fosse gripe.
Ficamos terrivelmente doentes, avassaladoramente doentes,
e ficamos desse jeito durante uma semana.
Devido a suas preocupações,
os McIntyres só usam, agora, água engarrafada.
Para beber, lavar e cozinhar.
O Departamento de Proteção Ambiental dos EUA
e as próprias empresas de energia testaram sua água
e deram a ela um atestado de qualidade.
Mas os McIntyres não estão convencidos.
É um quadro confuso.
Nós simplesmente não temos as evidências científicas
que separam uma coincidência de uma causa direta.
Desde que eles começaram a perfurar por aqui,
eu sofro de ataques e, em meio a tudo isso,
logo antes de nossa água ficar com a coloração roxa,
eu desenvolvi falência renal.
Logo, é um monte de coisas completamente diferentes,
não se trata apenas de...
Sim, parece afetar os mais velhos, os mais jovens,
se você tem um sistema imunitário enfraquecido ou se está doente,
você vai ficar bem doente.
Essas coisas aconteceram comigo.
Vocês não podem prová-lo cientificamente,
mas vocês estão convencidos, não?
Simplesmente parece estranho.
Em torno de 50 pessoas em sua comunidade
agora usam apenas água engrrafada,
e pagam pela caridade de Janet,
que ajuda a entregá-la aos amigos e vizinhos mais isolados.
- Ei, como vai você? - Bem.
- Qual o seu nome? - Iain.
Iain, OK.
Desde a Escócia para entregar sua água.
Oh, Deus te abençoe!
6 delas?
Nós temos água mas, agora, ela está contaminada.
Eu vivo aqui desde os 8 anos e, agora, eles a arruinaram.
Onde quer que a ponha?
A água fede. Os animais não bebem dela.
Eu nunca mais irei beber essa água.
E eu tenho dificuldade para engolir e para respirar,
e não há nada que eles possam fazer.
Bem, você conhece alguém aqui ao redor, em uma dessas casas,
que realmente obtenha água decente de seus poços?
Costumavam ter mas, agora, todos estão nessa corrida pela água.
Eles vão até o banco da água ou...
Todos eles vêm até o seu banco da água?
Sim. Aquele, aquele, aquele e aquele.
Aquele, aquele, esse aqui.
Aquele, eu mesma, acolá. Meus vizinhos.
Todos eles...
- Todos, basicamente. - Sim.
O que descobri aqui é uma comunidade que teme o fracking.
Mas o que acho que alimenta os seus medos é que
é mais fácil se fazer perguntas do que obter respostas duras.
Você sabe, um grupo de pessoas
disse que o fracking arruinou sua água,
mas o problema é que há
poucas evidências científicas consistentes,
e o que torna isso ainda mais complicado é que
gases como o metano, por exemplo,
podem aparecer na água naturalmente.
O que os donos das mineradoras dizem é que
incidentes de contaminação são bem raros, resultado
de um derramamento químico acidental na superfície,
ou de um revestimento dos buracos perfurados inapropriado.
Em outras palavras, eles são o resultado de uma má execução,
e não do fracking.
Apesar de que não haja uma estatística nacional,
aqui na Pensilvânia foi reportado que 6-7% dos poços tiveram
as denominadas "falhas de poço", ao longo dos últimos 3 anos.
Mas o que nós não sabemos é
se esses problemas levaram a uma contaminação do lençol freático.
Para tornar as coisas ainda mais complicadas,
as empresas de fracking nos EUA
têm sido relutantes em informar, exatamente,
quais os químicos que eles usam.
Você sabe, o fato sobre os químicos no fracking
é que, nos EUA, eles são assunto sigiloso,
então, trata-se de um segredo profundamente guardado -
cada empresa com sua própria mistura, em particular,
da qual eles não querem que os outros saibam a respeito,
então, é realmente como uma receita secreta,
como os ingredientes do HP Sauce ou da Coca-Cola.
Na verdade, até os caras que estão lidando
com os químicos no trabalho do fracking
podem não saber de quais químicos se trata,
e é esse secretismo que realmente está no centro, creio eu,
das suspeitas da maioria das pessoas.
Isto é, pode ser alguma, sabe,
mistura desagradável e nociva de coisas.
Uma nova lei na Pensilvânia
permite aos médicos acesso especial
a informações sobre o uso de químicos secretos,
mas não é tão simples.
A Dr. Amy Pare tratou pessoas com lesões em seus rostos
que ela pensa terem sido expostas aos químicos do fracking,
e as companhias de perfuração
só lhe dirão que químicos são esses sob condições estritas.
Bem, eles só irão revelá-lo
se você assinar uma declaração de sigilo.
É uma maneira adorável, uma pegadinha, não é?
Então, você assina um formulário
em que diz que não irá dizer a ninguém mais o que você sabe.
Certo.
O que isso significa? Que você não pode contar ao paciente?
Oh, exato, você não pode contar ao paciente.
Bem, digamos que eu suspeite que você tenha sido exposto a algo.
Se for um quadro regular de inalação, ótimo,
mas se você não puder descobrir exatamente o que é,
você terá de assinar a declaração de sigilo,
a qual é válida para essas subtâncias secretas.
Eles dizem que irão liberar
os químicos aos quais possa haver ocorrido exposição
e, então, se esses *** resultarem positivo,
eu não posso lhe falar sobre isso.
Bem, você pode avisar ao meu médico?
Pode avisar a alguém mais?
Não, quero dizer, sou uma cirurgiã plástica,
então, eu vou encaminhá-lo a um médico especialista,
mas eu simplesmente irei encaminhá-lo.
Bem, então, você não poderia passar a informação para ele,
as informações que você descobriu?
Não, eu apenas o encaminharia,
pois trata-se de um químico secreto.
É um segredo comercial, logo...
Mas, essencialmente, trata-se de uma ordem nojenta,
dada diretamente a você, não é?
Bem, para os médicos, de modo a cuidar de seus pacientes,
precisa haver transparência, e isso a destrói totalmente
e, bem, sim, isso é bem perturbador para nós,
porque você quer que as pessoas melhorem
mas, se você não pode explicar a alguém o que está havendo,
como você pode fazer elas melhorarem?
E, então, como você descobre
se outros membros de sua família possam ter sido expostos,
ou se outras pessoas naquela área possam ter sido expostas?
Ninguém pode falar a respeito.
Realmente vai contra qualquer prática de medicina moderna.
Você sabe, o fato é: eu não gosto de teorias da conspiração,
ou de nada parecido,
mas esse secretismo é... estranho, realmente.
Sabe, como acadêmico, como cientista,
você busca transparência,
você busca abertura.
Eu sei que soa um clichê, mas você busca a verdade.
É justamente sobre isso que Amy estava falando aqui.
Ela simplesmente quer saber dos dados, dos dados científicos.
E o fato de eles serem...
...meio que retidos, é simplesmente exasperante.
É realmente frustrante tentar chegar ao fundo da maioria
dessas verdadeiras... controvérsias,
e ao que as pessoas desejam saber.
Eles querem saber: isso é seguro?
Nós simplesmente não sabemos.
Mas há um cientista que levou a cabo diversos estudos
sobre o impacto potencial que o fracking tem no lençol freático.
Rob Jackson e sua equipe de pesquisa testaram
centenas de amostras de poços de água, como esse,
no noroeste da Pensilvânia,
em busca de evidências de contaminação.
Então, de onde está vindo a água?
Bem, está vindo do poço particular de uma casa
e está vindo de uma profundidade de 75 m,
e o que Tom está fazendo ali
é simplesmente ajustar a mangueira,
e nós iremos limpar a água,
fazê-la correr um pouco para obtermos
uma amostra de água fresca desse poço.
A água vem de um aquífero raso,
o qual provê água de beber para uma comunidade local
e, estranhamente, ela está cheia de bolhas.
O que temos aqui é, basicamente, um detector de vazamento de metano.
Ele nos permite determinar se as bolhas que estamos vendo
estão relacionadas ao ar preso dentro da água,
se é algum combustível, como metano ou etano.
E como você vê, nós...
Aproxime-se.
Sem sombra de dúvida,
isso é, basicamente, metano contido na água.
Essa água potável está repleta de gás,
tão saturada que as bolhas presas na garrafa
rapidamente cresceram para proporções preocupantes.
Oh, houve um estouro aí.
Veja isso!
Está queimando.
Uma garrafa flamejante de gás.
Uau, isso é muito metano.
Você não gostaria de ter isso em sua água, não é?
Certamente que não.
Analisando os diferentes tipos de carbono e hidrogênio
que compõem o gás metano, Rob e sua equipe
são capazes de determinar de onde veio esse gás.
O gás natural que é encontrado no subsolo
e que é formado sob altas temperatura e pressão,
há milhões e milhões de anos,
tem um traço diferente do gás natural formado,
em camadas mais rasas, por micróbios - atividade biológica.
Os resultados do laboratório são consistentes com a água
que sobe até a superfície vinda da profunda camada de xisto,
3 km sob o solo.
Esse gás se assemelha ao que se encontra naturalmente no Marcellus.
Esse gás é, na verdade, implodido por empresas para sua extração.
Certo, então, isso ocorre
na mesma profundidade em que ocorre o fracking, não é?
É sim.
Eu poderia beber isso?
Você certamente poderia bebê-la.
Quer dizer, tudo bem, eu deveria beber isso?
Eu não sei. Provavelmente, eu não seria louco de bebê-lo.
Quero dizer, fora as bolhas,
o restante dela parece estar bem limpo.
Parece.
Certamente não gostaria de bebê-la regularmente.
Se poderia bebê-la, agora? Absolutamente.
Mas você e eu deveríamos bebê-la todos os dias?
Se eu vivesse nessa casa? Absolutamente não.
Um de seus estudos descobriu quantidades razoáveis de metano
em 85% das amostras.
Bem, o metano pode escorrer naturalmente para o solo profundo,
mas o padrão que Rob descobriu é revelador.
Ele encontrou níveis, em média, 17 vezes maiores
em fontes de água localizadas em um raio de 1 km
dos poços de gás natural.
Bem, não há dúvidas de que há casas e dados históricos
que acusam metano na água das pessoas há bastante tempo,
e há histórias que remontam a gerações de pessoas sendo capazes
de fazerem sua água queimar naturalmente.
Eu acho que o que vemos é que há uma prevalência muito maior dela
para os que vivem próximos a um poço de gás natural,
ou seja, não é que isso não ocorra,
simplesmente ocorre mais se você estiver próximo a um poço de gás.
Assim, a pergunta de 1 milhão de dólares é -
como o gás está alcançando a superfície?
Bem, achamos que o caminho mais provável é através do próprio poço,
perfurando um buraco no chão,
sem selá-lo de maneira correta, com cimento;
ou usando tubos de aço, onde as juntas não são seladas -
é assim que, de fato, ocorrem vazamentos no próprio poço.
Provavelmente, algo com o qual a maioria das pessoas não se preocupa
e que é uma comunicação direta,
desde milhares de metros no subsolo,
subindo todo o percurso até a superfície através das rochas.
Bem, então é improvável que, ao fazer o fracking,
surja uma fratura que vá até lá em cima
e que o gás, de certo modo, comece a segui-la?
Sim, eu acho que isso é bastante improvável.
Não é impossível, mesmo em uma área como essa, onde você tem
rachaduras naturais e fissuras no subsolo.
Um fracking poderia se conectar a uma dessas rachaduras naturais
mas, em geral, eu acho que é muito menos provável
do que um poço que foi mal construído.
Se ele estiver certo,
isso sugere que o problema não está
com o fracking nas profundezas do solo,
mas bem mais próximo à superfície, com a construção dos poços,
certamente quando se trata de metano,
mas ele não encontrou nenhuma evidência,
nem aqui nem em nenhum outro lugar,
de que os fluidos do fracking vazaram de um poço.
Isso o torna um quadro complexo, um que está começando a emergir.
Bem, isso soa a montes e montes de perguntas
e, no momento, temos muito poucas respostas.
Sim, há um monte de perguntas não respondidas,
mas um monte de pessoas boas,
de diferentes grupos ao redor do país e ao redor do mundo
tentando responder essas perguntas.
E essas perguntas estão sendo feitas ao redor de todo o mundo,
porque outros países, inclusive a Grã-Bretanha,
estão prontos para seguir os americanos e iniciarem o fracking
pois, se você der uma olhada no mapa geológico da Grã-Bretanha,
está claro que temos reservas substanciais de gás de xisto.
Então, o que estamos vendo agora é,
sobrevoando a Grá-Bretanha
com em torno de 300 metros sobre a superfície,
e à nossa frente, seguindo a estrada, você vê Mam Tor.
Então, é aqui onde eu estive justamente outro dia,
caminhando ao redor daquela colina.
É uma ótima vista.
E se começamos a descer... Essa é a beleza desse modelo.
Passamos através!
Esse é o chão, olhando por baixo, e o que nós vemos aqui
é a superfície inferior do xisto
e, agora, você pode ver claramente esse cenário,
locais onde o xisto é profundo, locais onde o xisto é raso.
Agora, estamos saindo em algum lugar no norte da Inglaterra,
a julgar pela aparência.
E o que nós temos aqui são os Peninos,
e rumo à direita e esquerda, ou para leste e oeste,
o xisto passa pelas profundezas dessas áreas,
entrando em Lincolnshire
e, por exemplo, sob Blackpool e Lancashire,
mas também há xisto sob essas áreas aqui,
ao norte de Londres;
a seguir, arrodeando o sul de Londres
rumo a Sussex e também Hampshire.
Então, uma grande dúvida realmente é:
quanto gás de xisto há aí?
Tudo que posso dizer é
que sabemos bastante sobre quanto xisto há aí,
mas não sabemos muito bem sobre o quanto de gás há aí.
Mas me parece que há bastante dele.
Sim, há muito xisto, logo, as chances são de que
haja bastante gás de xisto.
O sinal verde para o fracking
foi dado pelo Governo da Grã-Bretanha,
mas em uma escala pequena,
e irá acontecer de um modo diferente por aqui,
com um marco regulatório legal mais severo que o dos EUA.
Por exemplo, no Reino Unido as empresas precisarão revelar
o que há em seus fluidos de fracking.
Mas o que acho que engenheiros e cientistas britânicos
terão que demonstrar de modo convincente
é que não basta apenas que eles conheçam os riscos,
mas que eles possam controlá-los com segurança.
Há um risco que surgiu aqui,
o qual precisa ser inserido no contexto.
Quando o fracking começou na Grã-Bretanha, em 2011,
ele desencadeou um terremoto, um pequeno -
semelhante às centenas que ocorreram no século passado,
devido à mineração do carvão.
Então, apesar do alarme dessa perspectiva,
os riscos sísmicos são pequenos.
Eu fui explorar a experiência americana do fracking,
e me parece que há verdadeiras lições a serem aprendidas.
De uma perspectiva técnica,
há um consenso surgindo, o qual diz que os riscos
da contaminação da água do solo são consideravelmente baixos,
desde que você possa assegurar
a construção segura desses poços de gás.
No Reino Unido, um relatório da Royal Society
chegou praticamente à mesma conclusão.
Você sabe, há questões mais amplas.
Deveríamos fazê-lo?
Queremos fazer isso?
Qual é o preço final que teremos que pagar?
Responder essas questões não interessa só aos cientistas.
Interessa a todos nós.
Traduzido por: VitDoc