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VOCAÇÃO: ESCOLHA CORAJOSA
A Vocação Consagrada pode comparar-se à escalada de uma montanha:
Requer coragem e esforço.
É indispensável gostar de aventura e ser afoito, para enfrentar a montanha .
Não se pode avançar de pantufas nos pés.
A vocação, muitas vezes, exige a coragem de quem não se deixa vencer
seja por que dificuldade for,
mas é capaz de avançar não por caminhos impossíveis, mas por caminhos difíceis.
O caminho é o Senhor quem o traça. Mas tu és quem o deve percorrer a todo o custo.
Não quer dizer que o caminho da vocação – que é verdadeira ascensão e conquista -
é sempre difícil e custoso. Nada disso!
Quem tem experiência da montanha sabe que a conquista de cada cume
compensa largamente todo o esforço.
Tudo depende daquilo que tens dentro de ti.
Se foste conquistada por Cristo, não podes hesitar, não consegues parar.
Sentirás que vale a pena, que tudo aquilo que te é pedido é largamente compensado
pela garantia de chegar a “agarrar Jesus Cristo”, uma vez que foste antes
“agarrada por Ele”.
Toda a jovem verdadeiramente jovem aprecia esta linguagem
e aceita corajosamente o desafio:
“escalar a existência”, para além de toda a mediocridade
e aborrecimento de uma vida vulgar e monótona,
para chegar a “agarrar” o que mais importa: Jesus Cristo!
Mas, seguindo a Jesus, que procuras tu? Há uma única razão para seguir a Cristo: Ele mesmo.
Não é possível fazer outro cálculo, ter outra pretensão.
É assim. No projecto da vocação consagrada não pode haver outras interferências,
não há lugar para outras aspirações. O fim do chamamento é muito simples,
contém e abrange todos os outros fins possíveis . Que será de ti, amanhã?
A pergunta não te interessa. Serás de Jesus e Ele será o teu futuro, a tua segurança.
Também o entusiasmo pode ajudar, mas não chega. Pode servir como “começo da conversa”.
Mas não chega para um SIM generoso e definitivo. Para este, requer-se a vontade.
A vontade “daquela que é capaz de dar-se, que não se põe a avaliar as vantagens,
que é incapaz de meias medidas, pronta mais ao serviço do que ao descanso,
que não ambiciona fazer carreira ou alcançar prestígio”.
Por isso mesmo se fala de “escolha corajosa”.
Precisamos de tornar-nos pessoas cuja segurança seja apenas esta: Jesus.
Raparigas capazes de desprendimento, em relação às coisas e a si próprias.
Raparigas “pobres” segundo o Evangelho.
Raparigas de uma fé inquebrantável numa Providência que nada deixa faltar a quem confia.
Requer coragem, portanto. Mas, para ter coragem, é necessário ter ideias claras,
como as tiveram todas aquelas com quem Deus pôde contar e, por isso, fizeram maravilhas.
As corajosas, com quem Deus pode contar,
só elas são capazes de se aperceber do chamamento e de o acolher!
(Da revista “ Em frente” – N. 57)