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Quero parar de menstruar. Como isso afetará o meu corpo? 2
A pílula anticoncepcional e os casos de trombose.
“Caso a paciente faça tratamento com a pílula combinada, isto é, que possui em sua composição os dois hormônios, o risco dela desenvolver trombose, segundo um novo e respeitoso estudo publicado em 2007, continua sendo de três a quatro vezes menor do que se ela engravidasse.
No pós-parto, esse risco se torna até dez vezes menor”, afirma o médico, que cita a diminuição em 50% de câncer de ovário como um dos benefícios da droga.
Entretanto, as recentes notícias e postagens em redes sociais sobre o desenvolvimento de coágulos em diversos lugares do corpo de jovens que fizeram ou fazem uso do remédio tem assustado.
Para a Dra.
Halana, a ameaça em mulheres que não possuem histórico familiar é minúscula: “Esse evento adverso associado à pílula divulgado por muitas mulheres nas redes sociais serviu de estopim para que as mulheres passassem a se questionar sobre como recebem prescrição dessa medicação por anos a fio sem serem informadas sobre seus riscos.
E são eles justamente que levam mulheres a buscarem métodos contraceptivos não hormonais hoje em dia.
O que é o “escape”?.
Também chamado de “borra” ou “mancha”, é um pequeno sangramento, que também advém da camada endometrial.
Ele geralmente acontece devido à ingestão de pílulas com dose menor de hormônio.
O uso sem interrupção da cartela, também aumenta as chances de ocorrer.
“Uma mulher que toma pílula contínua para não menstruar, no final do primeiro mês, tem uma probabilidade de 60% de não sangrar; no final do segundo mês, as chances são de 50%, no terceiro, elas diminuem ainda mais.
Há uma progressão, o que não indica necessariamente que será igual de mulher para mulher”, assegura o Doutor que usa o exemplo de um carro 4×4 em suas pacientes: “Se você sangrou no primeiro dia, continue tomando; no segundo também? Continue.
No terceiro? Sim.
Se no quarto dia o escape não cessou, pare por quatro dias, há grandes chances de parar.
Caso continue, procure seu médico.
Adolescentes devem ser submetidas à suspensão menstrual?.
A resposta é simples e direta: não.
“Como o corpo feminino ainda está em formação nessa etapa da vida, é extremamente prejudicial que as meninas sejam submetidas a esses métodos”, explica a Dra.
Faria.
Além disso, o estrógeno, um dos hormônios responsáveis pela saúde dos ossos, é presente em uma dose muito inferior nos medicamentos contraceptivos, portanto, ingeri-los muito cedo pode desencadear problemas na formação óssea da garota.
“Tanto contraceptivos contendo progesterona isoladamente, quanto os que possuem baixa dose de estrogênio têm efeito sobre os ossos quando usados em fases iniciais da adolescência e por longos períodos.
Por isso é extremamente necessário conversar com adolescentes e suas mães sobre opções não hormonais”, esclarece ela.
Um outro caminho.
É imprescindível que, antes de qualquer decisão, as mulheres que desejam suspender a menstruação – por se enquadrarem em alguns dos sintomas citados ou por opção pessoal – passem por uma avaliação com um profissional de saúde.
Ele irá investigar através de sua história, exames físicos e complementares, as possíveis causas das cólicas muito fortes, com sintomas urinários e intestinais associados.
“Antes de partir para a automedicação ou para escolhas mais drásticas, aconselho que as pacientes que sofrem de dores muito fortes durante o período menstrual busquem praticar ioga e atividades físicas, além de se atentarem para uma alimentação adequada, além do controle do estresse e ansiedade.
Afinal, muitos aspectos da vida das mulheres podem contribuir para sintomas físicos”, completa a ginecologista.