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Momento de Reflexão
TESTEMUNHO SOBRE A ORAÇÃO
“Reverendo Senhor Padre:
Não vou descer a muitos pormenores, no entanto direi o que me parece essencial,
com um desejo ardente de que o PAI, através do meu testemunho,
possa atrair ao Seu amor Misericordioso muitas almas que também queiram fazer esta mesma experiência.
Sou Religiosa, por graça de Deus, e enfermeira de profissão.
Fez um ano em Março de 1984 que tive a grande dita de fazer o meu retiro anual
com um certo sacerdote como conferente,
instrumento de que Deus se serviu para me mostrar, ou melhor, apontar o caminho da felicidade.
Entre tudo que o PAI, por intermédio dele, nos disse no santo retiro, porei em foco o que mais me tocou.
Foi sobre a Oração Pessoal.
O Sr. Padre estimulou-nos a fazer, além da oração da nossa comunidade, uma hora diária de oração pessoal.
Afiançou-nos que, quem conseguisse,
durante um ano, dar uma hora por dia ao Senhor, a sua vida se transformaria por completo.
Eu confesso que acreditei nesta afirmação.
Hoje, graças ao Amor Misericordioso de Deus para comigo, posso testemunhá-lo por experiência própria.
Ao sair do meu retiro, o único propósito que fiz foi dar uma hora diariamente ao Senhor, custasse o que custasse.
Mas, como na minha carreira profissional estou sujeita a um horário de trabalho,
durante o dia, não me é possível tirar uma hora tão suspirada.
Resolvi pedir licença à minha Superiora para me levantar uma hora mais cedo que a comunidade,
a qual, por graça de Deus, me foi concedida.
A princípio, confesso que me custou muito ter que me levantar mais cedo
e, ainda o mais difícil era a sensação de perda de tempo.
Todos os dias, se repetia o mesmo.
Sentia em mim duas forças contrárias que lutavam como inimigos ferozes:
a primeira, o meu querer dar ao Senhor uma hora por dia;
e a segunda, parecia-me que estava para ali a perder tempo.
Mas como acreditei verdadeiramente na afirmação do Sr. Padre
e eu queria de verdade dar ao PAI uma hora diariamente, continuei.
Comecei por invocar o Espírito Santo e a fazer actos de abandono nas mãos de Deus,
actos de presença de Deus, de adoração, de fé e amor, etc.
Isto, confesso, sem sentir a mínima atração para o PAI.
Nesta hora, esforçava-me por me entregar totalmente ao Pai com todas as minhas faculdades,
defeitos, lembranças das minhas muitas infidelidades, o não ser, a maior parte das vezes, capaz de me concentrar,
habituada, como estava a dar largas à minha fantasia.
A partir daqui, passados dois meses,
comecei a entrar um pouquinho dentro de mim e a ver-me carregada de defeitos,
as raízes das tantas infidelidades, que antes, nem sequer me apercebia deles.
Apenas me sentia vazia. Sentia que não estava no caminho que o PAI me queria,
mas também não encontrava uma saída.
Comecei a sentir uma necessidade urgente de reparar, de manifestar a Deus o meu amor pela imolação e doação total.
Tudo o que o PAI possa exigir de mim é nada
em comparação com a Sua Misericórdia Infinita para comigo, miserável pecadora.
O reconhecimento das minhas misérias diante da santidade de um DEUS MISERICORDIOSO,
fez nascer em mim o desejo de dar mais tempo à oração pessoal
e de novo pedi licença para me levantar ainda um pouquinho mais cedo (30 minutos)
o que de novo me foi concedido, por graça de Deus.
Actualmente, levanto-me às 4,30h. da manhã.
A certeza que eu tenho de que o meu corpo é Templo da Santíssima Trindade,
faz-me viver continuamente em acção de graças e adoração.
O PAI sabe que eu, para reparar as minhas misérias e as dos meus irmãos,
desejava ser reduzida ao nada, tomar sobre mim todos os sofrimentos do mundo,
dar até a última gota do meu sangue à semelhança do meu bem-amado Jesus no Calvário.
Agora compreendo Santa Teresa de Ávila, quando dizia:
“Ó meu Deus, sofrer ou morrer”.
Compreendo também a felicidade dos Apóstolos e dos Santos nas suas tribulações,
angústias, sofrimentos de todas as espécies por causa do nome de Jesus.
Apesar de me sentir ainda mais pecadora que antes,
sinto uma felicidade, paz e alegria capaz de desafiar o mundo inteiro a fazer esta mesma experiência,
a fim de que nós todos, particularmente as almas consagradas,
podermos ser verdadeiramente felizes no Amor Misericordioso de Deus.
É este o meu desejo ardente e devorador.
Exorto-vos a que não tenhais medo de vos abandonardes totalmente nas mãos do PAI.
Ele não Se deixara vencer em generosidade.
Da nossa parte, só basta querer e crer que Ele, nosso Pai, é que faz tudo;
nós só precisamos de ser dóceis.
Esta experiência é possível para toda as pessoas que estejam dispostas a desinstalarem-se
e abandonarem-se totalmente nos braços do PAI para o que Ele quiser,
à semelhança de São Paulo, no caminho de Damasco:
Ao fim de cair do cavalo abaixo, faz uma única pergunta:
“Senhor o que queres que eu faça?”.
Desde 14 de Julho de 1984, acrescentei mais meia hora ao tempo que tinha.
Actualmente levanto-me às 4 horas da manhã.
Irmã N.N.
NOTA: perguntando-lhe, nestes dias, o Sacerdote, se, depois de 1984,
continua ainda com esta hora de oração pessoal diária, a Irmã respondeu energicamente:
“Pela graça do Senhor Misericordioso tenho continuado até este ano 2012
e mantenho vivo o propósito firme de ser fiel até ao fim da minha vida.”
E repetia: Sinto-me feliz, sinto-me feliz, sinto-me feliz!
Meus Irmãos e Irmãs, certamente, como diz São Francisco de Sales no nosso Vídeo
“Introdução à Vida Devota”,
nem todas as pessoas poderão imitar esta Irmã,
no entanto poderemos todos pedir mais ao Senhor este grande dom da Oração.
+ A Bênção de Deus Todo-Poderoso, Clemente e Compassivo, Pai, Filho e Espírito Santo
desça sobre vós e permaneça para sempre. – Ámen.