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[UMA SÉRIE DE CURTAS-METRAGENS COM ROMAN COPPOLA E THE DIRECTORS BUREAU]
Ah, que ótimo.
Achei que já teria saído a essa hora. Viagem comprida.
Estou nervoso. Eu sei, estou nervoso.
Ainda dá tempo. Vamos dar meia volta. Pode dar meia volta agora.
Dá dois passos para trás, vira e vai.
Cai fora. Ainda dá tempo. Dá meia volta. Ainda dá tempo.
Sempre dá tempo.
Dá meia volta agora. Não seja idiota.
Você é um idiota, Oscar.
Você sabe que ela vai te odiar, né?
Tarde demais. Não vai embora agora, precisamos ir, dá meia volta...
Vamos pegar duas chaves.
Bem-vindo ao W Doha.
Vai lá, Oscar. Vamos começar com um pá!
Que seja... exótico.
Que seja... sexy.
Fez boa viagem?
Boa viagem. De fato. E você?
Foi bem tumultuada, na verdade. Mas sou um homem de aventuras.
Um aventureiro, é? Bom, agora que nós dois atravessamos meio mundo,
tenho certeza de que você tem planos aventurescos
para o nosso primeiro encontro.
Vai lá, Oscar. Vai. Não vai decepcioná-la agora.
Sim. Nos encontramos no bar lá embaixo.
“Olá”, eu digo, e pego a sua mão.
Antes que você possa dizer qualquer coisa, eu te puxo para fora do hotel,
para dentro da tarde cálida.
Estou de bigode e sou comandante de um barco a vela
e navegamos pelo Golfo de Omã.
Enquanto o sol se põe atrás de nós, fazemos uma parada
na praia particular de um sheik.
Deitamos na areia e conversamos como já fazemos há dois anos.
Até que, calmamente, dormimos abraçados.
Essa é a sua fantasia mais maluca?
Bom, se você conseguir fazer melhor, fique à vontade.
Vou tentar com muito prazer.
Eu te encontro no mesmo bar lá embaixo.
Você está tomando um drinque.
Eu digo: “Tenho um dia cheio de atividades planejadas para nós.”
Corremos pelo antigo mercado, comendo, falando com as pessoas.
Explorando becos escondidos.
E chegamos até os pássaros exóticos
antes de fugir para o telhado fingindo que
somos fugitivos.
Eu te levo de volta para o hotel antes de anoitecer.
Invadimos o último andar, que ainda está em construção,
para saborear a vista maravilhosa da cidade enquanto o sol se põe.
Nossos olhares se encontram e eu decido que esse andar abandonado
não vai mais ser suficiente.
Eu pisco e de repente
estamos na suíte lua de mel.
E depois de dois anos aprendendo os pensamentos um do outro,
só agora podemos descobrir nossa fisicalidade.
Mal posso esperar para ver a cicatriz que você descreveu na sua saboneteira.
Seu dente lascado na frente, ou o jeito que seus olhos brilham quando você fala.
Sua infância nas ruas de Mumbai.
A história do Brooklyn.
Como nós nos apaixonamos através de cartas de amor eletrônicas,
como meninos e meninas de um tempo em que a palavra escrita era tudo.
Ou a sensação da manhã seguinte.
A estranha sensação de júbilo e êxtase e satisfação.
E é assim, meu amigo, que nos conhecemos.
São muitas expectativas.
É, mas eu acredito em você.
Você consegue conhecer uma menina pessoalmente. Não vai amarelar.
Você viajou quase 13 km para estar aqui. Não vai amarelar.
Você consegue conhecer uma menina pessoalmente.
Não amarela. Eu te odeio demais.
Harper, você se importa se adiarmos esse encontro elaborado até
amanhã de manhã?
Estou muito cansado da viagem.
Depois de tanto tempo, quero estar na melhor forma para quando nos conhecermos.
Claro. O que é mais uma noite?
Exatamente.
Amanhã, então. Vamos fazer isso pessoalmente, de verdade.
Mal posso esperar.
Eu também. Boa noite, Harper.
Boa noite.
Desculpa... Eu não... Acho que é melhor eu... É.
Não, não! Tudo bem.
É a sua mala? Você está indo para o aeroporto ou...?
Isso. Você também vai para lá? A gente pode dividir o táxi se você...
Tudo bem. Claro.
- Oscar. - Harper.