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Oi.
Obrigado. Esse é o máximo de português que eu tenho, então...
Tudo bem, é realmente incrível estar aqui,
e ter a oportunidade de falar a todos vocês e ouvir a todos que vieram antes.
Eu não entendi muitas das palavras ditas,
mas acho que saquei o que está acontecendo.
Então, há dois dias atrás eu estava em Los Angeles,
onde moro, e trabalho na Good,
e tive a oportunidade de vir aqui e falar a respeito de:
"o que o Brasil tem para oferecer ao mundo?"
O que é incrível, eu nunca estive no Brasil antes,
e não sou um especialista em Brasil, então, vamos ver como isso vai ficar.
O que é a Good? Essa é uma pergunta do projeto no qual trabalho todos os dias.
Para aqueles que não conhecem, Good é uma empresa de mídia,
temos uma revista, website, vídeos, eventos.
Como nós dizemos, ela é para pessoas que se importam.
Então, eu acho que são como todos nós aqui.
Mas isso à medida em que ela evoluiu, se tornou mais do que mídia.
É uma colaboração entre os empresários, e as organizações sem fins lucrativos,
que estão se reunindo para impulsionar o mundo para adiante.
E são as conexões e coisas que acontecem para todos eles.
Então a Good não é nossa, é de todos nós.
E essa é uma pergunta que fazemos e buscamos todos os dias.
O bem é muitas, muitas coisas diferentes o que pode ser realmente complicado,
sentir-se bem, aquilo que tem gosto bom, o que é bom para o planeta.
E como conciliar todas essas coisas.
Então nós partimos de...
O que nos motivou a começar a Good foi o fato de que, antes de começarmos,
achávamos que o bem era aquela coisa altruísta.
Que era você ter que renunciar a todas as suas posses
e ir para o mundo e fazer o bem e
não necessariamente ser tão feliz ou se divertir tanto assim.
Nós discordamos totalmente disso.
Nós achamos que o bem é na verdade
o que acontece quando você e o mundo, quando os interesses se alinham.
Não é problema fazer isso, existem muitas oportunidades.
E é isso o que nós buscamos.
Então, todos esses outros termos, eu não sei se vocês conseguem ler,
pragmático e idealista, diversão e seriedade, indivíduo e coletivo,
é nesse ponto central que queremos trabalhar.
Coisas que podem parecer opostas
mas que na verdade, têm um território comum;
e trabalhando para isso e a partir disso,
é que o bem sustentável, duradouro e incrível acontece.
Essa foi a capa da nossa primeira edição.
Logo acima do grande quadro branco está escrito:
Faça você mesmo seu manifesto pessoal.
E é: _______ como quem se importa.
E esse é o nosso manifesto, nosso modo de pedir ajuda ao mundo.
Não importa o que você faz, ou do que você gosta,
pode ser música, direito ou ciências. Mas faça como quem se importa.
É isso que cria o bem.
E isso realmente criou para nós um enorme empreendimento colaborativo.
Vou mostrar um conjuto de páginas da revista.
trabalhamos com diferentes grupos de designers, de pensadores.
Essa foi para a primeira edição.
O tema foi: "Eu coração América", isso foi em 2006,
estávamos a caminho das eleições prévias na época,
e muitos de nós, no lado mais progressista das coisas,
não tínhamos certeza de quanto amávamos a América, ou se queríamos fazê-lo.
Nos Estados Unidos temos esta frase: "América: ame-a ou deixe-a".
E é isso que as pessoas dizem
quando não querem ouvir discordâncias ou críticas
E nós tínhamos este grupo em Portland que teve essa ideia:
"América: ame-a ou conserte-a".
E isso foi realmente tão perfeito
porque abarca tudo o que nós queríamos que a Good fosse,
progressista, focada na solução de problemas.
E aqui temos mais alguns slides, esse é do nosso especial de design,
que era sobre design como solução de problemas.
Esse foi criado por um grupo chamado IDEO.
Eles imaginaram uma esquina em San Francisco
com todos os problemas que podiam ser resolvidos, e todas as melhorias possíveis.
Uma das coisas pelas quais somos conhecidos são nossos infográficos.
Visualização de dados.
Isso tem sido um empreendimento colaborativo junto à comunidade de design
e nós tentando encontrar o centro do diagrama de Venn.
Divertir-se com as informações, levar as coisas a sério
apresentá-las de um jeito que as pessoas possam se envolver.
Esse era um olhar sobre
as democracias mundiais, com um ranking da participação dos eleitores.
Esse olhava para onde vão os impostos pagos pelos americanos
com os gastos do governo discriminados,
comparado também com os gastos domésticos: como os indivíduos gastam o seu dinheiro,
e como o governo gasta o dinheiro deles.
Esse olhava para a metragem quadrada
dos pricipais varejistas globais.
Todos os Walmarts do mundo todo cobrem uma área maior do que Manhattan.
Foi isso que aprendemos. Mais algumas coisas sobre uso de energia.
Comparando o dólar com o preço da xícara de café com leite pelo mundo.
Aqui tem outro que eu realmente adoro, que é:
Que porcentagem do mundo é governada por mulheres?
Quais nações têm uma governante mulher?
Cada um desses pontos representam um milhão de pessoas
e tinha um mash-up de todos os rostos dessas mulheres
Fizemos isso, e algumas semanas depois,
na verdade alguns dias depois da publicação,
a nova presidenta da Índia foi eleita.
E isso mudou radicalmente, algo que um usuário havia postado em um site.
Acho que isso mostra mesmo o potencial
da natureza colaborativa continuada da Good.
Não é o que está saindo do nosso escritório,
mas é como se o mundo todo se engajasse nessas ideas e as compartilhassem.
Mais uma vez, isso é apenas um diagrama Venn para mostrar a natureza colaborativa de
coisas assim, como reunir um bando de pessoas
e ver que coisas incríveis podem surgir daí.
Esse é o nosso plano de negócios ou o modo como olhamos para o mundo,
Para cima e para baixo temos lucros/perdas, e prejudica/ajuda está à esquerda e à direita.
E é para lá que queremos ir,
queremos fazer o maior bem e ganhar o máximo de dinheiro possível,
e acreditamos que ambos podem ser feitos.
Acho que outra pessoa falou disso hoje.
Nossa ideia era que esse programa se chamasse Choose Good,
Nos EUA, para se começar uma revista, como dito antes,
da mesma forma que aqui, é muito caro e complicado.
Nós decidimos doar 100% das assinaturas a organizações sem fins lucrativos
e deixar os assinantes escolherem
para qual organização sem fins lucrativos querem doar.
Com isso, conseguimos o apoio das organizações.
E as pessoas adoraram a ideia, conseguimos aumentar a base de assinaturas
de forma muito mais eficaz do que conseguiríamos pelos métodos tradicionais.
Essa última foto representa um dogma da Good, essa ideia de impacto criativo.
Mobilizar as soluções mais criativas para criar impacto no mundo.
É isso que nós cobrimos, são essas as matérias que celebramos,
e cada vez mais, esse é o modo pelo qual nos abrimos para o mundo
e realizamos projetos.
Esse é o projeto de replanejamento de ruas
que olha para como podemos reimaginar nossas ruas
para torná-las mais amigáveis para pedestres.
Essa pea foi feita por uma organização nos EUA, focada nisso.
Depois abrimos o chamado para a comunidade,
e recebemos replanejamentos para várias cidades,
simplesmente a partir da participação das pessoas.
E quando essas coisas começam a acontecer, às vezes as conexões certas são feitas,
e uma pequena mudança pode começar a acontecer.
Coisas assim estão acontecendo.
Enquanto eu estava preparando isso para falar para vocês,
eu me dei conta de que grande parte da Good tem a ver com procurar novos modelos.
E eu sempre adorei uma citação do Buckminster Fuller,
o cara que fez as cúpulas geodésicas e tinha uma visão do mundo fantástica,
que é: "Você nunca mudará as coisas lutando contra a realidade existente.
Para mudar alguma coisa, construa um novo modelo
que torne obsoleto o modelo existente".
E foi isso que eu pensei sobre o Brasil no meio disso tudo.
Acho que o Brasil oferece, sim, da minha perspectiva de americano não-especialista,
uma oportunidade real de apresentar novos modelos que realmente funcionam, que viajam.
Eu acho que é muito, muito empolgante,
para o Brasil, e para o mundo. Nós estamos precisando de novos modelos.
Nessa veia, um exemplo, que já vou falar, é...
Tem uma cara chamado Umair Haque,
um empresário-economista-escritor-filósofo.
Recentemente ele escreveu um texto chamado Awesomeness Manifesto
onde sugere que o espetacular é a nova inovação.
E ele disse que, no século XXI,
se você é inovador, prepare-se pra ser desbancado pelo espetacular.
Porque a inovação pode ser estreita,
pode consertar problemas que levam a outros problemas
e não olhar para a coisa como um todo.
O espetacular é aquilo que, quando vemos, reconhecemos. Porque funciona,
e considera a coisa como um todo.
Seus quatro pilares são: produção ética, coisas insanamente excelentes, amor,
e valor encorpado, que é mais do que agregar valor,
que é realmente significar algo para as pessoas.
E ele escreve em termos de negócios e produtos.
Mas eu fiquei pensando: e se isso for maior que negócios e produtos,
e se o novo modelo para o século XXI, não for o super-poder,
mas sim o poder-espetacular?
Essa era a ideia que eu queria compartilhar aqui.
Então, eu acho que o poder-espetacular pega essas coisas e as expande,
é a economia ética, a abertura;
algo que surge como grassroots
pode atravessar o mundo.
Mais que coisas, são pessoas e culturas insanamente excelentes.
Amor, com certeza.
e o valor encorpado, no sentido de fazer do mundo um lugar melhor e contribuir.
A partir disso eu estava pensando no que eu vi do Brasil,
e existem centenas de coisas que...
Sentado em Los Angeles, você tem uma imagem de Brasil,
lindas paisagens, praias, pessoas, futebol
e todas essas coisas incríveis,
Mas eu queria pegar bons exemplos,
de coisas que nós já cobrimos na Good.
Um que me ocorre agora é o sistema de ônibus de Curitiba.
Essa é uma solução realmente brilhante
e simples para um problema local.
Tenho certeza de que muita gente aqui sabe
que esse conceito foi adaptado e implantado em Bogotá.
Acabamos escrevendo sobre isso na Good,
e, certamente, através de nós e de outros, a ideia está viajando o mundo.
Esse tipo de exportação cultural, acho que é uma coisa fantástica
de se pensar a respeito.
Sobre como essas ideias, que funcionam localmente, podem viajar.
Exportar não apenas coisas, mas também soluções como essa.
Acho que tem uma citação,
talvez do prefeito que instituiu isso em Curitiba,
que é: "Se você quiser uma solução criativa, tire um zero do orçamento,
e se você quiser uma solução sustentável tire dois zeros do orçamento".
E isso é algo que eu tenho compartilhado com centenas de pessoas.
Eu olho para o Brasil e acho que ele mostra essa oportunidade.
Nós precisamos de tantas soluções criativas e sustentáveis no mundo agora, que
quanto mais conseguirmos, independente de dinheiro, melhor.
Outra coisa que realmente mexeu conosco é a street art
e a cultura daqui, nessa área.
Não sei como isso é percebido aqui,
mas dos EUA, São Paulo e o Brasil enchem os blogs de street art.
Eu acho essa é uma expressão muito forte de um tipo de engajamento cívico
que algumas vezes é subestimado, mas que eu considero realmente significativo.
Na verdade, tirei tudo isso de
um blog de street art de um cara que trabalha no escritório da Good; são do Brasil.
E isso atrai pessoas do mundo todo que vêm aqui para contribuir.
Eu acho isso incrível.
E esse é um artista brasileiro cujo nome me foge agora.
Isso é paralelo ao meu último tópico, ele fez essa peça em Berlim.
Não sei se alguns de vocês já viram isso.
Ele instalou centenas de pequenas esculturas de pessoas feitas de gelo.
A ideia era abordar as questões de mudança climática.
Deixar elas lá fora e para derreterem ao sol.
E acho que essa é a última coisa que direi aqui, que é:
o Brasil tem uma posição poderosa neste debate global sobre mudança climática.
Esse é um mapa que fizemos recentemente para a COP-15.
É uma das nações do BRIC...
É incrível o modo como é conduzido e de como tem notícias recentes surgindo,
investindo muita força para apoiar essas questões,
é empolgante; é empolgante para nós nos EUA,
que precisamos motivar nosso governo, nosso Congresso, do jeito que der,
para abordar esse assunto.
E eu acho que esse é só mais um elemento
que parece fazer parte dessa ideia
do poder-espetacular do futuro.
Acrescente-se a isso
todo o resto que vocês ouviram aqui hoje;
todas as pessoas que falaram sentem que podem contribuir com isso.
E estou certo de que muitos de vocês na plateia também.
E com isso, eu diria: vamos criar mais poder-espetacular, e isso é Good.