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Oi, Devis, aqui é o advogado de meia-tigela Howard Greenburg. Como vai?
Oi, Devis, aqui é o advogado de meia-tigela Howard Greenburg. Como vai?
A defesa é um assunto muito denso.
Acho que é uma bruxaria, é profunda,
é alquimia.
Não existem vitórias morais nesse ramo.
Não existem vitórias morais nesse ramo.
Se você não ganha, é um desastre para a pessoa.
Você tem que ganhar.
Vê se ele conseguiu
ou se foi com um mandado de merda ontem.
ou se foi com um mandado de merda ontem.
Nas palavras de Jesse Pinkman,
você não quer um criminalista – você quer um criminalista.
E assim conhecemos Saul Goodman,
o advogado mais falastrão, carismático e malandro de Breaking Bad.
Na última temporada,
encontramos um Walter White da vida real.
Desta vez, a gente quis saber
se existe um correspondente na vida real do advogado dele também.
Apurando no mundo jurídico de Nova York
quem seria o criminalista mais irreverente, ousado e eficiente,
quem seria o criminalista mais irreverente, ousado e eficiente,
quem seria o criminalista mais irreverente, ousado e eficiente,
todo mundo falou a mesma coisa.
Chama o Howard Greenberg.
Não tem ninguém mais pitoresco que o Howard.
Você quase engasga com o que sai da boca dele.
Você quase engasga com o que sai da boca dele.
Um sobrinho meu teve problema com a polícia.
Um sobrinho meu teve problema com a polícia.
O Howard foi o primeiro advogado que me veio à mente.
Se um dia eu tiver algum problema,
é para o Howard que vou ligar.
-Chama o Howard. -Chama o Howard.
Chama o Howard.
Chama o Howard.
Chama o Greenberg.
-Como vai? -Oi, Howard.
-Como vai? -Oi, Howard.
Satisfação, querida.
Essa é a cara do Professor Van Helsing de manhã.
Essa é a cara do Professor Van Helsing de manhã.
Sabe quem é Van Helsing, né?
-Sei, sei. -O matador de vampiros.
Tá, podem entrar.
Este é o seu cafofo?
Meu cafofo, sinto dizer,
não fica nos fundos de um salão de manicure.
O escritório do Saul, pois é.
Esta é minha segunda casa
quatro dias da semana.
Muitas grandes vitórias foram construídas,
revisadas e ajustadas neste espaço.
Aí atrás de você está o próximo.
É um caso grande de tráfico ***,
estou trabalhando nele aqui.
Você nunca teve que defender alguém que é culpado?
Você nunca teve que defender alguém que é culpado?
Você nunca teve que defender alguém que é culpado?
Isso é irrelevante para mim.
Prefiro que me falem, mas não me interessa.
Tenho mais medo do governo
do que um indivíduo canalha que eu represente.
Fale sobre o seu dia a dia.
Você acorda que horas?
Acordo às 5h ou 6h e faço exercícios.
Acordo às 5h ou 6h e faço exercícios.
Não sei se parece, mas por baixo essa máquina aqui está bem calibrada.
Não sei se parece, mas por baixo essa máquina aqui está bem calibrada.
Depois tomo café, depois banho.
Depois vou para o fórum ou trabalhar se não tenho audiência.
Depois vou para o fórum ou trabalhar se não tenho audiência.
Vamos falar sobre sua roupa de hoje.
Vamos falar sobre sua roupa de hoje.
Acho que não vou com essa camisa,
mas tem vários ternos pendurados.
Olha só.
Você pode obter o direito de usar uma roupa
que poderia ficar ruim.
-Você. -Você, qualquer pessoa.
-Qualquer pessoa, tá. - É o que fiz.
-Qualquer pessoa, tá. -É o que fiz.
Se eu passo a um jurado a impressão
de que, se o dele estiver na reta, ele vai me querer do lado dele,
de que, se o dele estiver na reta, ele vai me querer do lado dele,
posso fazer o que quiser, porra.
-Tá certo? -Tá certo.
-Tá certo? -Tá certo.
Você faz por merecer. O esforço compensa muitos pecados nesse ramo.
Você faz por merecer. O esforço compensa muitos pecados nesse ramo.
Ótimo.
-Pra cima deles. -Pra cima deles.
-Pra cima deles. -Pra cima deles.
Não vou deixar o governo crucificar meus clientes.
Não vou deixar o governo crucificar meus clientes…
O histórico de vitórias de Howard Greenberg
só perde para os antecedentes de seus clientes.
só perde para os antecedentes de seus clientes.
Em 25 anos de carreira,
Howard garantiu a defesa implacável
de pessoas acusadas de tudo, assassinato, drogas, armas e tráfico ***,
de pessoas acusadas de tudo, assassinato, drogas, armas e tráfico ***,
defendendo tipos como o “advogado da Lolita”,
que confessou pagar a uma mulher para fazer sexo com as filhas dela,
que confessou pagar a uma mulher para fazer sexo com as filhas dela,
e o rapper Bobby Shmurda,
supostamente líder da violenta gangue GS9.
Mais do que a clientela,
são as táticas brutais e irreverentes nos julgamentos
que fizeram com que ele caísse nas graças da mídia.
Sabe quanto dinheiro ele tem?
Não, mas sei contar esse dinheiro.
Para conhecer mais sobre a reputação do Howard,
Para conhecer mais sobre a reputação do Howard,
conversamos com antigos adversários e aliados de longa data
para ouvir de quem já testemunhou o trabalho dele.
para ouvir de quem já testemunhou o trabalho dele.
Você pode falar sobre seus primeiros encontros com o Howard?
Você pode falar sobre seus primeiros encontros com o Howard?
Lembro de quando cheguei no escritório.
Acho que o mais marcante
é que você nunca sabe o que vai sair da boca dele.
é que você nunca sabe o que vai sair da boca dele.
E às vezes, era pessoal para você.
Se você fosse sustentar um caso diante do juiz,
Se você fosse sustentar um caso diante do juiz,
ele poderia atacar você.
Ele fazia isso com todo mundo.
Tem até um carinho lembrando disso agora,
Tem até um carinho lembrando disso agora,
porque as merdas que ele falava eram hilárias pra caralho.
Mas não posso falar isso.
Quando entrei na Assistência Jurídica, comecei como defensor público.
Quando entrei na Assistência Jurídica, comecei como defensor público.
Acabei conhecendo o Howard de vê-lo passar entre audiências.
Acabei conhecendo o Howard de vê-lo passar entre audiências.
Um cara maluco com um transplante capilar superpreto.
Um cara maluco com um transplante capilar superpreto.
Difícil passar batido.
Ele não parece um advogado comum.
Entre o cabelo, o jeito que ele se mexe e fala…
Entre o cabelo, o jeito que ele se mexe e fala…
Ele sabe ir até o limite com muita gente,
Ele sabe ir até o limite com muita gente,
mas sem ultrapassar e acabar tendo algum problema.
mas sem ultrapassar e acabar tendo algum problema.
Teve um caso de prostituição do Howard que repercutiu muito.
Teve um caso de prostituição do Howard que repercutiu muito.
Pode contar um pouco?
Eram dois homens acusados de terem um centro de prostituição.
Eram dois homens acusados de terem um centro de prostituição.
Ele estava nos argumentos finais.
E falou coisas na linha
de que adoraria ser uma das putas que trabalham para eles.
Que se ele ganhasse tanto dinheiro quanto elas,
também faria isso.
Esse é o jeito dele.
Ele faz coisas que a maioria de nós jamais faria.
Ele faz coisas que a maioria de nós jamais faria.
Como quando você inquire uma vítima de assalto.
Como quando você inquire uma vítima de assalto.
Você pergunta se era de noite.
Sim.
Estava escuro, certo?
A rua não tinha iluminação, tinha?
A rua não tinha iluminação, tinha?
Não. Na abordagem tradicional,
você não pergunta mais nada.
E depois você resume:
“Impossível a testemunha ter visto quem assaltou.
“Impossível a testemunha ter visto quem assaltou.
Estava escuro, não tinha luz na rua.
Estava escuro, não tinha luz na rua.
Ela mesma falou!”
Mas você não pergunta para a testemunha:
“Não dava para ver o assaltante, dava?”
“Não dava para ver o assaltante, dava?”
Porque se você pergunta, vai dar errado.
Porque se você pergunta, vai dar errado.
Mas o Howard faz essa pergunta,
e pergunta de outro jeito cinco vezes e faz a pessoa chorar.
e pergunta de outro jeito cinco vezes e faz a pessoa chorar.
É o Howard.
O matador de vampiros, o advogado.
A gente marcou.
Você está em outra firma?
Tá.
Não importa o preço dele, eu cubro, tá certo?
Aliás, você devia olhar meu histórico antes de contratar alguém.
Aliás, você devia olhar meu histórico antes de contratar alguém.
Se o histórico dele for melhor que o meu, vai com ele.
Se o histórico dele for melhor que o meu, vai com ele.
É impossível. Eu sei que é impossível.
Quando você vem?
Em 15 minutos?
Tá certo, muito bem. Sabia que você não ia furar comigo.
Tá certo. Filho da puta.
Ao longo dos anos, aprendi a lidar com ele.
Ao longo dos anos, aprendi a lidar com ele.
Ele não tem papas na língua.
Acho que por isso muita gente gosta dele,
porque você sabe que, com ele,
não tem frescura nem embromação.
não tem frescura nem embromação.
não tem frescura nem embromação.
Você vai saber dos fatos de forma muito franca
e ele realmente luta pelo bem comum,
e ele realmente luta pelo bem comum,
com certeza.
Ele se dedica de corpo e alma ao que faz,
porque entende o que é
ter o apoio do governo estadual ou federal contra você,
ter o apoio do governo estadual ou federal contra você,
e você ser só uma pessoa lutando pela própria vida.
e você ser só uma pessoa lutando pela própria vida.
O que você está fazendo agora?
Estou estudando para um caso gigante de tráfico *** no condado de Nova York.
Estou estudando para um caso gigante de tráfico *** no condado de Nova York.
Quanto tempo você acha que o julgamento vai durar?
Umas três, quatro semanas.
A imbecilidade de sempre, vão tentar transformar
exploração de prostituição em tráfico ***.
Qual é a diferença entre tráfico *** e prostituição?
Qual é a diferença entre tráfico *** e prostituição?
Vou dar um exemplo e você me fala.
Tá.
Escravidão ***.
Tráfico ***.
Agora você fala um.
Ela se prostitui por livre e espontânea vontade.
Isso não é tráfico ***.
Mas eles sempre tentam opinar
que não existe livre e espontânea vontade,
que nenhuma menina vira puta porque quer.
E se ela ganha US$ 10 ou 20 mil por semana, é porque alguém obrigou.
E se ela ganha US$ 10 ou 20 mil por semana, é porque alguém obrigou.
Você sabia que, na maioria das vezes, elas simulam o ato?
Você sabia que, na maioria das vezes, elas simulam o ato?
Olha como os clientes são idiotas.
Bom, isso é óbvio,
todo mundo sabe que elas devem fingir.
Não, estou falando de fingir a relação ***.
Não, estou falando de fingir a relação ***.
-Como? -Elas mostraram como faz.
-Como? -Elas mostraram como faz.
Explica para mim.
Você vira de barriga para baixo,
coloca a mão entre as pernas
de barriga para baixo…
Pega a bilola com a mão…
E alisa o negócio.
A bilola? Nossa, nunca ouvi essa palavra.
A bilola? Nossa, nunca ouvi essa palavra.
E o cliente acha que está pegando,
mas não está pegando nada.
Vou passar para você o argumento final
para a chamada seleção dos jurados
e que quero usar nesse caso.
Tá certo?
Olho para o recinto cheio de gente e penso:
“Eles estão aqui para passar pela minha lavagem cerebral.”
Repita comigo, amor. Vocês vão decidir…
Vocês vão decidir…
Se o réu…
Se o réu…
Fez tráfico ***…
Fez tráfico ***…
Ou se é uma pessoa inocente
sofrendo acusações infundadas, que é o que pretendo provar.
Ou se é uma pessoa inocente
sofrendo acusações infundadas, que é o que pretendo provar.
Vamos em frente.
Algum de vocês, gente de bem, se irrita ao ouvir “tráfico ***”?
Algum de vocês, gente de bem, se irrita ao ouvir “tráfico ***”?
-Algum jurado parcial? -Alguém com interesses escusos?
-Algum jurado parcial? -Alguém com interesses escusos?
-E afiliação? -Já ouviram falar do grupo Fair Girls?
-E afiliação? -Já ouviram falar do grupo Fair Girls?
Alguém aqui lê a coluna do Nicholas Kristof?
Alguém aqui lê a coluna do Nicholas Kristof?
Ele é obcecado por sexo…
E pelo tema da escravidão ***
e de gente forçada a fazer coisas contra a própria vontade.
Nada disso, devo dizer, se aplica a esse caso.
Nada disso, devo dizer, se aplica a esse caso.
Aliás, já falei que as meninas que vão chamar serão testemunhas do réu?
Aliás, já falei que as meninas que vão chamar serão testemunhas do réu?
Aliás, já falei que as meninas que vão chamar serão testemunhas do réu?
Deu para ter uma ideia, é assim que vai ser.
Oi.
-Sou a Kim. -Oi, Kim. Marie Greenberg.
-Sou a Kim. -Oi, Kim. Marie Greenberg.
-Sou a Kim. -Oi, Kim. Marie Greenberg.
Como vai? Muito prazer.
-Muito prazer. -Obrigada por me receber.
-Muito prazer. -Obrigada por me receber.
Esta é a sala de jantar.
Damos muitas festas aqui.
Como vocês se conheceram?
No fórum. Eu era taquígrafa.
No fórum. Eu era taquígrafa.
Tá.
O Howard era advogado da Assistência Jurídica.
A gente se deu bem e…
Foi uma jornada e tanto.
Isso foi há quanto tempo?
Há 24 anos.
-Nossa. -Estamos casados há 14.
O Howard disse que você ajuda com as roupas dele.
-Não brinca! Ele disse isso? -Disse.
-Não brinca! Ele disse isso? -Disse.
-Não brinca! Ele disse isso? -Disse.
Ele nunca deixa ajudar.
Todo dia eu queria dar dicas para ele.
Ele tem o olho ótimo, mas não para si próprio.
Você conheceu o Howard no ambiente de trabalho.
Você conheceu o Howard no ambiente de trabalho.
O que você acha da profissão dele?
Ele faz o trabalho dele muito bem
e não tem nenhum preconceito.
Ele sente que todos devem ter a chance
Ele sente que todos devem ter a chance
de serem defendidos do jeito certo.
Isso incomoda você?
Quando alguém é culpado
e, com o talento dele, acaba sendo absolvido?
E é solto?
Se me incomoda?
Duas ou três vezes deve ter incomodado.
Mas de resto, não.
Já trabalhei com muitos advogados.
Nenhum é igual a ele.
Ele teve uma criação muito diferente.
Ele não é revoltado por isso, mas sim grato.
Ele não é revoltado por isso, mas sim grato.
Não é muita gente que pode dizer isso.
Conte um pouco sobre a sua infância.
Você cresceu no sudeste de Manhattan…
Verdade. Morávamos na favela, éramos três pessoas:
Verdade. Morávamos na favela, éramos três pessoas:
meu pai, que tinha problemas mentais, minha avó,
que me criou como pai e mãe, e eu.
Meu pai era muito violento.
Todo dia ele fazia algazarra e batia na minha franzina avó.
Todo dia ele fazia algazarra e batia na minha franzina avó.
Todo dia ele fazia algazarra e batia na minha franzina avó.
Uma vez, ele quebrou o braço dela bem na minha frente.
Uma vez, ele quebrou o braço dela bem na minha frente.
Mas eu era uma criança.
O que eu poderia…
O que poderia fazer para protegê-la?
O que eu podia fazer?
Nossos filhos nem sabem disso.
Quando saí de casa,
consegui bolsa na Universidade Cornell.
E logo joguei isso no lixo.
E aí passei muitos anos perdido.
Conheci uma menina, depois descobri que o pai dela era chefe da máfia.
Conheci uma menina, depois descobri que o pai dela era chefe da máfia.
Tá.
O governo de Giuliani apresentou uma denúncia
no caso que ficou conhecido como EUA contra Badalamenti.
no caso que ficou conhecido como EUA contra Badalamenti.
Nosso réu era o pai da minha falecida esposa.
Nosso réu era o pai da minha falecida esposa.
A prisão de ontem revela mais uma operação de heroína
comandada por imigrantes sicilianos,
que usavam pizzarias como fachada
para o tráfico de grandes quantidades de drogas.
Esse caso cresceu na mente do público
e se transformou no chamado caso Conexão Pizza.
e se transformou no chamado caso Conexão Pizza.
Foi o julgamento federal mais longo
Foi o julgamento federal mais longo
da história dos EUA até então.
Mas foi naquele dia, com os agentes
e os cães farejadores pulando em cima de mim
e das pessoas que eu amava,
que jurei que viraria advogado criminalista.
Me matriculei na Faculdade de Direito da Fordham.
Três meses depois de me formar,
Três meses depois de me formar,
já estava trabalhando na Assistência Jurídica.
É difícil ser politicamente correto,
porque na Assistência Jurídica, eles castram o advogado.
Por quê?
Porque estão tão preocupados em preservar o histórico,
Porque eles se preocupam em preservar o histórico,
ir a julgamento pensando no recurso…
Mas se o advogado entra pensando no recurso, ele perde.
Como você faz?
Eu entro para ganhar!
Entendi.
Saí da Assistência Jurídica,
mas cumpri com o meu compromisso.
Fui para a iniciativa privada,
e Herbert Stern me ensinou a virar um excelente advogado.
e Herbert Stern me ensinou a virar um excelente advogado.
Ele escreveu uma série de livros chamada
“Defendendo Casos para Ganhar” e eu me tornei esse advogado.
Você fica ofendido quando sugerem
que você parece o Saul? Porque ele é meio suspeito e excêntrico…
que você parece o Saul? Porque ele é meio suspeito e excêntrico…
De modo algum. Não preciso trapacear para vencer.
De modo algum. Não preciso trapacear para vencer.
Tenho um método que aparentemente funciona.
Posso ensinar qualquer advogado a enfrentar o governo e ganhar.
Posso ensinar qualquer advogado a enfrentar o governo e ganhar.
Posso ensinar qualquer advogado a enfrentar o governo e ganhar.
Tentamos contato com vários antigos clientes do Howard
sobre as experiências com ele.
Um deles, Jumps Felix, aceitou falar com a gente.
Jumps foi acusado de posse ilegal de arma,
crime com pena de 15 anos de prisão.
Howard levou o caso a julgamento
e conseguiu a absolvição, mesmo com a polícia dizendo
que Jumps confessou o crime.
Eu podia ficar 7 a 15 anos preso.
Nossa.
Ele salvou a minha vida.
Ele provou minha inocência.
Na adolescência, fui condenado por posse de arma.
Eu tinha saído dessa vida.
Eu tinha saído dessa vida.
Só queria arrumar um emprego,
ter filhos, ter uma vida normal.
Mas por causa dos meus antecedentes,
tentaram me incriminar.
Você já tinha tido contato com advogados antes do Howard?
Você já tinha tido contato com advogados antes do Howard?
Ele foi seu primeiro advogado?
Foi o primeiro que tive dinheiro para pagar.
No outro caso, eu tive assistência jurídica.
No outro caso, eu tive assistência jurídica.
E a assistência jurídica trabalha com o sistema.
E a assistência jurídica trabalha com o sistema.
Eles são pagos para você fazer acordo.
Mas tive sorte de poder pagar Howard Greenberg para provar minha inocência.
Mas tive sorte de poder pagar Howard Greenberg para provar minha inocência.
Mas tive sorte de poder pagar Howard Greenberg para provar minha inocência.
No meu julgamento, ele lutou com espírito de guerreiro.
No meu julgamento, ele lutou com espírito de guerreiro.
Como se eu fosse filho dele.
Por isso chamo o Howard de padrinho.
Como você conheceu o Felix? Como ele encontrou você?
Como você conheceu o Felix? Como ele encontrou você?
A ficante dele me ligou e falou que ele precisava de um advogado.
A ficante dele me ligou e falou que ele precisava de um advogado.
Qual foi sua primeira impressão dele?
Qual foi sua primeira impressão dele?
Você achou que era um rapaz bonzinho…
Achei um babaca. Não gostei dele.
Achei um babaca. Não gostei dele.
Achei um babaca. Não gostei dele.
-Tá? -Tá.
Mas depois me afeiçoei.
-Tá. -Tá.
Se você achou que ele era babaca, por que quis representá-lo?
Se você achou que ele era babaca, por que quis representá-lo?
Porque, se pego seu dinheiro, minha dedicação é total.
Porque, se pego seu dinheiro, minha dedicação é total.
Por isso.
E eu quero ganhar, tá?
-Tem café gelado? -Tem, sim.
-Tem café gelado? -Tem, sim.
Não pega água da louça.
É comum você desenvolver
É comum você desenvolver
um relacionamento próximo com os clientes?
-Já falei… -Depois.
-Já falei… -Depois.
Não é isso. Não é nada disso.
Não é isso. Não é nada disso.
Não é pessoal.
É um amor e um afeto por alguém cuja vida você salvou.
É um amor e um afeto por alguém cuja vida você salvou.
Você disse que quem te paga tem a sua lealdade.
Você disse que quem te paga tem a sua lealdade.
Presto um serviço em troca de dinheiro.
Você pode me ameaçar de morte, minha família,
mas eu presto um serviço em troca de dinheiro.
Um cara me ameaçou de morte e eu consegui a absolvição dele.
Um cara me ameaçou de morte e eu consegui a absolvição dele.
É assim que funciona.
Mas por quê? Como você concilia isso?
Mas por quê? Como você concilia isso?
-Qual é o meu medo? -O sistema.
-Qual é o meu medo? -O sistema.
-Qual é o meu medo? -O sistema.
Certo. Não culpo o cara preso pelo que ele fala,
Certo. Não culpo o cara preso pelo que ele fala,
e o alvo mais fácil é o advogado. Tá bom?
Depois de passar mais tempo com o Howard,
comecei a entender melhor a crença dele
comecei a entender melhor a crença dele
de que todos têm direito de defesa.
Mas muitos casos dele ainda me incomodavam.
O maior é o da defesa de Levi Aron.
Em 2011, Howard entrou na defesa
Em 2011, Howard entrou na defesa
de um dos casos mais chocantes da história recente de Nova York.
O réu, Levi Aron,
confessou ter sequestrado, matado e esquartejado um menino de 8 anos.
confessou ter sequestrado, matado e esquartejado um menino de 8 anos.
O advogado Howard Greenberg está pronto para ser odiado
ao defender o assassino confesso Levi Aron.
ao defender o assassino confesso Levi Aron.
Para entender a moralidade de defender alguém que confessa crimes horríveis,
Para entender a moralidade de defender alguém que confessa crimes horríveis,
conversei com a especialista em ética Nicole Highland.
conversei com a especialista em ética Nicole Highland.
É importante que advogados e não advogados entendam
É importante que advogados e não advogados entendam
que a ética do mundo real não é a mesma que a ética jurídica.
Elas coincidem em parte, mas tem muitas coisas
Elas coincidem em parte, mas tem muitas coisas
que os advogados são obrigados a fazer
que não têm a ver com moralidade.
Um criminalista vai defender o cliente mesmo se ele for culpado.
Um criminalista vai defender o cliente mesmo se ele for culpado.
Imagino que, em certas situações,
em que o réu é acusado de crimes horríveis,
as pessoas sintam que tem coisas é imorais,
as pessoas sintam que tem coisas é imorais,
como não falar se o cliente é culpado.
como não falar se o cliente é culpado.
Sempre me falam:
“Como você pode defender essas pessoas culpadas?”
Tenho clientes acusados de coisas terríveis,
Tenho clientes acusados de coisas terríveis,
mas é meu trabalho defendê-los. Alguém tem que fazer isso.
Certo.
O trabalho do oncologista é vencer o câncer
e do criminalista é vencer o promotor.
e do criminalista é vencer o promotor.
O cliente tem direito de defesa.
Algo que é dito ou feito pode ofender o mundo lá fora,
Algo que é dito ou feito pode ofender o mundo lá fora,
mas isso é o direito legítimo do advogado de defender o cliente.
mas isso é o direito legítimo do advogado de defender o cliente.
Quando o Howard pegou o caso do Levi Aron,
uma das defesas que ele decidiu usar
foi que Levi Aron, de uma comunidade chassídica ortodoxa,
teria sido de fruto de uma relação consanguínea.
teria sido de fruto de uma relação consanguínea.
E isso fez com que ele tivesse uma doença mental
que o teria levado a cometer esse crime hediondo.
que o teria levado a cometer esse crime hediondo.
Na época, Doug Hivekin,
membro importante da comunidade judaica no Brooklyn,
ficou revoltado por essa quase culpabilização da comunidade judaica
pelas ações de um indivíduo.
Se ele quer defender Levi Aron, tem todo direito.
Se ele quer defender Levi Aron, tem todo direito.
Mas atacar, insultar e degradar uma comunidade inteira,
minha ou de qualquer pessoa,
não tem nada a ver com esse caso.
Conversei com Julie Rendelman.
Ela é uma promotora durona filha da puta, vou te contar.
Ela é uma promotora durona filha da puta, vou te contar.
Ah, é?
Tivemos umas batalhas pesadas.
Tivemos umas batalhas pesadas.
O que aconteceu? Fala sobre elas.
O que aconteceu? Fala sobre elas.
Bom, principalmente com o açougueiro de Bensonhurst.
Levi Aron.
Conceitualmente, sinto que falhei, porque ele fez acordo.
Conceitualmente, sinto que falhei, porque ele fez acordo.
Estou acostumado a ganhar, mas a lei diz
que é o réu que decide, não o advogado.
Acredito que, se o caso fosse a julgamento,
ele seria absolvido por doença mental.
ele seria absolvido por doença mental.
Porque, se ele não é louco, ninguém mais é.
Você acredita mesmo que ele era louco?
Você não acredita?
Ele esquartejou uma criança e botou metade do corpo no freezer
Ele esquartejou uma criança e botou metade do corpo no freezer
e metade no lixo. Me diz.
e metade no lixo. Me diz.
-Obrigado, amor. -De nada.
-Obrigado, amor. -De nada.
Qual você acha que seria o melhor resultado?
Qual você acha que seria o melhor resultado?
Ele iria a julgamento e qual…
Não existia resultado bom.
Ele iria passar o resto da vida no hospício.
Ele iria passar o resto da vida no hospício.
Certo.
Se ele fosse a julgamento, seria fantástico para mim.
Se ele fosse a julgamento, seria fantástico para mim.
Porque a história ia passar três meses saindo no jornal todo dia.
Porque a história ia passar três meses saindo no jornal todo dia.
Seria ótimo.
Negócio fantástico.
Publicidade fantástica.
Um caso como o do Levi Aron é bom financeiramente
Um caso como o do Levi Aron é bom financeiramente
ou é mais pela exposição?
-Não cobrei nada. -Sério?
-Não cobrei nada. -Sério?
E não cobrei
porque li no jornal que o juiz ia dificultar a vida
dos advogados de defesa.
Tem algum momento no julgamento
em que você sente que está quase passando do limite?
em que você sente que está quase passando do limite?
Eu me atenho à defesa.
Se você diz que a testemunha é uma safada mentirosa,
as pessoas se assustam.
Se você diz que a testemunha mereceu,
as pessoas se assustam.
Você acha que para ser um bom criminalista
é preciso desafiar os limites?
Tem que ir até o limite, no mínimo.
Tem que ir até o limite, no mínimo.
E às vezes passar, dependendo do caso e da causa.
E às vezes passar, dependendo do caso e da causa.
Está pronto? Animado?
Está pronto? Animado?
Estou com bala na agulha.
Estou pronto.
Compareci aqui hoje para fazer a defesa
Compareci aqui hoje para fazer a defesa
de um julgamento grande de tráfico ***.
Julgamento que espero vencer nos três primeiros parágrafos
Julgamento que espero vencer nos três primeiros parágrafos
que vou proferir ao júri.
Que convencido.
É um método que aparentemente funciona, amor.
Então você vai me dar um gostinho da sua apresentação.
Então você vai me dar um gostinho da sua apresentação.
Vou, mostro tudo.
Estou ansiosa.
Vou estar no púlpito.
Que tal? Quer que eu fique atrás de uma pedra,
como se fosse um púlpito?
-Essa é boa. -Vamos lá.
-Essa é boa. -Vamos lá.
Vou começar fazendo esse gesto com as mãos.
Vou começar fazendo esse gesto com as mãos.
E quando for fazer um movimento,
afasto os braços do corpo.
E quando estiver a todo vapor, começo a gesticular como Donald Trump.
E quando estiver a todo vapor, começo a gesticular como Donald Trump.
Aliás, antes de qualquer gesto,
Aliás, antes de qualquer gesto,
quando o juiz me chama para a apresentação,
a primeira coisa que faço é congelar na cadeira.
Fico parado uns 30 segundos.
E isso porque nada chama mais atenção em um julgamento
E isso porque nada chama mais atenção em um julgamento
do que ficar sentado sem se mexer.
Ou seja, congelar, a ponto das pessoas pensarem:
Ou seja, congelar, a ponto das pessoas pensarem:
“O que ele está esperando?”
E aí eu levanto devagar e vou rapidamente para o púlpito.
E aí eu levanto devagar e vou rapidamente para o púlpito.
Imagine que eu fui rápido para o púlpito.
Em seguida eu saboreio o momento.
Com esse gesto, estou saboreando o momento.
E aí pego a marreta e começo a manipulá-la.
E aí pego a marreta e começo a manipulá-la.
Vou dizer o seguinte…
Quaisquer que sejam os fatos,
não houve tráfico ***.
E vou provar que esses fatos são
prostitutas que prestam favores sexuais, se tanto,
para clientes em troca de dinheiro, e só.
Clientes, aliás, que estão entre as pessoas mais imbecis do planeta.
Clientes, aliás, que estão entre as pessoas mais imbecis do planeta.
As jovens, provarei, trabalhavam como putas,
que é como elas se chamam, porque queriam.
que é como elas se chamam, porque queriam.
E se essa denominação serve para elas,
então serve para vocês e para mim.
então serve para vocês e para mim.
Vou provar que elas tinham direito de ir e vir.
Vou provar que elas tinham direito de ir e vir.
Vou provar que as palavras, a título de exemplo,
“vou te matar, caralho” e equivalentes
estão protegidas pela liberdade de expressão.
Não importa como a testemunha mal-preparada da promotoria
Não importa como a testemunha mal-preparada da promotoria
vai tentar fazer emplacar uma opinião desinformada,
isso não muda o fato de que essas meninas não são “vítimas”.
isso não muda o fato de que essas meninas não são “vítimas”.
Vocês poderão, com o desenrolar do caso, testemunhar o espetáculo
das supostas vítimas sentadas no auditório,
apoiando e torcendo por nós.
Não é sua função dar um veredicto
sobre como elas devem viver a vida delas.
Se elas querem vender o corpo
por US$ 10 a 20 mil por semana, que seja.
No final, é um caso muito simples.
Exploração da prostituição, e é só isso, não é igual a tráfico ***.
Exploração da prostituição, e é só isso, não é igual a tráfico ***.
Qualquer um com meio cérebro sabe disso.
Vou pedir para vocês absolverem de todas as acusações.
Vou pedir para vocês absolverem de todas as acusações.
É o único veredicto justo, adequado e justificado
que as provas do caso vão sustentar.
E aí vou parar, olhar para cada uma das pessoas,
e vou dizer:
Acho que nos entendemos.
É assim que se faz.
Não existe caso perdido.
Felix, sorria, você está sendo filmado.
Falou, rapaz, você sabe que eu te amo.
Fala pro papai.
Por que colocam maionese em tudo, porra?
Por que colocam maionese em tudo, porra?
Não consigo comer essa merda.
Vou embrulhar e dar para a minha mulher.
Manda aí. Cabaçudos!
Na vingança.
Que tipo de câmera é essa, porra?
-Aperta o botão. -Tirei várias.
-Aperta o botão. -Tirei várias.
-Ela estava tirando. -É assim que funciona?
-Ela estava tirando. -É assim que funciona?
Só faz…
Não precisa de muito flash.
E um pouco de flash?
Sem flash.
Sem flash.