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Imagine que tem um amigo de infância chamado Jorge.
Apesar de já não estarem juntos todos os dias, ainda mantêm o contacto
e dão-se muito bem.
Um belo dia você e o Jorge são contactados por outro velho amigo, o Oliver.
O Oliver diz que está com dificuldades e pede-vos ajuda para pagar os estudos
dos seus filhos.
Você tem vontade de ajudar o Oliver, e dá-lhe algum dinheiro.
Para sua surpresa o Jorge não se oferece para ajudar.
Você tenta convencê-lo, mas sem sucesso.
Imagine-se nesta situação. Acha que é correto ameaçar usar violência
física contra o Jorge para o obrigar a ajudar o Oliver?
Agora imagine uma situação um pouco diferente. Desta vez, um grupo de amigos seus faz uma votação.
Seis de entre dez votam a favor de ameaçar o Jorge para o obrigar a ajudar o Oliver.
Este processo democrático faz com que seja correto ameaçar o Jorge?
Uma última mudança no cenário: imagine agora que milhares de pessoas
concordaram democraticamente que um grupo, a que chamaremos "agentes", podem fazer tudo o que for necessário
para tirar o dinheiro do Jorge e dá-lo à família do Oliver.
Ao princípio, os agentes não ameaçam explicitamente o Jorge, limitam-se a enviar uma conta.
Mas o Jorge, bem como todos as outras pessoas, sabe o que acontecerá se ele não pagar a conta:
começará a receber cartas a exigir o pagamento, e a sua conta ficará cada vez maior.
No limite, se não pagar, agentes armados entrarão na sua casa
e será preso.
Quase todos pagam a conta sem protestar, porque sabem que os agentes estão preparados
para recorrer à força necessária para subjugar quem resistir.
Acha que é admissível os agentes ameaçarem usar violência contra o Jorge se ele
não entregar o seu dinheiro para ajudar a família do Oliver?
Se aprovamos programas estatais de redistribuição de rendimento, estamos também a aprovar a utilização de ameaças
de violência feitas contra indivíduos pacíficos, pois é assim que o dinheiro é obtido.
Paradoxalmente, a maioria de nós discorda de ameaçar pessoas pacíficas,
e nunca o faríamos nós mesmos.
Se pessoalmente não gostamos da ideia de ameaçar o Jorge,
como é que podemos concordar que ele seja ameaçado pelos agentes do governo?
Algumas pessoas acreditam que é possível e preferível a ordem social baseada na liberdade individual
à ordem assente na coerção estatal.
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