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"Por que esses desenhos estão se repetindo?" Aí a gente explica...
Tem um coletivo por trás disso...
O Graffiti com Pipoca é um coletivo que se reuniu
pra fazer desenho animado misturado com graffiti.
A gente já vem estudando essas coisas desde 2005.
Eu sempre tive a vontade como animador de brincar mais com timing
de brincar com uma animação um pouco mais precisa.
O curta foi feito com graffiti, foi feito com estêncil,
foi feito com sticker, com cartaz...
E aqui nesse processo de animação
é um processo específico mas utilizando a mesma ferramenta de graffiti.
Teve uma pré animação feita no computador.
Esse desenho ele era projetado na parede...
e rabiscadas, riscadas, passar esse desenho pro muro.
... pintando, fazendo o desenho pros grafiteiros virem depois.
Pra depois virar foto e ser editado no computador de novo.
Eu fiz a animação do brigadeiro dançando com uma menina.
Eu também tinha feito digitalmente.
Foram impressos os frames coloridos da animação em stickers,
aí foram colados na placa da avenida Brigadeiro Faria Lima.
Existe outra técnica que foi usada também no filme, que foi na cena do gramofone.
Você faz o desenho, uma parte do desenho, tira uma foto.
Então a gente grafita um pouquinho, fotografa, grafita um pouquinho, fotografa,
e vai formando o desenho e a animação ao mesmo tempo.
Isso consecutivamente até você conseguir criar a sensação de movimento,
da vitrola rodando, da agulha tocando no disco.
A música, a gente fez uma canção original baseada nos anos 50.
Quando o EBA! chegou pra mim e falou que queria fazer a trilha de fundo ser um bolero,
o difícil era fazer alguma coisa que podia flertar com o brega
e que talvez pudesse provocar algum tipo de joco na história,
um humor ali que não era exatamente o esperado.
Tem algum humor esperado na história mas não é esse.
Uma coisa bacana também nessa animação é que a animação não fica só na tela,
a animação vai ficar também nos muros de São Paulo.
Então a gente tem desenho aqui na Juscelino Kubitschek,
na Lapa, avenida Santo Amaro, na Alba, nas Águas Espraiadas, Faria Lima, na rua 13 de Maio.
E é legal que o resultado fica muito bonito, né?
E já que o graffiti vem se adaptando para entrar em museus, galerias e ambientes internos
ele já está também preparado pra se envolver com a mídia do cinema e com a TV.