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Olá pessoal! Sejam bem vindos ao canal Historiação Humanas. Eu sou o Jener Cristiano e nas próximas
aulas nós iremos encerrar os estudos sobre a República Velha. Nos próximos 2 vídeos
o centro de nossas atenções são as Revoltas Tenentistas e a Semana de Arte Moderna de
1922. Em nossa imagem de abertura nós temos um
dos principais símbolos da crise da República Velha: a ordem de queimar toneladas de café
como medida desesperada para tentar evitar a queda do preço do produto depois de sucessivas
crises de superprodução que já vinham acontecendo desde 1896. Porém, neste contexto a situação
era crítica, pois estava acontecendo a Crise Econômica de 1929, a crise que quase varreu
o sistema capitalista da face do planeta Terra. Sem o dinheiro do café a Política do Café
com Leite entrou em crise e as velhas oligarquias que governavam em proveito próprio não se
sustentaram no poder e caíram. A Era Vargas estava próxima e junto com ela uma restruturação
da sociedade brasileira, que deixaria marcas que duram até hoje.
Vamos começar a nossa análise explorando o tema das Revoltas Tenentistas.
O Tenentismo foi um movimento que ocorreu no Brasil a partir de 1922 com a participação
intensa de jovens oficiais do Exército, que tinham a sua origem na classe média brasileira.
O principal objetivo dos jovens tenentes era moralizar e reestruturar a república brasileira,
que era corrupta e voltada para os interesses dos grandes proprietários de terras. As ações
dos tenentes ocorreram sem que fosse feita nenhuma aliança com os operários e também
não havia um comando para organizar o movimento em nível nacional. Pelo fato de combater
as oligarquias o Tenentismo foi considerado um movimento rebelde. Os tenentes eram contra
a Comissão de Verificação dos Poderes, que na verdade representava um órgão corrupto
oficial a serviço do governo, cuja única função era fraudar os resultados das eleições
e garantir a vitória dos aliados do governo. Por isso o Tenentismo exigia um novo sistema
eleitoral, com a instituição do voto secreto para evitar a manipulação das camadas populares.
Havia ainda uma grande insatisfação com a posição reservada ao Exército, que só
era chamado para reprimir as manifestações populares. Por tudo isso, os tenentes foram
fundamentais para a crise e queda dos governos da República Velha.
Vamos analisar a partir de agora as principais revoltas tenentistas.
Começaremos pela revolta dos DEZOITO DO FORTE DE COPACABANA, a primeira revolta tenentista,
ocorrida na cidade do Rio de Janeiro no dia cinco de julho 1922. Esta revolta teve como
principal episódio a tomada do Forte de Copacabana pelos militares rebeldes. Eles pretendiam
impedir a posse do presidente eleito Artur Bernardes. Depois de tomar o controle do Forte
de Copacabana os tenentes chegaram a disparar alguns tiros de canhão. A repressão da revolta
veio com o bombardeio do Forte de Copacabana efetuado pelos militares do Exército e da
Marinha leais ao governo. Depois da reação governo a maior parte dos tenentes desistiu
do movimento. Restaram apenas 17 tenentes, que mantiveram a marcha pela Avenida Atlântica
com armas em punho. Durante o trajeto um civil se juntou ao Movimento tententista. O uso
da força pelo governo matou 16 deles e assim teve fim a revolta dos 18 do Forte de Copacabana.
Exatamente dois anos depois, em cinco de julho de 1924 ocorreu a segunda revolta tenentista.
Desta vez na cidade de São Paulo. Foi nesta revolta tenentista que teve origem a famosa
Coluna Prestes. Esta revolta tinha como principal objetivo derrubar o presidente Artur Bernardes
e incentivar novas manifestações contra as oligarquias corruptas da República Velha.
O ponto inicial da revolta foi a expulsão do governador do estado de São Paulo e a
ocupação da cidade. O Governo Federal respondeu enviando suas tropas, fazendo com que os tenentes
rebeldes fugissem, marchando em direção a região sul do país. No Rio Grande do Sul
aconteceu a união das tropas paulistas com os militares revoltosos gaúchos. No comando
estava Luís Carlos Prestes. Dessa forma, em abril de 1925 surgiu a Coluna Prestes.
O movimento partiu da Foz do Iguaçu e percorreu cerca 25 mil quilômetros pelo interior do
Brasil. Ocorreram inúmeros combates entre a Coluna Prestes e os militares leais ao governo.
Durante sua caminhada a Coluna Prestes tentou mobilizar a população contra as oligarquias
estaduais corruptas que exploravam a pobreza do povo. Em 1927 a Coluna Prestes entrou na
Bolívia. Lá os tenentes conseguiram asilo político e se desmobilizaram sem sofrer nenhuma
derrota para as forças do governo. Em poucos anos os tenentes estariam de volta ao Brasil
para participar da derrubada da República Velha e da organização de uma nova estrutura
política para o país dentro do governo de Getúlio Vargas.
Em nosso próximo vídeo iremos abordar um dos movimentos culturais mais importantes
da República Velha. A nossa atenção se voltará para a Semana de Arte Moderna de
1922. Um abraço e até a próxima aula!!!