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FELIPE: Estamos na Rua Augusta que, além de ser conhecida pelos seus bares e boates,
também é muito famosa por abrigar muitos profissionais do sexo.
No programa de hoje, vamos mostrar histórias de vida que encontramos aqui
e em outros pontos de prostituição da cidade
e vamos tentar entender o que atrai tanta gente
para esses lugares.
ALINE: Tudo o que você imaginar, aqui tem!
FELIPE: E ainda: quais os riscos e desafios da profissão?
FERNANDA: Já sofri agressões na rua, até hoje eu não sei como nem porquê...
FELIPE: Quais são as causas e as consequências deste trabalho no plano espiritual?
SEVERINO: Diversas. Débitos e mais débitos adquiridos.
FELIPE: Como é possível deixar essa vida e recomeçar em uma nova profissão?
VANESSA: Tudo o que eu queria era realizar o meu sonho de ser escritora,
porque ser escritora veio antes de ser garota de programa.
FELIPE: Essas e outras questões agora no Mundo Maior Repórter.
♪
FELIPE: Essas ruas fazem parte do Jardim Itatinga, em Campinas.
Conhecido como o maior prostíbulo a céu aberto da América Latina,
o bairro é tomado por boates e casas que funcionam 24 horas por dia.
Aqui, as calçadas são utilizadas como vitrines de mulheres,
para todos os gostos e bolsos.
♪
FELIPE: Nossa equipe conseguiu autorização
para entrar numa boate aqui no Jardim Itatinga
e a gente vai conversar agora com a Aline, que é garota de programa há três anos.
Ela tem 24 anos, mas pediu para não ser identificada,
por isso que a gente vai conversar com ela de costas.
Oi, Aline. Como é que você entrou nessa vida?
ALINE: Devido às dificuldades familiares e problemas financeiros...
acaba sendo mais fácil.
JOÃO: É uma maneira rápida e fácil de satisfazer uma necessidade
que, antes de fisica, ela é espiritual.
MARLENE: Muitas vezes a pessoa se viciou
em determinadas áreas, e esse vício marca a personalidade da pessoa
por muitas existências.
JOÃO: E muitas das pessoas que vão pra prostituição vão induzidas
por pessoas que querem profissionalizá-las ou abusadores que acabam fazendo promessas,
e as pessoas acabam caindo nessa categoria, de se prostituir até para sobreviver
mas não existe um..."Você tem que passar por isso"
ALINE: Aí, sabe esses pedófilos da vida? Só que eu era criança, não sabia.
"Ah, vamos sair comigo, eu te dou isso, te dou aquilo"
Você acaba se iludindo e saindo, entendeu?
BISMAEL: Esses pais que assim agem, esses irmãos, homens que se aproveitam das irmãs,
das filhas, etc. Com certeza, terão muitas vidas pela frente
para se reorganizar.
MARLENE: Se nós tivéssemos um programa educacional, mostrando para essas crianças,
desde cedo, o valor do sexo e como elas precisam se resguardar
para que não ocorra o pior, mas nós já vimos que muitas vezes elas são moedas de troca.
MARISA: Essa seria a proposta pro mundo de regeneração.
A partir da infância cuidada e da infância preservada,
pensar-se num mundo melhor, num mundo superior.
Por quê? Porque a importância da boa educação familiar e escolar, sem dúvida nenhuma,
são o alicerce para a suportação das dificuldades da vida.
ALINE: Minha mãe, coitada... eu não culpo ela.
Porque ela não tinha condições. 'Ralava' que nem uma condenada.
O dinheirinho que sobrava era pra pagar o aluguel, pra comprar uma cesta básica, uma mistura pra casa...
Então eu não culpo ela, eu culpo meu pai.
Porque, se ele estivesse presente ali, minha mãe não passaria tantas dificuldades sozinha.
E aí a gente teria em quem se espelhar, e teria alguém pra falar "Não, você vai fazer
não sei o quê..." Entendeu?
Eu acho que hoje eu já estava até casada, formada, com a minha profissão...
Eu podia estar nessa cadeira aí.
SEVERINO: Se você analisar friamente, nós vamos ver que a causa da prostituição
está exatamente na ausência das bases da família.
MARISA: A importância da família estável, da função familiar significativa, saudável, é o elemento
transformador dos desejos.
ALINE: Eu tenho o corpo bonito, não estou me gabando, mas a gente está perto de uma outra...
A gente vai num barzinho, tipo no Cambuí, vê umas meninas, a gente já acha que elas
estão achando a gente diferente...
A gente se acha inferior. Porque é tudo ilusão da gente, o cara querer mexer, querer sair...
Lógico que a gente é bonita, é gostosa, mas eles estão ali pra transar e ir embora, entendeu?
MARISA: Uma jovem transforma-se em garota de programa, e hoje há uma diferença
entre a chamada 'Garota de Programa', 'Massagista', 'Acompanhante' da prostituta do baixo meretrício.
A grande diferença é que uma se aceita e ainda se compraz no estilo de vida que escolheu,
e a outra sente que não há outro estilo de vida para escolher.
ALINE: A gente está nesse mundo, a gente se acha um pouco inferior...
MARLENE: Muitas vezes a pessoa está enganada ou ela se sente pisoteada por dentro.
Daí a depressão, a frustração e a angústia.
MARISA: O que é uma miséria afetiva? Eu estou pensando em pessoas, em espíritos, que não
se sentem potentes para enfrentar a própria vida,
para busca da transformação da própria vida.
Então, descontentes consigo, descontam num menos favorecido.
ALINE: Eu nunca tive um tênis bacana, uma roupa bacana...
Eu entrei por causa dessa roupa bacana... Só que o cara se aproveitou, entendeu?
Eu fui ficando muito esperta nessa parte, a gente acaba criando uma malícia.
VANESSA: São aqueles homens maus, que enganam, traem, mentem, iludem
pelo simples prazer de humilhar a mulher.
Porque, acreditem, existem homens que, apesar de saírem com mulheres, eles odeiam mulheres.
São os misóginos. Ele precisa rebaixar e humilhar pra se sentir bem.
FELIPE: Rua Andradas, número 69, é neste endereço, no centro de São Paulo,
bem ao lado da Avenida Ipiranga, de um prédio da Polícia Civil e do Poupa Tempo,
que está localizado um dos edifícios mais famosos quando o assunto é prostituição.
FELIPE: São nove andares que abrigam mulheres de todas as idades e tipos.
Um prédio cujo único objetivo é vender prazer.
JOÃO: Que prazer é esse que a gente tem com o sexo que a gente se dá o direito
de esbanjá-lo ou de tê-lo a qualquer custo, em qualquer momento, com qualquer pessoa,
em qualquer lugar, em qualquer circunstância?
MARISA: Toda relação *** é uma potência energética, há uma atração magnética em toda relação ***.
É por esta via que, naturalmente, hoje temos outros meios, que
os espíritos reencarnam.
JOÃO: Quando você fala de sexo, o prazer dele é todo especial. Então eu diria que
ele é uma mostra que o ser humano pode ter
do prazer que Deus tem de estar sempre criando.
MARLENE: Não é somente uma energia material que você absorve,
mas também uma energia espiritual que te sustenta.
JORÃO: Todas as nossas funções físicas e psíquicas, quando atendiadas, dão prazer,
quando não são atendidas, elas dão o desprazer.
É o princípio que o Freud falava, que é o princípio da líbido ou o princípio do prazer.
Nós buscamos satisfazer as nossas necessidades, físicas e psicológicas.
MARLENE: Nós sabemos que do sexo vem a família, que é algo sagrado.
Então, como é que nós poderíamos maldizer o sexo? Jamais!
O que nós precisamos fazer é que o sexo seja essa energia límpida, cristalina
e, sobretudo, que nos dê a força de que nós necessitamos para a nossa vida na Terra.
SEVERINO: Emmanuel diz que ninguém brinca impunemente com as sagradas energias do sexo,
porque nós, como reencarnacionistas que somos, sabemos que sem sexo não há reencarnação.
Agora, precisa ver como esse sexo é utilizado.
JOÃO: Por isso que se fala que o prazer que o sexo dá é pra ser sentido,
dentro de uma harmonia, de um critério, de um sistema, de um método e não de uma maneira aleatória.
SEVERINO: Portanto, o sexo, de acordo com o espiritismo, é de suma importância. Porém, deve ser
utilizado com respeito, com seriedade e com a responsabilidade de que merece.
As obras de André Luiz mostram que no momento em que determinado casal está se preparando
para receber um novo ser, há, inclusive muitas vezes, uma vigilância do mundo espiritual na porta dos aposentos
do casal para que não haja interferências de espíritos inferiores.
FELIPE: E no próximo bloco conheça a história da prostituição.
Será que Maria Madalena foi mesmo uma prostituta convertida? A gente já volta.
♪
FELIPE: Ouvimos com frequência que a postituição é a profissão mais antiga do mundo,
mas esta afirmação não encontra nenhum fundamento histórico. O que sabemos, na verdade, é que ela existia
muito antes de Cristo e que foi praticada em vários templos religiosos da antiguidade.
VANESSA: Porque, na verdade, existia uma parte na civilicação antiga em que as prostitutas
não eram vistas como a margem da sociedade, existia uma classe em Roma de prostitutas que eram as heteras,
e elas eram estudadas, viviam no meio político, tinham influência, a profissão do sexo era legalizada,
elas pagavam impostos, elas eram ricas e tinham poder.
BISMAEL: Profissão? Como é que se coloca a prostituição como profissão?
Eu colocaria entre aspas, porque não é profissão. Ninguém é formado pra fazer isso aí. Não existe uma escola
para isso aí, nenhum pai ensina a filha, nenhuma mãe ensina a filha. Então isso aí vem pelos costumes deformados
que tem cada sociedade.
VANESSA: Existiram fases, desse 'vai e volta', "agora é pecado", "agora não é", "agora é pecado", "agora não é"
porque a prostituta já teve um vínculo espiritual.
SEVERINO: Se você fizer um levantamento desde a Babilônia, desde aquela época na Mesopotâmia,
havia sim essas mulheres que iam ao encontro de pessoas famosas, mas elas não eram veneradas,
elas não eram destacadas por isso não.
BISMAEL: A história da humanidade está traçada, colocam até em forma de... aquelas mulheres muito bem vestidas,
muito elegantes, que serviram a imperadores, as cortesãs, etc. e nós sabemos que isso aí é uma criação do homem,
ele endeusa para se beneficiar. E, infelizmente, essa é uma realidade. Toda legislação da Terra, em todos os tempos,
foi feita sempre pelo homem.
VANESSA: Em tempos mais retrógrados, as primeiras civilizações, elas ficavam em templos, eram sacerdotisas
e, como forma de caridade, de doação, elas faziam sexo com os visitantes da cidade, com os mendigos,
com as pessoas pobres, porque sabiam que era uma necessidade humana, e alguém tinha que fazer com aquelas pessoas.
SEVERINO: Realmente, muitas jovens trabalhavam nos templos, mas não significa que eram para a prostituição.
A prostituição sempre foi algo que representava uma desorganização naquele equilíbrio que nós falamos.
FELIPE: Uma história que se perpetua no imaginário popular é a de que Maria Madalena teria sido uma
prostituta e que se casou com Jesus depois da sua conversão. Mas, de acordo com estudiosos,
nenhuma passagem bíblica pode comprovar isto. Então quem teria sido, de fato, Maria Madalena?
E por que esta associação com a prostituição é tão disseminada?
MARLENE: Ela vai de barco até a casa de Simão Pedro e, lá chegando, Jesus parecia esperar por ela
porque estava sozinho na sala, e ela então entrou e começou a conversar com ele, e ele parecia
adivinhar todos os pensamentos dela, porque respondia a tudo o que ela tinha dúvidas.
MARISA: Foi considerada uma prostituta, uma mulher lindíssima, uma mulher rica, que conseguia favores
através da troca ***. Quando ela entrou em contato com o Cristo, seu coração se tocou.
MARLENE: É nessa lição que a gente fica sabendo que ela era realmente prostituta.
MARISA: E ela se transformou a partir daquele contato, ela quis ser uma servidora do Cristo e foi segui-lo,
e o caminho não foi fácil.
MARLENE: Ela trazia a alma dilacerada, porque ela disse, numa das primeiras intervenções dela com o Cristo, ela diz
que "Eu procurei o amor a vida toda e nunca encontrei".
MARISA: Maria de Magdala foi a divulgadora da Boa Nova, anunciou que o Cristo continuava vivo.
E ela mesma, para provar este amor, foi viver com os hansenianos, antigamente chamados de leprosos,
com os doentes, e ela própria desencarnou doente. Mas para provar que a transcendência é possível.
Não é fácil.
MARLENE: E, de fato, ela se transformou tanto que ela é considerada um dos apóstolos do Cristo.
♪
FELIPE: Da antiguidade para os dias de hoje, os avanços tecnológicos e o advento da internet proporcionaram
outro tipo de comércio do sexo, o virtual. Muitas vezes, não há contato físico com o cliente, e os profissionais
não precisam sair de casa para ganhar dinheiro.
♪
MARISA: A internet é um instrumento poderosíssimo de evolução, a internet em si é neutra,
ela não é nem boa nem ruim. O uso que se faz da internet é que pode ou não ser pernicioso.
Por que que ela facilita as fantasias sexuais? E aí há uma outra distinção, fantasia é um aspecto saudável,
todas as pessoas precisam ter fantasia, sonhar, desejar algo diferente. A preocupação é que tipo de fantasia
se deve, se pode realizar, e com quem.
JOÃO: A internet, pra mim, acaba sendo um 'mal menor'. Porque as pessoas acabam não indo para
as vias de fato, então isso é menos mal, mas ainda é mal.
MARISA: E o sexo compulsivo acaba se tornando vício exatamente quando ele é a válvula de escape.
Quando, por medo de me aproximar do outro, ou por necessidade incontrolável da atividade ***, eu executo
atos instintivos para satisfação ***. Então a internet neutra pode se tornar um perigo dependendo do poder
de quem a usa.
FELIPE: A internet abriga um leque de opções para quem quer um encontro real. Mas as ruas ainda é a opção
de muitos profissionais, que contam com a sorte ao se arriscar durante a noite.
GAROTA: Já saí com um matador de aluguel, ele foi um amor de pessoa pra mim, um doce, foi um doce pra mim.
Eu só vim descobrir que ele era matador de aluguel depois de 6 vezes que eu já tinha saído com ele.
REPÓRTER:Depois de 6 vezes? Então tem alguns clientes que viram fixos assim?
GAROTA: É, tem.
MARISA: O Cliente, quando volta pro seu lar, ele volta acompanhado das sensações, das emoções,
e das obsessões, dos acompanhamentos espirituais também.
MARLENE: São espíritos que estão mais ligados a este setor e que portanto buscam sintonia.
Quando estão desencarnados, buscam sintonia com os encarnados e vice-versa. Então, nós não podemos
dizer que há uma obsessão no sentido de que a pessoa não possa sair... Eu prefiro considerar, e assim eu penso,
que é uma parceria, em virtude de gostarem das mesmas coisas.
MARISA: E o profissional do sexo, pela dificuldade da vida, pelo envolvimento, pela necessidade, muito mais
instintiva, do que reflexiva... esse profissional do sexo, também está acompanhado, muitas das vezes, de espíritos
inimigos do passado ou, na realidade, podem ser obsessores que se comprazem naquela energia,
naquela sensação que estímula os sentidos. Então ambos, cliente e profissional do sexo, estão contaminados com o
mesmo teor vibratório. Os dois podem ter o mesmo tipo de envolvimento espiritual.
GAROTA: Eu sou casada, tenho dois filhos...
VANESSA: Quando o cara ama uma mulher, ele não quer que essa mulher vá fazer sexo com outros homens. Não.
Ele não quer.
SEVERINO: Porque a união entre dois seres, do ponto de vista espiritual, por isso que Jesus diz não separe o homem
o que Deus uniu, porque a união não é de corpos... é de espírito.
MARLENE: Quando o sexo é mal baratado, quando ele é mal conduzido, quando nós nos transviamos em condutas
que são reprováveis, do ponto de vista da lei universal, então nós produzimos bacilos mentais, assim como
temos também na área orgânica. Nós temos nos dois universos. E formando aquilo que nós chamamos de
fisiologia transdimensional. Quer dizer que do perispírito vem para o campo orgânico e do campo orgânico
repercurte no perispírito.
MARISA: Nós sabemos que o perispírito é aquela matéria sutil, suave, volátil ainda, que recobre o espírito
e, se o espírito ou se a matéria mais densa ainda está sujeita às influências do espaço, as influências sociais,
que dirá o perispírito. Então quais as marcas que as atitudes dos impulsos sexuais não controlados
podem deixar? A frustração de ter se proposto a algo e não ter feito.
SEVERINO: Débitos e mais débitos adquiridos, quando você entra nesse campo de prática constante de sexo
com pessoas desconhecidas, você pode provocar, nos lares, desorganizações familiares, as consequências
que ficam de sofrimento, porque o ser humano não é um manequim não. Não é um robô. Tem sentimentos!
MARLENE: Sobretudo no livro 'Missionários da Luz', mas há outros também, como 'Sexo e Destino', etc,
mostrando que as nossas produções mentais, que estão ligadas à área de sexo, podem produzir larvas mentais,
e essas larvas mentais nos acompanham, e fazem parte do quimismo celular perispiritual. Quer dizer, elas fazem parte
desse universo que se constitui o perispírito e o corpo físico.
FELIPE: Conheça a história de um jovem garoto de programa e de uma travesti.
Como é a vida dessas pessoas? O que elas pensam da prostituição? A seguir, no Mundo Maior Repórter.
♪
FELIPE: Para olhos desavisados, este é apenas um quarto de um jovem garoto, mas este ambiente tranquilo e
sigiloso, além de moradia, serve de local para o Léo atender os seus clientes. Léo, você tem ideia de quantas pessoas
já passaram por aqui?
LÉO: Não, não tenho.
FELIPE: É muita gente?
LÉO: É, bastante.
FELIPE: E há quanto tempo que você já está aqui?
LÉO: Aqui em São Paulo tem três anos. Aqui onde eu to morando agora tem um ano já.
FELIPE: E como que você começou a ser garoto de programa?
LÉO: Eu comecei na cidade onde eu fazia faculdade, que não é aqui, é no interior de São Paulo...
e eu fazia pra comprar outras coisinhas que eu queria, então, sei lá, coisinhas fúteis.
MARISA: Por que que tantas pessoas vão para prostituição? Antigamente a resposta mais rápida e mais básica era
a miséria. Hoje, a gente sabe que é uma resposta muito simplista.
BISMAEL: Porque nós não conhecemos na história da humanidade nenhum autor, nenhum livro, nenhuma obra
que tenha falado que o individuo ao esperar um filho, a mulher estando grávida, eles não vejam a hora que
nasça para ser um criminoso ou uma prostituta. Ninguém pede isso para os filhos.
VANESSA: De uma certa forma eu também entrei por uma opção. Porque mesmo que você diga:
"Ah, eu precisava do dinheiro", também é uma opção.
MARISA: Hoje, é um fenômeno também um pouco mais atual, nós temos a prostituição masculina,
que são jovens, muitas vezes universitários, que dizem assim: "Ah, é só um trabalho. Vou só executar um trabalho"
Quem que procura prostituição masculina?
FERNANDA: Muita gente sabe que muitos homens gostam de travestis. Por isso que estão aí muitas nas ruas,
todas estão trabalhando, muitas estão... outras já são mais de luxo, como eu que tenho um lugar mais fino pra atender...
que atende pessoas com mais dinheiro, entendeu? Mas, de uma certa forma, se existe tantas é porque há uma busca.
MARISA: Normalmente, são clientes mais velhos, às vezes homossexuais não assumidos, muitas vezes heterossexuais
curiosos ou até bissexuais.
LÉO: Vem qualquer tipo de gente aqui. Não tem como eu te dizer "Ah, sempre vem casados",
ou "sempre vem mais jovens" ou "sempre vem mais velhos". É todo o tipo de gente.
FELIPE: Mas aparecem muitos casados aqui?
LÉO: Aparecem, aparecem sim.
FELIPE: E o que eles querem?
LÉO: Ué, eu acho que eles querem o que eles nunca vão ter com a mulher deles. Porque normalmente eu faço ativo...
Então não tem como você ser passivo com uma mulher.
JOÃO: A homossexualidade é muito interessante. Eu diria que existem dois tipos: a egodistônica
e a egosintônica. A egosintônica é normalmente quando a pessoa percebe essa sua diferença, vamos dizer assim
desde pequeno, na pré-adolescência, na adolescência, e ela percebe que ela não é daquele sexo.
FERNANDA: Se hoje eu sou uma travesti é porque numa outra vida eu era uma mulher. Nesta vida eu nasci uma
mulher só que num corpo de um homem. Entendeu? Então foi difícil pra mim essa... aceitação.
JOÃO: E o homossexualismo egodistônico é quando a pessoa não percebe isso na sua tenra idade,
mas por algum motivo externo à ela, ela foi se acostumando a isso ou foi procurando isso, por questões emocionais
dela. E aí é claro, ela pode sofrer um maior ou menor condicionamento, dizendo assim: "Eu só consigo me
satisfazer se for assim". Mas dentro dela existe uma coisa que incomoda muito e que não é o preconceito, não é
a perseguição.
♪
JOÃO: Alguns relatos de homossexuais, com muita mágoa, eles dizem "Se eu não tivesse sido violentado
quando eu era criança, se eu não tivesse convivido com essas práticas na minha tenra idade, eu não teria me acostumado a isso"
O que mostra que ele não se reconheceu homossexual desde a mais tenra idade. Por isso que foi retirado do
código internacional das doenças esse diagnóstico, homossexualismo já não é mais diagnosticado como doença.
Porém, está escrito lá que podem advir problemas psicológicos e até psiquiátricos, sociais inclusive,
por causa desta condição. Ou seja, se você nasceu assim, é uma condição. Se você aprendeu a ser assim não é
uma condição. Ou seja, também não é nem uma opção, é um condicionamento, você foi condicionado àquilo.
MARISA: O DSM, que é um livro especializado em diagnóstico de saúde mental, trocou o diagnóstico
de travestismo, transsexualismo e homossexualismo por transtornos da identidade de gênero. O que é o gênero?
Nasce-se, morfologicamente, com gênero masculino ou feminino. Por que um transtorno? Porque aquele espírito,
novamente falando de um espírito reencarnado, não se sente confortável portando o sexo que ele reencarnou.
Então existe essa compulsão para usar argumentos e estilos de vida do outro sexo. Isso a psiquiatria considera
um transtorno.
FELIPE: O que foi a coisa mais bizarra que já aconteceu com você?
LÉO: Pedido bizarro tem tipo, como é que eu vou dizer? Tem algumas coisas chatas, por exemplo, tem alguns
fetiches sexuais que são nojentos, como tem gente que gosta de escatologia. Eu não gosto.
Tem gente que já pediu e eu falo "não, beijos, não quero". Já passei raiva também de cliente louco, cliente bêbado.
ALINE: Tudo o que você imaginar, aqui tem. Tudo o que você imaginar de diferente na parte de sexo, aqui rola.
Aqui é tudo diferente. Aqui rola de tudo. Tudo, tudo. Pra gente é normal.
FELIPE: Olá
GAROTA: Oi...
FELIPE: Tudo bom?
GAROTA: Tudo bom...
FELIPE: Como que você se chama?
GAROTA: Lana.
FELIPE: Lana?
LANA: É...
FELIPE: Quanto que é?
LANA: Tá cinquenta no drive.
FELIPE: Cinquenta? Onde que é o drive?
FELIPE: Você topa com três?
LANA: Topo.
FELIPE: E aí fica quanto?
LANA: Mas...
FELIPE: Já fez com três?
LANA: Eu já, fiz até com seis.
ALINE: O cara vir casado, sair com uma travesti, pra mim é normal. Mulher com mulher, pra mim é normal.
Eu sou hetero né, mas pra mim é normal.
♪
FERNANDA: Passei por vários momentos difíceis, entendeu? Até chegar onde eu cheguei hoje, que
graças a Deus eu não faço mais rua, eu atendo no meu privé, uma coisa mais segura
mas, meu começo, como eu acho que é o começo de muitas, é nas ruas, onde é muito perigoso,
onde é muito complexa a situação.
♪
FERNANDA: Já sofri agressões na rua, até hoje eu não sei como nem porquê... Já fui internada em hopital, tudo.
♪
JOÃO: O travestismo, fetichismos, em que as pessoas dizem "Não, eu só consigo me excitar,
entrar num trabalho de sexualidade, alcançar o orgasmo, se eu estiver numa piscina de gelo"... Isso é uma perversão.
FELIPE: Olá
GAROTA: Oi
FELIPE: Tudo Bom?
GAROTA: Tudo...
FELIPE: Como você se chama?
GAROTA: Sandra...
MARISA: A doutrina espírita não vê como crime, como pecado, como indecência, não há o preconceito
primeiro lugar porque o espiritismo é extremamente consolador, é preciso buscar o consolo, mas também
é preciso buscar a recomposição.
FERNANDA: Antes de me transformar eu tinha um trabalho, entendeu? Mas eu fui me transformando,
e quando perceberam que eu já estava quase me transformando, aí eu perdi o meu emprego
por isso, entendeu? Aí eu ainda relutei um pouco no começo, não queria ir pra prostituição, mas foi inevitável.
Tive que ir e começar a me prostituir.
MARISA: Muitos espíritos reencarnam pra aprender superar e suportar algumas dificuldades, e às vezes não
conseguem. Tanto os clientes, quanto os profissionais do sexo. E aí é interessante que eu lembro sempre de uma
parábola de Jesus, aquele episódio da mulher adúltera, quando uma mulher é pega em adultério, e o Cristo
escrevendo na areia, quando ela seria apedrejada, diz: "Quem nunca teve pecado que atire a primeira pedra"
MARLENE: Mostrando que todos nós temos problemas nesta área.
FERNANDA: Eu vivi em vários países da Europa e o preconceito é o mesmo, eles te olham...Só que a
diferença é a seguinte: Aqui no Brasil, principalmente em periferias, se passa uma travesti eles vão xingar, vão gritar,
vão chamar de João, sei lá eu como que eles fazem aqui no Brasil. E na Europa não, eles vão ver, eles tem preconceito
no olhar, mas eles não vão falar nada.
MARLENE: Ninguém pode atirar a primeira pedra.
FELIPE: O Brasil é conhecido mundialmente pelo comércio do sexo. Além de ter um forte turismo ***,
principalmente em cidades como Rio de Janeiro, nosso país é o maior exportador de prostitutas da América.
Um relatório sobre tráfico de humanos, feito em 2010 pelos Estados Unidos, citou o Brasil como fonte de homens,
mulheres, meninos e meninas para exploração *** forçada dentro e fora do país. Para se ter uma ideia
só na Espanha, existem vinte mil brasileiras se prostituindo.
BISMAEL: Ao mesmo tempo em que o Brasil tem hoje uma importância fundamental na sociedade mundial,
até o livro do Chico Xavier, 'Brasil, coração do mundo, pátria do evangelho', é natural, porque aqui nós não temos
guerras internas, nós não temos choque entre raças, etc, nós temos muita parte nesse campo. Entretanto existe um
detalhe: é que em razão desta responsabilidade que tem o país, de ser atrativo para todas as demais nações, ele tem
também que passar por provações.
MARLENE: Não é nada agradável ser apontado lá fora , digo no exterior, tanto na Europa quanto nos Estados
Unidos, como um celeiro de prostituição ou de desvio na área ***, onde as pessoas podem vir e realizar
o que desejar, como se fossem bestas humanas, a procura de extravasar a parte ***
sem nenhuma responsabilidade perante Deus, simplesmente porque consideram o Brasil como um país
onde eles podem vir, despejar aqui o que eles acharem que devem fazer, como se nós fossemos um país de quinta categoria.
♪
FELIPE: E, no próximo bloco, ex-garotas de programa que deixaram a prostituição e hoje têm orgulho do que fazem.
Como elas conseguiram? E conheça um instituto que acolhe e dá apoio para as profissionais do sexo.
♪
FELIPE: Você já usou drogas?
LÉO: Já e não uso mais.
FELIPE: E, na sua opinião, por que que está tão ligado as drogas com o universo da prostituição?
LÉO: Porque as pessoas são muito viciadas. Tem alguns estágios de drogas que te deixam com um tesão
inexplicável. Eu tenho muito cliente que me chama sete horas da manhã do sábado, porque tá em casa drogado
não consegue dormir, está com tesão e quer alguma coisa.
MARISA: E aí é interessante porque no campo das drogas e da prostituição, por exemplo, nós temos a chamada droga
do amor. O que que faz a droga do amor? A proposta, não é exatamente isso que acontece, mas a proposta é que
estimule o desejo ***, estimule a performance ***. As drogas, de modo geral, destoam o real.
LÉO: Tem muito garoto de programa que para conseguir ganhar um dinheiro a mais ainda pega a droga para o
cliente levar. Eu não gosto disso. Eu não faço.
JOÃO: Pega uma prostituta, ela te vende um pacote, ela também tem drogas. Ou, às vezes, o dependente
químico não tá afim de ter transa, não tá afim, mas ele leva uma prostituta pra ela virar 'aviãozinho' dele.
Ela que sai do motel para ir buscar a droga e voltar, ela que conhece as bocadas e traz. Porque ele não pode aparecer,
ele tem que se esconder.
FERNANDA: Geralmente um cliente que é drogado ele procura uma travesti e ele quer que essa travesti esteja
na mesma vibração que ele, ou seja, quer que ela se drogue também. E é aonde elas se engancham,
muitas vezes elas chegam lá, não usam droga, mas aí elas vão usar pra não perder o cliente.
Porque geralmente o cliente que usa droga, ele fica com essa pessoa várias horas, pagando de hora em hora, entendeu?
Ou seja, ela ganha muito dinheiro com clientes de drogas, os clientes drogados são os que dão mais dinheiro.
E, se ela não se droga, ele não vai querer ficar com ela, porque ela não vai estar na mesma vibração que ele.
JORÃO: Aí a gente pode estar entendendo que o uso de substâncias químicas psicoativas levam a um
estado alterado de consciência, onde o encarnado pode facilmente servir de 'canudinho',
de portabilidade, de corpo pros eventuais obsessores.
Até obsessores pertinazes, que ficam usando aquela situação para também satisfazer instintos que eles não tem mais.
MARISA: Começa a ficar tão normal, que é preciso algo muito mais estiumulante, muito mais chocante, que é
o que a droga faz, pra voltar a ter a sensação prazerosa. Ou pra sufocar e suportar a dor da consciência.
MARLENE: Podem despertar de um momento para outro um sentimento de grande solidão...
FELIPE: Já chegou a pensar em suicídio?
ALINE: Já. Muitas vezes. Muitas.
MARLENE: Desconforto muito grande espiritual, por não estar cumprindo com a parte essencial da vida que seriam
o emprego do sexo para vinda de crianças, para a formação de um lar. E isso na mulher é muito marcante.
VANESSA: Eu não quis sair por nenhum motivo religioso, eu não quis sair porque eu achei que eu estava pecando,
eu não quis sair porque me achei vítima, por nada disso. Apenas porque eu queria realizar o meu sonho de ser
escritora, que ser escritora veio antes de ser garota de programa.
FELIPE: Assim como Vanessa, outras garotas de programa deixaram a profissão e hoje utilizam-se da sua experiência
para ganhar a vida. Outro exemplo disso é a Bruna Surfistinha, a Raquel Pacheco, que ficou famosa pelo livro
e pelo filme. Mas há também quem queira se desvencilhar totalmente dessa vida.
CRIS: Quando eu vi o filme eu já estava na área, mas assim, pra mim foi uma visão meio distorcida.
Tirando a parte das drogas, realmente, quem não conhece vai achar que é luxo, é fama, é muito dinheiro, é o auge.
E não é.
FELIPE: Você pretende sair dessa vida então?
ALINE: Pretendo, pretendo.
FELIPE: Você não tá feliz?
ALINE: Ninguém aqui tá. Todas as meninas que eu converso estão querendo sair, sabe?
Porque aqui não é vida para ninguém, né?
CRIS: Para quem tá pensando em sair: se prepara. Se prepara porque não é fácil, é uma decisão psicológica.
Você vai pensar em voltar, como eu pensei.
JOÃO: Não tem nada que não possa ser revisto, ser refeito, ser repensado e ressentido.
Não no sentido de ressentimento, mas de rever o que você sente a respeito daquilo. Aí já virou frase feita, mas eu
vou usar porque é uma frase do Chico: "Ninguém pode voltar atrás e fazer um novo começo, mas pode
de agora em diante, preparar para um fim novo."
VANESSA: Porque assim como ela não tava feliz antes de ser garota de programa e ela trocou a vida dela pra
ser garota de programa, ela pode fazer o inverso. Porque em qualquer momento da nossa vida a gente tem a capacidade de dar a reviravolta.
FERNANDA: Até hoje, so que me incomoda é realmente a prostituição. Me incomoda. Hoje em dia, eu
lido melhor com isso, já tive que trabalhar muito a minha cabeça pra aceitar. Hoje em dia eu aceito, tudo bem,
é o meu trabalho, então vamos lá. Mas se eu pudesse mudar alguma coisa, eu acho que mudaria isso.
Eu teria um trabalho normal como todo mundo. Eu acho tão chique quando alguém fala pra mim "Ai, arrumei um emprego"
vai acordar cedo, vai trabalhar... Acho tão legal, sabe? Eu gostaria de ter essa vida que eu não posso ter.
JOÃO: Então se isso já te incomoda e nasceu o sincero desejo de mudar: busque ajuda.
Não fique sozinho.
♪
BISMAEL: E nós sabemos que há um preconceito religioso em toda a face da Terra. Todas as religiões efetivamente
são preconceituosas. E você não pode tratar dessa maneira porque você está, efetivamente, deixando estrapolar
a sua forma de preconceito. Se não, "não fica bem para nossa casa, não fica bem para nossa igreja",
e você, quando fala isto, você está falando pelo mundo, só que você não está auxiliando a melhorar a sociedade.
Você tem que compreender que todos nós estamos passando por provações.
FELIPE: Procuramos um centro espírita que tivesse um trabalho específico de acolhimento para os
profissionais do sexo, mas, infelizmente, não encontramos. Foi neste instituto católico das Irmãs Oblatas do Santíssimo
Redentor que descobrimos o projeto Antônia, coordenado pela Irmã Lúcia, ele ajuda mensalmente mais de 100 mulheres.
IRMÃ LÚCIA: Esse projeto surgiu na Espanha, em 1864 com o Bispo José Maria Serra
e Antônia de Oviedo, o Bispo conheceu a realidade das mulheres em situação de prostituição,
atendendo às mulheres num hospital, o Hospital São João de Deus, em Madri. E ele sentiu um forte apelo de fazer
alguma coisa por elas. E aí a Congregação disse "São Paulo é tão grande, vamos fazer um trabalho também
em São Paulo"
♪
IRMÃ LÚCIA: A gente não trabalha com o foco de elas deixarem a prostituição.
A gente orienta que elas tenham melhor qualidade de vida, que elas conheçam outras possibilidades
porque a prostituição pode levar a pessoa a achar que ela só consegue se prostituir, ela só tem essa possibilidade.
E às vezes é uma baixa auto-estima ou falta de oportunidades de educação.
CRIS: Agora eu estou tentando a carreira de atriz, estou fazendo curso de passarela e teatro,
estou também agenciada em algumas agências aqui de São Paulo, estou correndo atrás, tentando fazer feiras,
eventos, tudo o que aparecer nesse sentido eu estou agarrando com unhas e dentes.
IRMÃ LÚCIA: A gente não trabalha com elas falando que elas têm que se converter, que elas precisam se batizar,
se não é batizada na Igreja Católica, se são crismadas, se são casadas, se precisam regulamentar a sua vida
sacramental, isso para gente não importa. O que importa é que ela tenha uma vida digna, que se sinta bem como
pessoa, e que nós entendemos que a espiritualidade que a gente tenta passar aqui é a espiritualidade cristã da
acolhida, do amor, da escuta. Porque a gente sabe que Jesus fazia isso.
SEVERINO: Jesus nunca condenou ninguém que se aproximava dele, porque ele dizia que o julgo dele era
leve e o fardo era suave. Jesus nunca aprovou o erro, mas nunca condenou o errado.
IRMÃ LÚCIA: Então esse apoio é muito importante. Quando elas têm família, muitas têm família, o apoio da família é
muito importante, mas nem sempre elas contam com esse apoio, porque a família não sabe desse momento que elas
estão passando... Então a gente, com o projeto, precisa fazer muito esse papel de dar apoio.
ALINE: Não se iludam, não entrem. Ganha dinheiro? Ganha, mas também ganha desconfiança,
desacreditar nas pessoas, porque a gente não acredita em ninguém, e infelicidade. A pessoa fica infeliz.
Ao mesmo tempo que você está rodeada por um monte de gente, você está sozinha.
CRIS: Eu dei a sorte de encontrar uma pessoa que me ama muito, que me respeita acima de tudo e que cuida de mim
mas de uma maneira geral mesmo, de mim, dos meus filhos... e não é todo mundo que tem essa sorte.
Então, se você ver uma luzinha lá no fim do túnel, falando "Não, é nessa que eu vou, eu vou embarcar, eu vou sair,
eu vou estudar, eu vou tentar uma coisa melhor... Eu sou mais que isso". Porque beleza acaba.
ALINE: Como se fosse uma droga, você está ali viciado, sabe que faz mal, mas você está ali viciado.
Então não entra, não entra porque acaba com você, com a sua alma, com o seu espírito,
eu ainda estou legal, porque eu tenho fé em Deus, mas se não fosse isso... Ainda porque minha mãe
me colocou em colégio de freira, se não fosse isso, eu acho que eu, sei lá, não tinha chegado até
aqui. Eu não sei.
IRMÃ LÚCIA: E a espiritualidade é isso, é na prática, é na vivência, é na ação. No amor e na não discriminação.
SEVERINO: O amigo Chico Xavier acolheu um ex-patrão em sua casa que tinha adoecido, e ele precisava de alguém para
cuidar dele. Ele botou um anúncio num jornal dizendo que precisava de voluntários, porque não tinha condições
para pagar, e apareceram duas prostitutas.
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SEVERINO: Ele agredeceu muito, as recebeu, e começou todas as noites, antes de elas irem embora
a fazer o Evangelho no Lar com elas na despedida.
E foi fazendo aquele Evangelho no Lar enquanto elas estavam prestando aquele serviço voluntário,
solidário àquele doente. Quando o homem recebeu alta, elas disseram a ele que tinham abandonado a prostituição.
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MARISA: O amor, o contato com Cristo, é a grande chave transformadora.
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MARLENE: Não existe condenação, e muito menos eterna. Nós todos podemos sair da situação negativa em que nós
nos encontramos, porque somos filhos de Deus e fomos feitos para sermos felizes.
FELIPE: Este foi o Mundo Maior Repórter de hoje. Se tiver dúvidas sobre o tema, sugestões, críticas, é só mandar
um e-mail para mundomaiorreporter@tvmundomaior.com.br
Até a próxima.