Tip:
Highlight text to annotate it
X
L
Le
Leg
Lege
Legen
Legend
Legenda
Legendad
Legendado
Legendado p
Legendado pa
Legendado par
Legendado para
Legendado para P
Legendado para PT
Legendado para PT p
Legendado para PT po
Legendado para PT por
Legendado para PT por:
Legendado para PT por: L
Legendado para PT por: LE
Legendado para PT por: LEG
Legendado para PT por: LEGO
Legendado para PT por: LEGOL
Legendado para PT por: LEGOLA
Legendado para PT por: LEGOLAX
MUSICA: Little Green Bag por George Baker Selection
Depois das 11 horas da noite,
um raro evento vai ter lugar no nosso sistema solar
e não vai voltar a acontecer na nossa vida ou na dos nossos filhos ou netos.
Na verdade, não vai voltar a acontecer por mais de um século.
Em apenas algumas horas,
Venus vai começar a sua jornada em torno da face do sol.
dando a oportunidade de assistir ao seu trânsito pela última vez.
Este vai ser um espectáculo verdadeiramente bonito
mas é muito mais do que apenas isso.
Está a ajudar-nos a responder a algumas das perguntas mais profundas que podemos ter
sobre a vida em nosso próprio sistema solar.
E ele está a ajudar os astronomos a explorar os reinos
de estrelas muito mais distantes em busca de vida
em planetas a centenas de anos-luz. Precisam continuar a ver
porque esta noite é a ultima chance de testemunhar o trânsito de Venus.
O TRANSITO DE VÉNUS
Este é o Observatório do Centro de Ciências britanico,
por décadas a casa da astronomia britânica.
E em apenas duas horas tudo vai começar.
Neste momento em todo o mundo, telescópios estão a ser alinhados e focados em Venus
para que possamos entender melhor os segredos do nosso Universo.
Os trânsitos representam uma das nossas maiores conquistas cientificas
e para mim representam o desejo insaciável de
constantemente empurrarmos os limites do nosso conhecimento
e explorar o desconhecido.
Então, nesta noite sinto-me a fazer parte de um momento muito especial na história
e é um momento que vocês, podem fazer parte também.
Astrônomos em todo o mundo estão a preparar-se,
vamos mostrar-lhes o porquê deste evento ser tão importante
"Tem certeza que é Vénus?"
Desde os primeiros trânsitos que são a base de toda a astronomia moderna,
até ao desta noite que vai ajudar na busca por vida extraterrestre.
E se quiserem saber como tudo acontece, nós iremos mostrar-lhes como.
O motivo para o trânsito de Vénus ser tão raro
é porque precisa acontecer uma serie de eventos improváveis.
Temos então Vénus e a Terra em órbita ao redor do sol.
Agora Vénus viaja mais rápido que a Terra.
E a sua órbita é mais curta.
Para um trânsito acontecer, tem que nos alcançar,
mas isso só acontece uma vez em 1.6 anos.
Para além disso, a órbita de Vénus está inclinada comparado com a da Terra
num ângulo...
de 3.4 graus.
Isso significa que as órbitas de Vénus e da Terra vão cruzar-se em dois pontos.
Mas por causa da velocidade relativa das órbitas da Terra e de Vénus
e também da sua posição em relação ao sol,
apenas dois trânsitos, separados por oito anos, vão acontecer todos os 100 anos ou mais
e um deles está a acontecer esta noite.
Toda a astronomia foi construida a partir de um trânsito que aconteceu ha mais de dois séculos.
E observá-lo levou-nos a uma das viagens mais épicas da história.
Em 26 de agosto de 1768, O Capitão James Cook,
embarcou numa das maiores viagens de descobrimentos de sempre.
Foi uma viagem repleta de perigos. E os homens a bordo sabiam
que metade deles provavelmente não chegariam a casa vivos.
Mas era tudo por um objectivo magnifico,
Chegar a Taiti a tempo de observar o trânsito de Vénus.
Para mim, a viagem de Cook foi como uma missão espacial moderna,
uma viagem de descoberta, um *** para as mais recentes tecnologias,
mas acima de tudo um *** de resistência. Tal como astronautas viajando para o espaço.
E em 1768, eles acreditavam que o trânsito era um risco que valeria a pena.
Porque ele guardava a chave para um grande mistério.
Prometia revelar nada menos do que o tamanho do sistema solar.
Como cientista, sinto-me humilhada pelas distâncias percorridas nesses dias
para descobrir coisas novas.
Eu não consigo imaginar-me passar por uma prova como essa.
Mas encontrar o tamanho do sistema solar era o grande mistério na altura,
como entender a matéria negra ou detectar o Boson de Higgs é hoje em dia.
Observar o trânsito de Vénus era a chave para desvendá-lo.
Sem sair do planeta, como seria possível medir as distâncias no espaço?
Isto tinha confundido as maiores mentes durante milhares de anos.
Os astrónomos da época sabiam as distâncias dos planetas em relação ao sol,
mas eles não sabiam o que essas distâncias significavam em milhas.
Era como ter um mapa sem escala.
Foi o meu herói favorito, Edmond Halley, que percebeu que Vénus possuia a chave.
Ele percebeu que, se tivessemos no lugar certo na hora certa durante o trânsito,
podia calcular a distância entre o Sol e a Terra
e ele fez isso usando a solução mais simples e maravilhosa,
um fenómeno que podemos observar a segurar um polegar e a fechar um olho.
O principio chama-se paralaxe.
É a alternância que vemos quando seguramos o polegar e olhamos primeiro com um olho,
e em seguida, com o outro.
Podemos medir a mudança de posição do nosso polegar,
com a distância entre nossos olhos
e realmente calcular a distancia que o polegar está relativamente a nós.
Em num golpe de génio, Halley viu que podia usar esta técnica
para perceber o tamanho do sistema solar.
Ele calculou que o problema podia ser resolvido
cronometrando o trânsito entre dois pontos muito distantes da Terra.
Efetivamente, é como desenhar, os maiores triângulos de sempre no espaço.
Para fazer isso, precisamos de dois observatórios separados na Terra,
por exemplo, no Canadá e em Taiti.
A partir destes dois locais , eles vão ver Vénus a transitar pelo sol
ao longo de duas faixas diferentes.
E eles podem perceber as distancias com precisão ao calcularem o tempo dos trânsitos.
Essa informação, juntamente com a distância entre os dois observatórios,
permite construir os triângulos que necessitamos
para calcular a distância entre a Terra e o sol.
Foi por isto que Cook fez a viagem de 12.000 milhas para o Taiti.
E ele não estava sozinho.
Em nome da ciência foram enviados observadores para os quatro cantos do mundo.
E depois de oito meses a lutar contra mares tempestuosos,
deserção e até mesmo suicidio,
Cook finalmente alcançou o seu destino a tempo de observar o trânsito.
Nessa altura, Cook e os outros dois observadores estabeleceram as suas bases.
Tinham uma tenda para mante-los longe do calor do sol e claro, os seus telescópios
com um filtro muito importante para bloquear a luz ofuscante do sol
e ver o trânsito diretamente.
Após o trânsito ter passado, Cook e os seus colegas astrónomos compararam notas.
Mas eles descobriram algo que não estavam à espera.
Houve uma diferença entre os tempos.
O que Cook reparou foi algo chamado o efeito da gota negra.
Tenho aqui uma cópia dos desenhos de Cook e onde podemos ver
a borda do sol e, em seguida, o disco de Vénus.
E literalmente, uma gota preta aparece entre os dois.
Isto significava que obter o tempo de contato preciso em que Vénus passa em frente do sol,
era extremamente dificil.
Mas foi uma longa jornada de regresso a casa.
Após o trânsito, Cook abriu as ordens seladas que tinha.
Diziam-lhe para ir à procura de terras desconhecidas,
que sabemos agora serem a Austrália e a Nova Zelândia.
Por isso, passaram-se mais 2 anos antes de voltar aos seus dados preciosos.
Finalmente, de volta a Londres, ele dirigiu-se a matemáticos para desvendar os numeros.
Eles recolheram dados de expedições de mais de 40 locais ao redor do mundo
e apareceram com um numero.
O numero 93 milhões, 726 mil
e 900 milhas como a distância entre o Sol e a Terra.
Hoje sabemos, ao usar um equipamento de radar moderno,
que a distância entre o Sol e a Terra é pouco abaixo dos 93 milhões de milhas,
o que significa incrivelmente, que em 1700 eles tiveram uma margem de erro de 1%.
Foi um grande triunfo para a ciência
e que marcou o nascimento da astronomia moderna tal como a conhecemos hoje.
Eu acho simplesmente incrível que em 1769 eles pudessem calcular
o tamanho do sistema solar.
E este numero, a unidade astronómica não podia ser mais importante hoje em dia.
É a fundação da astronomia moderna e sem ela o meu trabalho simplesmente não existiria.
E só de pensar que eles fizeram tudo isto usando apenas o sol e Venus.
Ainda me faz confusão na cabeça.
Nas primeiras horas da manhã de amanhã, você, tal como o Capitão Cook,
será capaz de ver o trânsito.
E por todo o mundo, os cientistas também serão capzes de o observar e estudar,
mas desta vez eles vão estar à procura de respostas para novos mistérios.
Este é um evento verdadeiramente global
E a sua visão depende do local do mundo onde você vai estar.
Nem toda a gente vai ver o mesmo momento do transito.
O primeiro contato entre Vénus e o sol vai ocorrer precisamente
às 23:03:47 do nosso tempo.
Obviamente, os primeiros lugares a verem serão aqueles que se encontram à luz do dia,
portanto falamos da América do Norte, Leste da Asia e grande parte da Austrália e N.Zelandia.
Nas próximas seis horas e meia, Venus vai viajar através do sol.
Até que, finalmente, o sol nasça no Reino Unido
precisamente às 05:37:20 horas,
se os céus forem claros o suficiente devemos conseguir ver o terceiro contato, à medida
que Venus toca a borda do disco do sol antes de o deixar pela ultima vez neste século.
Por centenas de anos, Venus esteve envolta em mistério.
Por ter um tamanho comparável ao da Terra e uma distância semelhante ao sol,
muitos pensavam que Vénus era igual ao nosso próprio planeta.
Mas não havia forma de saber dado que Vénus está escondida
sobre uma espessa camada de nuvem.
'Quando disser, "Leve-me ao seu líder" e o levarem até uma criatura como esta,'
' você vai saber que está no planeta Vénus.'
Ao não vermos a superície não podiamos saber a verdadeira identidade do planeta
e Vénus certamente preencheu a nossa imaginação ao longo dos anos.
# Eu sou tua Vénus, eu sou teu fogo... #
Desde as músicas pop até às grandes obras de arte,
foi também alvo de produções-científicas para juntar duas personagens.
'A mais badalada mulher no mundo sabe o que quer em Vénus, também.'
Quanto à verdadeira Vénus, levámos ainda algum tempo antes de a conhecer realmente.
Eventualmente, os soviéticos terão enviado uma sonda para dar uma vista de olhos.
E após 16 tentativas falhadas,
uma sonda, conseguiu pousar na superfície de Vénus.
Mas essas primeiras imagens revelaram algo que ninguém estava à espera.
Ficou claro que o nosso planeta vizinho tinha um temperamento diferente do nosso
e não era nada como o mundo tropical calmo que tinhamos imaginado.
Venus era, de fato um inferno hostil cheio de fúria.
O nosso oposto, o nosso gémeo do mal.
Algo tinha acontecido a Venus para ter mudado o seu destino,
o que o torna muito diferente da Terra.
Um mistério que levou os cientistas a procurar respostas aqui no nosso próprio planeta.
Se quisermos entender Vénus, precisamos ir até algum lugar parecido com ele.
Um lugar como este.
Kilauea Iki, uma cratera na grande ilha do Havai.
Isto pode parecer desagradável, mas é muito suave comparado com Vénus
porque, para começar, eu não poderia lá estar em pé sobre a superfície.
A temperatura é de 460 graus Celsius.
É suficientemente quente para derreter chumbo e certamente, demasiado quente para mim.
Mas mesmo que sobrevivesse à temperatura o peso da atmosfera iria esmagar-me
porque a pressão atmosférica em Vénus é de 92 vezes a da Terra.
E isso é como ser esmagada por quilómetros de oceano.
Mas o que eu realmente quero saber
é o que aconteceu com Venus para se ter transformado num lugar tão hostil.
Como é que Vénus e a Terra tornaram-se tão diferentes?
Passei a minha vida a estudar as forças que moldam o nosso planeta
e sei que a resposta a esta pergunta
encontra-se nas profundesas destes dois mundos.
E é isso o que os cientistas estão a estudar aqui no Havai.
Para além do tempo maravilhoso, porque decidiu trabalhar aqui no Havai?
Existem muitos vulcões no Havai tal como em Vénus.
Eu tenho estudado sobre eles há quase 20 anos
e o Havai é um ótimo lugar para ver
os vulcões que não podemos ver diretamente na superfície de Vénus.
O que eu realmente mais gosto sobre os vulcões é que eles ligam o interior,
que é a parte que eu estudo, com a superfície que podemos ver em outros planetas.
Parece que estamos...Eu não queria dizer isto, como se estivessemos num planeta diferente,
Mas é o que eu estou a dizer! Tenho a certeza que Vénus se parece muito com isto.
Acho que aqui chegamos ao fim do caminho!
Uau! Olhe para isto. Sim, a geologia em acção, hum?
Há quanto tempo isto está aqui? Tem menos de 10 anos de idade. 2003.
Cobriu simplesmente toda a estrada.
Antigamente podiamos conduzir todo o caminho, mas hoje já não é possivel.
A Sue tem juntado imagens sobre o que está a acontecer na superfície de Vénus.
Na tentativa de compreender o que está a acontecer dentro dele.
Nenhum ser humano visitou Venus dado ser uma longa distância,
como sabemos que existem vulcões lá?
Nos anos 90, houve uma missão que mapeou a superfície do planeta usando um radar
por isso temos estas imagens que nos mostram existir esses vulcões enormes.
Isto aqui é Maat Mons. Tem cerca de 9km de altura.
O Havai se for medido a partir do fundo do oceano, é similar com 11 km de altura.
Então, estamos sentados em cima da versão da Terra.
-Sim, Estamos por aqui!
A superfície de Vénus está repleta de vulcões, mas a chave para entender o seu destino
não é saber quantos existem, mas sim onde eles estão localizados.
Na Terra, os vulcões situam-se ao longo das margens das placas tectónicas,
as enormes lajes de rocha acumuladas em toda a superfície do nosso planeta.
Mas em Venus as coisas são muito diferentes.
Portanto, este é um mapa dos vulcões de Vénus. Podemos ver os vulcões que aparecem
quase distribuidos uniformemente ao redor do planeta.
Em Vénus eles estão em toda a parte.
Alguns deles encontram-se nestes pontos quentes, outros nas planícies.
Mas existem centenas e centenas deles distribuídos uniformemente ao longo do planeta.
Então, por não haver um padrão deduzimos que Vénus não tem placas tectónicas?
Existem grandes características tectónicas, mas sem placas.
E é essa falta de placas tectónicas em Vénus que a torna tão diferente da Terra.
Na Terra, as placas são movidas por correntes de rocha fundida abaixo da superfície
fazendo do nosso mundo um lugar mutante e dinâmico.
Mas Vénus não tem placas e nenhum núcleo dinâmico
e essa diferença pode significar a vida ou a morte para um planeta.
E é o mais óbvio com uma substância vital.
A água torna o nosso planeta aquilo que ele é, um lugar cheio de vida e bio-diversidade.
Mas, devido a Venus funcionar de forma diferente no seu interior,
a água foi algo que não conseguiu manter.
Venus costumava ser um lugar muito mais confortável para viver
porque há biliões de anos atrás teve oceanos líquidos.
Mas o facto de estar 30% mais perto do sol do que nós fez toda a diferença.
Bastou ser um pouco mais quente para que a agua dos oceanos tivesse evaporado
e entrado na atmosfera como vapor.
Por si só, isto não teria representado necessáriamente um desastre para Vénus,
mas é aqui que os dois planetas tomaram caminhos diferentes.
A natureza dinâmica do núcleo da Terra ajuda a gerar um campo magnético vital.
É este campo que nos protege do devastador vento solar,
que de outra forma retiraria a água do nosso planeta.
E foi isso o que aconteceu com Venus.
Sem campo magnético para protegê-la, a água foi simplesmente levada para o espaço.
Acho incrível que estes dois planetas que tiveram um inicio semelhante,
acabaram de forma tão diferente.
A Terra tornou-se este belo, planeta, vivo e diversificado
e Vénus tornou-se um lugar horrível, o irmão gêmeo do mal.
A superfície de Vénus é um ambiente de tal forma extremo
que é impossível imaginar qualquer forma de vida sobrevivente nele,
mas também sabemos que Venus não foi sempre assim.
Chegou a ter um clima muito mais temperado e com oceanos.
Assim como a Terra, ele tinha todos os ingredientes vitais para a vida
e quando a vida aparece, ela tende a segurar-se muito bem.
Então, se a vida já existiu uma vez em Vénus, há uma chance remota que ainda exista por lá,
escondida em algum lugar que ainda simplesmente não pensámos em procurar?
Esta caverna de gelo, não podia ser mais diferente do que o fogo vucânico de Venus.
Uau.
Mas escondidas neste gelo estão as pistas que desafiam as nossas suposições fundamentais
Sobre o nosso irmão gémeo do mal.
A principal razão de eu me tornar uma bióloga
é porque fico constantemente maravilhada pela beleza e complexidade da vida.
E como ela consegue estar presente nos mais improváveis
e desafiadores ambientes .
E é através do estudo destes oásis escondidos na periferia do nosso mundo vivo
que possamos entender mais sobre como a vida persiste,
tanto neste planeta, mas também em todo o universo.
E é através do estudo de ambientes extremos como este
que cientistas como Birgit Sattler reescrevem a história de onde a vida pode ser encontrada.
Mesmo em lugares como Vénus.
Birgit, o que estamos à procura aqui a 30 metros abaixo da superfície?
Está escuro e frio, tudo está congelado, mas se derretermos todo este gelo
vamos conseguir ver milhares de bactérias a habitar este ambiente.
E podemos iluminá-los.
Se fizermos uma avaliação digital,
podemos realmente detectar os pigmentos fotossinteticos.
Isto é normalmente escuro e sem luz, mas mesmo assim a fotossintese é possível.
Os micróbios prosperam aqui e mostram como a vida pode sobreviver em condições extremas.
Mas para entender Venus temos de achar vida numa parte mais distante do nosso planeta.
E para encontrá-la, teremos que ir até lá em cima.
Num destes.
É tão seguro quanto parece.
Oh, meu deus! Borboletas!
É bastante rápido. hum, hum.
E ventoso!
Foi-me dito que era um teleférico. mas parece mais uma caixa,
apoiado por barras de metal. -Sim.
Isto já esteve num MOT? O que é um MOT?
(MOT = *** DE SEGURANÇA AUTOMÓVEL)
Ooh. O ângulo está a mudar. É este o ângulo de 45...? HOo!
Ooh! Eu não gostei disto.
Uau. Isto é... Isto foi incrível!
Nós viemos ao topo de um dos picos mais altos da Austria à procura de vida.
Não estamos à procura no chão, mas sim no alto das nuvens.
Temos algumas nuvens agradáveis à nossa volta.
Mesmo se não encontrarmos aqui nuvens, há muitos micróbios, vírus, esporos, fungos
a flutuar. Então, qualquer coisa que seja flutuante na atmosfera nós apanhamos.
Nós já sabíamos há algum tempo que os micróbios existiam nas nuvens da Terra.
Mas pensávamos que eles tinham sido levados pelo vento lá para cima.
Não imaginávamos que as nuvens podiam sustentar permanentemente a vida.
Colocamos isto aqui.
Mas estamos aqui para provar o contrário.
Esta nuvem encantadora é perfeita.
Tudo bem? Oh!
Esta máquina vai recolher micróbios durante um par de horas. É bastante simples.
Mas o importante aqui é provar que os micróbios podem reproduzir-se ativamente
e sobreviverem lá em cima sem a necessidade de voltarem para a Terra.
E se acharmos evidências de que a vida consegue reproduzir-se nestas nuvens,
Irá nos dizer não só algo sobre a vida aqui na Terra,
como também pode ter implicações para Vénus.
Birgit, Vénus é um planeta super-quente e com efeito de estufa.
Enviámos sondas até lá e foram queimadas como batatas fritas.
Concluímos que não pode haver vida naquele planeta.
O que é que a tua pesquisa aqui tem a ver com Vénus?
Podemos sempre encontrar uma camada na atmosfera que pode ser habitável
com temperaturas quentes, mas não muito quente. Temos humidade.
Então, se fores capaz de provar que a vida pode reproduzir-se e viver feliz nas nuvens,
podemos ousar pensar que pode acontecer o mesmo na camada de nuvens de Vénus?
Não é assim tão simples, mas porque não? Temos que ir passo a passo.
Se a vida for possível aqui, porque não pode ser possível num ambiente mais quente?
A vida nas nuvens de Vénus pode parecer inconcebível.
Para além de serem muito quentes, elas também são muito ácidas.
Mas as evidências aqui na Terra mostrou-nos
que a vida pode adaptar-se a condições altamente tóxicas,
e se Birgit provar que a vida pode sobreviver nas nuvens da Terra,
talvez não devessemos descartar Vénus dessa hipótese tão rapidamente.
No laboratório, as amostras da nuvem mostram DNA carregado de radioatividade.
Se o DNA for assumido, é a prova de que a replicação está a ocorrer.
Estou aqui a olhar uma amostra das nuvens que trouxemos para o laboratório
e fixei a amostra para conseguir uma foto da condição das células,
e isto é bastante surpreendente, posso ver uma célula dividida.
OK, o que é que eu estou a ver? Olha para o lado direito,
aproximadamente às cinco horas neste slide, podes vêr
duas células minusculas muito juntinhas. Meu Deus! Sim, sim, sim.
Certo? Oh, sim. Duas células pequenas. São tão minúsculas. Estão juntas.
Isto é a replicação celular? Sim, isso é a replicação.
Isto é incrível.
E a base radioativa, as fitas de DNA novas? Tens algum resultado para isso?
Este é o resultado da reação 24 horas depois.
O que parece ser apenas números aleatórios são realmente a prova de que a radioatividade
está no interior das células,
por isso terá sido assumido ativamente.
Isto é a prova absoluta de que a replicação está a acontecer
nos microrganismos que recolhemos daquela nuvem?
Certo. Isso é fantástico, Birgit. Essa é a prova, sim.
Quando viste pela primeira vez os dados processados por computador,
como te sentiste?
Eu estava sentada à frente da máquina, a rezar:
"Por favor, manda para fora por favor, manda números mais altos"
E ele mandou e foi muito emocionante Comecei a correr e disse:." já os tenho!
Para os teus colegas? -Sim!
É maravilhoso que as nuvens que pensávamos esconder a verdadeira identidade de Vénus
possam ser o único lugar onde existe vida.
Já sabemos que a vida na Terra pode sobreviver em condições quentes e ácidas.
E agora sabemos que também pode sobreviver nas nossas nuvens.
É incrível pensar que a vida conseguiu encontrar um canto para si mesma
e prosperar lá em cima nas nuvens e somente o que fizemos foi descobri isso.
Para mim o que ainda é mais fascinante é o que isto significa para Vénus.
Tínhamos posto de parte completamente a possibilidade de ele poder conter vida,
Mas todas estas últimas provas fizeram um caso muito interessante.
Agora, Venus está a mover-se no espaço a mais de 78.000 milhas por hora,
aproximando-se da posição perfeita para o seu trânsito com o nosso sol.
E é incrível o quanto já aprendemos sobre o nosso sistema solar desde este planeta,
mas este ano, os cientistas esperam que o trânsito faça ainda mais.
Assim como procuraram pela vida nos nossos planetas vizinhos,
eles também estão a virar a atenção para o reino de estrelas mais distantes...
.. Usando o trânsito para encontrar vida alienígena
e até possivelmente, vida inteligente.
Mas o que dificulta esta pesquisa é a tamanha vastidão do espaço.
Para entender o problema,
precisamos ter uma noção da escala,
então temos o nosso sol, a Terra e Vénus,
E como agora sabemos, graças ao trânsito,
a distância entre nós e o sol é de 93 milhões de milhas.
Agora, isto pode parecer muito,
mas a distância para as regiões ultraperiféricas do nosso sistema solar
é algo como mil vezes mais.
A nave espacial Voyager levou 34 anos para sequer chegar perto dele.
Mas, a distância para a nossa estrela mais próxima, Centauri,
é mais de quatro anos-luz de distância.
A Voyager levaria 70.000 anos para alcançá-la.
E esta é apenas a primeira de 200 biliões de estrelas que compõem a nossa galáxia,
a Via Láctea...
Que é apenas uma entre biliões de galáxias separadas por milhões de anos-luz.
Então como podemos ir atrás de vida em planetas a anos-luz de distância?
Mais uma vez, o trânsito mostra-nos o caminho.
Quando cheguei a um lugar como este,
tive a sensação do quanto pequena sou comparada com esta vasta paisagem.
Mas tudo torna-se insignificante quando olho para o espaço.
Estou completamente esmagada pela magnitude do universo lá fora.
Não sei o que vocês pensam,
mas eu costumo questionar-me "Será que estamos realmente sozinhos?"
É uma das questões mais importantes de perguntar:
mas uma das mais difíceis de responder.
Ultimamente, parece que chegamos a um ponto da história em que as coisas estão a mudar,
como quando Kepler e Halley calcularam o tamanho do sistema solar.
Mas eu acho que estamos mais perto do que nunca de encontrar respostas.
Eu vim para Nevada, afastada das luzes brilhantes.
É a capital de observação de estrelas do mundo.
Não podemos vir para um lugar como este
sem sermos atropelados pelas estrelas.
Elas são simplesmente de tirar o folego.
Olhem, ali está Vénus, a luz mais brilhante no céu,
e para mim, um exemplo brilhante do quão longe nós chegamos
em tudo o que alcançamos.
Mas Vénus é apenas um pequeno planeta que está relativamente perto de nós.
Só aqui nesta parte do céu, hà literalmente milhares de estrelas.
Assim, quando se trata de procurar vida lá fora, para onde devemos olhar?
Procurar por estrelas corre tudo muito bem.
Em condições corretas, eles são faceis de encontrar.
Mas se quisermos procurar vida, temos de procurar planetas.
E não apenas qualquer planeta. O tipo certo de planetas.
Provavelmente um planeta muito parecido com a Terra,
rochoso, em vez de um gigante gasoso como Júpiter.
Mas não é só isso, o planeta tem que estar à distância certa da estrela.
Nem muito longe dali...
.. e também não muito perto da estrela-mãe.
Ela precisa estar à distância certa de modo que água possa existir na superfìcie,
um exoplaneta habitável.
O problema de encontrar estes exoplanetas é que eles estão escondidos
no brilho das estrelas que orbitam.
Então encontrá-los é como procurar uma pulga a rastejar através de um farol de um carro...
... a uma milha de distância.
'Cinco, quatro,
' três, dois...
'motor a funcionar, um, zero, e decolagem do foguete Delta II com Kepler
' Em busca de planetas '
Mas, recentemente, nós tivemos uma nova ferramenta para nos ajudar,
um telescópio no espaço - Kepler.
Quando um planeta passa entre nós e a sua estrela,
a luz da estrela mergulha numa fração de um por cento.
É através da medição deste escurecimento que Kepler rastreia os planetas.
Kepler transporta a bordo um fotómetro
que mede esta pequena porção em luz e envia de volta um sinal.
Agora, não é uma imagem ou uma mensagem dos aliens.
É isto - uma curva de luz.
E isto pode não parecer muito, mas este mergulho
pode nos dizer muito sobre o planeta que está em órbita em torno da estrela,
por exemplo, quanto tempo leva a sua órbita e qual o tamanho do planeta.
E usando dados como este, podemos ainda responder à questão-chave.
Estará o planeta numa zona habitável da estrela?
Nos últimos quatro anos, Kepler descobriu 61 novos planetas
e há mais outros 2.000 a aguardar confirmação.
As rápidas descobertas fazem hoje deste um dos campos mais emocionante da exploração.
E estas novas técnicas não estão apenas a ajudar a nossa procura por planetas.
Eles também estão a ajudar-nos a procurar ET´s.
Eu sempre quis vir a este lugar sinistro.
Estes telescópios são muito famosos, mas não são telescópios de visionar.
Eles são telescópios que estão à escuta e estão a tentar ouvir qualquer sinal,
qualquer sinal que seja de uma mensagem de ET´s.
Um pouco como uma troca interplanetária de telefone.
Este é o Estaleiro de Telescópios Allen, a casa do Instituto SETI,
um grupo de cientistas que dedicaram as suas carreiras
em busca de inteligência extra-terrestre.
E a liderar a pesquisa está o Dr. Seth Shostak.
Como é que estes telescópios conseguem realmente obter dados para si?
À partida, tudo que temos de fazer é direcionar todas estas antenas
a um sistema de estrelas que, por uma razão ou outra,
talvez porque é uma estrela próxima ou uma estrela conhecida por ter planetas,
em que pensamos, "Aqui pode ser um habitat para ET´s,"
então simplesmente pesquisamos sobre uma ampla gama de diagnósticos do rádio,
à procura de um sinal num ponto no mostrador.
É um grande universo onde só na nossa galáxia, existem 100 billiões de estrelas.
Como consegue manter um foco na sua pesquisa?
Nós tendemos a olhar para estrelas em sistemas que são como o sol,
porque sabemos que pode haver planetas onde podemos achar vida inteligente.
Estamos aqui. Nós também escolhemos sistemas estelares próximos
porque os sinais podem ser mais fortes
e se encontrarmos alguma coisa, seria mais interessante
encontrar vizinhos próximos do que alguém a 5.000 anos-luz de distância.
A missão Kepler da NASA está agora a estudar 150.000 estrelas,
à procura de trânsitos planetários.
Como foi que essa técnica ajudou na sua pesquisa?
Um dos problemas que tivemos foi apontar as antenas em direção ao sul
no pressuposto de que qualquer estrela para onde apontássemos
teria o sinal vindo na nossa direção
que chegaria no tempo certo e por isso seria apanhado.
É como dois cowboys a apontar pistolas um ao outro e as balas encontrarem-se pelo meio.
A atravessarem a imensidão do céu.
Quero dizer, isso não é muito provável.
Mas os trânsitos, o trânsito da Terra na frente do sol,
visto por ET´s, dá-lhes um relógio e eles podem ser inteligentes o suficiente para dizer,
"Espera , o que vamos fazer é enviar um sinal que chegue à Terra,
na mesma altura que ela transita pelo sol ".
Ok? Dessa forma, eles vão saber para onde olhar e quando,
assim as balas têm uma chance de encontrarem-se.
Este é o lugar onde toda a acção acontece, é onde são trazidos os sinais dos telescópios,
20 milhões de canais por segundo a serem analisados.
Diga-me o que acontece aqui.
Exite uma sala inteira cheia de eletrónica e fibra ótica e outras coisas hi-tech.
E todos os sinais de todas as antenas vão para ali
e são cortados, divididos e testados
e uma parte deles é então enviado para ser analisado.
O que é que sinal tem que ter para o tirar da cama às 3 da manhã?
Ninguém me chama a menos que o sinal tenha características exigidas para me tirar da cama,
mas teria que ser um sinal com uma imagem muito limpa,
uma banda muito estreita e com uma taxa de movimento
que não parece-se um transmissor aqui da Terra.
ET? sim, eu vou sair já da cama!
Acho absolutamente incrível pensar que estas imagens
que são apenas ruído ou um esboço no ecrã,
podem vir a ser o primeiro vislumbre que temos de vida noutro lugar ?
Sim, não parece muito dramático, mas isso é a natureza da descoberta cientifica
e é isso que estamos aqui a fazer.
Um pequeno trecho como este, somente com um brilho trémulo a atravessá-lo,
é a pista que irá nos dizer se existe alguém lá fora.
O Seth está muito otimista sobre as chances de encontrar ET´s
e na verdade, acho que ele tem boas razões para pensar dessa forma.
Kepler e a ciência que nos chega dos trânsitos planetários
está realmente a fornecer-lhe um foco para a sua busca.
Se eu fosse nova na ciência, iria gostar muito de ir para essa área.
Existem tantos dados a serem colhidos sobre esses planetas
e estamos a aprender muito sobre o seu tamanho e aptidão para a vida.
E eu acho que nos próximos anos, vamos encontrar o que estamos à procura.
Os Trânsitos têm sido fundamentais a ajudar-nos a rastrear planetas como a Terra.
Mas para descobrir se sustentam vida,
precisamos dar o próximo passo.
Precisamos chegar mais perto desses planetas como nunca.
Perto o suficiente para poder olhar dentro das suas atmosferas.
Para poder espiar a atmosfera destes planetas distantes,
Estou a viajar para longe da nossa atmosfera tanto quanto posso.
Esta é uma estrada um pouco acidentada,
mas estamos no caminho para um lugar realmente emocionante.
Vamos a Mauna Kea,
um dos observatórios mais famosos do mundo.
É também muito, muito distante.
Eu sinto que estou no topo do mundo
e não estou longe.
Há muito pouco ar aqui em cima, comparado com o que existe no chão.
Eu posso sentir a dificuldade em respirar.
Todo o tempo, a turbulência lá em baixo,
tudo isto está embaixo,
e é por isso que todos estes telescópios estão aqui.
Portanto, este é um lugar incrível para vir e ficar longe da Terra.
É como um passo a caminho do céu.
Está a ficar muito frio aqui. O sol acaba de se pôr.
Mas os telescópios estão a acordar.
Há um pôr do sol deslumbrante onde podemos ver todos os telescópios a abrirem.
Assim que a vista da terra desaparece,
o céu começa a abrir-se e eu posso ver Venus lá em cima com os meus olhos.
Mas para além de Vénus existem biliões de planetas que não podemos ver sequer,
e a usar estes telescópios, os cientistas desenvolveram uma técnica nova e excitante
para encontrar planetas com atmosferas que podem suportar vida.
E o foco mais recente da sua busca é uma nova classe de planetas
apenas ligeiramente maiores do que o nosso,
os super-Terras.
Todos esses planetas estão tão longe. Como estudar uma atmosfera tão longínqua?
Quando passam em frente da estrela,
algo muito especial acontece.
A luz da estrela brilha através da atmosfera do planeta.
E à medida que isso acontece, a luz é absorvida por moléculas em cores diferentes
e cada molécula tem uma impressão digital única.
Quais são os produtos químicos que vocês estão à procura?
O que estamos a usar como diagnóstico chave neste momento é o metano.
Aqui na Terra, é claro, o metano está ligado a processos de vida.
Estamos realmente à procura de vida que muda a atmosfera
de uma forma que não pode ser explicada por qualquer outro processo.
Então vocês colhem esses dados ao usar esta coisa enorme aqui. Como isto funciona?
Este é o NASA Infrared Telescope Facility, um telescópio realmente maravilhoso.
E o instrumento que a minha equipe usa muito é este aqui, o SPECS, este azul.
Ele funciona como um prisma. Ele decompõe a luz em todas estas cores diferentes,
mas principalmente em infravermelhos.
E qual a coisa mais recente em que trabalhou?
Este é o bem conhecido Super-Terra, GJ 1214b,
e o que vocês estão a ver aqui é um espectro preliminar
que a nossa equipe está a obter no IRTF com o SPECS.
Esta é a característica que estamos a tentar confirmar.
Quanto tempo vamos ter que esperar até podermos olhar por dentro
da atmosfera de um planeta e responder à pergunta sobre se há vida lá fora?
Essa é uma pergunta que eu acho que vamos chegar nos próximos 10 a 15 anos.
Espero ver respondida dentro da minha vida profissional,
mas ainda há muito trabalho a fazer.
Acho absolutamente surpreendentes as medidas que eles estão a fazer aqui.
A subtileza necessária para detectar uma atmosfera distante é simplesmente fantástica.
Os escritores de ficção científica têm inventado planetas loucos durante décadas
e agora sabemos que eles realmente existem.
E faz do céu para mim, um lugar completamente diferente.
Estudar a atmosfera de planetas distantes que transitam
é a parte mais emocionante da ciência nos dias de hoje.
Mas a precisão é tudo e para ser o mais preciso possível,
precisamos saber se estamos a fazer as coisas bem.
E é o que acontece esta noite, com um telescópio especial a 350 milhas acima de nós.
O Hubble.
O que vocês esperam conseguir esta noite de trânsito com a observação do Hubble?
Esperamos recuperar o sinal atmosférico de Vénus.
E para isso, vamos observar o trânsito de Vénus com um espectrógrafo.
Um espectro parece-se algo como isto.
Basicamente diz-lhe o que está dentro da atmosfera do objeto que está a estudar.
Mas nós já sabemos a composição atmosférica de Vénus, então porque estão a fazer isto?
A idéia é ser capaz de testar a nossa técnica para estudar a atmosfera de exoplanetas.
Queremos usar Vénus como um padrão, como um modelo.
Então, basicamente, vocês estão a testar se o vosso método está correto
e se divide corretamente todos os componentes da atmosfera de Vénus,
para poderem depois aplicá-lo nos exoplanetas que ainda não analisaram?
Sim, com muito mais confiança do que teríamos se não fizéssemos esta experiência.
Mas não é tão simples como apenas focar o telescópio Hubble no trânsito, ou é?
Não, na verdade, é proibido apontar o Hubble para o sol,
porque pode danificar os instrumentos,
então vamos usar um truque que é apontar para a lua.
Em outras palavras, vamos usar a Lua como um espelho gigante.
Parece ser uma enorme tarefa
e há apenas uma oportunidade na sua vida para consegui-la com sucesso.
Esta é uma oportunidade única de gravar o trânsito de Vénus com o Hubble.
O que faz com que fique um pouco nervoso para que tudo corra bem?
Mais do que um pouco.
Sério?
Desde os primeiros trânsitos que testemunhamos
até ao que está a acontecer esta noite.
O trânsito de Vénus transformou a nossa compreensão
do vasto universo a que pertencemos.
Forneceu-nos o tamanho do nosso próprio sistema solar
e agora ele está a ajudar-nos a dar saltos gigantes para o espaço distante
na nossa procura por vida.
Significa tanto para tantas pessoas
e hoje não é excepção.
Vou vê-lo com os meus filhos.
Esta é a forma de eu partilhar com eles aquilo que eu faço e a emoção da astronomia.
Estou animada por ir para Svalbard.
Vou encontrar-me com a equipe do Venus Express e vamos ver o trânsito juntos lá.
Espero encontrar algum lugar nas montanhas para ter uma melhor vista.
Durante o trânsito, eu podia estar na cama a tentar dormir um pouco,
porque o verdadeiro trabalho para mim começa depois.
Durante o trânsito, vou buscar os meus colegas e vamos fazer uma grande festa,
tirar para fora o nosso telescópio, meter um filtro nele e ver Vénus a atravessar o sol.
Afinal, não vamos estar por cá na próxima vez que isto acontecer.
E se você quiser desfrutar deste espetáculo com segurança
nem vai precisar sequer de um telescópio. É algo que todos podem partilhar.
Agora, há várias maneiras de como você pode fazer parte,
mas uma coisa deve manter em mente, nunca olhar para o sol diretamente.
Irá haver muita luz e calor que prejudicariam os seus olhos mesmo sem você perceber.
De longe, a maneira mais simples de ver o trânsito é usando um filtro.
Por exemplo, um destes, eles são extremamente fáceis de usar.
Tudo o que tem a fazer é colocá-los na frente dos olhos e depois podem olhar para o sol.
UAU! O que é que te parece a ti?
Verde.
Verde?
Agora, Venus é somente um terço do tamanho do sol,
então precisam ter os olhos bem alerta para ver o trânsito.
Vocês acham que conseguem ver Vénus? Sim. Vamos tentar?
Se quiser projetar uma imagem do sol maior, pode usar um telescópio como este
e nunca deve olhar através do óculo.
Em vez disso, projeta a imagem do sol para o cartão como o que temos aqui.
Segure-o logo abaixo do telescópio e o que podemos ver aqui?
Eu consigo ver um monte de manchas solares e há um bastante grande.
Este é maciço. Sim. Ao Usar este tipo de técnica o sol fica muito, muito maior.
Achas que vais conseguir ver o trãnsito? Sim. Vai ser emocionante.
Sim.
Absolutamente lindo. Sim.
Eu olho a lua muitas vezes através de binóculos.
És um bocado profissional nisto, não és?
Onde quer que esteja a assistir,
este vai ser um evento espetacular.
Falta pouco mais de uma hora para Venus ter o primeiro contato
com a borda da nossa estrela.
E eu não posso esperar para ver o que este trânsito nos vai ensinar
sobre o nosso incrível universo.
E já que este é o último trânsito de Vénus, até 2117, torne-o importante.
Faça parte deste raro momento na história.
E lembre-se, a próxima vez que olhar para a estrela da manhã,
tome um tempo para pensar como ela é notável.
Para mais documentários visite: www.docspt.com