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A última edição da Revista Indicadores Econômicos FEE já está disponível no site
da instituição e vou falar um pouco sobre o artigo de minha autoria, que apresenta uma
análise das exportações brasileiras e gaúchas entre os anos de 2007 e 2011, por intensidade
tecnológica. O objetivo é utilizarmos um novo tradutor, que consegue classificar as
exportações da indústria em quatro intensidades tecnológicas — baixa, média baixa, média
alta e alta —, de forma que, dentro dessas classificações, se consegua comparar seus
desempenhos ao longo do tempo. É importante ressaltar que o desempenho foi analisado para
esse período, em função da disponibilidade do tradutor. E os dados, utilizados a partir
da Classificação Nacional por Atividade Econômica (CNAE), através da Nomenclatura
Comum do Mercosul (NCM) disponibilizada, são traduzidos pela intensidade tecnológica.
O objetivo desse trabalho foi analisar as exportações e, consequentemente, ver como
se comportaram ao longo do tempo, em nível de Brasil e de Rio Grande do Sul. Identificamos
que, no âmbito do Brasil, as perdas de participações das exportações dos níveis de intensidade
tecnológica alta e média alta foram mais preponderantes que as do Rio Grande do Sul.
Isso ocorreu porque o crescimento das exportações dos recursos primários e da agricultura no
Brasil foi muito forte, comparada ao crescimento da indústria de transformação, que, por
sua vez, no decorrer desses cinco anos, perdeu participação. Aliás, dentro da indústria
de transformação, todos os setores perderam participação, em especial os de alta e média
alta intensidade tecnológica, indicando que a perda de competitividade, ou da capacidade
de exportação, ocorreu mais nos setores de alto nível no valor agregado do produto.
Já, em nível de Rio Grande do Sul, os dados foram inconclusivos, até porque, como o Rio
Grande do Sul tem uma exportação total menor que a do Brasil, qualquer variação em termos
absolutos causaria impacto percentual muito maior que em nível de Brasil. Isso fez com
que a volatilidade das exportações gaúchas fossem maiores, sendo impossível de encontrar,
portanto, um padrão à primeira vista. O que encontramos é que a indústria perdeu
participação para as exportações da agricultura, até porque o Rio Grande do Sul não possui
indústria extrativa. A agricultura, puxada pela soja, teve um desempenho muito positivo
no Rio Grande do Sul nesses últimos cinco anos, o que não aconteceu com as exportações
da indústria, que teve reduzida participação. Analisando-se pelos setores, não identificamos
perda nítida, dentro da indústria, dos setores de alta ou de média alta intensidade tecnológica.
De um modo geral, percebe-se impacto da redução das exportações, talvez de alguma desindustrialização
em nível de Brasil, mas no Rio Grande do Sul ainda não se percebe um tipo de impacto
mais claro.