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Ei, deixa eu dar um peguinha.
- Obrigado. - Só não posso deixar ver quem eu sou.
- Você não pode me ver. - Valeu, mano.
Balança a bandeira vermelha. Soo-woo! Soo-woo!
Não sou do Bloods, não.
[FRESH OFF THE BOAT COM EDDIE HUANG]
E aí, aqui é o Eddie Huang.
Hoje estamos no Mission District de São Francisco.
Vamos visitar a equipe do Rice Paper Scissors.
Essas meninas trabalham muito com culinária de guerrilha,
então vamos chegar na calçada, fazer polvo na grelha,
comer papel de arroz e ver o que é bom de verdade.
Esse é o Fresh Off The Boat.
- Oi, sou o Eddie. - Oi, sou a Valerie.
Eu sou a Katie.
Katie, legal. Vocês são o Rice Paper Scissors.
- Isso. Arroz, papel e tesoura. - Arroz, papel e tesoura, saquei.
É isso aí. O que vocês querem fazer hoje?
Basicamente vamos trabalhar com a grelha, então queremos achar coisas para grelhar.
Vê se tem cheiro.
Não fede.
Beleza, vamos tentar deixar uns pais asiáticos orgulhosos.
Faz o pedido em vietnamita.
Olá.
Como vai?
Bem, obrigado.
O que vão querer?
Polvo.
Acho que ele te zoou porque você precisou falar um pouco em inglês.
- Pol...
- Pol... - Polv...
- Polo. - Polvo.
Essa é a maior merda que tem, né?
Essa merda aqui?
Essa não é a maior merda.
Essa aqui é da pesada.
As do caralho estão do outro lado.
Da hora.
A pequena lição de culinária que ele está nos dando é que
se você quer grelhar ostra, pegue as maiores e mais gordas,
porque elas aguentam a grelha – se for da menor,
não dá certo, é muito delicada e é melhor comer crua.
Minha mãe tem uma dessas...
Grande e gorda.
Você acha que precisa
lutar para legitimar a técnica asiática?
Acho. Acho que o que incomoda as pessoas
da comunidade chinesa ou asiática é que
não tem nenhum crítico gastronômico que tenha crescido numa família chinesa
ou vietnamita, então não venha me dizer o que é melhor
até tentar mergulhar na cultura
e dar crédito para a origem disso.
E você acha que
você resiste a tentar fazer esse tipo de afirmação?
Quando não é uma comida que comi minha vida inteira
e que sinto que entendo de verdade, deixo que as pessoas me falem sobre ela.
E aí vou explorá-la. Você precisa comer muito um certo tipo de comida
de uma cultura antes de poder falar alguma coisa dela.
É isso que eu acho.
Bem-vindo a São Francisco.
Eu gosto da cidade. Gosto pra caralho da cidade.
Vamos ao supermercado Duc Loi, que é o nosso lugar preferido.
É um refúgio vietnamita no coração do Mission.
É um mercado bacana e multicultural
que serve o bairro. Tem gengibre tailandês,
erva-de-santa-maria para os mexicanos, aneto para os errados.
Acho que vamos fazer papel de arroz na grelha.
É a especialidade de vocês, né? Papel de arroz grelhado.
- Three Ladies? - Three Ladies. Que tal o Three Ladies?
“Três moças” vão bem com linguiça.
Normalmente bagel é durinho por fora, né? Olha o que acontece com esses bagels.
Viu? Isso não é um bagel.
É pão de hambúrguer com um furo no meio.
Se o bagel fosse bom, burrito não seria tão popular em São Francisco.
Eu tenho dinheiro.
David, cadê o dinheiro da Vice?
Agora tem restaurante instantâneo em todo lugar.
Acho que já tem demais desses restaurantes,
mas o que essas meninas estão fazendo transcende a coisa do instantâneo,
elas são culturalmente relevantes
para além da categoria em que querem colocá-las.
É uma situação engraçada. Instantâneo ou não,
que porra é essa, cara?
O jeito vietnamita de fazer todos os seus amigos e família trabalharem para você
é o que está acontecendo aqui.
Comida tem muito a ver com história, de onde ela vem,
quem come e como ela é feita.
E de reunir as pessoas. E é isso que fazemos com os nossos instantâneos,
reunimos pessoas na rua, olhamos um pra cara do outro,
ficamos batendo cotovelo e joelho.
Tem gato?
Essa é a autêntica comida vietnamita.
Sou americana, nascida e criada na cidade.
A comida vietnamita era meu jeito de me envolver com a minha cultura.
Quando terminei a faculdade, não queria ter um emprego fixo,
eu queria fazer alguma coisa minha.
Acho que isso está no sangue vietnamita, de querer batalhar e ser seu próprio chefe.
E a gastronomia foi uma forma de fazer isso.
Comida é uma ótima droga de entrada para uma cultura estrangeira.
Porque você pode consumir e é o mais básico para se compartilhar com as pessoas.
Está perfeito.
E era um ótimo jeito de ficar com a minha avó.
Eu cresci comendo pizza congelada,
porque minha mãe era mãe solteira e a gente só tinha tempo para isso.
E para a comida da minha avó quando ela tomava conta da gente.
Conforme fui crescendo, fui me interessando mais por isso,
e foi meu jeito de me envolver com a minha cultura,
porque meus pais não entenderiam
as coisas tecnológicas que eu poderia fazer em outra vida,
coisa de redes sociais, mas todos nós entendemos de comida,
e gostamos de falar sobre isso e nos relacionamos através disso.
Esse está bonito.
Tostadinho. Ok.
Coloca na boca. Dentro da boca.
Eu vi, hein.
Está delicioso pra caralho.
Vocês cozinham bem mesmo.
- Ah, é? - Ficou surpreso?
Para mim, comida pode ser uma coisa chata
quando só se fala das coisas que estão no prato, dentro dessa dimensão,
mas elas realmente abraçam a cultura de comer,
o estilo de vida de cozinheiro. É ótimo ver isso, cara.
Eu como em muitos lugares, faço muitas matérias horríveis,
mas essa é uma das boas.
Ok, acho que é hora do vinho de arroz.
Uau, por favor.
Por favor, mais água suja.
Que merda horrível.
Adoro contar tudo errado em línguas asiáticas.
No próximo episódio de Fresh Off The Boat:
Burritos! Burritos! Burritos!
E vou até Little Manila encontrar os filipinos,
cortar o cabelo e ver essa história de flor de lótus.
A gente trepa com flor de lótus. Isso é boceta, né?
[TERMINA NA PARTE 3] Compro ouro!