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O CAMINHO DO SUL
Deixo minha casa, num local de clima moderado.
O lobo mal-humorado do Norte olha-me partir.
Meus filhos estão crescendo.
Ao que parece, sou um homem...
viajando em minha mente quando eu estou parado.
Marcando o tempo quando eu estou me movendo.
Vou de face a face.
Na lama da superprodução, desprezo,...
loucura e fins lucrativos.
Eu sei que mesmo aqueles que querem morrer...
prefeririam viver.
Eu creio...
que todo mundo gostaria de comer.
30 de Abril, Amsterdã. A moradia ocupada da rua Kinker.
No começo, filmamos em preto e branco, pouco à vontade, nervosos.
Tensos sobre o que ia acontecer.
Sem acomodação, sem coroação!
Haverão bandas em breve e grupos de teatro.
Haverá cerveja e um palco.
Tudo. Álcool e tudo o que vocês precisam para uma festa.
Vocês estão aí, a casa está ali.
Formem uma corrente.
Abaixo a tropa de choque!
Dispersem-se, ou então seremos forçados a usar a violência. Saiam do nosso caminho.
Alinhem-se novamente. Há reforço nas ruas laterais.
Houve também uma coroação nesse dia.
A elite pôs as penas do povo em seus chapéus.
Se isso pudesse parar.
Os ocupadores ainda precisam de todos os tipos de coisas.
Colchões, cobertores, camas de acampamento, mobiliário...
rádios...
papel higiênico, talheres, pratos, canecas...
Se vocês tiverem qualquer um desses, por favor, tragam-nos...
para que possamos usá-los.
Muito obrigado.
A Câmara Municipal vai dizer que eles não são os proprietários.
Que os ocupadores devem contatar o proprietário...
e se ele não estiver planejando...
expulsá-los de imediato...
eles devem tentar comprar por um preço razoável.
Essa é a primeira coisa. Em segundo lugar...
devemos chegar a um plano...
ou pelo menos cooperar no desenvolvimento de um plano...
para o saneamento.
Então há a reconstrução propriamente dita.
Eu acho que é bom tentar isso...
mas devemos agora fazer a nossa própria reestruturação.
O arquiteto só calcula o custo dos materiais.
Ele espera que façamos o trabalho nós mesmos.
Devemos entrar em contato com pessoas que tenham feito isso antes.
Eu ajudei amigos com a conversão para um outro grupo.
Nós devemos envolvê-los o mais rapidamente possível para ajudar.
Mas também devemos aplicar pressão política...
talvez através de amigos que temos na política local...
para descobrir o que o proprietário pretende fazer.
Eu gostaria de encerrar este ponto. Todos vocês tem o que fazer.
A ajuda legal que temos é gratuita.
No número 53 eles precisam de camas de molas...
para usar como barricada.
Tragam tudo o que puderem encontrar.
Barras de até dois metros de altura.
O que essas barras de metal parecem?
Com um ângulo de 90 graus...
e buracos para fixá-las nas paredes.
Estava me perguntando como podemos arranjar fios grossos...
como aquelas que usam nas janelas das vans do esquadrão anti-motim.
Podíamos roubar de seus furgões e usar em nossas janelas.
Fixá-las na parte de dentro.
A grade é muito pequena para passar a mão por dentro e desaparafusá-la por dentro.
As barricadas devem ser realmente fortes. É tão fácil bater na janela.
Há dois voluntários para fazer antes do jantar?
Eu farei isso.
Você prometeu que ia cozinhar. - Ah, sim, é verdade.
Vocês? Vocês dois podem fazer juntos?
Depois, há a lista para ficar de patrulha.
Levantem as mãos para patrulhar amanhã.
Um, dois... três, quatro... seis.
Sete. - Na porta, de nove em diante.
Vou fazer hoje à noite. - Você também, hoje à noite?
Toda a noite? - Se não houver outro voluntário.
Não, não, não.
Ele ainda é novo nisso.
Coloque-o na lista por três horas.
Doze às três?
Você tem um emprego? - Não.
Ah, então pode descansar.
Nesse caso, você pode patrulhar a noite toda.
Quanto tempo você gostaria de fazer? - Meia-noite até as seis.
Entendido.
VIVA O 1º DE MAIO
PELA PAZ E SEGURANÇA
Abaixo a tropa de choque!
4 de Maio. Dia de lembrar os mortos da Segunda Guerra Mundial.
Entrei por razões muito pessoais.
Não como resultado de uma análise histórica.
É mais porque...
sua situação habitacional é terrível e você vê o mesmo ao seu redor.
É a mesma coisa para muitas pessoas.
E, falando com as pessoas ou lendo sobre isso...
ou porque você entra em contato com os ocupadores...
é quando você decide...
ser ativo em um movimento que trabalha para um grande número de pessoas.
É, ao mesmo tempo, a solução do seu próprio problema de habitação.
Se as políticas da cidade são tão lentas...
que temos que esperar muito, tomamos a iniciativa por nós mesmos.
Mas então você tem o seu primeiro problema...
com a democracia, porque você passa por cima do sistema estabelecido.
Mas o sistema existente para a distribuição de habitação...
é inadequado.
Você pode esperar uma eternidade, silenciosamente...
até que você possa viver normalmente...
ou participar de um grupo, um grande grupo de pessoas que estão preparadas...
a tomar a iniciativa.
Se houvesse habitação suficiente, não haveriam ocupadores.
Mas as autoridades não resolvem o problema...
por isso somos forçados a resolvê-lo.
As autoridades perderam o poder de fazer algo à respeito.
É isso que dizem sempre.
Pensamos que eles podem fazer alguma coisa. Há muitos edifícios de escritórios vazios.
Esses prédios não são usados enquanto muitos poderiam viver lá.
Exatamente. Mas as autoridades fingem ser impotentes...
enquanto concedem muitas permissões de construção de escritórios.
É o oposto da impotência.
É uma escolha contra as pessoas que precisam de alojamento.
Essa é a única maneira de ver isso.
Eles haviam prometido que haveriam apartamentos temporários aqui.
E de alguma maneira misteriosa,...
um ano depois, há um bloco de escritórios.
Aqui onde estamos agora? - Sim.
Mas você sente que está atuando em nome de outras pessoas, também?
Em nome das pessoas comuns. - Nós somos pessoas comuns!
Bem, vocês poderiam ser descritos como um grupo de estudantes.
Eu acho ridículo que tentem nos rotular.
Não está certo. Há todos os tipos de pessoas aqui. Todos jovens, no entanto.
Mas a maioria deles são trabalhadores jovens, eu acho.
Este é um grupo muito misturado.
Mas eu acho que isso vai acontecer, ou já aconteceu, que ocupações surgirão...
para pessoas numa posição diferente,...
para quem é um passo difícil.
Você vê isso nas mulheres que agora estão em casas de refúgio.
Eles não se sentem capazes de organizar uma ocupação elas mesmas,...
então elas se juntam a um grupo existente e ocupam junto.
Você vê isso acontecendo com famílias, com imigrantes estrangeiros...
e isso é algo bom.
Vocês decidiram se organizar como uma comunidade.
O que isso implica?
Que você opta deliberadamente em viver
com um grupo de outras pessoas...
e fazer muitas coisas comunitariamente.
E por quê isso? - Porque escolhemos viver assim?
Eu acho que, até agora, temos sido muito individualistas em nossas vidas,...
o que também foi incentivado pela sociedade: a necessidade de ter uma carreira.
E então você descobre que existem outras formas de viver...
além de uma casa com uma família, uma cerca e um jardim.
Que também é possível viver juntamente com muitas pessoas.
A solidão é normalmente a razão pela qual as pessoas vivem juntas ou se casam.
E então você percebe que quando você se separa,...
dará um passo atrás e voltará a ficar só...
por isso pensa bem antes de separar-se.
Uma razão pela qual eu quis viver em um grupo foi...
que eu pudesse compartilhar meus medos com os outros...
e não seria emocionalmente dependente de uma pessoa.
E para que uma outra pessoa não fosse emocionalmente dependente de mim.
Mas eu gosto de ter outras pessoas ao redor para compartilhar as coisas.
Eu gostaria de voltar ao tema da violência.
Os ocupadores decidiram reagir.
Vocês não vão ser jogados para fora daqui.
Não foi tanto uma decisão do movimento em sua totalidade...
como o fato de que você não simplesmente aceite o espancamento.
A única maneira que você pode...
satisfazer os seus desejos justificados...
é ter a certeza de que você não apanhe.
É por isso que as pessoas agora dizem que ocupadores estão cada vez mais militantes.
Como se os ocupadores estivessem armados com capacetes e barras de ferro, etc.
Mas é só a nossa reação à ameaça...
de ser atacado pela polícia ou por uma gangue de assassinos contratados...
e atirado para a rua.
É por isso que estamos barricados.
A única maneira de se sentir seguro aqui...
é de transformá-lo em uma espécie de fortaleza
para si mesmo e o mundo exterior.
Eu acho que é tão terrível...
quando você tenta fazer algo pacificamente e você encontra a violência.
É uma decepção.
Agora penso: Nós éramos tão idealistas e tão estúpidos.
Você tem rancor sobre isso? - Sim.
Eu tenho medo do que vai acontecer no futuro.
Se você continuar vendo uniformes em todos os lugares...
você pensa que pode ser preso a qualquer momento.
Estamos caminhando para um Estado policial.
Eu posso imaginar que se houver uma ameaça de guerra...
deve ser o mesmo sentimento.
A ameaça constante, e o medo contínuo..
Você se sente ameaçado? - Terrivelmente.
Você também?
Certamente, sim. - Sim.
Como é que se expressa?
É um sentimento permanente. Te domina todo o seu dia, sua semana inteira.
A possibilidade constante de capangas chegando.
E a interpretação da imprensa de que os provocamos.
Ocorre 24 horas por dia. Eu até deito preocupado à noite, também.
Você dorme bem? - Normalmente sim. Fico cansado.
Cansado o suficiente para dormir bem.
5 de Maio.
As celebrações da libertação de 1945.
Amsterdã.
Uma rua, um quarteirão abaixo...
Uma centena de marroquinos.
Primeiro foram recebidos como nossos faxineiros, os nossos trabalhadores ilegais.
Agora eles são indesejáveis que viveram em uma igreja por meses.
Hoje eles estão fazendo as malas.
Eles se espalharão por todo o país.
Alguns serão presos e enviados de volta para seu país.
O patrão nunca pagou as contribuições sociais para nós.
Nós nunca fomos oficialmente demitidos, então não temos nenhum benefício.
O Governo holandês diz:
Você deve ter trabalhado aqui por dois ou três anos.
Eu trabalhei aqui durante três anos.
Há homens que já trabalharam aqui por sete anos, ou oito.
Você tem de ter trabalhado com o mesmo empregador por 22 meses.
Mas quem permanece tanto tempo com o mesmo empregador?
Você nem sequer fica tanto tempo assim com sua esposa.
Você se casa e, em seguida, você tem que ir para o estrangeiro.
E você vê a sua esposa um mês por ano.
Por que ficar com um empregador por 22 meses?
Você estava com raiva quando queríamos filmar?
Estava. Eu tinha dormido mal.
A cama não estava feita e eu estava muito cansado.
Eu disse a mim mesmo: Isto não é maneira de viver.
Eu estava pensando em meus filhos e da minha vida desperdiçada.
E naquele exato momento um jornalista quer filmar-me!
Eu não queria ser filmado naquele estado de espírito.
Eu não podia aceitar ser descoberto no estado em que eu estava.
Foi isso.
A Primavera foi declarada em Paris.
A 'Goutte d'Or', a Gota de Ouro...
É uma das mais velhas áreas de imigrantes na Europa.
Quatro ou cinco gerações de africanos viveram aqui.
Ditado, parte 2.
Bom dia.
Você tem na sua frente: seu livro de exercícios, sua caneta...
e seu papel de ditado?
Sim? Então nós vamos fazer o segundo ditado.
Vamos aplicar o que aprendemos nas duas primeiras lições.
Mãos à obra! Aqui está o seu ditado.
Título: Os Policiais e os Bandidos.
Os policiais...
estavam...
descansando.
Mas, de repente...
o telefone...
tocou.
Dois pontos.
Estavam atacando...
uma agência dos correios.
Ponto de exclamação.
É impossível...
contar...
os ataques. Ponto final.
Eu estava fazendo um ditado.
Um ditado que eu tenho para enviar para correção...
para a escola.
Eu o envio em um envelope.
Então é corrigido e o professor envia de volta para mim.
Por que você está fazendo um curso como este?
Porque eu quero aprender datilografia.
Para mim mesmo, ou para conseguir um emprego em uma empresa de comércio...
ou no serviço público.
Eu faço isso para aprender datilografia.
Pois você quer seguir esta carreira?
Não é só isso.
Não tenho qualificações e eu fico entediado sem trabalhar.
Você não trabalha? - Não.
Por que não? - Porque eu sou inválido.
Como isso aconteceu?
Eu tive um acidente. Um acidente de moto.
Como isso aconteceu?
Às cinco da manhã no meu trabalho.
Nós trabalhamos em turnos. Existem três turnos de oito horas.
Quando um turno saiu, eu dirigi para a fábrica...
e houve uma colisão.
Eu perdi a consciência.
Que tipo de trabalho era?
Eu trabalhei para a Simca-Chrysler em Poissy.
E desde então? - Desde então eu trabalho esporadicamente...
mas nunca por muito tempo. Uma ou duas semanas.
Não consigo mais.
Como seus ataques começaram?
Eu tenho essa deficiência...
e isso dá um ataque.
Então eu fico assim por 2 ou 3 dias.
É difícil e perigoso.
É por isso que eu tomo estes medicamentos...
para parar os ataques.
Eu sempre tenho um desses no meu bolso.
Eu coloco ele no meu bolso, então eu saio.
Basta beber uma cerveja...
e tenho em um ataque.
Imediatamente. Mas quando eu tomo isto...
ele para. É por isso que... espere.
Eu não tenho muitos sobrando.
Este é para a tosse.
Eu tomo calmantes.
Eu tenho isso para o metrô...
meu passe-livre.
Meu passe-livre para viajar gratuitamente.
E eu tenho o meu cartão de inválido, para mostrar à polícia.
Quando a polícia me para, eu lhes mostro o meu cartão de inválido...
e eles me deixam passar.
Tenho escrito cartas principalmente para os serviços de saúde...
duas vezes para o Ministério da Saúde.
"Seu caso está sendo tratado", eles disseram.
Você acha que é certo que você ganhe menos que um francês?
Não, não faz sentido.
Se um francês recebe uma pensão de invalidez...
ele também recebe o dinheiro do fundo de solidariedade.
Ele recebe o dinheiro do fundo de invalidez...
e ele recebe o benefício compensatório.
Então ele tem que ir para uma escola...
para aprender a datilografar ou tocar violão ou o que seja...
para ter um ofício. E ele é bem pago.
É a sua máquina de escrever? - Não, pertence à escola.
Eu tenho aulas com eles.
Cego, assim:
Eu tenho que digitar aqui.
A terceira, primeira e segunda linha. E os dedos sempre aqui.
Eu as reconheço assim:
Q, S, D, F...
J, K, L, M.
Isto é datilografia, não?
Quem é essa? - Esta é a minha filha.
Eu olho para ela todas as manhãs e à noite...
porque ela está muito longe.
Todos os seus filhos nasceram aqui? - Sim, nesta casa.
Há quanto tempo você está na França? - Aqui? 45 anos.
Estou aqui há 47 anos.
E você trabalhou este tempo todo na indústria da construção?
Sim.
Como peão de obra.
Quando você parou de trabalhar?
Eu não trabalhei nos últimos três anos.
Você recebe seguro-desemprego? - Desempregado? Estou doente.
Você recebe 1500 francos por mês. De quem?
Da Segurança Social.
Então você tem que viver economicamente. - Vivemos conforme nossas possibilidades.
Tenho que ganhar a vida como michê?
Vivemos do que Deus nos dá.
Nós colocamos uma boa cara nas coisas.
Quantos filhos vocês têm?
Eu tive seis filhos. Três meninos e três meninas.
Perdi duas meninas e um menino.
Morreram aqui na França?
Eu perdi uma menina quando ela tinha oito anos. O menino morreu aqui na França.
Ele morreu ao nascer.
Meu filho mais velho tem 36 anos e é casado.
E você fica em casa? - Sempre.
Não vai às compras? - Sim, eu faço as compras.
E então eu venho para casa.
Você trabalhou na França?
Eu trabalhei para a companhia ferroviária por três anos.
Então fiquei doente. Minha filha tinha morrido.
Eu tive problemas de coração e tive que parar de trabalhar.
O que você fez na companhia ferroviária? - Limpeza.
Há algo de errado com as suas mãos.
De trabalhar. Custou-me as minhas mãos.
Mas eu não reclamei. Eu não sabia como.
Você só trabalhou com construção? - Sim, somente com construção.
Mostre-nos suas mãos.
Olhe. Eu tive várias operações.
Passei quatro meses no hospital.
O médico internista queria que eu pegasse o seguro-desemprego...
mas o médico do seguro queria que eu fizesse...
outra operação. Eu não sabia o que fazer.
Agora eu perdi tudo.
O primeiro trem.
Ali vai ao trabalho apenas mais uma vez.
Na passarela para a fábrica de automóveis...
nós somos parados pelos seguranças.
Ali está receoso.
Ao que parece, sou um homem...
viajando em minha mente quando eu estou parado...
e marcando o tempo quando eu estou me movendo.
A jornada continua, mas primeiro...
Em junho, em Amsterdã...
nós testemunhamos a expulsão violenta dos ocupadores.
Os ocupadores da rua Kinker negociam com o conselho municipal...
a fim de transformar o espaço vazio num espaço para moradia.
Uma nova mulher entrou no grupo.
Não havia nenhuma possibilidade de uma casa para mim.
Eu pensei que em uma casa de refúgio eles iriam me ajudar.
Por que uma casa de refúgio para mulheres?
Para ter um lugar para ficar. - Por que lá, de todos os lugares?
Eu não conhecia qualquer outro lugar.
Mas então... - Você não podia ficar em casa?
Não. Eu não podia ficar onde eu estava vivendo.
Eu não podia voltar para o meu marido. - Por que não?
Estávamos sempre brigando.
Violentamente.
Então uma das pessoas aqui perguntou aos outros se estava tudo bem...
eu ficar aqui.
Como é viver com os ocupadores?
Eu aprendi mais do que eu posso dizer.
Eu nunca soube o que estava por trás de tudo.
Eu sempre só ouvi as histórias negativas...
e agora eu experimentei muitas coisas positivas.
Tais como?
Tem havido uma falta de habitação desde a guerra.
Nós sempre fomos criados para sermos bem-comportados e educados.
Nós vivíamos com nossos pais. Os nossos filhos fizeram o mesmo.
Agora eles vivem fora da cidade porque não há nada em Amsterdã.
Mas esses jovens de hoje em dia...
se opõem a tudo isso. Eles não somente aceitam.
E eu os admiro e queria ser bem mais jovem.
Em meu casamento, fiquei presa à uma rotina diária.
Quando saí, entrei em outra rotina sobre como teria que viver.
Agora posso fazer e dizer o que eu quiser.
Você nunca teria acreditado por apenas olhar pelo lado de fora.
Mas por eu viver aqui eu sei como é.
É uma experiência e tanto!
ABAIXO A VIOLÊNCIA
Para provar que os ocupadores não querem usar a violência...
eles tiraram todos os objetos arremessáveis do telhado.
Não podemos abandonar o local.
Se o proprietário perder a posse, o despejo será desnecessário.
Amsterdã, 19 de agosto, 11 da manhã.
O despejo do local não foi discutido pelo Prefeito.
E os ocupadores reagiram com o gesto de limpar o telhado.
Tudo o que poderia ser usado para ser arremessado para baixo foi removido.
Estamos esperando um comunicado do Conselho das Igrejas...
O que é melhor que um beijo sem calorias?
Este é o noticiário das duas.
Sr. Polak, o prefeito of Amsterdã, não está planejando outros despejos...
Além dos apartamentos em Prins Hendrikkade.
Simpatizantes quebraram a pavimentação..
e fizeram pilhas de telhas...
Fora isso, a situação está tranquila.
Jurriaan, posso usar o microfone?
Olhe, a polícia motorizada.
Olhe para eles. - É pra valer!
Temos de dizer isso, caras. Isso não deve acontecer.
Algumas pessoas pularam na água.
São unidades de comando? - Sim, na van.
O homem no topo da grua...
Vejam, oficiais armados. - Onde?
Aí, na frente de vocês.
Eles têm metralhadoras.
Eles estão subindo no telhado com metralhadoras.
São carabinas.
Ainda nenhuma declaração, Moos? - Não.
Eles vão usar gás lacrimogêneo. Eles têm máscaras.
Olhe. Estão prontos para a ação, com armas.
Eles vão chamar-nos em breve.
Quando o fizerem, eu vou abrir a janela.
Sim, agora.
Será respondido com violência...
Tropa de choque, podem me ouvir?
Tropa de choque, podem me ouvir?
Nós responderemos com uma declaração à imprensa.
Uma unidade gigantesca da tropa de choque foi congregada...
Tão grande que é incrível de ver.
Nós não seremos provocados...
com essa demonstração de poder. Nós decidimos...
não procurar um confronto com a força policial.
Vamos manter a luta em nossas próprias mãos.
As ocupações de apartamentos de luxo têm levado a uma discussão pública...
sobre estes apartamentos vazios que são construídos no centro da cidade.
Mais uma vez: pelo menos 1100 apartamentos de luxo ficaram desabitados.
Agora você querem esvaziá-los...
mas os ocupadores já saíram há muito tempo.
Os ocupadores deixaram o local algumas horas atrás.
Mas aqueles que estão à procura de habitação podem esquecer este local...
Novas ocupações ocorrerão! Vamos continuar!
SEM FUTURO
SIGA EM FRENTE
A rota para o sul continua.
Amsterdã. Paris. Lyon. Até chegar às montanhas.
Os grevistas poloneses estão numa situação difícil.
O governo acusou-os de destruir o socialismo.
O que você está fazendo? - Estou destilando lavanda.
Como está o comércio de lavanda?
Não muito bem.
Por quê? - Por causa do preço.
É difícil vender.
Ouvi dizer que os custos de produção tinham aumentado.
Sim...
hoje em dia custa mais.
E o preço de varejo? - O preço de venda...
não pode subir.
É assim em todas as colheitas?
Quase todas.
O que você vai fazer?
Nós não somos mais jovens, não é?
Vocês vão ficar aqui?
Sim, nós vamos ficar aqui até nos aposentarmos. E depois...
é isso.
E o resto das pessoas aqui?
O mesmo se aplica para praticamente todos aqui.
Eu sempre vivi aqui.
Nesta fazenda? - Sim.
Você passou sua juventude aqui? - Eu nasci aqui, sim.
Como costumava ser aqui?
As pessoas eram acostumadas a viver com pouco.
Viviam com menos?
Os custos eram menores, portanto, precisávamos de menos dinheiro.
Mas tinham uma boa vida?
Não dá para comparar.
A vida era muito diferente.
Mas a vida era melhor do que é agora?
Ou a vida é melhor agora?
Suponho que é melhor agora.
A vida costumava ser muito difícil? - Na verdade, sim.
É melhor agora, mas as pessoas têm que deixar suas terras.
Sim, porque...
não podemos manter-nos atualizados tecnicamente.
Nós não temos máquinas para trabalhar nas encostas.
Elas não existem? - Talvez existirão algum dia!
Mas há tratores que podem trabalhar em encostas, não há?
Sim, mas eles são muito caros para este tipo de pequena fazenda.
A essência é mais leve...
ele flutua sobre a superfície.
É um bom produto? - Bem...
costumava ser um bom produto.
É uma questão de concorrência? - Sim, deve ser.
A demanda também pode ter caído.
Para quê é utilizada?
Para perfumes.
E sabão? - Sim, também para sabão e afins.
Como você conheceu seu marido?
Por acaso.
Em uma festa?
Não, por acaso.
Pelo caminho.
E depois? - Bem...
Nos conhecemos e depois nos casamos.
E foi bem sucedido?
Sim, porque tenho vivido aqui por 27 anos.
As pessoas estão deixando a região?
Sim, muitos estão deixando.
E o que você acha sobre isso?
Nós aceitamos da forma que é.
Mas isso deve afetá-los.
Sim, um pouco.
Mas você poderia me dizer...
o que as montanhas significam para você?
O que você pensa ao escalá-las?
Nós sempre vivemos aqui.
Nós pensamos sobre as crianças, sobre a família e amigos...
que se mudaram para a cidade.
Mas nós sempre vivemos aqui. Nós não queremos partir ainda.
Nós temos vivido aqui. E esta é a nossa vida.
Você já pensou em como o mundo muda?
Você tem algum pensamento sobre isso?
Sim, nós pensamos sobre isso às vezes.
O que você acha, então?
Nós nos perguntamos como vai ser para aqueles que vierem depois de nós.
Como o desemprego, por exemplo?
Sim, exatamente.
Porque eles falam sobre o progresso e suas vantagens.
Mas há desvantagens também.
Tais como?
Eu não saberia.
Nos Alpes, pensei:
'Eu gostaria às vezes de ser capaz de olhar as coisas com simplicidade.'
Roma.
O 'Boca della Verita'. A Boca da Verdade.
Ponha sua mão e diga: Eu te amo.
Se estiver mentindo, ela te morderá.
Eu conheci meu marido...
em...
Mil novecentos...
e vinte e um.
Eu o conheci...
quando ele estava trabalhando em uma fábrica de atum.
Ele selava as latas de atum. E latas de...
azeite.
Isso foi na era fascista, certo?
Foi quando nós voltamos.
Não podíamos ficar na África mais, por causa do partido.
Meu marido não via seus parentes há dez anos.
Ele queria ver sua aldeia novamente.
Então, em 1923...
voltamos para a área de Reggio Emilia.
E então você se tornou italiana?
Não, sempre fui italiana desde que nasci.
Fui reconhecida imediatamente por meu pai.
Não foi um reconhecimento falso...
pelo dinheiro.
Ele foi pessoalmente registrar-me como sua filha...
com uma mulher que ele não tinha permissão para se casar.
Eles não foram autorizados a se casar.
Eles simplesmente viviam juntos, meu pai e minha mãe.
Eles tiveram cinco filhos.
Quatro meninos e uma menina: eu.
Todos com nacionalidade italiana? - Todos eles.
Todos os rapazes entraram para o exército para cumprir o seu serviço militar.
Em 1923...
você não podia sair depois das nove horas na Itália.
O partido fascista tinha criado um toque de recolher.
A votação era obrigatória então.
Em todos os lugares dizia:
"Vote"!
As pessoas que não votavam nos fascistas não conseguiam emprego.
Eu era de cor,...
então sempre havia uma multidão de crianças me seguindo como moscas.
Elas gritavam: 'Olhem, uma mulher negra, uma negra. Olhem isso! "
E os parentes dele? - Seus pais eram terríveis.
Eles não queriam compartilhar uma refeição comigo...
porque eu era negra.
No desespero, eu disse-lhe:
"Ou você me deixa voltar ou eu pulo na frente de um trem".
A família sugeriu...
que eu deixasse uma das minhas filhas com o meu marido...
e que eu levasse a outra comigo.
Eu poderia ficar com a mais velha.
Ela não é tão negra. Ela tem cabelos negros...
e uma pele cor de oliva.
A outra tinha a pele branca e cabelos ruivos.
Como era branca, ficaria com seu pai.
Então, a branca podia ficar? - Sim, com o pai.
E a mais escura tinha que voltar comigo para a Africa.
Mas eu parti para a África com as minhas duas meninas.
Eu disse: "Não tratarei nada com essas pessoas.
Dê-me as minhas filhas...
e eu vou embora".
E meu marido me deixou ir.
Depois de quatro meses...
eu pude comprar um bilhete para o meu marido.
Ele começou a trabalhar imediatamente.
Quem estava no poder nessa época?
Sempre os italianos.
Era a Itália. E a Eritreia era...
um domínio, um protetorado.
No começo foi melhor.
Não havia tantas diferenças.
Mas logo não podíamos sentar-nos e comer juntos.
Estávamos sempre separados.
Era uma segregação pela cor? - Sim, pela cor.
Apartheid? - Sim, o apartheid.
ENERGIA NUCLEAR SIGNIFICA LUCRO PARA OS PATRÕES...
E CÂNCER PARA O PROLETARIADO
Quando a Segunda Guerra Mundial irrompera,...
recebemos uma convocação dos fascistas,...
que foi dirigida ao Camarada Spaggiari.
Eu disse: "Meu marido nunca foi um camarada de vocês".
"Veremos isso depois da guerra", eles responderam.
Nunca se sabe quem vai ganhar ou perder.
Deus é grande.
Você se lembra do fim da era italiana?
O final do período italiano?
Eles pegaram todos os italianos.
e os colocavam em caminhões, seja eles querendo ou não...
e raspavam suas cabeças.
E eles abusaram deles terrivelmente.
Muitos deles morreram e muitos deles escaparam.
E muitos saíram e acabaram no Quênia.
Em Nairóbi. Nos campos de concentração.
Os ingleses estavam no poder na época?
Sim, os ingleses. O que faziam os ingleses?
A primeira coisa que fizeram foi pilhagem por comida.
E havia prostituição em toda parte.
Eu mesmo apertei as mãos de Haile Selassie.
E então você voltou para a Itália?
Tivemos que sair em 1972.
Ou poderíamos ficar...
por nossa própria conta e risco.
Mas tivemos que sair.
Porque os italianos já não estavam no poder.
A Eritreia se tornou...
independente.
Tínhamos nos tornado indesejáveis.
Deixamos tudo para trás. Tudo.
Nós só trouxemos algumas especiarias...
porque não poderíamos viver sem elas.
E farinha de ervilha. É muito boa.
Apenas alimentos.
E algumas joias. Ouro.
Todos os anos, meu marido me dava uma pulseira de ouro...
no nosso aniversário de casamento.
Eu tinha 48 delas.
Quando ele adoeceu...
eu tinha cerca de 36 ou 37.
Elas eram muito pesadas. Eles me chamavam de Virgem de Pompeia.
Quando vocês voltaram, vocês tiverem problemas de habitação?
Nos primeiros 45 dias, fomos colocados em uma pensão.
Em Roma? - Sim, na Pensione Claudia.
Nós tínhamos o suficiente para comer e beber. Eles nos trataram bem.
Havia boa comida.
Mas no 45º dia...
chamaram-nos todos juntos.
Nos deram 500.000 liras, assinamos um documento...
e no dia seguinte estávamos na rua.
NÃO DEIXAREMOS ESTA CASA ATÉ MORRERMOS
Nonna Rosa de Eritrea...
80 anos de idade...
vive com sua sobrinha-neta, Alba, e Tonino, no terceiro andar.
Nascida da união do colonizador e do colonizado...
seu lar não está em parte alguma.
Eritrea, situada no Mar Vermelho...
foi colonizada pelos italianos cerca de cem anos atrás.
Todo país civilizado...
teve a sua parte do bolo africano.
Mais tarde, A Etiópia foi dominada também.
Primeiro pelos fascistas italianos,...
e depois pelos ingleses.
Em seguida, o período colonial terminou e o Imperador Halle Selassie retornou.
Em 1962, ele anexou a Eritreia à Etiópia...
para ter uma ligação com o mar.
Desde então, a Eritreia tem lutado por sua independência.
A Etiópia jogou bombas com ***.
Primeiro com a ajuda de países capitalistas...
mas desde que a Etiopia tornou-se socialista, conta com a ajuda soviética.
Mas se não fosse pelo sofrimento, não conheceríamos o nome Eritreia.
A IGREJA PERTENCE AO POVO
Oremos.
Ó Pai, estamos aqui juntos esta manhã...
para lamentar a morte...
de nossa irmã Catarina Callauti...
em seu primeiro aniversário.
Em nossas vidas e na nossa sociedade...
e na nossa História...
há tantas coisas...
que nos falam da morte.
O mal que domina o mundo, a opressão,...
injustiça, enfermidade...
fome...
e miséria.
Pensem em nossos compatriotas...
que arriscaram suas vidas...
navegando ilegalmente para a América.
E por quê?
Pensando em suas famílias, a fome e a miséria...
e seus chefes na Calábria.
Talvez tivessem acabado de construir uma casa...
quando um terremoto destruiu tudo...
e eles perderam todo o seu capital.
Segundo São Lucas, o mesmo aconteceu com os discípulos.
Eles haviam colocado todas as suas esperanças...
e toda a sua confiança em Jesus.
E tudo se acabou. Eles não queriam ouvi-lo novamente.
O mundo era mau, perverso e nada poderia ser feito sobre isso.
Diga-me Natale, como surgiu a ideia para montar este ateliê?
Queríamos fazer algo para as pessoas...
para as pessoas pobres na Calábria.
Queríamos combater a emigração e o desemprego.
Então pensamos na criação de uma cooperativa.
O princípio de uma cooperativa...
é ao mesmo tempo uma evolução cultural comunal.
Somos todos iguais e tomamos nossas decisões comunitariamente.
Isso significa emancipação para as mulheres. Porque para as mulheres...
é ainda mais difícil de encontrar trabalho.
Natale, você poderia jogar um pouco mais de luz sobre essa senhora?
Senhora, é verdade o que ele está dizendo?
Sim, eu acredito no que Natale estava dizendo.
Porque nós na Calábria e especialmente em Gioiosa...
sempre quisemos empregos.
Você pode trabalhar na terra, mas ganha muito pouco.
Eu estive procurando por anos...
porque eu queria trabalhar.
Então, ouvi que Natale tinha fundado essa cooperativa...
e eu coloquei meu nome na lista.
E agora eu trabalho aqui.
Espero que tudo dê certo.
Você queria trabalhar ou era necessário?
Eu tive que trabalhar...
porque meu marido teve uma operação e ele não pode trabalhar.
E eu tenho duas filhas.
Uma família sempre custa dinheiro.
Foi fácil, no que se refere as relações familiares?
Mudou muito?
Não, não mudou muito.
Eu me levanto, faço o trabalho doméstico, venho para cá...
e quando eu chego em casa eu cuido da família.
Deixo de fazer algumas coisas. Tenho dois empregos, na verdade.
O que você acha de um sacerdote como Natale?
Eu acho que seja o que ele diga, ele está sempre certo.
Os outros padres...
nem sempre dizem o que é certo, eu acho.
Eles não falam a verdade?
Eles pensam em si mesmos e como ficar rico...
eles e seus parentes.
Mas Natale pensa em nós.
Ele organizou esta cooperativa. Os outros não fizeram nada.
Em outros povoados também não.
Natale foi realmente enviado por Deus...
e fez tudo isto para nós.
Quem teria se importado com nós pobres...
se ele não tivesse?
Gioiosa lonica, um povoado na sola da bota da Itália.
Meia hora a mais ao longo da costa está Locri.
O Padre de lá se chama Don Stilo.
Um homem poderoso. Dizem que ele tem uma arma sob suas vestes.
Natale, você está trabalhando numa estrutura...
que é corrupta, não é?
Sim, eu fiquei ciente disso.
Desde 1968 venho trabalhando na Calábria, aqui em Locri.
Primeiro eu era reitor em um seminário.
Então eu comecei a tomar um interesse...
em uma aldeia nas montanhas...
a cerca de 1000 metros acima do nível do mar.
Fiquei interessado nas pessoas de lá.
Fiquei impressionado com o fato de que viram em mim, um Padre,...
um homem poderoso que poderia fazer-lhes favores.
Por exemplo, eles poderiam me pedir ajuda para encontrar trabalho para eles.
Imediatamente eu me recusei...
a desempenhar esse papel.
Eu não sou um homem poderoso...
e eu não quero ser um.
Então, alguém perguntou: "Conhece Don Stilo"?
Ele tem muita influência.
Eles disseram que ele estava envolvido na máfia.
Um dia, em uma reunião de padres, as pessoas reclamaram...
que os rapazes não queriam se tornar padres.
Então eu disse:
"Em nossa diocese há padres que são acusados...
de serem chefes da máfia.
Nós não fazemos nada contra esta situação.
Como podemos esperar, com essa imagem corrupta da Igreja,...
que os rapazes queiram se tornar sacerdotes?"
Então Don Stilo veio me ver após a reunião e disse:
"Você não é nada além de uma formiga. Eu posso esmagá-lo".
E no final...
um velho Padre me disse:
"Nós sabemos melhor do que você.
Você está aqui há muito pouco tempo...
para saber como se comportar.
É melhor você ficar quieto se não quiser ser morto".
Eu acho que a história de seu irmão é muito reveladora.
Você poderia nos contar um pouco mais sobre o seu irmão?
Sobre o que ele fez para as pessoas?
Ele trabalhou para o bem comum.
Ele nunca ficou do lado de ninguém.
Ele era amável e ajudou a todos.
Amigos e familiares.
Talvez eu deva adicionar que ele era um moleiro.
Ele levava farinha aos povoados.
Ele começou sozinho.
Mais tarde tivemos nossa fábrica própria.
Em seguida, veio a máfia...
e tentavam atear fogo ou nos roubar...
para que pudéssemos sair do lugar.
Então, um dos chefes da máfia foi morto aqui em Gioiosa...
e todos foram ordenados a fechar seus comércios.
Mas seu irmão...
permaneceu fiel aos seus princípios.
Ele sentiu que era injusto que pessoas assim...
forçassem outras pessoas a fechar suas lojas.
Ele não fechou o moinho...
e ele disse que a máfia estava fazendo isso...
e tiranizando as pessoas.
Um dia ele estava levando farinha a um de seus clientes.
Eles atacaram por trás de uma cerca viva.
Seu irmão denunciou suas práticas perversas...
e pagou por sua coragem com sua vida.
Todas essas pessoas...
foram mortas nos últimos cinco anos...
pela máfia.
Vou de face a face.
Na esteira de superprodução, loucura e lucro para poucos.
Eu não sei. Talvez os mortos preferiam ter vivido.
Atravessamos o mar para um país...
que pode respirar, comer e beber...
graças a um rio: o Nilo.
Suas margens, duas tiras verdes.
Seu delta, onde o rio se ramifica antes de adentrar-se no mar.
O resto é areia.
A área habitável não é maior do que a Holanda.
Quarenta milhões de pessoas vivem nela.
A cada ano, 1 milhão de pessoas são adicionadas.
PARA SEMPRE... MEU AMOR
Um dia antes do 'Aid al-Kablr', a festa do sacrifício...
Cairo está cheia de animais esperando para ser mortos.
Olhe para ele trabalhando. O homem é um artista!
Um homem tranquilo está olhando pela janela.
Ramadan, nascido no jejum muçulmano...
É um assistente social, bem como taxista.
Desde a guerra com Israel, que não foi perdida, a de 1973...
dizem que as coisas vão bem.
As portas para o Ocidente foram abertas e dinheiro rápido pode ser feito.
Os novos negócios geram uma nova classe.
Importação e exportação de bens de luxo. Construções de luxo.
Na casa de Ramadan, haverá muita carne moída esta noite.
Eles querem mostrar que podem pagar.
Diga-lhes para voltar amanhã...
e comer com a gente.
Nós deveríamos tê-los convidado esta noite.
Quem vai matar para nós agora?
Ibn Gadanfar não pode vir?
Ele é quem matou a ovelha de Saadi.
Deixe-me fazê-lo.
Pobre animal!
As mãos sangrentas na parede...
protegem contra mau-olhado.
O menino está a um passo de se tornar um homem.
Na primeira manhã das celebrações, eles se enchem de carne.
Aqueles que a têm.
A maioria tem cada vez menos.
Menos proteína per capita.
É também o dia dos jovens.
Eles se espalham pelas praças, parques...
entre as pirâmides.
Cedo, na segunda manhã, as pessoas vão aos cemitérios...
para passar o dia com os mortos.
As famílias mais ricas têm pequenas casas perto das sepulturas.
Durante o resto do ano,
são habitadas pelos sem-teto.
'E este é...'
'...quem fez do sono um descanso...'
'...quem fez da noite...'
'...uma cobertura para você...'
Não vá embora.
Eu tenho comida para você.
Nós damos esmolas para o repouso de nossos falecidos.
A gente vêm aqui todos os anos durante a Festa do Sacrifício.
É muito importante visitar o cemitério nesses dias.
Todo mundo vai e você encontra todo mundo.
Toda a família e amigos.
Nos encontramos todos aqui.
Ramadan, onde estamos?
Este é o jazigo de nossa família.
Nos reunimos aqui para as celebrações religiosas.
Nossos mortos estão enterrados aqui.
Meu pai descansa aqui, meu avô...
bem como outros.
Você dá comida para os pobres?
Nós matamos animais para os pobres...
e então eles rezam por nossos mortos.
Contratamos pessoas para ler o Corão.
Há muitas pessoas pobres aqui?
Eles não são todos pobres.
Eles querem esmolas, como souvenires.
Traz boa sorte.
É um dom de Deus.
Você se considera um homem rico? - Eu? - Sim.
Mediano. Nem pobre, nem rico.
Como é a vida aqui no Egito?
As pessoas vivem bem.
O Governo nos proporciona bons alimentos, educação gratuita...
Pode fazer Universidade de graça.
E as escolas e hospitais são de graça. Dão comida aos pobres.
Para que os egípcios possam comer. Muita comida.
Sim, nosso Governo é muito bom.
Gamal, irmão de Ramadan...
É um guarda no Sheraton recém-construído.
Eu deixei o exército em 1977.
Eu era um oficial.
Foram os melhores anos da minha vida.
Foi difícil deixar o exército.
Senti falta de meus companheiros.
Depois que eu deixei o exército...
Tornei-me um guarda no Hotel Sheraton.
Eu proíbo a entrada de visitantes indesejados...
para evitar...
que cometam delitos.
Eu ganho 50 dólares por mês.
Eu precisaria de pelo menos 120 dólares por mês...
para poder me casar.
Eu tenho preocupações financeiras.
O que você consegue fazer com 50 dólares?
Cigarros me custam 18 dólares por mês.
O transporte público é 10 dólares.
Eu gasto cerca de 20 dólares em alimentos.
É difícil sair desta vida.
Aquele que venerar qualquer outro além de Deus...
irá para o inferno.
Se o homem abusar de seu livre arbítrio,...
ele deixa de ser livre.
Ele não tem o direito...
de usar a liberdade que Deus deu-lhe...
para decidir se ele quer crer ou não.
Ele deve usar a sua liberdade...
para permanecer nesta terra.
Ele não pode escolher.
Ele vive em neste mundo de acordo com o plano de Deus.
Ele deve semear e colher.
No céu, ele não terá mais.
Lá, tudo será em abundância.
Aquele que obedece a Deus voluntariamente...
será recompensado no céu.
Se eu renunciar a certos desejos...
eu sempre serei feliz no céu.
Sadat:
Líbia, Iêmen do Sul e os palestinos...
apoiam a União Soviética contra o Afeganistão.
Seus crimes não só dizem respeito aos árabes...
mas a todo o mundo muçulmano.
É por isso que estamos fazendo um chamado para a criação...
de uma aliança de nações muçulmanas...
e de nações árabes.
E não nos esqueçamos da guerra civil no Líbano...
que vem acontecendo há sete anos.
O Líbano está dividido.
Os sírios estão no Líbano.
Arábia Saudita, Kuwait e outros...
estão financiando as atividades...
do exército sírio.
Israel anexou uma parte do Líbano...
e está construindo estradas lá.
Um amigo médico...
arranja para nós uma visita a Fawzi, um vigia noturno.
É difícil falar com um homem pobre,
embora existam milhões deles.
Fawzi e sua esposa, irmão, cunhada e duas crianças...
viver em um cômodo de 3-por-3-metros...
Em um distrito sendo construído na periferia.
Como é a sua vida?
Ruim. Muito ruim.
Eu trabalho à noite e durmo durante o dia.
Por que você mudou para o Cairo? - Estou aqui há cinco meses.
Eu era um agricultor.
Mas era uma vida muito dura.
Você foi à escola? - Não.
Não havia ninguém para cuidar de mim.
Quantos anos você tem? - Eu tenho 45.
E sua esposa?
Ela tem 18. - Não, 15.
Quanto você ganha? - 25 dólares por mês.
Quanto você gasta? Quanto você guarda?
O aluguel é de 12 dólares. Eu tenho que viver com o resto.
Quanto você gasta com comida?
Mais de 2 dólares por dia.
Eu trabalho a noite toda.
Até 6 da manhã.
Quantas horas?
12 horas.
Da noite para o dia.
Como é a vida aqui nesta área?
Ruim. É um lugar ruim para se viver.
Diga-lhes que aqui é bom.
Não devemos dar a eles uma má impressão.
Mesmo que seja difícil, diga-lhes que é bom.
Vamos manter a verdade entre nós.
Os estrangeiros não precisam saber.
Diga que é bom.
O que essas pessoas querem?
O que eles querem?
Eles são estrangeiros.
O médico mandou-os aqui.
Eles querem fazer um filme sobre nós.
Este médico é estrangeiro? - Não.
Mas ela conhece esses estrangeiros.
Não há perigo, não tenha medo. Eles estão apenas fazendo um filme.
Sem problemas?
Mas pelo menos eles estão pagando?
Eles não estão pagando nada.
Vou receber 25 dólares, não?
Falaremos sobre isso quando terminarmos.
Os recém-chegados do sul colocam seus pertences na plataforma.
Rio Nilo acima. O barco do sol.
Segundo uma pesquisa no Washington Post,...
o presidente Carter está à frente de Ronald Reagan.
42% dos pesquisados...
disseram que iriam votar em Carter...
enquanto Reagan recebeu 39%.
Os editores acreditam, no entanto,...
que a diferença é muito pequena...
para ser capaz de apontar um vencedor.
Irã anunciou que o Iraque...
atacou a cidade de Abadan...
Ande!
Eles só querem tirar uma foto.
Amanhã você vai estar na TV.
Não, não foi para você.
Ande!
No meu retorno à cidade, eu penso...
que é difícil tocar a realidade.
SEM FUTURO
SIGA EM FRENTE
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