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Hoje nós vamos falar sobre elogios e a importância deles no processo de educação.
Olá! Meu nome é Daniella Freixo de Faria e hoje nós vamos falar sobre os elogios.
As crianças, quando recebem os elogios, na verdade,
formam um grande depósito de autoconfiança. A criança acredita em si mesma,
recebe esse reflexo de nós todos e isso faz com que ela acredite.
Com que ela acredite que é capaz, acredite que é capaz de superar determinado desafio.
Porém, o elogio tem um aspecto importante pra ser dito:
o elogio acontece muitas vezes de uma maneira verdadeira,
de uma maneira natural... E isso é muito bom que aconteça.
Mas em alguns momentos, a gente usa do elogio
quase como que um substituto da nossa presença, um substituto do amor,
como se a gente quisesse... é... tapar algum buraco
que a gente pensa que ficou. A criança, quando ela começa a receber esse tipo de elogio
que não vem de um acompanhamento que aconteceu,
de uma percepção de uma nova atitude, e sim, solto ao vento,
a criança começa a não ouvir mais tudo isso que vem de nós.
O elogio produtivo e positivo, ele é muito importante
quando ele acompanha a ação, a atitude que a criança fez.
O esforço que ela empenhou em algum novo desafio, em alguma nova tarefa.
Por quê? Porque quando a gente simplesmente elogia
porque ela é inteligente, por exemplo, porque ela é incrível,
porque ela é ótima... A gente pode tá caindo no perigo do rótulo --
vídeo que a gente também já falou a respeito -- mas a criança quase que recebe esse elogio
e se desestimula com ele. Vou explicar melhor.
Fizeram uma pesquisa nos EUA com 400 crianças do 5º ano.
Uma pesquisa superinteressante: dividiram essas crianças
em 2 grupos. O primeiro grupo recebeu uma tarefa que era um quebra-cabeça
e o segundo grupo recebeu também uma tarefa e um quebra-cabeça.
O primeiro grupo foi elogiado no processo, pelo esforço,
pela atenção: "Nossa, como você tá prestando atenção!"
"Nossa, como você tá... insistindo nessa, nessa ideia!"
"Nossa, olha só como você tá focado pra fazer o quebra-cabeça!"
O segundo grupo recebeu um elogio focado no resultado:
"Como você é inteligente!" "Como você consegue as coisas!"
"Nossa, que incrível que você... faz o quebra-cabeça!"
Esses dois grupos foram convidados a fazer de novo uma nova tarefa.
E eles tinham duas opções. A priemira opção é:
fazer uma tarefa semelhante à primeira; e a segunda opção era fazer
uma tarefa diferente da primeira, com um novo desafio.
O grupo que foi elogiado pelo processo, pelo esforço, quis fazer uma tarefa nova,
com um novo desafio. O grupo que foi elogiado no fim,
na inteligência, no eu-já-sou-inteligente, ele quis repetir a mesma tarefa.
Ao longo do tempo, o resultado disso gera uma diferença gigantesca
na postura da criança perante à vida.
A criança que recebe o elogio no fim, o elogio por ser inteligente,
"Você já é um artista", "Você é maravilhosa", e tudo mais,
essa criança, além de viver o perigo do rótulo disso,
essa criança também vive um perigo: "Eu me arrisco muito pouco."
"Porque, eu me arriscando muito pouco, eu garanto um resultado melhor."
O que significa: "Pensar sobre mim o quanto eu sou inteligente."
A criança que sofre e que recebe o elogio pelo processo
sabe que o bom caminho
está exatamente no esforço que eu empenho pra fazer alguma coisa.
E o bom resultado, também. Então, eu já não tenho nada que já me garante
o quanto "eu já sou ótima" e "eu já sei, então eu nem preciso tentar."
Eu só vou saber a respeito de como eu me comporto perante a um novo desafio
vivendo esse desafio. E vou saber o quanto eu sou capaz de um monte de coisa
a partir do momento que eu sou capaz de um monte de coisa
fazendo essas coisas todas. A criança que precisa garantir uma verdade
a respeito de um elogio, ela pouco se arrisca. Porque vai que ela não consegue
e vai que ela tem uma percepção de que ela não é tão inteligente
como ela pensa que é. A criança que vive o esforço sabe o grande acontecimento
que vem pela frente é ela se dedicar, é ela persistir,
é ela... ir atrás de alguma coisa que ela acredita.
E a hora que ela consegue, isso não é uma coisa que já estava pronta,
que já estava disponível. Isso é fruto de muita dedicação, de muito empenho
e por isso que o resultado vem positivo.
Nosso grande desafio é elogiar o processo, elogiar o esforço.
O esforço que, ao invés de ser entendido como algo ruim,
como algo duro, passa a ser entendido como algo que faz parte da vida,
faz parte da busca de algum resultado. Faz parte da noção de atitude
e consequência, da noção de causa e consequência,
da noção de ação e reação. Fazendo a minha parte, eu posso chegar em algum lugar.
Fazendo a minha parte, eu posso atingir aquele objetivo. Nada está pronto.
Tudo precisa plantar, regar, cuidar,
pra depois a colheita poder vir, farta e cheia de bons frutos.
A dica de hoje é a respeito de um filme muito legal,
que tá em cartaz. Chama "Os Croods", que é de uma família das cavernas,
que vive dentro de uma caverna e que precisa viver e vencer o medo
de sair da caverna.
[Grug] Essa noite, vamos ouvir a história da ursinha xereta.
[pigarro]
Há muito, muito tempo, essa ursinha ainda estava viva, porque ela escutava o pai dela!
E assim era feliz! Por isso era feliz! [suspiro]
Mas xereta tinha um terrível problema!
Ela tinha muita... curiosidade!
[riscando a terra] E, um dia, ela viu uma coisa nova,
- e... morreu!!! - Então, é assim?
- É! - Tem o mesmo final todo dia!
[Thunk] Eu aprendi, pai! Nunca farei coisas novas ou diferentes!
Muito bem, Thunk! [suspiro]
[rugido de animal]
[suspiro de susto]
[passos]
[farejando]
[arrastando a pedra]
[roncos]
[Eep] Minha família sempre viveu seguindo uma única regra do meu pai:
nunca sair da caverna.
[vento]
Nunca tivemos a chance de explorar o mundo lá fora.
Mas o que não sabíamos era que o nosso mundo...
...estava prestes a mudar. [galho torcendo]
[narrador] Os Croods.
As crianças que têm medo podem viver um paralelo bem legal com esse filme,
porque ele trata exatamente disso, do que a gente trouxe no outro vídeo:
ouvir a mente tagarela e viver sempre na caverna;
ou ouvir o nosso coração e seguir em frente
e perceber que a gente tem um mundo inteiro pra conhecer.
Levem as crianças porque é muito bonito. É...
um filme muito bem feito, com uma mensagem muito bacana.
Se você curtiu o vídeo, se você gostou, compartilha, manda suas dúvidas
e a gente se vê semana que vem. Tchau, tchau.
LEGENDAS POR FABIO LIMA FABIOPL@GMAIL.COM